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O tesouro de Hermes

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NenaAbrahao
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Resumo

No século passado, havia o maior traficante de drogas, Hermes, ele era como um deus, sua fortuna era inestimável. Antes de morrer, ele escondeu todas as suas economias e seus tesouros, deixando um mapa. Após sua morte, sua quadrilha se dividiu em várias outras. Mas duas eram as maiores, o Lobo Sangrento e o Dragão Negro. Todos procuravam pelo mapa. Mas foi um dos Lobos que descobriu o mapa sem querer. Ele era o confidente do dono da matilha. No dia que descobriu o mapa, salvou um jovem da morte, ficando este, em dívida com o Lobo. O jovem, Dream, lhe entregou algo, para quando precisasse, o procurasse para pagar a dívida. Lobo, tinha duas filhas, preparou sua primogênita para sobreviver no morro. Ele não misturava suas filhas aos seus negócios obscuros. Zagaia, era superior a Lobo, ele descobriu sobre o mapa. Decidiu pegar para ele, mas tinha um misterioso Sr. D, que também estava querendo o mapa. E estava disposto a gastar tudo que tinha, para conseguir o Mapa de Hermes. Lobo, sabendo que ia morrer, entrega uma caixa, a sua filha Laila. Zagaia, encontra um, mas era falso. O verdadeiro, estava com a filha do Lobo. A vida no morro, é cheia de traição e ganância. A sobrevivência da primogênita está no mapa. Assim como o destino de outros, que escondem, o passado.

mafiabilionárioNenaAbrahao

Capítulo 01

Laila era uma linda jovem, nascida e criada no morro. Criada pelo seu pai, um traficante e confidente do dono do tráfico de drogas. A matilha do Lobo Sangrento, eles era tão temidos quanto a revoada dos Dragões negros, outro morro onde todos também temiam, entre as facções as mais fortes são os Lobos e os Dragões.

Laila, aprendeu a não perguntar e nem se intrometer nos assuntos do morro e de seu pai. Ela desenvolveu sua independência desde pequena, a ser uma pessoa equilibrada. Mas nada escapava de seus olhos. Por sua segurança e de sua irmã, ela mantinha uma postura calma e usava sua inteligência para não ter problemas. Sua vida é marcada pela dor e traumas, seu aprendizado a tornou uma pessoa de poucas palavras e estudiosa, usou seus pontos favoráveis, a seu benefício.

Seu telefone vibra.

" Casa lotada, mais bebida e venha trabalhar."

Era seu chefe. Respirando fundo, ela se prepara para sair. Depois de prender o cabelo e colocar uma touca, ela troca de roupa rapidamente. Após verificar que está tudo tranquilo em casa, ela sai com as mãos no bolso descendo o morro.

Laila, usa roupas largas e escuras, para não chamar atenção. Assim que chega, seu patrão lhe passa as ordens.

Japa- Vista o uniforme, hoje vai ficar nos vinhos, o movimento está grande, quando terminar, se fizer tudo certo, vou te recompensar, fique depois que a casa fechar.

Laila, concorda com a cabeça e vai se trocar. Ela veste a roupa de coelhinha e coloca a máscara. Depois desce e pega mais vinhos e logo está atrás do balcão agradando os clientes. O que mais agrada, é que usa uma máscara escondendo o rosto e seus cabelos. Sua fantasia é literalmente de uma coelhinha,

Japa costuma agradar seus clientes, existem várias garotas para isso. Sem sair da proposta do bar, chamado a Toca dos coelhos, todos usam uniformes, a diferença é que as garotas do salão, é para divertir os clientes. Laila, agradece seu conhecimento, por isso não foi obrigada a trabalhar com as outras, ela é especialista em vinhos e preparos especiais com a bebida, que desenvolveu após vários testes. Sua manipulação em batidas com a bebida, lhe favoreceu a trabalhar no balcão.

Japa- Assim que der uma folga, descanse um pouco. Preciso de você bem disposta.

Laila- Ok, estou terminando uma grande rodada de preparo, isso me dá um tempo de descanso. Eu preciso tomar um pouco de ar.

Japa- Eu fico de olho no ajudante. Não saia da porta. A casa está mais cheia que o normal.

Laila- Percebi.

Depois de tudo preparado, ela faz um sinal que está saindo. Japa orienta o ajudante e fica olhando ela sair.

Laila, tira a máscara do rosto para respirar. Ela sente nos ossos que a noite está carregada. Ela fecha os olhos e faz respiração até se acalmar. Em meio ao barulho que vem do bar, ela escuta umas pancadas e gemidos abafados. Laila não é curiosa, mas os gemidos lhe traz arrepios, ela presta atenção para localizar de onde vem. Colocando a máscara no lugar, sai esgueirando pela cerca onde tem os latões de lixo. Ela vê um beco onde tem um grupo de homens de capuz torturando um homem, ele tem marcas de torturas pelo corpo, onde já está todo ensanguentado e sem forças. Os métodos usados são fortes. Um homem vestido de preto com um casaco comprido, acompanha o fato com indiferença. Laila, percebe que o homem torturado já está esgotado, ele não vai sobreviver. Ao tentar voltar para o bar, ela tropeça em uma lata.

_ Pare agora! Escuta uma voz.

Ela sente várias mãos lhe segurando e a joga bem aos pés do homem de preto. Antes de cair, ela consegue ver o rosto dele. Laila treme e sente o olhar de gelo sobre ela. Assustada, ela fica com a voz presa na garganta. Apesar de viver no morro, ela evita, tudo que acontece fora de casa.

