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Capítulo 04

Capítulo 04

Paola Duarte.

Ao acordar na manhã seguinte, dei-me conta da tolice que fiz ao ceder facilmente a Henrique. Tenho que descobrir o que está acontecendo com meu marido, ele nunca havia se esquecido do nosso aniversário de casamento antes. Ao levantar-me, vejo em cima da cama uma caixa de joias, abro a mesma e encontro um par de brincos e colar em ouro branco cravejado com pedras brancas. Embaixo da caixa, um cartão. Desculpe-me pela minha falta de atenção, mas não se esqueça nunca que você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

Salto na cama e doou alguns pulinhos, pensando na fortuna que deve custar essas belezinhas. Henrique sabe que adoro ganhar presentes, amo quando ele me mima, mas vou querer saber o motivo dele está tão disperso com o nosso relacionamento.

Depois de fazer a minha higiene matinal, desço para tomar café da manhã. Encontro Henrique sentado à mesa, com seu habitual jornal da manhã.

- Espero que você possa-me contar o que está acontecendo com você. - Digo sentando-me. Sirvo-me e espero que ele comece a me contar.

- Você não vai me agradecer pelo presente? - Pergunta.

- Se você tivesse entregado ontem eu agradeceria, mas não pense que irá me comprar com tão pouco. Magoou-me sua ausência ontem, e sua falta de atenção nos últimos dias. Você tem outra mulher, Henrique?

- Claro que não! Respondeu exaltado. Como se ele fosse-me dizer. Penso. Ele passa a mão de forma exasperada pelo cabelo.

- Estou sendo ameaçado há dois meses, Paola. Não sei quem quer me atacar, quem está tramando contra mim, mas tenho certeza de que tem a ver com a minha candidatura para governador, deve ser alguém de outro partido querendo-me atacar.

- Porque não me falou antes. - Murmuro em choque.

- Não quero lhe envolver nos meus problemas. Contratei um novo segurança, pois o anterior não conseguia mais realizar as funções com excelência. Agora mais do que nunca, você não poderá sair sozinha. - Diz. Eu assinto com a cabeça.

- Quem é o novo segurança? - Pergunto, lembrando-me do homem que vi ao seu lado na noite passada.

- Bom dia, senhor e senhora Duarte. - Meus olhos quase saltam da órbita ocular. Derrubo o suco que estava no meu copo, e sinto meu corpo tremer ao ouvir a voz de Marco. Fecho os olhos como se estivesse sentindo dor e respiro fundo. Céus, não permita que eu esteja acordada. Isso é um pesadelo, um pesadelo horrível. Abro os olhos lentamente e vejo Marco fitando-me, ele parece se divertir com a reação que me causou.

- O que houve Paola? - Henrique perguntou. Seu olhar preocupado.

- Distrair-me. - Falei sacudindo a cabeça. Uma das empregadas apareceu e limpou a bagunça que fiz.

- Como você deve saber, está é a minha mulher. - Henrique fala para Marco, que me fita intensamente.

- Sim, senhor. Como o "senhor" deve saber sou o melhor no que faço. Diz para Henrique e se retira. Ele frisou a palavra "senhor" como se estivesse desdenhando. Reparei na sua forma, seu corpo está mais musculoso, mais alto, os cabelos estão maiores, loiro acobreado, seus olhos verdes fitaram-me com raiva, e não com devoção e amor. Marco o que está fazendo aqui? Porque tinha que ser segurança contratado pelo meu marido. Perguntei-me internamente.

Terminamos de tomar café e seguimos para o carro. Hoje vamos jogar golfe. Com o Juiz Dalton Muniz, sua mulher, e sua filha, Lara que é a minha amiga. Caminhamos para a garagem, e de longe vi Marco. Ele conversava algo com o motorista, este abriu a porta do fundo para Henrique e eu. Vi quando Marco se sentou no banco do passageiro, na parte da frente.

Assim que o motorista deu partida, recostei a minha cabeça no banco e fechei os olhos. Não acredito no que está acontecendo. Deve ser castigo divino pelo que fiz. Lembro-me do dia que Marco ensinou-me a andar de bicicleta, nas vezes que caí e ele cuidou do meu machucado. Desde o dia que Marco foi viver com meus pais, nos tornamos muito unidos e com o tempo floresceu a paixão e o amor. Vê-lo, despertou todos os sentimentos que mantive no fundo do meu coração.

- Vamos, meu bem. - Henrique diz ao abrir a porta do carro.

Chegamos ao campo de golfe e encontramos nossos amigos, de longe, avistei Nathalie e meu estômago revirou. Ela é irmã mais velha de Lara, e a única que não gosta de mim, ela sempre diz que me casei com Henrique por interesse.

Ela não está errada, mas para ela é fácil falar, nasceu em berço de ouro e não sabe o que é contar os centavos para comprar o pão de cada dia, eu via meus pais fazendo isso, e jurei que nunca viveria desta forma!

- Nathalie, querida! Cumprimento, porém, ela está focada em alguém que está atrás de mim. Viro-me e vejo Marco há alguns metros de distância, ela fita-o descaradamente. Pelo que vejo, Nathalie tem uma nova presa. Mas ele não, nunca irei deixar ela se aproximar dele.

- Vejo alguém muito, muito quente. - Nathalie diz. No momento não tenho como impedir que ela se aproxime dele, pois tenho que cumprimentar os outros.

Os jogos começaram, mas eu não conseguia me concentrar. Minha mente não conseguia parar de pensar nele, e saber que ele está aqui, tão próximo de mim. A minha vontade é pular nele e beijá-lo, saber se seus beijos continuam tão gostosos, se sua pegada ainda é forte, sentir seu corpo quente colado ao meu, vê seu corpo nu e comprovar se é tão musculoso quanto parece...

- Paola, você está muito distraída. O que houve? - Lara perguntou notando a minha distração.

- Nada demais, em outro momento falo com você.

- Vou ao banheiro. - Digo e me afasto.

Olho-me no espelho e penso no que vou fazer de agora em diante. Você não podia fazer isso comigo, não podia entrar na minha vida novamente desta forma. Não assim, Marco.

- Gostou da surpresa? - Ouço a sua voz e viro-me.

- Que merda você faz aqui? - Pergunto e ele sabe ao que me refiro.

- Não posso deixar de trabalhar por sua causa. Diferente de você eu vivo do meu salário. - Diz ríspido.

- Com tantos políticos, você tinha que começar a trabalhar com meu marido. - Digo irritada.

- Cala a maldita boca. - Rosna, assustando-me. Marco pega-me pelo braço e joga-me contra a porta. Fitando meus olhos ele pergunta tentando conter a emoção.

- Porque fez isso com a gente, Paola. Por quê? Nos seus olhos eu vi que ele ainda me ama, assim como eu. Meus olhos enchem de lágrimas que tento esconder.

- Porque você nunca daria o que eu mereço. Não nasci para viver na pobreza e vivendo aquela vida medíocre. Com Henrique tenho tudo o que eu quero luxo, mordomia, poder e status. - Digo encarrando seus olhos.

- Menos prazer e amor. - Diz ríspido e me solta. Ele sai e bate à porta com força. Meus olhos se arregalam com suas palavras. Será que ele assistiu enquanto eu dava-me prazer. Céus! Não posso acreditar.

Encontrei-me com os outros no restaurante do campo de golfe. Sentei-me ao lado de Henrique, que conversava distraidamente com o juiz.

- Você está pálida, aconteceu algo? - Lara sussurrou.

- Não me sinto muito bem. - Digo. Ela olha-me com preocupação.

- Que mancha vermelha é está no seu braço. - Murmura olhando para meu braço.

- Sim, querida. O que houve com seu braço? Nathalie fala do outro lado da mesa. Tenho a atenção de todos neste momento. Cadela!

- Não foi nada demais, apenas bati o braço na bancada do banheiro. - Murmuro. Olho ao redor e vejo Marco olhando-me, encaro-o com raiva. Disfarço e vejo Nathalie olhando-me com a sobrancelha arqueada.

A melhor coisa que posso fazer é manter o controle. Ninguém pode saber que meu ex-namorado, o único homem que amei trabalha para meu marido.

Marco Ferraz

A reação que Paola teve ao me vê foi a esperada. A cor do seu rosto sumiu, quase deixando-a translúcida. Impressionante como o marido dela não percebe nada, o homem não a enxerga e não a conhece.

No banheiro daquele campo, Paola apenas confirmou o que eu sempre soube, mas ouvi da sua boca aquelas palavras aumentou a ferida que ela fez quando me deixou. Sei que ela ainda me ama, mas algo que percebi é que o amor não é e nunca foi suficiente para nós dois.

Passei os dados do e-mail que Henrique recebeu para o meu, tentei descobrir de onde o e-mail veio, mas seja quem for que esteja fazendo as ameaças, foi inteligente o bastante para bloquear qualquer tipo de rastreamento. A melhor coisa que podemos fazer é esperar quem estiver ameaçando-o entre em contato por telefone, para poder rastrear a ligação.

No domingo, depois que deixei o casal Duarte na casa da mãe do Henrique, eu fui até o meu apartamento. Recebi uma mensagem da minha morena, dizendo que fará um almoço para nós dois.

Ao chegar à casa Lívia fui recebido com um beijo delicioso. A peguei pela cintura e coloquei-a na porta, mostrando a necessidade que tenho de me afundar no seu corpo. Quero esquecer esta semana de trabalho e qual a melhor forma de esquecer-se do mundo? Fazendo sexo gostoso e quente.

Fomos para o quarto entre muitos beijos e caricias minhas mãos deslizando por todo o seu corpo. Livrei-me das suas roupas e das minhas. Beijo-a faminto, querendo me livrar dos pensamentos da maldita. Pensei que não me sentiria afetado ao vê-la, mas me afetou e muito.

Lívia parou de me beijar, passou a mão pelo meu rosto e olhou-me com jeito de safada. Ela deslizou beijos pelo meu peitoral, passou as suas unhas pelo meu abdômen, deixando a marca da sua unha. Ela sabe o efeito que isso tem em mim, esqueci-me de qualquer assunto relacionado à Paola, e foquei no meu prazer e no prazer da linda morena que tenho nos braços...

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