Resumo
Será que a mulher é o sexo frágil da relação, a mocinha dos contos de fadas! O homem pode ser a cabeça da relação, mas a mulher é o pescoço e é esta região do corpo que decide qual a direção da cabeça. Tente mexer a cabeça sem mexer o pescoço. Você não conseguirá! Paola Duarte quando se casou pensou que teria tudo para ser feliz. Deixando para trás uma vida menos favorecida, passou a ter tudo que o dinheiro pode comprar, mas com o passar do tempo ela começou a se perguntar se tudo que tinha era suficiente. Não sabia dizer o motivo do vazio no peito, o motivo do seu descontentamento com a sua vida. Ela tem um marido perfeito, uma casa maravilhosa e poderia ter tudo que quisesse e quando quisesse. Jamais poderia abrir mão do que tinha, pois para conseguir o status e o luxo que tem, Paola fez coisas que ela prefere não se lembrar. Não há segredo que o tempo não revele!
Capítulo 01
Prólogo
Paola Duarte.
A sala de jantar na penumbra... Iluminada pelo fogo das luzes de vela. A mesa posta com um banquete para duas pessoas. Batom vermelho nos lábios, camisola transparente preta e uma taça de vinho branco na mão. Estou à espera do meu marido que deveria ter chegado há duas horas, por algum motivo ele esqueceu-se que fazemos três anos de casamento hoje.
Cansada de esperar, resolvo ir tomar banho de piscina. Tentar esquecer esta noite trágica, onde aos poucos vejo a minha relação com meu marido minar. Nado por não sei quanto tempo, quando de repente, assusto-me ao ouvir a voz irritada de Henrique.
- Que merda você pensa que está fazendo? Seu olhar vagueia pelo meu corpo nu, seu maxilar tenso. Tarde demais percebo que ao lado de Henrique tem um homem vestido de preto, olho para o rosto do estranho e sinto meu corpo arrepiar-se, como se estivesse prevendo algo... Basta saber se é algo bom ou ruim!
Capítulo 01
"Quem muito quer nada tem"
Paola Duarte
Eu sou feliz, tenho tudo para ser, mesmo que meu casamento não esteja da forma que deveria, mas acredito que seja apenas uma crise que vamos conseguir superar juntos. Casei-me quando tinha vinte e três anos, com Henrique Duarte. Lembro-me do dia que nos conhecemos e até hoje não sei como ele escolheu a mim, entre tantas, pois eu não tinha nada para oferecer a ele. Eu trabalhava como Sommelier em um dos melhores restaurantes de San Diego, sempre que vinha para cidade ele jantava onde eu trabalhava. Seria impossível não notar a sua presença. Primeiro, porque ele é deputado e segundo pela sua beleza que é notável. Em uma das noites, Henrique apareceu sozinho, e surpreendi-me quando ele perguntou se eu aceitaria jantar com ele. Aceitei, mesmo sendo comprometida. Todas as vezes que ele vinha a San Diego, saiamos para jantar.
Eu morava em um bairro desfavorecido com a minha mãe e meu pai. Nunca deixei que Henrique fosse me levar em casa, por causa dos meus pais e por causa do meu namorado. Marco foi o meu primeiro e único amor. Quando abandonei a minha família abandonei também o homem que eu amava, pois a ganância falou mais alto.
Três meses saindo para jantar e ficando de paquera com Henrique foi suficiente para ir embora com ele. Eu disse-lhe que meus pais não aceitavam o nosso relacionamento e por isso o melhor que eu podia fazer era fugir. Depois que a minha vida mudasse poderia mandar-lhes uma pensão por mês.
Mudei-me para nova Iorque e me casei com Henrique, minha vida se transformou em um conto de fadas. Andava de ônibus, agora ando de carro com motorista, tomava banho gelado, e agora tenho um quarto com banheiro e Jacuzzi, minha casa era do tamanho de um buraco, agora moro em uma mansão, tenho Iphone, minhas calcinhas eram um trapo, agora só uso renda de seda, as melhores lingeries que o dinheiro pode comprar. Isso é vida meu amor!