_ Chefe, não podemos deixar testemunha.

_ Quem é você? Diz uma voz rouca e fria como uma navalha.

Japa, percebe que Laila não está na porta, ele sai e escuta a conversa, imediatamente ele vai até eles.

Japa- Senhor, é minha ajudante, ela é surda e tem pouca visão, pedi que colocasse o lixo para fora e não acredito que tenha visto nada.

_ Levanta.

Japa ajuda ela a se levantar. Pois ela está assustada.

Laila fica colada em Japa, e de cabeça baixa. O homem percebe que ela não diz nada e se esconde como um bicho assutado, agarrada no patrão.

_ É verdade o que ele diz?

Laila não esboça reação. O homem de preto caminha até ela e levanta seu rosto. Ela não reage ao contato, e procura limpar a mente para não se entregar. O homem, olha seu rosto coberto pela máscara e vê os olhos sem reação, lindos, que lhe deixou sem fala, por uns segundos.

Japa- Senhor, desculpe a confusão, mas apesar da deficiência dela, é a pessoa que agrada os clientes, pois consegue fazer preparos com o vinho, que todos procuram. Não tenho outra pessoa.

_ Chefe? Ela tem que ser apagada.

_ Limpem a sujeira, e não demorem.

Os homens correm e tiram o corpo inerte do homem e logo fica só ela, Japa e o homem.

_ Mantenha seus empregados no lugar deles. E você, vou ficar de olho. Não terei piedade da próxima vez.

Japa se curva agradecendo e puxando ela em direção ao bar.

Laila sai praticamente arrastada, ao entrarem, Japa joga ela na parede.

Japa- Eu disse, para não sair da porta!

Laila- Eu só estava ativando a circulação, não vi nada.

Japa- Não importa, agora seremos vigiados! Por sua culpa. Diz com raiva.

Japa- Some daqui, e não arrume confusão. Pois não vou te ajudar mais.

Laila se afasta depressa. Ela nem troca de roupa, anda tropeçando, anda à deriva. Ao ver uma farmácia aberta, lembra dos remédios que precisa comprar. Ela entra e depois pergunta se tem um banheiro onde pode usar. Ela tira a roupa e joga no lixo. Se ajeita e sai pela janela, indo direto para casa.

Ao entrar respira e pensa.

_ Odeio o morro! Desta vez, escapei. Mas não sei, o amanhã!

Nisso ela escuta seu pai discutindo com um amigo. Ao perceberem a presença dela, o amigo sai dizendo que continuavam depois.

Laila- Qual o problema?

Pai- Não faça perguntas, eu tenho que sair e não sei quando volto. Venha. Diz levantando ela, a biblioteca. Ele pega uma caixa em formato de livro.

Pai- Você tem um dia, apenas um, para enterrar e preparar o que achar necessário para sua segurança e de sua irmã. Disse de uma forma estranha.

Laila- Mas o que está acontecendo?

Pai- Não faça perguntas, seja invisível, e nunca fale sobre isso.

Laila pega a caixa e fica desconfiada, seu pai tem andado estranho. Mas ela foi ensinada e forçada a não fazer perguntas. Ele sai fechando a porta e a deixando sozinha. Ela sobe para ver a irmã, que dorme sob o efeito do remédio. Laila senta em uma cadeira e sua mente trabalha sem parar. Depois ela vai ao porão. Mais tarde um vulto se esgueira pelos becos e entra na mata.

Dois dias se passaram e Laila, não recebeu chamado do bar. Ela estava terminando de ajudar sua irmã a se arrumar quando ouviram um barulho. Elas descem e encontram o pai entrando no escritório, ao se aproximarem, perceberam que ele estava ferido.

Laila- Onde estava? O que aconteceu?

Pai- Pegue este botão, e memorize este endereço. É sua única chance. Sua e de Cléo. Entregue a dono. Eu vou levar vocês, mas se algo der errado, você tem que chegar la. Não perca o botão. E ninguém pode ver.

Laila- Vamos cuidar dos seus ferimentos.

Pai- Não temos tempo. Pegue rápido algumas roupas para as duas. Vá, ande depressa.

Cléo, está encolhida agarrada a Laila. Ela tem problemas de saúde e por isso, vive tomando os remédios, sendo apegada, à irmã. Laila a leva até a sala e a senta na poltrona.

Laila- Cléo, olha para mim. Eu não vou demorar. Não levante daqui, me espere.

Cléo- Eu quero ir com você! Diz com a voz chorosa.

Laila- Eu prometo não demorar, e eu preciso de você. Confia na Lala?

Cléo balança a cabeça dizendo que sim.

Laila sobe correndo e pega algumas roupas que já estavam separadas e fácil de carregar. Ela desce e pega na mão da irmã. Ela vai ao escritório e diz que estão prontas.

Seu pai, diz que já está saindo, ele pega um canivete e coloca na bota. Laila prende a roupa na cintura e anda na frente, mas antes que abra a porta, ela vê um traficante, entrando com seus homens no portão. Ela olha para o pai, assustada.

Pai- É Zagaia. Vá para o esconderijo, não importa o que vai acontecer, só saia quando estiver segura. Nunca se entregue.

Cléo- Pai, o que está acontecendo?

Pai- Obedece sua irmã e confie nela sempre. Agora vão, e não saiam. Eu fiz tudo o que podia.