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Capítulo 5

Assim que todos limparem a casa, Diana e eu começamos a trabalhar.

— Sonhar acordado com cigarros. Você tinha apenas dezessete anos. — -Cigarros Devaneios, Cage o elefante.

O ano passado...

Esta é a terceira vez que vou à casa dos Maxwell em uma semana. Meu pai foi embora pela enésima vez e agora é insuportável estar com minha mãe.

Eu também me sinto culpada por falar isso, mas na verdade... ele chora o tempo todo, esquece de fazer compras ou fazer alguma coisa. Ela diz que tirou uma licença sabática do trabalho, mas estou começando a achar que ela foi demitida por todos os dias perdidos.

Quando chega esse período, eu sou o adulto e não ela, e isso é de partir o coração. Pelo menos eu tenho meu lugar nesta casa, só preciso que meu quarto esteja arrumado.

Thomas está ao meu lado enquanto move os dedos indiferentemente sobre o controle. - O que está acontecendo com você? Marquei seis vezes. -

Estamos jogando FIFA em times diferentes, ele nunca tentou bloquear um chute.

“Nada, não tenho nada”, responde ele, deixando o controle remoto no sofá e entrando na cozinha. Pauso o jogo e continuo.

"Se estou quebrando suas bolas, vou embora", digo a ele.

— Mas o que, fica. -

Ele pega uma bebida, abre e toma um gole. "Então me diga o que está acontecendo." -

—Nada, eu te disse. -

- Não me convence. -

Thomas liga a pia e joga água em mim. - Você está louco?! —exclamo ao entrar em contato com a água fria.

Tomás ri. —Pare de me tratar como um paciente doente. -

- Que significa? — Pego um pedaço de papel e seco minha camisa. É junho, as aulas terminaram há um mês e ele ainda está usando camisas de mangas compridas.

“Toda vez que fico entediado você pensa que estou morrendo por dentro”, ele responde.

—Não é verdade, só estou preocupado com você. -

Como não consigo secar a camisa, tiro-a.

—Você está fazendo um strip-tease agora? - ele pergunta.

Percebo que ele me olha por mais tempo do que o normal e, quando percebe que o vi, limpa a garganta e desvia o olhar. "Vamos para a piscina", sugiro.

- A água está fria. -

—E está calor lá fora, vamos. -

Eu o empurro até que ele chegue à beira da piscina. Eu tiro meus sapatos. “Você não tem fantasia”, ele me lembra.

— Eu tenho boxers, qual a diferença? -

Tiro a calça e sento com as pernas na água enquanto espero que ele faça o mesmo. “Não me diga que você vai virar uma salamandra se entrar na água”, brinco.

Tommy finge uma risada. - Tem. Tem. —Ele balança a cabeça e tira os sapatos, as meias e as calças, mas não a camisa. Ele se senta ao meu lado. - Pegue. -

Tomás ri. —Você quer me ver meio nu? -

— Eu vi você sem nada, o que há de errado com você? -

Ele continua sorrindo, mas não acredito na farsa. —Nada, você sabe que sou sensível ao frio. -

"Mas estão trinta graus", respondo. - O que você está escondendo? -

— Xav, pare com isso, não quero tirar. -

Dito isto, ele tenta me empurrar para dentro da água, mas sendo mais forte, acaba na água. Eu sigo isso.

A água toca meu peito. "Você é um idiota", ele murmura, tirando o cabelo do rosto.

—Você tentou me empurrar. —A camiseta preta gruda nele. — Se já estiver dentro, remova-o. -

Ninguém que aparece sem nada teria vergonha de tirar a camisa, então o que diabos está escondido por baixo?

- Não. -

- Diga porque. -

- Não estou com vontade. -

- Não é uma resposta. — Chego mais perto e ele se afasta.

- É. -

- Não. -

Consigo pegá-lo e puxá-lo para mim. —Xavier eu vou te matar. — Ele tenta se libertar mas minhas mãos o seguram firmemente em sua cintura.

—Ou você tira ou eu tiro. -

— Tenho certeza que é assim que começam os estupros, Xavier — ele brinca sem parar de se mover.

—Cale a boca, está calor há semanas e você sempre usa mangas compridas, o que há de errado com você? -

Thomas para e suspira. —Você não vai me julgar? -

Eu deixo ir. - Claro que não. Diga-me. -

— Bom... — ele olha para baixo. — Eu tatuei a bunda da sua mãe no meu braço. -

E antes que eu consiga recuperá-lo, ele sai da piscina e corre pelo jardim, seguido por mim. —É melhor para você que eu realmente não tenha a bunda da minha mãe no braço! -

Thomas ri e entra em casa. - Você está louco? Molhe tudo! -

Eu o sigo para dentro e o persigo pela sala de estar. O parquet não é a superfície certa se você já tem tendência a escorregar devido aos pés molhados.

A governanta entra no quarto, seguida por Diana. Thomas e eu paramos de nos olhar por cima da mesa branca.

