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Capítulo 5

Que decadência… O capitão paladimus contido atrás de grades como se fosse um maldito criminoso. Era um oponente forte, impiedoso e Áries teve a droga da dificuldade em apagar ele, mesmo com os braços do azulado contido. Agora ele estava ali, com os braços para trás preso em algemas fechadas que cobriam suas mãos até seu pulso, estava preso na corrente e, se tentasse forçar, levaria um choque de suas mãos para o corpo todo.

Ele estava quieto, totalmente parado, olhando para baixo e vendo a gota do seu sangue roxo pingar. Sua boca estava amarga, Áries foi um fodido em bater nele dessa forma, mas sabia que o amigo estava apenas cumprindo seu trabalho. A cela estava vazia, era apenas um bloco de contenção na torre que não imaginavam usá-la tão cedo, até que o acesso foi aberto e Volkon teve de lidar com os olhos frios de Galak.

— Como ela está? — nem mesmo o azulado sabia entender o quanto estava preocupado até perguntar, nem mesmo ele esperava se ver tão preocupado com a humana.

— Como você acha? — Galak passou as mãos pelos longos cabelos negros, o uniforme escuro moldurava sua estatura grossa, mas estava estampado suas feições de desgosto para com o capitão Paladimus. — Tentou matar sua própria fêmea?

— Eu não fiz isso! — rosnou entre os dentes.

— Me convença. — ordenou Galak, realmente disposto — Me explique a droga daquele machado, os gritos, o pedido de evasão e a situação que Darius e Áries me reportaram. — Volkon o olhava firme, de cenho franzido e a merda da decepção nos olhos do amigo — Tentou atacar a fêmea até depois de contido, como você me explica isso?

— Eu a toquei. — Galak massageou a droga das têmporas, respirou fundo e fez uma negativa — Como o meu superior e general eu entendo sua posição, mas como amigo eu te peço…

— Esqueça nossa amizade, Volkon. — ele se fez firme — Eu não posso controlar isso baseado em anos de amizade. Você tentou acabar com a vida da primeira fêmea disposta a se dar por Starian.

— Você sabe que eu a toquei, estava na droga da ligação! — retrucou enfurecido, se controlando para não se mover e levar um choque — Estava fodidamente espalhando meu cheiro nela, até você atrapalhar. Eu não consegui me controlar quando o bastardo do Darius colocou as mãos nela! — Galak revirou os olhos, brigar por território era óbvio, mas não justificava o machado. — Eu não estava tentando acertar ela, estava … estou com muita vontade de foder o maldito do Darius e ter certeza que o cheiro dele não está nela!

— O que uma fêmea não faz com um macho… — resmungou Galak, sabendo que até ele ficou mexido com a droga dos barulhos e a petulância da baixinha — Mas, isso não justifica o surto, o medo e nem o machado.

— Galak…

— General Galak. — o corrigiu com voz firme — Como seu amigo, estou fazendo o possível, como seu General…

— Eu quero que sua posição se foda! — gritou, se moveu, levou um curto, gritou de dor e caiu de joelhos, cerrando os dentes e mostrando as presas — Estou sendo chamado de traidor desde que me colocou nessa! Eu jurei entrar naquela droga de alojamento, não tocar a fêmea e gritar pra quem precisasse que essa ideia é uma merda! — Galak sabia da contrariedade do amigo, isso não era segredo. — Fui contra todo meu juramento em cinco minutos que fiquei sozinho com ela. Eu não sabia o que estava fazendo! Não é como estar com uma Stariana, o cheiro é diferente. Galak, precisa me soltar… eu preciso ver ela. Acredite, é horrível de controlar…

— Precisa? — Volkon manteve o olhar firme sobre a conclusão do general — Eu vou reportar a conversa que tivemos aqui, mas eu sinto muito. A fêmea gritou aos ventos de toda Starian que nunca mais quer vê-lo. Lorde Stariano já interviu e você está fora do experimento.

Galak deu meia volta e Volkon sentiu como se uma parte de si estivesse sendo perdida. Não sabia explicar as consequências do pouco vínculo que criou com a fêmea, mas de início, podia-se dizer que estava desesperado. Gritou, se moveu, sentiu o choque e ainda assim insistiu. Ele caiu cansado com a cara no chão, as mãos presas e os sentidos fracos, mas só conseguia se culpar a cada segundo que se recordava do terror nos olhos dela e o grito desesperado… O que foi que ele fez?

