Capítulo 04
Dream não vê a hora de chegar em casa. É o tempo que tem de descansar e recuperar. Mas ao passar no portão, o guarda pede para falar com ele.
Dream- Fala logo.
Guarda- Senhor, teve uma pessoa aqui e disse que precisava lhe ver.
Dream- Eu não recebo ninguém, já sabia sobre isso, quando foi entrevistado.
Guarda- Ela deixou um recado. Disse que tem algo que lhe pertence de muitos anos atrás.
Dream franze a testa. Ninguém sabe do seu endereço. Ele escolheu um lugar onde não poderia ser encontrado.
Dream- Se voltar, me avisa.
Guarda- Sim senhor.
Dream, entra e pega um whisky.
_ Que raios alguém me acharia? Ainda mais uma mulher! Droga.
O mordomo entra.
Mordomo- Senhor, é o guarda, ele disse que a garota está no portão.
Dream- Droga, ela estava acampada aqui? Pergunta o que ela tem para me mostrar. Não vou permitir que entre aqui.
O mordomo sai e logo depois volta.
Mordomo- Senhor, é um botão. Mas ela disse que só entregaria ao senhor.
Dream- Deixe ela esperando. Não estou lembrando de nada envolvendo um botão.
Dream vai ao escritório e fica buscando na memória.
Ele senta e fecha os olhos. Depois levanta e anda pela sala.
A muitos anos atrás, ele foi levado a uma emboscada, só não morreu, porque foi salvo por um homem. Ele matou os capangas que fizeram a emboscada. Depois o deixou perto de um lugar, onde poderia pedir ajuda, ele estava muito machucado, sem ajuda do homem, ele, certamente, teria morrido.
Homem- Garoto, aqui não é um hospital, mas vá até o dono e diga que precisa de cuidados.
Dream- Obrigado, vou pagar por salvar minha vida.
Homem- Não precisa, só fica esperto. Ainda é jovem e vai descobrir que não deve, baixar guarda. Desça e vai se cuidar.
Dream- Aqui está, este é único, se um dia precisar me apresente este botão. Vou retribuir com minha vida se necessário.
O homem pega o botão e coloca no bolso, depois sai. O carro nem placa tinha.
Dream liga para o guarda e manda a garota entrar.
_ Vou descobrir se é o mesmo botão, e quem está armando para mim. Minha casa, meu território.
Mordomo- Senhor, a senhorita Laila. Diz saindo da frente e a figura anunciada aparece.
Dream mede ela dos pés a cabeça. Ele tem aversão a mulheres oportunistas. E a garota na sua frente, nem de longe, se parece com o tipo de mulher que usa.
Dream- Quem é você? Não me venha com rodeios. Meu tempo é precioso.
Laila sente um tremor nas pernas. A frieza é a mesma do beco. Sua boca está seca e seu coração parece sair pela boca.
Dream- Acha que eu tenho tempo a perder? Fora da minha casa.
Laila já deu uma filmada no lugar. Sua memória fotográfica, percebeu que não se brincava com ele. Ele pode ser seu pior inimigo, mas precisa acatar a ordem do pai. Ela acalma a mente e estende o botão.
Laila- Eu não sou quem está vendo, estou disfarçada. A muitos anos, meu pai lhe salvou a vida. Ele mesmo vinha acompanhar, eu e minha irmã para pedir proteção. Mas foi morto antes de sair de casa, ele me deu isso e o endereço. Disse para te procurar.
Dream- Eu devia a ele, não a você ou sua irmã. Se ele está morto, isso não é mais necessário, perdeu tempo me procurar.
Laila- Eu já deveria ter desconfiado. Pelo que vejo em sua mansão, é igual a eles. Não se confia em pessoas como você. Sinto pena de meu pai, ter guardado esperança em um tipo assim.
Dream- Você é atrevida, eu posso acabar com você, em um sopro.