“Que diabos você está fazendo, Thomas?”, pergunta a governanta. Atrás dela, Diana cobre a boca com a mão para não rir.

Naquele momento lembro-me de estar seminu.

—Vamos sair, me desculpe. —Thomas começa a correr lá fora novamente. Ela o segue até a quadra de basquete nos fundos de sua casa.

- Para! - Íntimo.

— Você será mais forte, mas não mais rápido. -

A casa de Thomas é enorme, então persegui-lo pelo perímetro é bastante cansativo. Então paro atrás de uma parede esperando ele passar, pensando que ele está atrás dele.

Thomas cai na armadilha e eu o tenho nos braços. — Fique quieto ou vou amarrar você. -

—De novo: eu poderia denunciar você por estupro. -

Eu o pego com um braço em volta de sua cintura estreita. - Pegue. -

—Não estou escondendo nada! -

—Então tire! -

— Você não é meu tipo, Xav. -

- Eu advirto- -

Ele bufa. — Ok, mas me liberte. -

- Não. -

—Como faço para tirar se você não se mexe? -

—Se você escapar de novo, Thomas… —

“Não vou fugir”, promete. Então eu o soltei e, cumprindo sua promessa, ele tirou a camisa.

Meus olhos examinam o peito primeiro e não veem nada. Então olho para meu braço e felizmente não há tatuagens. Nesse tempo...

Quando olho para meus pulsos, meu coração afunda. —Tommy…—

Ele não olha para mim. - Não diga a ninguém. -

Os cortes nem cicatrizaram. — Desde quando você faz isso? -

Thomas suspira e senta de pernas cruzadas no chão, eu faço o mesmo.

- Poucas mariposas. -

- Porque? -

“Isso me relaxa”, ele responde.

– Você fica relaxado se se machucar? -

Thomas abre e fecha a boca várias vezes antes de encontrar as palavras. —Não é fácil de explicar. Lembra quando você me disse que fumar muda seu cérebro? -

Eu concordo.

— Bem, para mim sim… isso. -

Não sei o que te dizer. Nunca esperei me encontrar nesta situação. “Ninguém sabe”, acrescenta.

—Por que você começou? -

— Ultimamente tenho discutido muito com a mãe, ela me faz sentir mal e comecei a ficar com raiva de mim mesmo. -

Thomas mexe na pulseira que Martin lhe deu alguns meses antes. —Isso faz você se sentir mal? - Eu repito.

- Sim. -

Posso adivinhar por quê. Nunca foi segredo para mim que Thomas gosta de meninos, embora pense que sim. Várias vezes me perguntei por que ele manteve isso em segredo, já que várias vezes o fiz entender que nem eu nem os outros teríamos problemas em aceitar, mas agora entendo que é ele quem não se aceita.

“Não conte a ninguém”, ele repete.

—Só se você prometer parar. -

Thomas olha para mim pela primeira vez. - Vou tratar de. Eu prometo. -

—Não pense que não vou controlar você. Eu só quero o melhor para você e isso não é bom. -

Ele concorda. Eu devolvo a camisa para ele. —Você passaria o verão inteiro com camisetas de mangas compridas? -

- Vou descobrir uma coisa. -

Thomas veste a camisa novamente e tenta voltar para casa, mas eu o paro e o abraço. - Eu estou aqui para você. -

Ele descansa a bochecha no meu ombro. —E você não está errado, Tommy. Você está bem do jeito que você é. -

— Obrigado — é tudo o que ele diz.

“Teria sido melhor se você tivesse tatuado minha mãe em seu braço”, digo a ele e ele balança o peito com uma risada silenciosa.

—Isso é o que Martin faria. -

Ele quebra o abraço e eu olho para ele. Ele tem olhos brilhantes. "Por que não ligamos para ele e Cohen?" -

Ele me olha preocupado. "Não vou te contar nada", garanto a ele.

Ele concorda. "Ligue para eles", diz ele, insinuando um sorriso.

—É uma igreja de romances queimados. E estou muito longe para orar. É uma música solo e é apenas para os corajosos. — -Só os corajosos, Louis Tomlinson.

Só quando termino de arrumar a casa de Iris é que volto para o quarto dela enquanto ela toma banho. Ele me pediu para dormir na casa dele e obviamente eu aceitei.

O que Jaime estava pensando? O que há na mensagem (estou na casa da Iris para assistir a um filme) que faz você pensar que deveria convidar pessoas para uma festa?

Sento na cama de Iris e pego meu laptop, a primeira coisa que noto é que a janela de mensagens está aberta.

Abro e encontro a foto de um número bloqueado. Meu coração aperta quando reconheço meu irmão na foto, filmado beijando alguém.

Conheço as preferências do meu irmão e ele nunca precisou me contar para que eu soubesse.

Mas Ethan Dawson?

Eu li a mensagem restante: Vejo você na pista de skate à meia-noite -V.

Só consigo pensar em um V.

Bom? Eu tenho que ir, certo?

Chego ao banheiro e bato na porta. - É um? -

- Sim? -

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