Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

3

Ellen

— Ai meu Deus! — Ruby sibila pausadamente, expressando tamanha admiração e a sua empolgação é palpável. Contudo, estou assustada com tamanha semelhança.

Quer dizer, somo gêmeas, mas eu sempre fiz de tudo para manter uma diferença notável entre nós. Por exemplo, ambas temos cabelos lisos e ruivos. Contudo, pintei o meu de loiro e os mantive caracolados. Ruby costuma usar maquiagens fortes e sensuais, porém, prefiro algo simples e meigo como eu. Acho que isso diz muito sobre nós duas. Entretanto, estou me vendo um uma cópia nítida da minha irmã gêmea diante de um espelho de corpo inteiro.

Observo o seu sorriso extremamente largo direcionado a mim e bufo de frustração quando penso que terei mais uma noite com o meu cunhado devido o meu primeiro fracasso na primeira noite.

— E então? — Mamãe adentra o quarto, parando completamente estarrecida bem na entrada dele. — Oh, gêmeas outra vez! — Ela vibra se aproximando. — Nuca concordei com essa mudança tão radical entre vocês duas. — Ela sibila deslizando as pontas dos seus dedos pelos meus cabelos

— Use esse perfume, Ellen. — Ruby me estende um frasco pequeno com um líquido azulado e mesmo sem vontade borrifo um pouco na região do meu pescoço e pulsos. — Você está perfeita!

Reviro os olhos para essa afirmação.

— Agora vista o sobretudo, o carro está lhe aguardando na frente da casa.

— Vá logo, filha, antes que o Hill perceba a ausência da sua irmã. — Mamãe ordena, enquanto a sua mão empurra a base da minha coluna, fazendo-me andar apressadamente pelo largo corredor da casa.

Dentro do automóvel extremamente luxuoso não consigo relaxar. Não quando penso no que terei que me transformar apenas para ajudar a minha ansiosa família a conquistar o seu maldito legado, tornando-se mais uma família poderosa da alta sociedade com suas regalias. Um herdeiro para o Hill de Luxemburgo seria como um pelo e vantajoso pote de ouro no fim do arco-íris. Depois disso, ninguém poderá segurar o punho de ferro do Senhor Marlon Axel e claro, que a sua poderosa filha será a mulher mais observada e invejada entre as mulheres dos mais imponentes magnatas desta cidade.

E eu só queria o meu cantinho ao sol sem nada disso por perto.

— Chegamos, Senhora! — O chofer avisa, abrindo a porta para mim e me ajuda a descer do carro em seguida. Como da outra vez, observo a obscura fachada da enorme mansão com suas grandes e retangulares janelas de vidros transparentes e depois a porta larga de madeira maciça, subindo os poucos batentes na sequência, e antes que eu consiga tocar na maçaneta, um lado da porta se abre e uma empregada entra no meu campo de visão.

— Boa noite, Senhora Hill de Luxemburgo!

Hill de Luxemburgo. Me pergunto para que tantos fricotes?

— Boa noite, o Hill já chegou?

— Ainda não, Senhora!

— Ótimo, estarei o esperando em nosso. — Não espero ela responder, apenas sigo direto para as escadas com seus degraus brancos e lustrosos, e em segundos adentro o quarto respirando fundo algumas vezes para acalmar as batidas desenfreadas do meu coração. — Se acalme, Ellen, se acalme! Você precisa conseguir fazer isso essa noite. Por favor! Por favor!

Agoniada, me livro do sobretudo, revelando a camisola extremamente curta e ainda com uma fenda rendada na frente, revelando a calcinha minúscula com o elástico fino contornando o meu quadril. Nervosa, abano os meus cabelos, jogando-os para trás e puxo uma respiração que fica imediatamente presa nos meus pulmões quando noto a porta se abrir. O olhar rígido, porém, faminto do meu cunhado devora o meu corpo de alto a baixo e por fim, os seus olhos encontram os meus outra vez.

Sem dizer uma palavra e sem tirar os seus olhos famintos dos meus, ele começa a tirar a sua gravata, largando-a sobre uma poltrona e depois faz o mesmo com o seu terno de três riscas. Logo os seus dedos hábeis começam a abrir os botões da sua camisa sem qualquer pressa, fazendo-me ansiar por cada pedaço de pele que se revela pouco a pouco. Engulo em seco quando Collin se livra da sua camisa e na sequência as suas mãos se habilitam a abrir o cinto da sua calça.

É ridículo dizer que os meus olhos estão atentos a cada movimento seu? Pois eles estão.

— Vou tomar um banho! — Collin avisa com seu habitual tom gélido, livrando-se das últimas dos sapatos e das calças, ficando apenas de cueca na minha frente. Assim que a porta do banheiro se fecha vou imediatamente para perto de uma janela e fecho os olhos para respirar ar puro.

— Você consegue, Ellen, você consegue!

***

Na manhã seguinte…

— Bom dia, querida! — Mamãe cantarola abrindo as cortinas do meu quarto, permitindo que a luz do dia invada o meu quarto e eu solto um grunhido de desagrado, enfiando um travesseiro na minha cara.

— Por favor, mamãe, me deixe dormir! — resmungo desgostosa.

— Nada disso, mocinha, o dia está lindo lá fora e a mesa do café da manhã já está posta. — Reviro os olhos internamente, me dando por vencida e no ato, salto para fora da cama. — Estamos ansiosos para saber como foi a noite passada.

— Hum! — resmungo, entrando no banheiro e após fechar a porta me olho no espelho.

Estremeço quando penso nos seus beijos se arrastando por minha pele e céus, sinto até os arrepios que ele causa na minha pele.

… Ah, Ruby!

Os sons roucos e firmes que passavam pela sua garganta voltam a preencher os meus ouvidos e eu me pego mordendo meu lábio inferior. Abro os olhos e me encaro no reflexo.

— O que você acha que está fazendo, Ellen Axel? — Repreendo-me baixinho e me força a me livrar das roupas de dormir, para ir para debaixo do chuveiro frio.

— E então? — Mamãe questiona com expectativas minutos depois que me acomodo a mesa farta do café da manhã. — Em resposta me sirvo uma xícara de café, porque eu bem sei que ela não vai gostar nenhum pouco da minha resposta.

— Não vai falar nada, filha? — Papai insiste impaciente.

— Eu não sei o porquê, mas o Collin acordou um tanto atencioso comigo essa manhã. — Ruby comenta me fazendo erguer os olhos para ela.

É estranho afirmar que me senti incomodada com esse seu comentário?

Droga, é claro que é!

— Que droga, Ellen, diga alguma coisa pelo amor de Deus! — Mamãe ralha impetuosa e eu bufo alto, me levantando da cadeira e olho firmemente nos olhos de cada um deles.

— Eu fiz o que vocês me pediram, o querem que diga? — rosno e saio da sala.

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.