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Capítulo 8

- Ember, não deveríamos estar aqui, especialmente neste lugar", disse ela em um tom pesado. - Também diz que ninguém pode entrar depois das sete horas da noite - ele apontou para uma placa pendurada ao lado da porta do vestiário, na qual estavam escritas todas as regras a serem seguidas dentro do local.

- Essas regras são um lixo. E que incômodo também", respondeu a garota, com absoluta indiferença. Ela se aproximou do professor, juntando seus corpos e olhando diretamente para aqueles olhos que pareciam ainda mais azuis do que a água límpida da piscina. Ronaldo teve o primeiro instinto de agarrá-la pelos quadris e impedir que ela se afastasse dele, porque ele gostava daquele contato. Porra, ele gostava.

Mas ele se forçou a ficar quieto, segurando a pasta com a mão esquerda e tentando se distrair.

- Vamos nos comportar mal", disse ele, sorrindo maliciosamente.

Ela se afastou dele, deixando-o mais confuso do que antes, com seu perfume floral sobre ele ainda intoxicando suas narinas. O olhar de Ronaldo parecia não conseguir descansar em outro lugar que não fosse a figura da garota, que no momento estava de costas para ele. Seus olhos se arregalaram de surpresa quando ele a viu tirar a camisa e jogá-la no chão.

- Por hoje, vamos voltar a nos comportar mal", acrescentou ele, virando-se e tirando o sutiã de renda branca do corpo dela também.

- Ember... que porra você está fazendo? perguntou ele, desanimado. Mas enquanto sua cabeça gritava que isso era errado e extremamente perigoso, seu corpo lhe dizia para aceitar qualquer loucura que ela estivesse pensando em fazer. E quando as calças da garota também caíram no chão, deixando-a vestida apenas com aquela calcinha de aparência decididamente provocante que mal servia para cobrir sua intimidade, o professor sentiu uma pontada no baixo-ventre.

Já estava estranhamente quente naquele lugar, mas, a partir daquele momento, a temperatura parecia ter se tornado insuportável para ele. Ele colocou a pasta no chão e desabotoou o paletó, afrouxando a gravata.

Ela também poderia ser a pessoa mais racional do mundo, a mais cumpridora de regras, mas, diante daquela cena, viu seu autocontrole se despedaçar em mil pedaços, diante de seus olhos, deixando-o sozinho, para enfrentar qualquer loucura que quisesse fazer.

Ele e sua mente.

Ele e a parte mais sombria de sua psique.

A resistência teria sido impossível.

Ele sabia.

E Ember também sabia.

Ele olhava para aquele corpo que, para ele, estava próximo da perfeição. Essa garota, ao seu ver, parecia uma Vênus, atraindo-o com suas formas doces.

Uma musa que o fazia perder-se em seus olhos profundos.

Uma sereia, que o hipnotizava com sua voz.

Era algo místico, não havia outra explicação para a atração irracional que ele sentia por ela.

Ele não conseguia olhar para nada além de Ember. Suas pernas longas, adornadas com pequenas estrias nas coxas, na altura da bunda firme e arredondada. Os ossos do quadril se projetavam um pouco mais, realçados por aquelas cuecas de cintura alta. E a barriga lisa, que dava um certo destaque aos seios grandes.

Esses detalhes o deixavam louco.

Aquelas características, que outra pessoa poderia ter rotulado como defeitos, ele gostava além das palavras.

Ele olhou para a tatuagem, embaixo do seio esquerdo dela, que tinha a palavra Milk (leite), e se perguntou pela enésima vez o que significava, se ela a tinha feito apenas porque era o nome de sua bebida favorita ou se tinha um significado mais profundo. Ele estava quase prestes a perguntar a ela, quando encontrou seus olhos escuros e teve certeza de que estava prendendo a respiração o tempo todo.

Ela olhou para ele divertida, esperando nada mais do que dar o próximo passo. E quando ela notou aquele lampejo de excitação cruzando as duas piscinas azuis dele, parou de perder tempo.

Ela tirou a calcinha de renda, ficando completamente nua.

- Você pode me seguir, se quiser. Ou você pode ficar aí e assistir", disse ela, jogando-as para ele.

Damien as pegou imediatamente, embora não estivesse pronto. Ele desviou o olhar da calcinha para a figura da garota, que avançava em direção à borda da piscina. Ele manteve os olhos ancorados nas costas de pele clara como leite e mordeu a parte interna da bochecha, segurando um suspiro, quando a viu mergulhar naquela água cristalina, com um mergulho de cabeça.

E quando ela voltou a emergir, puxando os cabelos molhados para trás, com algumas gotas caindo de suas bochechas, Damien, sem perceber, colocou a calcinha no bolso do casaco e a tirou, deixando-a cair no chão, ao lado da pasta. Ele se aproximou da borda da piscina, agachando-se, enquanto ela nadava para se juntar a ele.

Ela era um creme tentador.

O professor finalmente teve certeza de que ela seria capaz de convencer qualquer pessoa a fazer o que ela queria.

Até o próprio demônio teria dificuldade em resistir a ela. E ele, que era um homem simples, de carne fraca e com um passado infeliz, como não se deixaria enganar por aqueles novos olhos que o fitavam cheios de desejo luxurioso?

A garota colocou as mãos na borda de pedra da banheira, pressionando os braços e tirando o tronco da água. Alguns arrepios se formaram em seu corpo, devido à mudança de temperatura, misturando-se com as gotas que deslizavam por sua pele, fazendo-a quase brilhar.

- Tenho que parabenizá-lo por seu autocontrole", disse ela, com os lábios próximos aos de Ronaldo. - Acho que qualquer outra pessoa já estaria nesta piscina, transando comigo", disse ele, e você viu claramente seu pênis subir e descer. Ela sentiu os dedos do professor roçarem a pele de seu pulso e subirem lentamente pelo antebraço.

- Você não facilita as coisas, garotinha", ele respondeu, roçando os lábios nos dela. Agora era uma questão de segundos até que ele jogasse todas as suas certezas no inferno e deixasse que essa garota o levasse com ela, completamente.

E, ao sentir a respiração dela fazer cócegas em sua boca, ele se imaginou já naquela água, com o corpo de Ember envolto no seu. Pele contra pele, o calor contrastando com o frescor da piscina. As mãos percorrendo aquela pele úmida, saboreando cada tremor e cada sacudida de prazer ao toque dela. Ele se imaginou deslizando dentro dela, enquanto a ouvia gemer, enquanto sentia sua excitação deslizando ao longo de seu comprimento e se misturando com aquela água clara.

Apenas com sua imaginação, ele estava lentamente conquistando um lugar garantido em um dos círculos do inferno. Ela suspirou profundamente e olhou para baixo, para seus seios expostos. O piercing prateado em seu mamilo direito se destacava na luz fraca que entrava pela pequena janela da porta.

Mas foi esse brilho que chamou a atenção de Ronaldo, quando ele notou que parecia ter se tornado mais pronunciado.

Os dois olharam para a porta pela qual haviam entrado, ainda percebendo a luz da lanterna e ouvindo o som de passos.

- Porra... - Ember se apressou em sair da piscina. - É hora de você correr de verdade, professor", ela o avisou, fazendo com que ele pegasse rapidamente a pasta e o casaco que estava ao lado dela.

- O que você fez? Deixe-os aí e vá embora", ela sussurrou, notando como ele também tentava pegar suas roupas, que estavam espalhadas pelo chão. Mas ao vê-la já em frente à segunda porta, que lhe permitiria sair antes de ser descoberto pelo caseiro, ele decidiu desistir e fugir com ela.

- Pelo menos vista isso - Ronaldo colocou o casaco sobre os ombros, pouco antes de os dois se encontrarem do lado de fora daquele prédio.

No meio de um jardim escuro, iluminado apenas pela luz da lua, os dois se olharam, enquanto suas respirações ficavam suspensas por causa da corrida que haviam acabado de fazer. O silêncio foi quebrado pela risada dos dois, no exato momento em que se olharam nos olhos.

Eles riram. Riram alto, como se tivessem acabado de ver algo engraçado na televisão. E continuaram a rir por alguns segundos, antes de se darem conta de onde estavam.

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