CAPÍTULO 5
Capítulo 5
CLOE SMITH
"Uma neta que jamais irá se casar porque é feia."
A frase maldosa permaneceu rodando e rodando em minha mente perturbada o dia inteiro como um disco arranhado. A intenção não era apenas ofender ou apenas se sentir superior a alguém, as palavras de Sara Willows tiveram o objetivo exclusivo de me ferir propositalmente. Ela quis me machucar de propósito, só por puro prazer e o pior não foi somente isso que me magoou profundamente essa manhã, o que mais me deixou triste foi o fato de vovó não ter me defendido das farpas de sua amiga. Pelo contrário, minha avó ainda concordou com seus apontamentos sobre minhas falhas e defeitos, e logo depois desconversou de assunto quando Sara e Martha começaram a falar que seus pecados talvez fossem a razão de toda a má sorte que cercava sua vida até hoje.
Para mim aquilo foi a gota d'água. O meu dia acabou por completo a partir daquele instante e eu quis simplesmente sumir da face da terra para sempre. Eu me senti péssima, vazia e triste por dentro. Já não via mais valor ou graça em nada daquilo que tinha para fazer pelo resto da manhã e da tarde, até o cair da noite. Eu fiz as coisas no automático, sem ver nada direito a minha frente, enquanto as palavras de acusação se repetiam em minha mente como um mantra que definiria minha vida para sempre.
"Cloe Smith é uma garota feia. Ela é uma desgraça para a geração das mulheres da família Smith. Ela nunca irá se casar. Ela é magricela. Não tem bons modos. Jamais conseguirá atrair a atenção e o olhar masculino, que a considere uma mulher de verdade algum dia. Ela não presta nem para ser uma dona de casa decente. Ela é isso... ela é aquilo... ela é..."
-Ah, chega! Eu sei que não sou boa o suficiente, mas chega disso. Chega de perturbar a minha cabeça com esses pensamentos ruins e estúpidos!
É o que eu digo para mim mesma, andando de um lado para o outro sem parar dentro do meu quarto. Já é altas horas da noite, vovó muito provavelmente já está dormindo um sono pesado em sua cama, mas eu ainda estou aqui... acordada para caramba e sem um pingo de sono. Minha cabeça está fervilhando por causa dos ataques recebi calada, sem protestar ou rebater com nenhum comentário de revolta.
-Eu realmente sou tão ruim assim como todos dizem?
Eu me questiono ao parar diante do espelho em meu quarto, e encaro o reflexo sem graça que me fita de volta como se me desafiasse a contrariá-lo.
-Bom... talvez eu tenha alguma coisa que valha a pena não ser jogado totalmente fora, não é mesmo? Todo mundo nessa vida tem que ter um ponto positivo, poxa.
É o que eu penso, e logo tenho uma ideia.
Eu retiro a camisa e o shortinho de pijama que estou usando nesse momento e os jogo de qualquer jeito sobre a cama. Fico apenas de peças íntimas, calcinha e sutiã parada feito uma tola diante do espelho. Eu me olho por inteira, de cima a baixo e começo a fazer observações sobre o meu corpo as quais nunca tinha feito antes, por jamais ter tirado um tempo para me avaliar de verdade com bastante tempo e calma. Tudo o que sei ou o que penso sobre mim, e sobre o meu corpo, são avaliações e conceitos que as pessoas fizeram sobre mim a minha vida inteira.
Agora chegou a hora tirar minhas próprias conclusões por mim mesma.
Bem... olhando com um pouco mais de atenção meu pescoço não é muito longo, mas também não é curto ao ponto de ser chamado de feio. Eu pondero um tanto pensativa ao correr minhas mãos lentamente pelas laterais da minha pele, em um toque leve e estudado, ao mesmo tempo em que jogo meus cabelos claros por cima dos ombros, que são um pouco estreitos, mas felizmente não são pontudos e horríveis de se olhar.
Hum... eu acho que ainda consigo encontrar mais pontos positivos sobre mim, certo? É o que eu digo a mim mesma e continuo a navegar minhas mãos pelas águas não navegadas do meu corpo. Agora é a vez dos meus seios... abro o fecho nas costas da pequena peça de pano e o lanço no colchão com um movimento rápido, e então os toco pela primeira vez de um modo diferente. Um toque de apreciação, apenas acariciando com a ponta dos dedos como nunca fiz antes. Eu fecho ambas as mãos sobre cada um deles e experimento o peso dos dois. Primeiramente noto que eles não cabem totalmente dentro das minhas palmas... poxa vida, eles na verdade são bem maiores do que eu imaginava dentro da minha cabeça.