O que posso dizer do meu marido? Ele mudou a minha vida da água para o vinho, tratou-me como uma princesa desde o início, muito atencioso e amoroso, nós temos dois anos de casamento, na minha mente é muito pouco para estarmos passando por crise, e eu realmente não sei dizer o que mudou.
O sinto disperso e não me procura mais na cama, no início fazíamos amor quase todos os dias, depois passou a ser uma vez por semana e isso é muito frustrante! Eu tenho vinte e seis anos, e Henrique trinta. Estamos na flor da idade pelo amor de Deus!
- Está pronta? – Henrique perguntou.
Estava terminando de me arrumar para ir à casa da mãe dele, Henrique faz questão de ir todo domingo, é algo que faz parte da nossa rotina.
- Sim – Falei terminando de colocar o brinco.
- Meu amor, não acha que esse vestido está muito chamativo. – Falou, se referindo ao vestido vermelho que estou usado. Olhei no espelho e não vi nada demais. O vestido é de alça fina, vai até os joelhos e marca a minha cintura.
- Eu gosto deste. – Falei, passando a mão pela minha cintura.
Ele abraçou-me por trás. Fitei seus intensos olhos escuros pelo espelho. - Por que não coloca o vestido que te dei? Murmurou no meu ouvido. Antes que começássemos uma briga no domingo de manhã, troquei de roupa e fomos para a casa da sua mãe.
Minha sogra e eu nos toleramos pelo Henrique, ela nunca aceitou que o filho dela se casasse com uma "pobretona", mas ela gostando ou não, terá que me engolir pelo resto da vida.
Chegamos à casa imponente de Milene, a mulher é um poço de arrogância e podridão, sério mesmo, às vezes acho que Henrique não é filho dela, pois ele é o oposto da mãe. David o irmão mais novo de Henrique, também é diferente da mãe. A última vez que o vi foi quando voltei da lua-de-mel, ele e Henrique discutiram por algum motivo que Henrique nunca me contou, desde então, eles não se falam.
David foi contra o casamento, ele dizia-me que Henrique não era homem para mim. Ninguém toca no nome dele perto de Henrique, pois ele fica possesso quando falamos sobre o irmão dele.
- Olá, meu filho! – Milene se levantou feliz ao ver o filho.
Eles se abraçaram e depois ela falou comigo.
- Olá, querida! Murmurou. Retribuí o, "querida", e fomos almoçar.
Antes do almoço, Henrique foi atender uma ligação, e me surpreendi quando a mãe dele comentou comigo.
- Meus filhos mudaram muito, eram tão unidos. Nunca vou entender o motivo de David ter se afastado da família. – Murmurou tristemente.
- Também não compreendo. – Falei. Eu realmente sinto falta do meu amigo. Às vezes conversamos pelo WhatsApp, mas ele não deseja voltar para casa tão cedo.
- Como está sua campanha meu filho? Milene perguntou. Referindo-se sobre a campanha eleitoral para governador.
- Está tudo ótimo. De acordo com as pesquisas, eu estou em primeiro lugar. – Henrique falou confiante. Enquanto eles conversavam sobre política, deixei que meus pensamentos voltassem para alguns anos antes.
Marco pegou as chaves da casa de campo do amigo dele para passarmos o final de semana. Lembro-me da casa enorme e linda, com um jardim maravilhoso, uma piscina com água caindo em cascata.
- Meu sonho é morar numa casa dessas com você. – Falei com Marco.
- Daqui alguns anos, meu amor. Teremos isso e muito mais. – Murmurou beijando-me. Naquela casa tivemos a nossa primeira vez, nossos corpos sendo beijado pelo pôr do sol. Na beira da piscina, deixei que ele retirasse o meu biquíni. Seus lábios beijando cada parte do meu corpo, minha pele se ascendendo de uma forma que apenas ele foi capaz de fazer.
- Te amo, Paola. Você sempre será minha... – Sussurrou me fazendo gemer.
- Sua...
- Tudo bem? Saí dos meus devaneios quando Henrique pegou na minha mão.
- Sim, tudo bem. – Falei.
- A comida não está do seu gosto querida. – Milene murmurou. Percebi que malmente toquei na minha refeição.
