Capítulo 4
— Seja bem vinda de volta, senhora Paladimus. — a voz robótica acionou o fechamento da porta assim que ambos atravessaram o hall de entrada do alojamento, lhe dando boas vindas — É um prazer recebê-lo, Capitão.
Elaine já tinha conhecido seu futuro lar, deu muitos toques humanos enquanto passava por sua quarentena e organizou até mesmo seu estúdio de trabalho. Diferente do medo que tentaram colocar nela enquanto estava n aTerra, os Starianos garantiram boas acomodações, procuraram eternizar ambientações humanas e, mesmo que sua raça estivesse limitada a muitas coisas, estavam confortáveis e assegurados. Elaine continuaria seu trabalho e enviaria conhecimento e informações para seus estudos, alimentando o outro planeta com tudo o que pudesse sobre os mesmos. A rede de estudo continuaria, mas neste caso, Elaine o faria com um objeto de estudo exclusivamente sendo seu.
— Obrigada, Pryor. — agradeceu Elaine quando Volkon soltou o pano de suas costas, cruzou os braços e passou a dar uma boa olhada na sua nova acomodação — Sempre quis saber o motivo pelo qual nunca veio, apesar de eu estar em quarentena, o acesso sempre foi livre para você. — Volkon não olhou para a baixinha, apenas rosnou de forma involuntária e manteve-se observador — Eu também fiquei nervosa, querido, não precisa se envergonhar. Vamos nos dar muito bem juntos, deixa eu só tampar o meu bumbum, a menos que queira olhar mais um pouquinho… — Elaine dirigiu seu melhor sorriso sem vergonha, Volkon depositou suas íris escuras nela e a viu morder os lábios como quem desejava comer a si próprio. Não era sexy, mas a humana estava mesmo disposta, podia sentir o cheiro de sua vontade invadir suas narinas novamente, dificultando seu instintos de se manter no lugar.
— Um nível de alteração hormonal foi fortemente detectado. Ambos estão amplamente solícitos para copular. Devo abrir um relatório? — Pryor acionou os comandos pelo qual foi programada, aguardando a resposta de seus senhores.
— Sim! — Elaine respondeu de imediato, deixando Dionísio se rastejar pelo chão e quase gritando de expectativa. Já imaginou Volkon lhe pegando com aqueles braços enorme, a levando para a cama e fazendo sexo ao estilo extraterrestre.
— Não. — resmungou Volkon olhando duro para sua humana, desanimando os comandos de Pryor e as expectativas dela.
— Porque, não? — perguntou, mas antes que pudesse obter uma resposta, se precipitou — Ah, entendo. Devemos nos conhecer melhor e acho que você tem razão. No nosso caso, sexo não será algo meramente casual, então estabelecer laços é importante. Eu até preparei um questionário que pode nos ajudar em nossa interação…
Irritante. A humana baixinha e feia era irritante, falante, energética e tudo o que Volkon detesta em uma fêmea. Resolveu que levaria o experimento como uma experiência para elevar seus dons como Capitão, e paciência era algo que ele precisava trabalhar. Passou pela nanica ignorando sua falação, levantou os pés para não pisotear Dionísio — mesmo que sua vontade seja de esmagá-lo — e se dirigiu ao cômodo privativo onde poderia descarregar a água acumulada no corpo. Mijaria o dia inteiro se isso fosse ajudar a evitar os barulhos da humana, ferindo seu precioso orgulho mais uma vez.
— Há uma solicitação do general Galak, devo aceitar? — Pryor invadiu a privacidade do banheiro, pegou Volkon na desatenção e o fez respingar a mira do mijo na beirada do mictório. O que maldição estava acontecendo ao seu redor?
— Você não foi programada para uma merda de privacidade? — resmungou para a voz chacoalhando a mão e respirando entre os dentes.
— A senhora Paladimus costumava se sentir sozinha, então ela desbloqueou o meu sensor privativo.
— Tinha que ser… — reclamou, conseguindo guardar seu amigo azul na calça e respirou a merda da paciência que já desistia de ter — Qual é a do Galak?
— Volkon, encontramos o acesso do invasor, temos uma suspeita. — Ótimo, trabalho. O Paladimus ama seu trabalho, o faz com gosto e nada melhor do que solicitar o Capitão pra desestressar — Sei que acaba de entrar nas acomodações do alojamento…
— Não tem problema. Estou aí em cinco minutos, ou menos. — o azulado fazia questão de se livrar da situação em que estava.
— Eu vou entender se me disser o contrário, você tem certeza? — Galak insistiu na voz automatizada pelo sistema de inteligência artificial, ficando sem uma resposta.
Volkon saiu do banheiro que dava direto para as acomodações do dormitório espaçoso, estava disposto a vestir uma outra blusa, uma vez que perdeu a sua, mas nem mesmo conseguiu se mover. Elaine, sua fêmea humana, estava abaixada de joelho no chão e de traseiro para cima. O capitão Paladimus tentou conter toda a estrutura de seu corpo, mas a partição rosada estava ali. O meio dela estava escancaradamente exposto, com lábios bipartidos, colorindo sutilmente o meio das coxas brancas. A curva da bunda arrebitada era uma onda perfeita, o risco descia e se abria como uma flor e a entrada fechada estava ali, bem diante sua visão.
O azulado sentiu a droga do seu instinto reagir, os nervos se contraíram e a gula infernal pedindo para saciar os membros do seu saco gritaram dentro de si. Doeu, a ponto dele concentrar toda sua força no cabo do Machado, precisando se conter a tentação de se dobrar para se enfiar na fêmea. Starianos brigam por fêmeas, se uma fêmea lhe der uma mísera olhada, seus instintos o fariam matar para que fosse o único a ter a sua visão. A seca, com o tempo, os obrigou a ser cada geração mais violentos. Estavam cada vez mais precisando se conter e, com aquela visão, tinha uma sede horrível de procurar por Áries e arrancar seus olhos. Darius e até mesmo Galak, ele desejava ferir cruelmente apenas para saciar sua sede territorial.
Elaine saiu debaixo da cama, puxou o que parecia uma maleta pequena e se sentou sobre as pernas, tampando a visão e voltando a estar com um pequeno filete exposto nas costas, mas a curva da bunda pequena fez um coração invertido e se apoiava muito bem em seus pés. Estava alheia à presença de Volkon, mas isso durou pouco tempo.
— Oh, querido… achei que estava usando o outro banheiro. — comentou olhando para trás e vendo a visão azul gigantesca segurando o cabo do Machado, estáticos e com os dentes cerrados — Está tudo bem? É dor de barriga?
— Se não vestir a droga de uma roupa… — rosnou enfurecido — Não irei me conter nem mesmo se gritar! — Volkon respirava a pura força e tentação, odioso por ser submetido a isso. Jurou para si que daria o seu melhor para manter o seu orgulho, mas já estava cedendo no primeiro ato!
Já Elaine… Digamos que ela tinha um espírito promissor, seu espírito garantia muitos filhotes, sem problema algum. Em sua visão, seu herói azul acabava de prometer a ela um sexo selvagem, a ponto de garantir o seu fim! Sim, era exatamente isso o que ela queria! Deixou sua maleta prateada no chão, não se importou com as bochechas coradas e deu uma olhadinha sem graça para o lado enquanto puxava a roupa hospitalar e a deixava cair em seus pés. Para a desgraça de Volkon, as curvas arredondadas e bicudas da monstrinha humana era a visão de uma galáxia perfeita. Estavam pontudos, se aproximando cada vez mais enquanto ela insistia em morder os lábios como quem gostaria de comer um pedaço de carne, dando passos vagarosos em sua direção.
— Me faz gritar, querido… Me faz gritar até eu ficar azul! — sussurrou sem vergonha.
A nanica pulou, grudou na boca do Stariano e se dependurou no ombro largo. Pego de surpresa, o azulado bateu as costas na parede, sentiu a boca intrusa e pequena apertar seus lábios e soltar uma língua invasora. Não resistiu, recebeu a menina e abriu os lábios, agarrou seu traseiro, virou-se com vontade e prendeu as costas da miúda contra a parede. Era apenas por Starian, falou pra merda do seu subconsciente! A boca da humana miúda era tão aconchegante quanto imaginava que seu meio podia ser, não conseguiu suportar sua vontade, prendeu os dedos contra o traseiro pequeno, sentiu-se abraçado por suas pernas e sugou o ar da monstrinha irritante. Ela gemeu, soltou um barulho de prazer e isso o instigou a manter-se mais territorialista, o que o fez decidir espalhar seu cheiro. Volkon abandonou sua boca, apontou a língua para fora e passou-a na pele quente e de cheiro bom. Inundou-se de vontade quando ela ofereceu a curva do pescoço e ele lambeu o caminho até a ponta de sua orelha, esfregando seu rosto em toda sua carne.
— Oh… — correspondeu a baixinha.
Elaine sentiu que cada segundo iria pirar. Não conseguia aguentar as explosões de sentimentos que subiu em seu corpo e se aglomerou no meio de suas coxas, seus nervos pediam para tirar seu atraso urgentemente! A língua era algo novo, áspero e grossa, ela podia comparar com um gato, mas não tinha certeza. Elaine não beijaria um gato, mas se acabaria em Volkon. O toque grosseiro apertando a carne de sua bunda era dolorido, mas não conseguia raciocinar direito, só conseguia sentir, gemer e sentir… até jogou sua cabeça para trás dando espaço para Volkon sugar tudo de si. O grandão puxou seu corpo mais para cima, passeou a língua em seu dorso e roçou a ponta do nariz em cada centímetro de sua pele, Elaine nem sabia como reagir quando o azulado socou o rosto entre as mamas dos seios e mordiscou a pele da mama endurecida. Ele passou a língua e ela foi obrigada a se agarrar na cabeleira ondulada, se mordendo enquanto predial as pernas no corpo grande do alien e o via se esfregar no meio das pelotas redondas.
— Volkon, eu ainda ainda estou na linha…
A voz do general Galak bateu-lhe como um balde de água fria, o fez voltar a sua sanidade principal e por descuido ele se afastou. Elaine foi parar no chão de um jeito totalmente torto, uma vez que ela também se afastou com a voz intrusiva. Gemeu com o baque, enquanto Volkon respirava com dificuldades, passava as mãos pelos cabelos e tentava raciocinar.
O que estava fazendo? Como ousou ceder a tamanha burrice em seu primeiro teste!
— Me dê cinco minutos. — resmungou virando as costas, evitou olhar sua humana e desbloqueou o acesso que lhe dava à um gaveteiro de roupas, acoplado aos fundos do quarto.
A separação foi rápida, ele custou para conseguir prestar atenção no que fazia, sentia o gosto de sua humana queimar sua língua e estava pronto para fazer o que o experimento fazia. Mas era mesmo o que queria? Estava disposto a esta vergonha, apenas pelos desejos de sua natureza?
— De quem é essa voz? — questionou Elaine se levantando, frustrada por ter sido interrompida.
— General Galak, eu sinto muito se atrapalhei… — o homem tentou se justificar, mas não conseguiu.
— É claro que atrapalhou! Se estava na linha e ouviu coisas indevidas, não podia desligar a ligação? — Volkon olhou para trás, levantou uma sobrancelha e tentou entender quem aquela humana minúscula e insignificante pensava que era para falar com Galak nesse tom? Ele era um capitão, mas ela não era ninguém. Ela se sentou na cama, cruzou as pernas, fez um bico e cruzou os braços — Porque está se vestindo?
Volkon olhou para a miúda, pensou em ignorar suas reclamações mas ela ainda estava pelada. Não estava conseguindo agir de forma devida olhando as curvas do corpo que estava disposto a ser seu, fazendo ele vacilar novamente.
— Trabalho. — respondeu seco, tentando se conter e pregando as abotoaduras da roupa dura e firme.
