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Capítulo 03

Laila abaixa, para arrumar a mochila em Cléo. E fala baixinho.

Laila- Cléo, é uma armadilha. Entraremos na lanchonete e você vai ao banheiro, vou com você. Depois faz tudo o que eu te falei. Disse baixinho.

Cléo- Eu não vou ficar sozinha!

Laila- Já falamos sobre isso. Não é hora de você agir no impulso. Faz tudo o que já conversamos. Eu te encontro.

As duas entram e Laila sente algo no peito, uma dor, pela traição do amigo do seu pai. Os homens de Zagaia, entram na lanchonete também. Ela empurra a irmã para o banheiro e a joga pela janela.

Laila- Corre. Eu, distrairei eles.

Laila, sabe que a irmã é esperta, o seu problema é ser possessiva com ela. Para salvar a irmã, ela sai gritando do banheiro, dizendo ter alguém morto lá dentro. A lanchonete está cheia, muitos correm para ver e outros correm para fora. Ela sai com os que se aglomeram na saída. Os homens de Zagaia, ficam presos no amontoado de gente, lhe dando uma pequena folga de fuga. Laila sabe que do outro lado, tem o mar. Ela entra na mata, sendo perseguida por Zagaia e seus homens. Laila tem um bom condicionamento físico, ela sobe se esgueirando entre as árvores. Ela escuta a voz de Zagaia.

Zagaia- Não matem ela ainda. Tenho que pegar dela o que eu quero!

Laila sobe até o limite, logo está em um lugar aberto, mas é o final para ela. Pois é um precipício.

Zagaia chega com seus homens e eles param ao verem, ela sem saída. Eles recuperam o fôlego.

Zagaia- Fim de linha. Me entregue o mapa. Diz estendendo a mão.

Laila- Nunca, eu prefiro a morte.

Zagaia- Vai ter, depois de me entregar o que eu quero.

Laila- Não se aproxime, eu vou pular.

— Chefe, se ela pular, nunca conseguiremos o mapa.

Zagaia- Ela não vai pular. Ele diz olhando para ela.

Laila olha a altura e vai se aproximando da beirada.

Zagaia- Sabe que é loucura, você pode ter uma chance de vida, só me dê, o que eu quero. Vou embora e você fica viva. Eu prometo.

Laila lembra do rosto dele, torturando o pai. Ela dá um sorriso, fingindo concordar. Depois vira, e se joga.

Zagaia xinga e vê o corpo dela sumindo diante dos seus olhos.

Laila sente o corpo flutuar no ar. Ela solta todo ar do pulmão e segura os joelhos, fazendo seu corpo equilibrar no ar, depois ajeita para cair de mergulho. Ela fica tonta no impacto, mas com muito esforço, consegue subir. A roupa emborrachada ajuda a não se machucar muito. Mas a cabeça começou a latejar. Ela demora a subir e poder respirar. As ondas batem forte no seu corpo. Ela, com dificuldade, consegue subir em uma rocha. Laila, demora a organizar seus pensamentos. Se localizar, já está chegando a noite, as ondas ficam mais fortes. Ela vai pulando e se agarrando nas rochas, com dificuldade até encontrar uma que possa lhe dar proteção a noite. Ela pensa na irmã. Cléo é esperta. Ela vai saber chegar onde marcaram.

Laila decide andar mais, ela encontra uma gruta e entra para se proteger. A noite está fria, ela tira a roupa molhada e torce para tirar um pouco da água.

Laila retira a proteção, de borracha, e verifica se houve dano no mapa. Ela o envolveu com plástico apropriado para não danificar. Ele está intacto. Ela deixa a roupa em uma ponta de rocha e se embrulha no disfarce. Laila sente dores no corpo. Ela treme ao lembrar o que aconteceu. Ela passa a mão na borracha e encontra o botão. Depois procura descansar, pois pretende ir ao encontro de Cléo.

Depois de um breve cochilo, ela acorda assustada. O dia vai amanhecer e ela não pode ficar ali. Ela recoloca tudo novamente e depois sai para se direcionar. Não é fácil nadar perto das rochas, ela se machuca durante o trajeto. Ela vê que está chegando perto de onde tem mato. Isso lhe fortalece e ela procura ir mais rápido. Para chegar a praia onde marcou com a irmã, ela anda no mato. Por conhecer algumas ervas, ela encontra algumas que lhe ajudam com a dor e com a fome. Mas ela não para, ao chegar à praia, não encontra sinal de sua irmã. Ela tenta não desesperar.