Laila- Não cheguei até aqui, para ser morta por um sopro. Entra na fila, tem mais pessoas querendo o mesmo que você. Eu mesma vou cuidar de encontrar minha irmã e fazer justiça, só espero que tenha a dignidade de me deixar sair. Pelo favor que meu pai te fez, ele foi contra todas as normas de quem seguia, para te salvar.
Dream- Abusada, tenho nojo de pessoas como você.
Laila- Não mais do que eu. Também, entra na fila. Sou a primeira. Diz jogando o botão sobre ele.
Dream fica pasmo com a ousadia da garota, quando ela se vira para sair ele manda ela parar. Laila treme as pernas e trava no chão.
Dream- Parada, ninguém fala assim comigo.
Laila, fica calada e imóvel. Não virou, para falar com ele. Nem respondeu. Dream sente que tem algo mais, a garota foi direta, tem algo que incomoda. Talvez o olhar. Não é estranho. E ela disse estar disfarçada.
Dream- Eu sou homem de palavra. Realmente devo tudo o que sou a seu pai. Se tivesse morrido na emboscada, não estaria aqui.
Laila sente o coração bater rápido. Ela não esperava por isso.
Dream- Eu só posso prometer proteger você e sua irmã.
Laila começa a ter seus pensamentos coerentes novamente, seu pai era sábio, ele sabia de tudo antes de acontecer. Ele a preparou para ser o que não foi possível ser. Laila, sabe mais do que qualquer pessoa poderia imaginar. No seu íntimo, ela sente que é como um sopro de seu pai para ela. Devagar, se vira e olha os olhos do homem. Ela já não tem receio ou sente medo. Seus olhos ficam determinados.
Laila- Não é o suficiente. Apesar de ser quem é, tenho mais a te oferecer, do que sua segurança. Isso não é suficiente.
Dream- Está me chantageando?
Laila- Não. Mas tenho uma proposta. Me diga o que eu ganho, em aceitar sua proteção?
Dream- Viver com sua irmã em um lugar onde ninguém vai lhe fazer nada.
Laila- Se eu te dizer, que posso lhe dar o que todos procuram? Mas se quiser tomar à força, ninguém vai encontrar. Então se me forçar, eu me mato e todos perdem.
Dream- O que seria? Disse fechando um pouco os olhos desconfiados. Sua mente também está trabalhando, ele foi descansar para poder pensar sobre o assunto.
Dream- O que você quer exatamente?
Laila- Um casamento de três anos, vingar meu pai, matando Zagaia e resgatar minha irmã. Ela sofre de claustrofobia e precisa de cuidados médicos.
Dream- Nem morto. Nunca, ouviu? Nunca. Você não vale a lama do sapato dos meus serviçais!
Laila- Ok, então até mais, eu fico com o tesouro de Hermes. Diz andando para a porta.
Dream fica sem ação por uns segundos.
Dream- SEGURA ELA!
Os homens dele, entra e segura Laila pelos braços. Ela consegue se livrar deles e fica ofegante em frente a ele.
Laila- NUNCA, MAS NUNCA, MANDE UM HOMEM ME TOCAR! Diz ela fazendo vômito.
O mordomo corre e leva uma bacia que fica próxima à entrada para ela. Dream se afasta com nojo.
Laila, depois de se acalmar, levanta o rosto.
Dream- Leve-a ao banheiro. E vocês saiam. Diz olhando para seus homens. O mordomo mostra o caminho a Laila. Ela vai com ele e se tranca no banheiro.
Dream:
_ Que merda é essa? Como ela sabe do mapa? Como saiu da segurança dos homens! Ele fica andando na sala. O mordomo leva a bacia para a lavanderia e volta rapidamente a seu lugar.
Laila:
_ O que foi isso? Porque estar perto dele, não me dá ânsia de vômito? Perto dele não sinto o mesmo que sinto, quando estou perto de outro homem? Não é pelos belos olhos frios dele, nem pelo rosto de um deus grego. Não posso ficar trancada aqui.
