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CAPÍTULO 2

CAMILE BERTOTTI

Eu queria que houvesse palavras suficientes no mundo para definir as sensações que tomam conta de todo o meu corpo como uma avalanche descontrolada, feroz e insana, no instante em que nossas bocas se encontraram num toque mais que perfeito.

Eu não sei descrever com precisão o que acontece comigo nessa hora, só sei dizer que algo dentro de mim muda por completo e me tira totalmente de órbita. Beijar Dante é mais do que realizar um sonho ou um desejo antigo, é o que percebo no segundo em que nossas línguas se confundem e ele aceita meu beijo. Beijar Dante está sendo para meu coração apenas a afirmação de algo, que se antes eu tinha algum tipo de dúvida, agora já não tenho mais.

Eu amo Dante. De verdade e com todo o meu coração.

Não é um simples sentimento passageiro que poderá se desfazer como fumaça com o passar do tempo. Não, não é isso. É muito mais profundo, intenso e real o que existe dentro do meu peito. É algo que está enraizado lá no íntimo do meu coração. Eu o amo, de verdade e pra valer, não como o fogo de uma paixão que dura apenas enquanto há atração física entre duas pessoas.

O que eu sinto por esse homem com certeza vai muito além disso.

Dante é a pessoa que me faz experimentar sensações que eu nunca vivi antes na vida. Ele é o cara que me faz querer repousar a cabeça tranquilamente em seu largo peito e descansar nos dias mais difíceis que tenho. O homem que me transmite segurança o bastante para me entregar a tudo o que estou sentindo de corpo, alma e coração.

Eu o quero muito, como nunca quis nada em toda a minha vida inteira até agora.

Fecho os olhos lentamente, para absorver essa verdade, e gravar em minha memória cada segundo dessa realidade que estou vivenciando. Cada segundo com ele é precioso demais. Eu não quero esquecer, e muito menos que acabe. Quero decorar o sabor do primeiro de muitos beijos que ainda vamos trocar, e gravar a textura de sua barba por fazer na ponta dos meus dedos, como um mapa para o tesouro.

Sou alguns centímetros mais baixa que Dante, porém esse pequeno detalhe não me impede de fazer o que pretendo, então, dou um passo à frente decidida, empurrando seu corpo contra o balcão da cozinha, pressionando-o junto ao meu corpo, de modo que ele fique preso entre o mármore e eu, e não tenha para onde escapar.

Não deixo outra alternativa além de que permaneça no mesmo lugar em que desejo.

Aproveito a proximidade que o momento oferece para colocar uma mão sobre seu peito rijo, escondido pelo tecido da camisa social que está vestindo nesse instante, e uso a outra mão livre para segurar seu rosto de forma firme, e trazê-lo para mais perto possível.

A princípio Dante não apresenta resistência ao avanço, pelo contrário, ele retribui o beijo na mesma proporção de bom grado, e até rodeia minha cintura com seus braços, apertando-me junto de si, de tal modo que eu acabo entre suas pernas, em um abraço pra lá de agradável.

Meu Deus, será que estou acordada ou sonhando? Dante também está na mesma sintonia que eu? Estamos falando a mesma linguagem, sentindo o mesmo magnetismo? Sem estresse, questionamentos, recusas ou brigas? Sério mesmo? Por favor, se eu estiver vivendo um sonho, que ninguém me acorde ou serei capaz de matar qualquer um que o faça, sem o menor peso na consciência.

Por anos lutei demais para chegar aqui, para ter a coragem de despir meus sentimentos diante dele e assumir o que sinto, mesmo após tantas esquivas recebidas, então desistir ou colocar tudo a perder agora está fora de questão.

Eu irei até o fim do processo.

As coisas não podem acabar simplesmente após o beijo e cada um seguir sua vida como se nada tivesse acontecido. Dante precisa saber, com todas as letras, o que realmente sinto em relação a ele.

-Dante, escuta...

Digo quase sem fôlego ao desgrudar minha boca da sua, e abro os olhos para mirá-lo com atenção.

-Tenho que te dizer algo muito importante.

Continuo ao plantar alguns beijinhos em seu maxilar e queixo, percebendo que ele inspira fundo por um instante, ainda mantendo os olhos fechados.

-Fale, Cami...

Ele responde com a voz grave, bem próximo do meu ouvido, e o contato de seu hálito quente de encontro a minha pele, faz com que cada bendito fio da minha nuca se arrepie.

Oh, céus! Assim fica difícil de me concentrar no que preciso dizer. O que era mesmo? Ah, sim... Eu estou prestes a contar que o amo. Vamos lá, Camile, você consegue! Essa é a hora, vai que essa é a sua melhor chance, o momento certo.

-Dante, abra os olhos, por favor. Você precisa estar olhando para mim quando eu disser o que pretendo.

Eu peço com o tom de voz sério, acariciando com os polegares as maçãs de seu belo rosto, até que ele me fite de volta assim como eu também o faço com extrema atenção.

-Eu estou te ouvindo, Cami.

Ai, meu coração! Por que eu me derreto toda vez que Dante pronuncia esse "Cami" como se fosse a coisa mais sensual do mundo? E por que sempre reajo da mesma maneira, feito uma tola? Por que sou tão fraca por esse homem? Por que, meu Deus do céu?

A resposta é simples e clara: porque é Dante. O proprietário do meu coração há muito tempo.

Não existe e provavelmente nunca existirá, outra pessoa que possa ocupar o lugar o qual hoje ele tem direito. Não existe a menor possibilidade de isso ocorrer, não importa o que aconteça hoje ou na semana que vem. Ele sempre terá seu lugar intacto dentro de mim. Dentro da minha mente e do meu coração.

-Dante Salazar, eu amo você. -eu declaro ousadamente com os olhos fixos nos seus, e o ritmo cardíaco como o de uma escola de samba no interior do meu peito.

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