Laila- EU VOU TE ENCONTRAR. Grita de dor. Laila, sai procurando um lugar para comer e comprar algo para vestir. Ela precisa encontrar, a pessoa que seu pai lhe disse. Depois de caminhar pelo mato, ela vê na beira da estrada, uma vendedora com algumas coisas. Laila espera para ver o movimento.

A estrada está vazia. Ela sai longe da vista da vendedora e se aproxima.

Laila- Bom dia.

A vendedora olha desconfiada e se afasta.

Laila- Não precisa temer. Fui trazida por um homem, depois de me dopar. Mas, acordei e esperei ele dormir e fugi. Vim pelo mato. Por isso estou assim. Disse representando um drama. A vendedora, vê que ela está machucada.

Vendedora- Eu conheço isso. Tive minha filha levada por traficantes. Mas é perigoso ficar aqui.

Laila- Eu sei, pode me indicar um lugar para eu comprar uma roupa e tomar um banho? Eu vou pagar. Só não tenho muito.

Vendedora- Está com fome?

Laila- Sede, mas não quero ficar aqui. Não quero problemas para a senhora.

Laila, representa tão bem, que a vendedora fica penalizada.

Vendedora- A estrada está vazia, vou esconder o carrinho e te levo até minha casa. Lá você come e toma um banho. Posso te arrumar um vestido meu, tenho da minha filha, mas ela era mais magra.

Laila- Não quero incomodar.

Vendedora- Venha. Talvez, eu esteja retribuindo algo que possa ser feito a minha garota. Elas entram em uma estrada e Laila chega em uma casa simples. A mulher abre um côco e lhe dá água. Depois ela toma banho e veste uma roupa da mulher. Laila, depois de seca, verifica seus pertences, ela tira um dinheiro e esconde onde à mulher pode encontrar depois. Laila quer pagar o que lhe foi dado. A mulher não aceita.

Mulher- Estamos perto de um vilarejo. Lá você pode comprar algumas coisas simples. Tem um ônibus que vai à cidade.

Laila- Obrigada, Deus dê em dobro a senhora.

Mulher- Vá, se aparecer alguém e te ver, pode dar problema.

Laila sai e por estar alimentada e seca, consegue andar melhor. Seu corpo tem uma boa recuperação. Ao chegar na cidade, ela encontra o que precisa.

Laila, comprou um conjunto de moletom e um tênis. Foi à farmácia e comprou medicamentos, para limpar os ferimentos. Ela foi à lanchonete e sentou em um lugar escondido. Pediu lanche e café, e limpou os ferimentos. Depois, tomou vitaminas e um analgésico para aliviar a dor no corpo. A garçonete que lhe atendeu, era falante e enquanto servia, fazia perguntas e nem esperava respostas, contando tudo da pequena cidade.

Ela, fica sabendo que o endereço que procura é perto.

Laila agradece e sai para ir ao endereço.

No caminho, próximo onde vai, ela escuta alguém pedindo ajuda. É uma prostituta que está sendo agredida por um vagabundo de rua. Ele tem uma faca no pescoço dela e com a outra mão, rasga a roupa lhe machucando.

Laila, não pensa. Ela vai ajudar a garota, mesmo machucada, ela pega um pedaço de madeira e acerta a cabeça do indivíduo, ele cai sobre a prostituta lhe machucando.

Laila, é uma pessoa calma, mas com tudo que lhe aconteceu, ela reprimiu os sentimentos e quando pegou o vagabundo, deu vazão ao que estava sentindo. Ela só pára de bater, quando a garota pede ajuda.

Laila deixa cair a madeira, e vai ajudar a prostituta.

Laila- Não tenha medo. Deixa eu olhar seu machucado.

A garota fica parada com os olhos arregalados. Laila abre a sacola e pega a gaze e o material para limpar. Depois ela faz um curativo.

Laila- Foi só um arranhão, quando ele caiu. Fique com isso. Mantenha limpo. Diz entregando a sacola da farmácia a ela.

Prostituta- O-obri- gado, ele queria me matar!