- Não estou me sentido muito bem. – Falei. – Com licença. – Murmurei e fui ao banheiro.
Joguei um pouco de água no meu rosto e no pescoço. Meu corpo em chamas com os pensamentos nele. Droga! Depois de tanto tempo não consigo esquecê-lo. Como será que ele está depois de tanto tempo, como será que está seu rosto, ainda é tão bonito como antes. Quando fugir de San Diego com Henrique, Marco havia viajado a trabalho e ficaria afastado por seis meses, fui embora antes que ele voltasse. Não sei dizer o motivo do meu coração está trazendo-o de volta para a minha mente, será que a situação do meu casamento está me trazendo essas lembranças, ou será que no fundo eu nunca o esqueci.
Olhei-me no espelho. Para a minha beleza, a minha roupa e as joias que estou usando. Não vou ter crise de arrependimento e inseguranças inúteis. Se continuasse com ele, nunca teria o que eu tenho hoje. Recomposta, voltei para a mesa.
- Será que temos um bebê a caminho? – Milene falou. Meus olhos se arregalaram e neguei essa hipótese. Nunca teria um filho de um homem que não amo.
Depois que chegamos da casa da minha sogra, Henrique trancou-se no escritório e disse que não queria ser incomodado. Tomei banho e vestir-me com uma camisola branca, deitei-me na cama e fiquei lendo meu livro de cabeceira da vez. Dez horas da noite, e Henrique não deu sinal de vida. Entrei no seu escritório sem bater. Seus olhos fitaram os meus e vi preocupação neles. Percebi quando ele abaixou a tela do notebook.
- Você não vai se deitar? – Perguntei recostando-me na porta.
- Daqui a dez minutos. – Falou. Voltei para o quarto, meia hora depois peguei no sono.
No dia seguinte, fui ao clube com Lara. Ela é filha de um dos melhores juízes da cidade. Nós nos conhecemos quando ela me deu uma cantada no jantar que teve na sua casa. Apresentei-lhe meu marido, o deputado Henrique Fernandes Duarte. Ela teve a coragem de me dizer que não é ciumenta, mas com o tempo ela entendeu que não corto para os dois lados.
Confidenciei a ela o jeito estranho de Henrique ultimamente. Ele nunca havia ficado desta forma, sempre me tratou com muito amor e carinho. Sempre disposto a fazer amor comigo, e de repente tudo mudou. Nosso sexo tem se tornado monótono, assim como nossa vida.
- Se ele não der assistência vai perder para a concorrência. – Ela murmurou.
- Eu me sinto carente, sinto falta de sentir o embrulho no estômago, de sentir meu coração palpitar com o sorriso dele, falta de sentir meu corpo arder de desejo e paixão. – Falo. Eu sei que me casei com Henrique para fugir da pobreza que vivia, eu sempre quis mais do que tinha, e não estava disposta a perder tempo tentando conquistar. Henrique caiu na minha vida como uma luva, e desde o momento que nos casamos eu decidir que seria feliz com ele e com o dinheiro dele. Por isso, eu decidir que me apaixonaria por ele, e que seriamos felizes no nosso casamento. Transar com ele nunca foi um sacrifício, pois Henrique é um tesão. O cabelo longo que eu adoro passar a mão, gosto de segurar firme enquanto ele estoca firmemente dentro de mim, adoro deixar as marcas das minhas unhas nas suas costas... Fico excitada só de pensar. Não pensem que sou louca, não é só de amor que as pessoas vivem!
- Não sei mais o que fazer Lara. – Digo depois que saio dos meus pensamentos. Não quero perder o meu marido e o status que conquistei.
- Vocês poderiam inovar na cama, usar alguns brinquedos exóticos, podem assistir outro casal transar, um pornô ao vivo, fazer um ménage. Eu me voluntario para participar. – Diz com um sorriso malicioso.
- Imagine o seguinte destaque do jornal. O casal Duarte e a filha do Juiz Muniz participam de ménage. – Digo sorrindo. – Eu sei o que vou fazer e nesse dia ele não poderá fugir de mim. – Digo pensando no que vou preparar para o nosso aniversário de casamento.