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Capítulo 06 A volta de Dominic:

Ingrid ficou na mansão por mais cinco dias sozinha, ela aproveitou seu tempo para conhecer o lugar.

A mansão era tão grande que ela se perdeu e teve que pedir ajuda a Maria para lhe mostrar os caminhos de volta. Ingrid não tem senso de direção ao ficar distraída. Ela descobriu que também existiam muitas regras na mansão. Principalmente na troca de funcionários, todos eles vestiam uniformes iguais, tudo era feito com uma agenda onde não podiam errar. Eles tinham que estarem bem vestidos e limpos.

Em seu pensamento e coração, Ingrid se perguntava o quanto Dominic era excêntrico. Afinal morava sozinho naquela mansão, ela não via motivos para tantos empregados, e uma mansão enorme. Enfim, era só ele, não precisava de tanto. Harvard tinha razão, ele era o diabo em pessoa.

Ingrid estava deitada em uma espreguiçadeira ao lado da piscina, ela estava relaxada com óculos escuros e com um copo de suco na mão.

“Devo admitir que é bom ser bem servida, apesar do exagero.” Fala com um sorriso.

Maria, se aproxima correndo.

“Senhorita! Senhorita!” Chega apavorada.

Sentando e tirando o óculos, olha para ela espantada.

“O que há de errado? Por que está apavorada?”

“O senhor Dominic está voltando.”

“Mas ele não disse que ficaria fora por uma semana? Ainda não completou a semana!” Fala engasgando e tossindo forte.

“Sim. Ele nunca fez isso! Se falasse uma semana, era uma semana, nem um dia a menos, nem a mais. Desta vez, eu não sei o que aconteceu, foi de repente que recebemos a notícia que ele estava voltando antes do prazo. Ninguém sabe o porquê desta volta repentina. A senhorita tem que se preparar.”

“Para quê? O que eu tenho que preparar?” Pergunta confusa.

Maria a olha com o olhar perdido. “Uh… Não sei.”

“Maria, eu não sou empregada do senhor Dominic, então não preciso preparar nada, nem me preocupar, a casa é dele.”

“Verdade! Tem razão. Eu vou fazer o que preciso, vou trabalhar para a chegada dele.” Maria fala e sai correndo.

Ingrid, pega o suco e colocou o canudo em sua boca bebendo o suco.

Já que estava casada com ele, então deveria pegar algo em troca. Ingrid se prepara para negociar com o Demo, ela tem que fazer uma boa negociação. No entanto, Ingrid só o viu no jantar. Ela ficou sabendo que ele tinha chegado muito mais cedo, no entanto, ele não a procurou, deve estar aprontando algo, como seu amigo já lhe avisou.

Na mesa de jantar, lampadas de cristais iluminavam o ambiente, os talhes eram de prata e havia muitos pratos feitos sobre a mesa, cada um mais apetitoso que o outro. Como a mesa era grande, Dominic sentou na cabeceira e Ingrid na outra ponta, sendo impossível uma conversa entre eles. Ela aproveitou para olhar bem seu rosto. O homem tinha uma aura forte, assim como sua presença, elegante e digna, seu semblante era fechado afastando qualquer um dele. Os empregados estavam a postos, prontos para seguirem a uma ordem dele.

Ingrid se sentiu estranha e reservada diante dele, ocasionalmente olhava para o homem do outro lado da mesa. Ele era realmente lindo, ela percebeu que seus traços pareciam com o de Harvard, só que mais maduro, uma versão bem melhor de seu amigo. Infelizmente, pelo que sabia, seu temperamento é como um rei e Harvard, era mais leve, descontraído. