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6

abriela narrando

Heitor entra no quarto bastante estranho, depois da noite que ele me levou para aquela cabana eu nunca mais o desafiei.

Eu estava submissa a todas às suas ordens, o medo dele fazer algo contra a minha filha e minha mãe era maior do que tudo, ele sempre me lembrava que tinha o controle da situação e delas também.

- Oque você está pensando? - Ele pergunta parando na minha frente e eu levanto o olhar para ele, eu tinha acostumado que toda vez está de cabeça baixa.

- Nada não - Eu falo para ele.

- Gabriela - Ele fala me encarando , ele gostava de me controlar o tempo inteiro, ele jogava comigo 24h por dia e eu tinha que entrar no seu jogo, porque ele sempre tinha que sair vencendo.

- Na minha filha apenas - Eu falo para ele que parece pensar em algo.

Nesse jogo ele era o vencedor e eu a perdedora, a derrotada.

- Deveria ter pensado antes - Ele diz, Ele sempre gostava de colocar a culpa de eu ter parado nesse lugar em mim, ele sempre me dizia coisas cruéis e me rebaixava o tempo inteiro. Era difícil conviver com isso todos os dias, mas na minha cabeça isso já estava virando quase uma coisa normal. - Carla e Marcelino estão vindo jantar aqui.

- Uma boa janta para vocês - Eu falo baixo, as vezes eu ainda tinha as respostas atravessada mas bastava um olhar dele para que eu entendesse que era meu momento de ficar calada.

- Para nós - Ele diz e eu o encaro - Se arruma porque você vai jantar comigo.

- É sério isso? - Eu falo pensando na humilhação que seria. - Por favor isso não, pode acontecer qualquer coisa menos isso.

- É sim , você querendo ou não - Ele diz - Troca de roupa, ou , de lingerie - Ele fala e eu arregalo os olhos.

- Você não vai me submeter a essa humilhação - Eu falo para ele que abre um sorriso.

- Eu não tinha pensado em nada - Ele diz - Mas agora que você me deu a ideia. - Eu suspiro.

Gabriela você tem que saber a hora de ficar quieta .

- Eu vou trocar de roupa - Eu falo para ele indo até o closet, e escolhendo qualquer camisola que tinha ali.

- Veste isso - Ele diz me dando um shorts e uma blusa - Não quero Marcelino te olhando não. - Eu o encaro.

- Obrigada - Eu falo para ele encostando na sua mão quando pego as roupas.

- Já falei que não é para você encostar em mim - Ele diz segurando a minha mão forte, meus olhos logo se enche de lagrima, mas aí eu lembro das suas ameaças, se eu chorasse ele iria me punir e eu já estava cansada e dolorida também.

- Desculpa - Eu falo baixando a cabeça e trocando de roupa.

Ele me encara e eu encaro ele abaixando a cabeça , ele pega e sai do quarto. E eu suspiro, eu não conseguia acreditar que ele ia fazer eu jantar com eles e passar por toda essa humilhação.

Carla tinha ódio de mim e a gente sabia quais são os motivos para isso, ela iria me provocar o tempo todo e eu não iria poder fazer nada por causa do Heitor.

Gabi narrando

Estava insuportável ficar nesse jantar, , estava no mesmo lugar de todos que me trouxeram para esse inferno.

Eu me sentei em um canto do sofá e ali fiquei olhando para o nada, enquanto eles andavam pela casa, conversando e bebendo, encontrei uma revista e peguei e logo comecei a folhear ,mas não entendia nada porque estava em francês ,mas mesmo assim estava olhando para distrair a minha cabeça.

Carla me olhava de canto o tempo todo, algumas vezes jogou piadinha mas não revidei porque não queria problemas e Heitor estava sempre observando com um olhar misterioso enquanto conversava com ela ou com Marcelino.

- Está chato isso - Leandra diz sentando do meu lado, ela nunca falava comigo, apenas quando o irmão mandava - Você não quer beber nada? - Ela pergunta me encarando.

