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Ellen
Entretanto, os seus olhos cativaram os meus em uma cobrança palpável e me obriguei a relaxar, fechando os meus olhos em seguida. Contudo, engoli em seco quando ele me penetrou firme e forte.
— Oh! — Não segurei um gemido dolorido que o fez parar imediatamente.
— Ruby?
— Eu… estou bem! — repeti com certa firmeza, tentando esconder a dor da ardência que esse gesto provocou no meio das minhas pernas.
— É normal que sinta esse incômodo na primeira vez. — diz atencioso. Apenas faço um sim com a cabeça para ele. — Mas prometo que você vai gostar do resto — sibila, inclinando-se sobre mim e logo as carícias da sua boca ardente me faz esquecer qualquer incomodo, e Collin chega mais fundo dentro de mim se mexendo logo em seguida.
Oh céus, são movimentos lentos, cálidos e gostosos. Penso enquanto volto a delirar com a exploração que a sua boca provoca em minha pele, até ele voltar a me beijar ardentemente, sempre exigindo e me levando ao meu limite. Os nossos sons preenchem todo o cômodo, se espalham e se encontram. As suas mãos cativam as minhas, mantendo-as na altura da minha cabeça, enquanto o seu olhar penetra firme no meu, porém, sem parar de mexer. Então o seu ritmo ganha força e velocidade, levando ao cume do seu prazer, aumentando o fogo dentro de mim e sem esperar, sou jogada das alturas direto no abismo escuro, e sou violentamente puxada para baixo, paras as águas revoltosas que querem me afogar. Os meus sons se tornam gritos de puro prazer, quando ele me faz explodir em mais um orgasmo. Sem forças, sinto os mus olhos ficarem extremante pesados. Contudo, Collin segura no seu membro ainda rígido e o manuseia por alguns segundos, explodindo logo em seguida.
Não!
Não!
Não!
Lamento dolorosamente por ter falhado na minha maldita missão.
***
No dia seguinte...
— Oh! — Acordo em um sobressalto e percebo que estou no meu quarto. Frustrada, volto a me deitar e fecho os meus olhos pensando na noite passada.
Eu seduzi o meu cunhado, que espécie de pessoa eu sou? Resmungo mentalmente, decepcionada comigo mesma.
O som dos pássaros cantando perto da janela me faz abrir os olhos e encarar uma manhã ensolarada através da larga janela de vidros transparentes. Calem-se, eu não estou com ânimo para suportar tamanha alegria dos céus! Retruco mal-humorada e me viro para encarar o teto. Respiro fundo quando as lembranças da noite passada voltam a preencher a minha mente, e incomodada com os meus pensamentos solto um grunhido frustrado.
Sair da mansão Hill de Luxemburgo na calada da noite até que foi bem fácil. Eu só precisei ter um pouco de paciência para esperá-lo dormir e enfim, trocar de lugar com a minha irmã. Assim que me abri a porta do quarto cuidadosamente encontrei o sorriso satisfeito de Ruby. Contudo, eu não estava nada satisfeita com toda essa história e apenas fechei o meu casaco para sair do cômodo lhe dando passagem. No entanto, antes de realmente fechar a porta a observei se deitar cuidadosamente ao lado do seu marido e se aconchegar debaixo dos lençóis. Só então saí dali o quanto antes dali. Já em casa, durante um banho demorado foi impossível não me lembrar de como me meti em toda essa confusão.
Há dois dias os meus pais resolveram dar uma festa para a alta sociedade em nossa casa. Lembro-me que estava entediada observando os convidados espalhados pela imensa sala e em algum momento vi a minha chance de escapar daquele maldito compromisso. Pensei em fugir para o jardim e quem sabe poder mergulhar no meu mundo imaginário, e assim acrescentar mais uma página para o meu livro de romance. Contudo, fui interceptada bem na saída da mansão.
— O seu pai deseja vê-la no escritório, Senhorita Axel. — Um dos empregados disse, me fazendo bufar em contrariedade. Entretanto, apenas girei nos meus próprios calcanhares e me dirigi para o escritório da casa, encontrando uma inesperada reunião famiGracer.
— Mandou me chamar? — perguntei, observando os rostos sérios da minha mãe e da minha irmã, que me encaravam de um jeito estranho.
— Sente-se, querida. — Mamãe pediu e eu puxei uma cadeira, sentando-me ao lado da minha irmã gêmea.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntei quando eles ainda me encaravam sérios.
— Está na hora de você contribuir com essa família de alguma maneira, filha.
Contribuir? O que isso quer dizer?