Laila lava o rosto e depois procura se acalmar. Ela encontra escova de dente nova pronto para alguém usar. Ela escova os dentes, e ajeita o cabelo que está um lixo. Depois ela faz o exercício para se acalmar. Ela limpa a mente. E abre a porta, jogando a escova no lixo. Ela anda devagar até a sala.
Dream, está sentado com um copo na mão.
Dream- Você não ousaria mentir para mim!
Laila- Não. Mas tem que ser do meu jeito.
Dream- Como vou ter certeza que está falando a verdade?
Laila- O mapa está em árabe, podemos dividir o tesouro, mas nas minhas condições.
Dream- Supondo que eu concorde. Tenho regras.
Laila- Eu também.
Dream- Será um contrato de três anos. Não é permitido forçar intimidade, você não poderá contar a ninguém sobre isso.
Laila- Concordo. Mas eu preciso estar onde estiver. Eu e Cléo. Ela terá acompanhamento médico. Eu preciso de uma nova identidade. E em cada lugar que estivermos, eu quero uma kitnet para duas pessoas. Sem câmeras, sem vigilância. Serei sua empregada particular, assim, estarei por perto de qualquer movimento sobre o tesouro. Não vou me intrometer na sua vida particular, nem você na minha. Serei uma doméstica surda e muda.
Dream- Eu preciso ver o mapa.
Laila- Se concordar, eu te darei a metade, a outra fica para mim. Mas te mostro ele inteiro. Só com o casamento e tudo muito bem detalhado. Até a divisão do tesouro.
Dream- Tem certeza? Sabe que com o tesouro, não precisa de ninguém.
Laila- Tenho. Não é só pelo dinheiro. Eu sou cria do morro. Sempre mantive distância de tudo. Tem coisas que eu não consigo fazer. Já você, é diferente. Eu sou criada no morro e você é o morro. Ou pelo menos, é um dos grandes. Eu preciso de apoio para o que quero. Não confio em ninguém. Já passei dos limites que uma pessoa podia passar. Você faz a limpa, quando eu precisar.
Dream- Vou chamar meu advogado, ele vai redigir tudo. Assim que estiver satisfeita eu assino o contrato. Tem algo sobre a nova identidade?
Laila- Não. Nem sei a minha verdadeira. Eu volto amanhã.
Dream- Como vou ter certeza?
Laila- Minha irmã sumiu. Ela é sua garantia. Se alguém me emboscar ou tocar, o mapa some junto comigo.
Dream- Ninguém vai fazer nada. Pode ficar aqui.
Laila- Eu prefiro ir. Depois do casamento, quero Zagaia morto. Não mande me seguir. Volto amanhã às quinze horas. E não venho disfarçada. Será o tempo de limpar todo esse disfarce.
Dream- Se não cumprir o combinado, se considere morta.
Laila- Sou uma mulher de palavra. E se não cumprir o que falei. Não terá a metade do mapa.
Laila caminha para a porta e o mordomo abre. Dream liga para o advogado e manda ele ir imediatamente à mansão.
Laila, caminha devagar com atenção. Ela mentaliza sua mente para saber, se esta sendo seguida. Ao chegar na casa de Kelly, ela pede ajuda para comprar roupa e tudo para seus cuidados pessoais.
No dia seguinte, ela vai no horário marcado a mansão. É outra pessoa que entra pelo portão. Depois de tudo verificado e aceito, os dois assinam. Laila mostra o mapa e Dream, fala que já mandou fazer o serviço com Zagaia.
Dream, olha o mapa da Fenix. Em suas mãos, o tesouro de Hermes.
Zagaia, não morre, ele consegue escapar. Mas ficou gravemente ferido. Antes de fugir, ele conta sobre o mapa a seu cunhado. Ele parte para um país onde pode viver em segurança.