Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

Capítulo 02

Capítulo 02

Marco Ferraz.

Eu perdi minha família, e perdi a mulher da minha vida. Fiquei seis meses, afastado de San Diego, estive em treinamento na base das forças armadas dos EUA. Há cinco anos, quando entrei para o exército o meu objetivo era fazer parte do FBI, mas para isso não bastava querer, eu tinha que merecer. Por isso, sempre me empenhei, dei o meu sangue para conseguir me tornar agente federal. Eu seria treinado e faria o teste de aptidão e se me destacasse me tornaria agente especial, mas todas as minhas conquistas deixaram de fazer sentido quando voltei para San Diego e descobrir que Paola havia fugido. Dona Marta e seu Pedro, os pais de Paola estavam arrasados, pois a filha foi embora sem olhar para trás, não deixou rastros. Os pais de Paola me criaram como filho deles, quando meus pais faleceram em um acidente de carro. Eu tinha quinze anos, quando fui morar com eles, e Paola tinha doze anos. Fomos criados como irmãos, mas nunca a vi como irmã. A minha tia que mora em Londres não se importou, ela deixou a guarda com os pais dela.

Eu sempre a protegi como um leão faminto, sempre de olho na sua presa. De olho na mulher que seria a minha futura esposa! Todos os garotos que se aproximavam dela eu expulsava. Quando eu fiz vinte e três anos, não conseguia mais esconder meus sentimentos por Paola, e a pedi em namoro. Paola tinha vinte anos. Apesar de sermos criados juntos os pais dela ficaram felizes com o nosso namoro. Eu tinha residência fixa, uma renda estável e um bom trabalho.

Namoramos durante três anos, e meu plano era ficar noivo de Paola quando chegasse de viajem, nos casaríamos e mudaríamos para um apartamento em Nova Iorque. Abro a caixinha preta com a aliança que comprei para o nosso noivado e jogo contra a parede. Porque fez isso comigo Paola, o nosso amor não foi mais forte que sua ganância. Coloquei os cotovelos nas pernas e a mão na cabeça, pensando o que eu faria da minha vida.

Quase três anos depois eu, Marco Ferraz, tenho tudo o que eu quero. Sou agente especial do FBI, moro na cobertura de um prédio no Central Park, um dos cartões postais de Nova Iorque. Depois que descobrir que Paola havia fugido, eu entrei para o FBI e me dediquei mais do que nunca a ser o melhor. Fiquei devastado ao saber que a maldita havia se casado com o deputado Henrique Duarte. O cara é um filho da puta! Castiguei-me vendo as suas fotos sorrindo, abraçada e beijando o miserável, fiz de tudo para esquecê-la.

Deitei-me com muitas mulheres, de todos os tipos, menos as loiras, pois mulheres loiras fazem me lembrar da maldita. Atualmente, estou preso por uma morena que me cativou, mas decidimos levar as coisas aos poucos, pois ela disse que saiu de um relacionamento longo recentemente e que não quer se decepcionar novamente. Eu também não quero entrar neste relacionamento com tudo, nós vamos aproveitar um ao outro e ver aonde dará. Eu tenho vontade de me casar, acordar toda manhã com a minha mulher nos meus braços, enchê-la de mimos e muito amor, mas infelizmente, Paola me destruiu para todas as outras! Não sei se voltaria a amar uma mulher como a amei, não sei se seria capaz de confiar e amar intensamente novamente.

Há dois dias estou de cabeça quente, pois o chefe do meu departamento me deu um caso de corrupção política para investigar, e adivinhem quem é o político suspeito de lavagem de dinheiro? Ele mesmo, Henrique Duarte. Trabalhar com este caso será o meu maior pesadelo.

A semana seguiu-se e Henrique não me procurou nenhuma noite. Fico imaginando se ele está preparando algo para o nosso aniversário de casamento, se ele fará alguma surpresa. Porém, a sexta-feira chegou e ele não me acordou com um buquê de rosas e com o café da manhã na cama como fez nos últimos dois anos. Não o perdoarei se ele se esquecer do nosso aniversário de casamento.

Fiz uma lista das coisas que precisaria para mais tarde e pedi para Marlene, a governanta, ir comprar. Mandei uma mensagem para meu cabeleireiro confirmando sua vinda à minha casa para fazer uma hidratação profunda no meu cabelo e fazer as minhas unhas, esta noite quero ficar fatal. Vou fazer Henrique esquecer qualquer coisa que esteja o afastando de mim.

Lembro-me que quando nos casamos o contrato do casamento foi com separação total de bens, por isso, se Henrique me deixar ou eu deixá-lo, perderei tudo que tenho. Não posso renunciar à mansão que moro em Manhattan, a mansão fica escondida por altos muros de segurança, três andares, com dez suítes que nunca usamos a metade, sala de jantar, sala de estar, escritório, sala de reuniões, salão de jogos, sala de cinema. Quadra de basquete que Henrique usava para jogar com o irmão, o jardim é enorme, e duas piscinas, uma descoberta e outra coberta que tem uma sauna. Eu sou completamente apaixonada pelo lugar que moro. Do lado de fora, um pouco afastado da mansão tem a casa dos empregados e seguranças, os únicos empregados que ficam na mansão é a governanta e o chefe da segurança. O murro é rodeado por seguranças vinte e quatro horas por dia, e do lado de fora da mansão e em alguns pontos estratégicos da casa tem câmera.

No início, toda essa proteção me incomodou muito. Não estava acostumada a não saí sozinha, todo lugar que vou tenho que ir com um segurança. Também não posso ir para balada, não posso fazer coisas que abalariam a imagem do meu marido. Tenho que participar de jantares beneficentes, não posso me vestir do jeito que eu quero, tenho que andar sempre recatada. Sei dos riscos que implica ser casada com um deputado, por isso, nunca saio sozinha, e essas coisas nunca me incomodaram tanto como agora.

- Magnifica como sempre. – Carlo falou quando terminou a minha maquiagem.

Olhei-me no espelho e admirei a minha beleza. Casar-me com Henrique tem que ter valido a pena. Não quero me arrepender de nada que fiz e nada que abandonei. Olhei meus longos cabelos loiros, que estão mais macios e brilhantes. Meus lábios pintados de vermelho, da mesma cor das minhas unhas.

- Seu marido ficará louco por você. – Carlo diz quando vai embora.

- Assim espero. – Digo me despedindo.

A sala de jantar na penumbra... Iluminada pelo fogo das luzes de vela. A mesa posta com um banquete para duas pessoas, desta forma que deveria ser. Batom vermelho nos lábios, camisola transparente preta e uma taça de vinho branco na mão. Estou à espera do meu marido que deveria ter chegado há duas horas, por algum motivo ele esqueceu-se que fazemos três anos de casamento.

Cansada de esperar, resolvo ir tomar banho de piscina. Tentar esquecer esta noite fatídica, onde aos poucos vejo a minha relação com meu marido minar. Nado por não sei quanto tempo, quando de repente, assusto-me ao ouvir a voz irritada de Henrique.

- Que merda você pensa que está fazendo? Seu olhar vagueia pelo meu corpo nu, seu maxilar tenso. Tarde demais percebo que ao lado de Henrique tem um homem vestido de preto, olho para o rosto do estranho e sinto meu corpo arrepiar-se, como se estivesse prevendo algo... Basta saber se é algo bom ou ruim! O homem se retirou antes que eu pudesse identificar seu rosto.

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.