— Eu não entendi. — Fitei a minha mãe com curiosidade.
— Esse plano é realmente perfeito, mamãe! — Ruby cantarolou, abrindo um sorriso largo.
— Que plano? — Procurei saber.
— Ellen, filha eu preciso que faça algo muito, muito importante para a nossa família. — Papai sibilou, me encarando firme. Apenas meneei a cabeça em concordância.
— Faço o que for preciso por nossa família, papai?
Nunca diga tal coisa sem antes saber o que tem por trás das palavras do seu pai. É um conselho gratuito que dou para qualquer desavisado. Desperto quando o meu pai fica de pé e nos dar as costas para fitar o lado de fora da janela. O ato de levar as suas mãos para atrás do seu corpo me diz que o assunto é bem sério. Portanto, apenas prendo a respiração e o aguardo falar.
— Precisamos de um herdeiro para firmar os nossos laços com a família Hill e assim, teremos o poder de que preciso sobre essa cidade.
Definitivamente não entendi onde eu entro nessa história. Pensei me sentindo meio perdida.
— Ah, nesse caso deveria falar diretamente para a Ruby? — questiono o óbvio. — A final, ela é a esposa do Hill, certo?
— Esse é o problema, querida. — Papai volta a me fitar. — A Ruby não pode ter um filho agora. — Mamãe rebateu me deixando aturdida.
— Ela não pode? — Olho para a minha irmã que tem os olhos fixos nas mãos em seu colo. — Por que ela não pode ter um filho?
Observo os meus pais trocarem olhares e na sequência papai trinca o maxilar.
— Ellen, a sua irmã contraiu uma doença e por isso ela não poderá ter filhos por enquanto. — Franzo o cenho.
— Você contraiu uma doença? — rosno, ficando de pé. — Como assim, ela contraiu uma doença?
— Isso não importa, Ellen! — Papai rebate bruscamente.
— É claro que isso importa! — rebato o fitando com irritação e no ato, Ruby fica de pé, aproximando-se de mim, olhando bem dentro dos meus olhos.
— Você quer mesmo saber como isso aconteceu? — Ela rosna, parece irritada… comigo? E que culpa eu tenho disso?
— Ruby, não! — Mamãe a repreende.
— Eu tenho o direito de saber! — rujo, fazendo-a calar-se.
— Eu me deitei com outros homens e quer saber o porquê? Porque Collin Hill de Luxemburgo é um homem frio, calculista e sem alma. Ele é um verdadeiro ogro!
Meu coração disparou desordenado.
— E eu o odeio por isso!
— Cale a sua boca, Ruby! — Mamãe bradou, porém, ela sorriu para mim.
Definitivamente eu não reconheço essa Ruby em pé na minha frente. Quando ela se tornou essa pessoa vazia e sem pudor?
Balanço a cabeça para despertar desse estado de letargia e volto a encarar o meu pai.
— Ok, eu ainda não entendi por que estou aqui? O que vocês querem de mim? — indaguei nervosa.
— Eu preciso que se deite com o Hill de Luxemburgo, filha.
— O QUÊ? — gritei exasperada. — A caso o Senhor tem noção do que está me pedindo, papai? — interpelei agitada, mas ele apenas endureceu as suas feições.
— Como eu disse, precisamos de um herdeiro, Ellen e a sua irmã não pode nos dar isso no momento. Portanto, você fará isso por nós.
Arfei violentamente olhando de um para o outro.
Meneei a cabeça em um não.
— O Senhor não pode fazer isso comigo! — supliquei, sentindo a minha voz tremular com as lágrimas que começavam a se formar e um gosto amargo tomou conta do meu paladar. — Pai, por favor!
— Escute, Ellen, isso não é um pedido, é uma ordem. Você fará o que estou e não se fala mais nisso!
— Pai, eu nem o conheço, nunca sequer o vi na minha frente. Como farei isso com um desconhecido?
— Relaxe, irmãzinha, você terá a chance de conhecê-lo amanhã à noite. — Ruby ralha um tanto debochada. Contudo, contorno a mesa e vou para perto do meu pai.
— Pai, o Senhor não ver que isso é uma loucura?
— Calma, minha linda criança! — Mamãe diz se aproximando e leva as suas mãos para os meus ombros, fazendo-me fitá-la. — Não se preocupe, após o nascimento do bebê a Ruby assumirá o seu lugar de esposa na casa e você estará livre para fazer o que quiser.
As lágrimas escapam dos meus olhos e molham o meu rosto, porque eu bem sei, que não poderei escapar disso.