- Não, obrigada - Eu falo para ela tentando abrir um pequeno sorriso.

- Eu não sou sua inimiga n - Ela fala e eu ergo o meu olhar para ela - Se você quiser eu posso ser sua amiga. - Ela diz sorrindo e encostando a sua mão na minha.

- Sendo irmã dele ?- Eu pergunto olhando para Heitor que agora tinha se distraído conversando - Não vai dar, desculpa - Eu suspiro.

- Tudo bem - Ela diz sorrindo - Mas se você precisar pode contar comigo - Ela diz se levantando.

A única coisa que eu sabia desse jantar que era um jantar de negócios e por algum motivo eu pensei que ele poderia estar me vendendo de volta para esses dois, vai saber, eles são todos loucos.

Com permissão de Heitor eu vou até o banheiro, o banheiro era enorme e tinha dois dentro, eu nunca tinha andado assim pelo apartamento e ele era enorme, daria umas seis casas minhas aqui dentro. Eu fecho a porta e faço as minhas necessidades , logo escuto a porta ser aberta e escuto passos até o outro banheiro. Abro a porta e vejo que a pessoa ainda está no banheiro, então lavo as minhas mãos e quando iria sair a porta se abre atrás e logo vejo que era a Carla.

- Gabi - Ela diz e eu me viro para ela - Você está me parecendo muito bem - Ela diz me olhando de cima a baixo - É bom te ver. - Ela abre um sorriso.

- Não posso dizer o mesmo - Eu falo tentando abrir a porta mas a mesma está trancada - Porque a porta esta trancada? - Eu pergunto cruzando os braços.

- Porque talvez ainda tenho um assunto para resolver com você - Ela diz me encarando séria.

- Você quer apanhar de novo é isso? - Eu falo para ela que começa a rir. - Só pode ser isso Carla.

- Você acha que eu tenho medo de você Gabi? - Ela diz - Eu te vendi para o pior dos piores e ainda ganhei um dinheiro alto com você, Heitor tem controle sobre você , então tenho certeza que você não vai fazer nada - Ela fala me desafiando.

- Abre a porta - Eu falo para ela perdendo a paciência.

- Você sempre vai ser uma vagabunda Gabi - Ela diz se aproximando - Todos vão te usar e jogar fora, daqui a pouco Heitor se cansa , te vende e compra outra - Ela fala se aproximando ainda mais e atinge um tapa no meu rosto, eu a encaro, e dou um tapa de volta que faz ela ir para trás, eu vou para cima dela, eu agarro os seus cabelos e bato a sua cara contra a parede.

- Sua vagabunda - Ela diz tentando agarrar os meus cabelos também e eu dou um tapa nela.

- Abre a porta - Escuto batidas na porta e parecia ser a voz do Heitor.

- Eu vou matar essa vagabunda - Ela dizia e eu consigo derrubar ela no chão e subo por cima dela batendo no seu rosto e ela tentava se defender com as mãos. Eu não esperava a hora de poder dar outra surra nela desse jeito.

- Gabriela abre a porta - Escuto a voz do Heitor, mas com a raiva que eu estava e já imaginando que ele iria me matar, mas antes eu iria matar ela primeiro.

Ela estava com o canto da sua boca sangrando, e eu batia mais forte, até que escuto um estouro e a porta se abre com tudo e alguém me tira de cima dela.

- Você ta maluca porra ? - Ele grita comigo com a arma na mão e dando um tiro para cima, me fazendo dar um pulo para trás. - Levem ela - Ele diz para dois seguranças que me seguram e me levam para um quarto escuro e me jogam lá é trancam a porta.

Heitor iria me matar, isso era certo, Ele iria me matar. Mas a minha raiva contra ela era enorme, e eu precisava matar ela primeiro para depois morrer, eu precisava terminar de dar a surra que eu comecei, isso até me deixou de alma lavada.

Mas agora cada minuto que passava era de agonia , porque a qualquer momento ele podia entrar e me matar.

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