[...]

Estava bem, teve tempo de se vestir e se amuar com Dionísio em seus braços. Elaine chorava com o gosto da humilhação em sua cabeça… Recordou-se de um típico momento de quando estava no laboratório, na Terra, em seu trabalho.

— Tudo bem, eu saio com você. — Kelly, sua colega de trabalho conversava numa baia separada, Elaine havia se aproximado naquele exato momento, mas evitou atravessar a porta plástica do laboratório quando ouviu a conversa — Mas olha, tem que levar aquele seu amigo pra fazer companhia pra Elaine.

— Ficou maluca? — o cara respondeu brincalhão, mas jogando a real — Ele vai ter que beber a noite inteira pra conseguir beijar aquilo…

— Não exagera! — pediu Kelly, rindo.

— É sério. — o idiota completou — Já viu aquilo? Na boa, tem que tá muito desesperado pra comer…

— Seu amigo não precisa ir. — Elaine se anunciou calando os dois, que estavam quase se comendo na mesa de exposição — Eu não vou.

— Elaine… — Kelly tentou se explicar, mas a mocinha se contentou em suspirar nessa parte da recordação, evitando os detalhes da discussão que teve com a amiga.

Agora ela fazia carinho em Dionísio, passando novamente por uma humilhação que achou que não passaria de novo. Volkon a tocou, para depois descartá-la. Ele era contra o experimento desde o começo, contra ela, contra estar com ela, contra ao menos tentar… Ele era tão idiota quanto os humanos… Agora, ela era descartável, lá e aqui.

— O general Galak solicita entrar. — a voz de Pryor se fez ouvir, Elaine não respondeu, nem mesmo se moveu na cama. Apenas se encolheu e apertou Dionísio em seus braços. — Senhora Paladimus, o general insiste.

— Eu insisto em ficar sozinha. — respondeu, mas ouviu a porta ser acionada automaticamente e viu Dionísio saltar da cama, para se rastejar de um jeito desengonçado entre os pés de Galak. Elaine se sentou na cama, encolheu as pernas e puxou as barras do vestido curto, ajustando os óculos e suspirando cansada. — Como abriu a porta?

— Comandos manuais. — respondeu, observando com cuidado as feições tristes da humana. Muito pouco tempo, para tanto desastre.

Galak era um Stariano e tanto, tinha os cabelos pretos e lisos, uma postura grossa e alta, junto a uma pele branca mais puxada para um tom amarelado. Seus olhos tinham um dourado claro, a boca era fina e o uniforme negros embaiado com uma capa lateral vermelha, lhe dava um ar supeior. Era um galã de fantasia, Elaine poderia nomeá-lo um Deus do sexo e montar uma fanfic com várias personagens trepadeiras, mas não estava com ânimo nem mesmo para rir das fanfics de sua cabeça.

— Por favor, use o mesmo comando pra me deixar sozinha.

Elaine se jogou de volta ao seu travesseiro, deu as costas ao poderoso general e tacou o foda-se para Starian. Naquele momento ela não se importava com posições, quem ela era e nem o que ia acontecer, amanhã tentaria recuperar seu humor, iria até o conselho e faria o que fosse designada, mas agora ela só queria um pouco de quietude.

— Volkon deseja vê-la. — arriscou com voz firme.

— Mas eu não.

— Ele está contido atrás de uma grade, preso às correntes de alta tensão. Ele não vai machucá-la. — Elaine pensou naquele monstro azul preso, mas tentou não se importar — O conselho não deseja esperar até amanhã, então é necessário que tome uma decisão. Pode restabelecer seus vínculos com Volkon, ou seguir adiante.

Elaine se sentou de repente, não se importou com as barras do vestido curto, fez Galak balancear o peso do corpo de uma perna para outra e o homem teve de conter os malditos instintos. Volkon tinha razão, há uma parcela do cheiro do azulado sobre ela, o que estava para atiçar os machos da espécie de um jeito atormentador. Era muito mais forte que o cheiro de uma Stariana comum e Galak estava tentado…

— Vão me levar de volta à terra? — perguntou, já imaginando aquela droga de laboratório, a desgraçada da Kelly e sua vida nada fantástica de volta.

