7
Vlad
— Posso saber o que você pretende com tudo isso? — Lucas ralha curioso, invadindo a minha sala e no ato ele larga um envelope em cima da minha mesa. Sem responder-lhe abro o pacote e tiro algumas fotos de dentro dele. Trinco o maxilar com força quando observo as imagens dela junto com Artêmis em uma clínica de reabilitação.
Sempre tão próximos. Sempre sorrindo para ele. Sempre o tocando. Penso sentindo um fogo descontrolado envolver as plantas dos meus pés e subir, tomando conta de todo o meu corpo.
— Vlad? — Desperto quando o meu amigo me chama e o encaro com frieza.
— Me deixe sozinho, Lucas! — ordeno.
— Não. Eu preciso saber o que está se passando nessa sua cabeça. Por que eu preciso vigiar essa moça? O que pretende fazer com ela?
— Você quer mesmo saber a verdade? — rosno entre dentes.
— Por favor!
— Eu a estou seduzindo.
— Você o que? Por que está fazendo isso?
— Porque eu preciso que ela esteja bem envolvida, completamente apaixonada por mim e quando eu conseguir isso a farei se rastejar aos meus pés. A desprezarei e assistirei enquanto ela derrama as suas lágrimas de dor, suplicando por mim. — Lucas parece assustado com a minha declaração.
— Vlad, eu não estou te reconhecendo. Por que quer fazer isso com essa moça?
— Só assim para eu sentir que não estou pagando por tudo sozinho.
— Meu Deus, isso é loucura!
— Você está proibido de comentar sobre esse assunto com quem quer que seja, Lucas. — Meu amigo me encara sério.
— E o que eu faço com a Iara?
— O que tem ela?
— Sabia que ela está voltando para o país?
— Que conversa é essa?
— Ela anda desgostosa. Disse que você não atende as suas ligações e que não responde as suas mensagens.
— Convença-a a ficar na França, Lucas. Eu preciso de mais tempo!
— Fala como se isso fosse fácil. Aquela garota é tão determinada quanto você.
— Eu sei que não é fácil, mas você sabe ser persuasivo quando quer.
— Eu vou fazer o meu melhor, meu amigo, mas enquanto isso pare com esse plano de destruir essa garota. Ela não tem nada a ver com o que acontece entre você e o seu pai. — O encaro firmemente.
— Fique fora disso, Lucas! Não se meta nos meus planos.
— Vlad...
— Pedi para me deixar sozinho! — insisto um tanto seco e ele bufa para mim.
— Droga de homem teimoso! — Ele resmunga saindo da minha sala e eu volto a analisar as imagens, sentindo um gosto amargo no meu paladar.
— Senhor Vladimir, a sala de reuniões já está pronta. — Minha assistente avisa entrando na minha sala.
— Ok, Sônia, eu já estou indo — ralho guardando tudo dentro do envelope e depois dentro de uma das gavetas da minha mesa. Em seguida, ajeito o meu terno no meu corpo e sigo direto para a sala de reunião.
... A propósito, meus parabéns!
... Pelo que?
... Eu vi sobre o caso de assassinato nos jornais. Você conseguiu provar a inocência daquele homem, quando ninguém acreditava nele.
Até ela percebeu o meu valor. Por que ele não consegue ver isso?
... Está me acompanhando pelos jornais, Senhorita Summer?
Sorrio quando me lembro do seu sorriso.
... Era um caso de grande repercussão, Senhor Mazza e muitas pessoas o estavam acompanhando. Você foi perfeito!
Não faça isso, Anne Summer. Não me envolva, você está proibida de me ludibriar e de me envolver de qualquer forma!
— Vlad? Vladimir?
— O que? — Desperto dos meus devaneios e percebo que o cliente já acabara de falar. No entanto, não ouvi uma palavra sequer que saiu da sua boca.
— O Senhor Antenor fez um resumo sobre o problema judicial que envolveu a sua empresa. Os seus bens foram congelados e ele não pode voltar a trabalhar até que prove que não teve nada a ver com a lavagem de dinheiro. — O resumo da minha assistente me deixa a par de tudo.
— É claro — digo. No entanto, não estou com cabeça para focar no que devo fazer aqui. — Deixe os documentos da licitação com a minha assistente. Eu prometo estudá-los com bastante atenção e marcaremos uma nova reunião, ok?
— Mas, Senhor Vlad... — Não espero pela sua resposta e saio imediatamente da sala. Enquanto caminho pelo longo corredor ligo para a garota que tem perturbado os meus pensamentos, porém, a chamada vai direto para a caixa postal.
— Merda, por que você não me atende?! — rosno irritado e penso em guardar o celular no bolso quando ele começa a tocar.
Iara.
Mas que droga!
Decido não a atender e guardo o aparelho dentro do meu bolso. Entretanto, não volto para o meu escritório e saio da empresa logo em seguida.