Laila- Ele agora não vai atacar mais ninguém. Disse se levantando e saindo.

Ela caminha sem olhar para trás. Logo chega ao endereço que seu pai lhe deu. Um guarda lhe para no portão.

Guarda- Quem é você? O que procura aqui? Está propriedade é particular.

Laila- Eu sei, estou procurando o senhor Dream.

Guarda- Ele não está, e quem lhe mandou?

Laila- Sabe quando volta?

Guarda- Não. Ninguém nunca sabe.

Laila- Eu volto depois. Só diga que tenho algo dele, de muitos anos atrás.

Laila vira a costa e volta pelo mesmo caminho. Suas forças estão ficando esgotadas.

A prostituta que ela salvou, mora na rua que ela está passando.

Prostituta- Ei você!

Laila olha cansada para ela.

Prostituta- Vejo que está cansada, eu te devo minha vida. Meu nome é Kelly, mas o nome de guerra é Jaeli.

Laila- Sabe onde posso encontrar um lugar seguro para descansar? Sou Laila.

Kelly- Tenho uma dívida com você, moro em uma kitnet, pode ficar lá. Juro que ninguém vai te encontrar ou incomodar. Eu prometo.

Laila- Não é desconfiança, mas até agora só fui traída. Estou exausta.

Kelly- Posso ser prostituta, mas sou fiel. Minha vida lhe pertence. Juro não te trair. Diz ela seria.

Laila, olha e decide aceitar. Seu corpo está no limite.

Kelly mostra o caminho e a ajuda a andar. Ao entrar, Laila percebe que o lugar é limpo e diferente para uma prostituta.

Kelly- Vou te mostrar a cama, depois preparar algo para comer.

Laila- Só a cama, lanchei antes.

Kelly a leva atrás do biombo e ela deita. O esgotamento físico e mental, faz ela dormir imediatamente. Kelly tira o calçado e a cobre, depois fecha tudo e fica vigiando Laila. A noite chega e Kelly dorme no sofá.

Laila, dorme até o amanhecer. Ela acorda desnorteada. Ao lembrar, senta imediatamente. Olhando em volta, faz uma memorização do local. Kelly dorme no sofá. Ao levantar, Laila, faz barulho sem querer.

Kelly- Bom dia! Conseguiu descansar?

Laila- Desculpa por ontem e por tomar sua cama.

Kelly- Tudo bem. O sofá é confortável também. Vou fazer um café enquanto se lava. Diz levantando.

Laila sai do banheiro e senta na mesa. Kelly sai e não demora a voltar.

Kelly- O que eu disse ontem, foi um juramento. Jamais vou te trair, e serei eternamente grata pelo que fez. As pessoas tem medo de prostituta, só os clientes se aproximam, e mesmo assim, eles usam e depois agridem.

Laila- Eu conheço este lado. Mas não posso perder tempo. Tenho que encontrar uma pessoa e minha irmã.

Kelly- Eu vi onde foi, é um mistério aquela mansão. Ninguém conhece o dono, só sabemos que está, pelo carro preto que chega. Conhece ele de onde? Isso se quiser falar.

Laila- Não conheço. Mas tenho que o encontrar. Só ele pode me salvar. Eu e minha irmã que desapareceu.

Kelly- Não precisa contar. Pelo que conheço um pouco da rotina dele, já deve estar para chegar.

Laila- Eu tenho que ir. Preciso me encontrar com ele. Obrigada.

Kelly- Eu vou estar em casa, vou esperar o machucado melhorar. Se precisar. Pode ficar aqui. Eu te ajudo no que precisar. Disse sincera.

Laila- Obrigada, é a primeira pessoa que sinto sinceridade. Se precisar eu volto.

Ela levanta e sai. Seu corpo está mais descansado. Apesar das roupas grosseiras que usa. Ela retirou o botão da roupa de borracha e colocou no bolso. Ao chegar perto do portão, ela vê um carro preto parando.

O vidro traseiro abaixa e ela sente um arrepio, é o homem de preto na noite do beco.

Laila, sente o corpo tremer. Nunca ela reagiu assim ao ver um homem, ela tem nojo quando é tocada. E seu corpo fica frio como um gelo. Mas aquele homem, faz suas pernas tremerem e sua boca ficar seca.

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