— Nunca fora nossa intenção, humana. Prezamos sua boa vontade acima de tudo. Lorde Stariano mandou-lhe ofertar nossos melhores guerreiros. Há uma briga, uma disputa até, para que o experimento dê certo. — general Galak não desejava levar más notícias ao Lorde, principalmente por culpa de seu amigo. A humana não podia escolher partir ou Volkon sairia daquela cela sob a sombra de um fracasso. — Escolha ficar, se minha opinião puder ter-lhe peso. Se ir embora, pode levar a esperança de muitos contigo.

— Como eu faço para falar com o seu Lorde? — Galak engoliu com dificuldade, tinha ordens de ceder ao menor mimo que fosse mandado, mas não contava com isso. Se a humana escolher ficar com o Lorde, ele não conseguiria interceder por Volkon, nem mesmo se puder.

— Eu a levarei. — foi sua resposta, seguindo seu dever como General.

(...)

— Não deve ser tão ruim assim… — decidiu Darius, vendo Galak caminhar de um lado para o outro, tentando conter os ímpetos nervosos que estava tendo.

— Se aquele paspalho tivesse me ouvido! — rosnou o general, parou atrás da grande porta dourada, onde Lorde Stariano se encontrava sozinho com a humana — Onde ele estava com a merda da cabeça quando levantou o machado?

— Senti o cheiro dele, daria uma boa briga. — Darius bateu contra o peito de Áries e arrancou um burburinho de risos dos capitães presentes.

— Eu me candidato. — interviu Áries — Já derrubei ele uma vez, o orgulho dele já foi ferido mesmo, então vou ser o próximo. Por Starian! — gritou o chifrudo.

Havia uma patrulha considerável de capitães, cada um representando sua raça na esperança de ver seu futuro acontecer, mas Galak não estava interessado na briga de machos territoriais. Fazia planos, manejava argumentos, procurava brechas para abrir uma discussão considerável em fazer com que a ação de Volkon não resultasse em algo catastrófico.

— Calem a boca. — ordenou quando ouviu a porta ranger.

O monumento barulhento e dourado foi aberto, a humana saiu de dentro da sala onde esteve sozinha com Lorde Stariano e parou de caminhar quando seus olhos bateram em Galak. Ela estava corada, não sabia como reagir enquanto o homem tinha os nervos à flor da pele, contendo sua ansiedade e mantendo-se sério, preparado para falar com o Lorde. Seu irmão, Gael, saiu de trás da porta com a imagem do mesmo. Um gêmeo, de armadura dourada e um ar tão poderoso quanto Galak. O cabelos negros estavam presos em uma trança, diferente do General que tinhas as mechas longas e soltas, mas com o mesmo olhar sério.

Galak desembainhou a espada, bateu a ponta do aço no chão, ajoelhou-se sobre uma dobra da perna e abaixou o rosto, assim como os demais ali presentes. Seu irmão estava acima, assim era a hierarquia.

— Aos serviços do Lorde, por Starian! — soltou sua submissão em voz, dirigida ao irmão.

Gael deu um tapa no ombro do parente, suspirou com a formalidade que ele usava diante os outros, mas entendeu seu papel.

— O experimento está de pé. Galak, tome a fêmea. — o general levantou os olhos, sentiu o silêncio pesado, mas não olhou para a humana, apenas manteve o olhar firme para o irmão sem entender o que ele planejou — Mais algum espécime discorda do experimento?

— Irmão… — interrompeu Galak, roubou sua atenção e engoliu com certa dificuldade — O cheiro do Paladimus está sobre a fêmea. Meu instinto pede para arrebentar o meu amigo em pedaços apenas para sanar um sentimento primitivo de posse, e que pode resultar em algo perigoso.

— Exatamente. — Gael sabia o que estava fazendo e baixou o rosto próximo de seu gêmeo — A humana é sua, reivindique-a e faça uma droga de trabalho melhor, General. É uma ordem. E sinta-se grato, você vai ser o único que vai se conter quando for arrebentar o seu capitão rebelde.

— Ou vai matar ele mais rápido. — concluiu Áries, extremamente preocupado e sorrindo com a desgraça do amigo.

— Eu ainda posso ir embora. — Elaine tentou, ainda sem o olhar de Galak para si. Elaine só queria evitar novas humilhações, neste momento não entendia o que o sangue Stariano realmente discutia.

— Eu prefiro ver Volkon apanhar. — Savage se uniu ao lado de Áries, deu um tapa no vermelho e sorriu.

Volkon arrebentaria um por um depois, mas que se dane. Era a espécie, ninguém recusava uma boa briga, muito menos ao custo de uma fêmea.

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