Quem ela pensa que é para me deixar esperando desse jeito?
Resmungo mentalmente enquanto dirijo direto para o prédio do Grupo Publicidade Pekin e não demora para eu estar andando pelos seus largos e movimentados corredores, entrando na sua sala logo em seguida.
— Porque você... — Paro de falar quando encontro a sua sala vazia e respiro fundo algumas vezes para não pôr a minha raiva para fora em cima dos objetos de decoração desse lugar. Contudo, começo a analisar o seu local de trabalho. É uma sala pequena com uma decoração simples. Aproximo-me da sua mesa e seguro um dos porta-retratos onde tem a imagem de uma garotinha sorrindo ao lado de sua mãe, e me pego sorrindo também. Olho para as horas.
Onde você está, Summer?
Contudo, essa não é a pergunta certa a se fazer. Eu deveria me perguntar o que eu estou fazendo aqui? Por que estou correndo atrás dela quando ela deveria estar fazendo isso por mim? Perturbado com esses pensamentos vou para perto de uma janela e fito o lado de fora me perdendo em lembranças que não deveriam mexer comigo. Elas sequer deveriam me fazer sentir prazer. O som da sua risada baixa, o seu sorriso lindo, os olhos brilhantes. Sim, Anne Summer está fascinada por mim, mas o quanto ela está? O que ela seria capaz de fazer em nome dos seus sentimentos por mim?
— Vlad, o que faz aqui? — O som da sua voz atrás de mim faz um estrago dentro de mim difícil de consertar. Sim, ela faz o meu coração estremecer, o meu sangue ferver e as minhas mãos anseiam por tocá-la. Portanto, me viro para olhá-la e o vestido que está usando só piora a minha situação. Então me aproximo da garota sem lhe responder e antes que ela perceba o que está acontecendo a imprenso contra uma parede para beijar arduamente a boca. — Vlad, não! — Anne protesta me empurrando para longe dela
— Estou louco por você, Anne! — confesso a atraindo para mim de novo.
— Acontece, que eu estou no meu local de... — A faço calar-se com outro beijo ainda mais impetuoso do que o primeiro. No entanto, ela se afasta de mim.
— Por que não me atendeu quando liguei para você? — cobro irritadiço. Ela franze a testa.
— Eu estava em uma reunião, Senhor Mazza e o Senhor, por que não está trabalhando?
Essa é uma boa pergunta, Senhorita Summer. Resmungo mentalmente, mas decido virar esse jogo a meu favor.
— Porque não consigo parar de pensar em você um só minuto — falo puxando-a para os meus braços outra vez. Anne se segura nos meus ombros enquanto arfa com a minha imposição. — Porque ficar distante de você está ficando cada vez mais difícil — sibilo deixando minúsculos beijos no seu pescoço.
— Vlad! — Ela geme baixinho e ofegante.
Rio por dentro. Como é fácil dobrá-la!
— Porque eu te amo, Anne Summer! — confesso com sofreguidão. tomando a sua boca, mas dessa vez não tem calmaria e nem calor. Dessa vez o beijo é envolvente o suficiente para tocá-la com mais intimidade. Portanto, a faço caminhar para perto da sua mesa e na sequência a ergo do chão fazendo-a sentar-se em cima dos papéis. Uma mão minha desliza pela sua coxa por cima do tecido e invade a saia do seu vestido, encontrando o meio delas para encaixar-me ali. — Eu te quero tanto! — Um som áspero passa pela minha garganta e ela volta a gemer quando a toco por cima da sua calcinha. — Ah, que delícia! — rosno cheio de desejo por ela. Contudo, quando os meus dedos ultrapassam as barreiras da peça íntima a sinto estremecer ao meu toque e me obrigo a parar o meu ataque. — O que foi? — pergunto aturdido, porém, Anne cora violentamente e incrédulo me afasto dela.
Rio sem vontade.
— Você... Anne, você... — balbucio. Envergonhada, ela desce da mesa e ajeita o seu vestido, enquanto luta para controlar a sua respiração descompassada.
Isso não podia ser mais perfeito! Penso me sentindo irritantemente maldoso.
— Me desculpe! — Decido ir para perto dela e cauteloso a faço encostar-se no meu tronco, beijando calidamente os seus cabelos.
— Que droga, Anne, você deveria ter me contado.
— Me desculpe!
— Ei, não peça desculpas por isso. Não há nada de errado em ser virgem. — A faço virar-se de frente para mim e beijo calmamente a sua boca. — Isso a torna ainda mais especial para mim, Anne Summer.
— Sério?
Você não faz ideia, querida!
— Sério. E agora que eu sei disso cuidarei para que aconteça de um jeito bem especial para você. — Volto a beijá-la dessa vez com paixão e gana. Contudo, estou repaginando os meus planos agora.