Isso também pode ser considerado como uma boa coisa, não é mesmo? Eu concluo com certa sensação de felicidade e prazer, ao sentir que essa informação libera uma carga de adrenalina e poder em minhas veias, e se espalha pelo restante do meu corpo. Eu vibro. Hum... isso é realmente muito bom... por que eu nunca fiz isso antes? Eu remoo um tanto inconformada a pergunta em minha mente, enquanto aumento um pouco a pressão que faço ao massagear os dois montes e o vale entre eles.
Então algo diferente de repente acontece e eu não sei explicar com clareza o que é. Um ponto mais abaixo do meu corpo começa a ficar meio estranho... como se latejasse de um modo peculiar que eu não entendo a razão, e um tipo umidade começar a surgir ali naquela região. Um vento forte entra pela janela aberta e sacode as cortinas com força de um lado para o outro, fazendo com que o fino tecido, branco como um tipo de véu, se abra por inteiro e deixe o ambiente escancarado para o mundo.
Eu me assusto com o movimento inesperado e repentino que acontece, viro-me de frente para a janela que está totalmente aberta e agora sem as cortinas como barreira. Apenas a luz da lua que ilumina o interior do meu quarto e o céu são as testemunhas do meu ato de coragem e de desbravamento neste instante.
Então eu não ligo... não me envergonho do que estou fazendo e continuo minha exploração pessoal e íntima sobre os caminhos que ainda desconheço sobre meu próprio corpo. De costas para o espelho e de frente para a janela, eu prossigo um caminho sinuoso sobre minhas costelas, vou descendo por minha cintura estreita, roço minhas unhas ao redor do meu umbigo e por minha barriga, até estacionar minhas mãos na altura dos meus quadris mais abertos, e outras partes da minha anatomia.
Agora chegou a hora da verdade: esse é o momento em que mais preciso ter coragem dentro de mim, e ousadia para saber o que me torna uma mulher, o que me separa de possuir apenas um corpo magricelo de adolescente que não cresceu e nem se desenvolveu, em relação ao de uma mulher com "dotes especiais". Então eu arrisco tudo. Jogo o medo de lado pela janela, engancho os dois dedos indicadores nas laterais da minha calcinha e a abaixo até a altura dos joelhos. Segundos depois, sentindo-me mais encorajada do que a poucos segundos atrás, eu a retiro por completo pelos pés.
A brisa fria noturna que acaricia o meu corpo nu me faz tremer por alguns instantes e arrepia todos os fios do meu corpo, como se fosse um presságio de algo grande que está para ocorrer. É como se eu estivesse sendo admirada e tocada pelo olhar invisível de um vento misterioso. Da noite soturna. Do mundo lá fora que ainda não me conhece. E isso é como um potente choque que acerta todas as minhas terminações nervosas. Me faz crescer por dentro e sentir como se eu fosse alguém... maravilhosa... digna... uma mulher de verdade... bela e atraente. Me faz sentir livre... E não há sensação melhor do que essa na vida, pelo menos não que eu ainda tenha experimentado algum dia.
Cloe Smith você pode mais, garota. Então siga em frente!
Eu me aconselho e com isso renovo a coragem de prosseguir adiante, mesmo sem saber muito bem o que fazer ao certo. Minhas mãos são inexperientes quando descem por meu bumbum levemente redondo e os aperta, sem muito tato e jeito, como se estivessem fazendo uma massagem como eu havia feito anteriormente em meus seios. É bom... muito bom, na verdade. Mas sei que ainda tem mais pela frente. Ainda resta um último passo para descobrir nessa noite. E eu não paro. Mantendo as pontas dos dedos ainda sobre minha pele fervente, eu as deslizo para parte frontal do meu corpo e finalmente alcanço o momento esperado: eu experimento.
Um toque. Primeiro é de um modo sutil e tímido. Em seguida ganha um pouco mais de ousadia e eu enfio o dedo médio em minha vagina com certa suavidade, testando meus limites. Eu não entendo o porquê de ela estar bastante molhada e um tanto latejante, porém isso facilita que eu faça movimentos de vai e vem para frente e para trás, e pouco a pouco, enfio um segundo dedo, o indicador, mais afundo naquele buraquinho até então intocado por mim ou qualquer outra pessoa. Ninguém jamais viu ou tocou essa região minha, então é algo completamente novo e surreal para um primeiro momento.