— O quê?! — reclamou a monstrinha indignada — Não pode estar falando sério, mal acabou de chegar!
— Senhora Paladimus, perdoe-me em… — Galak tentou novamente.
— Pryor, encerre o contato. — bufou interrompendo a voz altiva do general. Volkon pegou seu machado e o prendeu no dispositivo acoplado nas costas do uniforme, admirando a baixinha frustrada pelo sexo que não aconteceu. Então as humanas são capazes de lidar com guerreiros como Galak, apenas pela falta do acasalamento? Ele realmente tentou não pensar nisso e seguiu em frente — Querido, vai sair sem me dar ao menos um beijo?
Volkon ignorou a súplica de sua humana e atravessou a porta. Via-se livre a cada passo que dava, tentando se manter liberto daquele turbilhão de sensações. "Você é um traidor", a lembrança odiosa daquelas palavras voltaram com força, seus instintos o fizeram fraco e agora, estando com o pensamento mais claro, notou seu erro. Cedeu a uma merda de instinto, quase se acasalou com a fêmea e, apesar de saber que seu nome entraria na história, ele sabia que seria o primeiro estampado na traição. Teve de aceitar a missão, mas isso reverberou de forma cruelmente negativa sobre boa parte dos Starianos. Ele não vai ser o primeiro traidor!
— Acaba de me tocar e vai me deixar assim? — a voz da humana o pegou no auge de seus pensamentos, batendo exatamente na droga da sua ferida orgulhosa. Quando deixou a raiva sobrepor qualquer linha racional, ele fez uma besteira.
Cego, comandado pela frustração de estar dividido entre ceder ao seu instinto, tomar a fêmea como se deve e ser chamado de traidor, Volkon tomou o cabo do machado, berrou como um combatente alucinado e o levantou para cima. Quando o filete desceu, bateu contra o chão sob os gritos de medo da humana. Ela estava deitada no carpete, encolhida no canto, contida e trêmula, onde o corte do Machado duplo fincou no concreto levando uma mecha curta do cabelo. Por pouco ela não teve sua cabeça separada, uma vez que o corte do metal estava bem diante seus olhos.
— Pryor, evasão de emergência! Me tira daqui! Me tira daqui! — gritou com os olhos cheios de água, o coração saltando em medo e o terror em seus olhos.
Naquele momento seus sonhos, seu sorriso, sua vontade e todos os seus planos se tornaram poeira… Volkon olhou ao redor se dando conta da besteira que fez, ouviu o alarme soar e em questão de segundos invadiram o alojamento da primeira fase. Darius, um alienígena de pigmentaação dourada e escamosa, foi o primeiro capitão a entrar, seguido de Áries. Nem mesmo questionaram o que havia ocorrido, contiveram o corpo de Volkon, ainda sem acreditar no que foi capaz de fazer, o fizeram se ajoelhar e o prenderam com dispositivos fortes o suficiente para não separar suas mãos. Ele realmente não queria ter feito aquilo, mas não sabia como consertar a merda que acabara de fazer.
— Volkon, o que foi que você fez? — Questionou Áries vendo o machado do amigo grudado no chão e a cabeça da humana rente ao corte do metal pesado.
Darius tirava a blusa do uniforme de cima e abaixou-se para entregar a humana. Por medo, a menina conseguiu deixar suas lágrimas se escapar mas se encolheu fortemente quando os braços do Stariano dourado se aproximou e o combatente não recuou. Volkon havia tocado ela, sentiu o gosto dela e até espalhou um pouco de seu cheiro na criatura, mas ver um outro macho da espécie tocando atiçou exatamente seu instinto territorial. Quando se deu conta berrou, tentou atacar Dariu com as mãos contidas, assustou Elaine, que achou que era um ataque contra ela e a fez gritar de medo. Áries pegou o machado do do amigo, bateu no próprio com o cabo, enquanto Darius usava o corpo para proteger Elaine. Volkon gritou cego, e levou uma surra feia, até que ele caiu no chão desacordado e só então a humana parou de gritar.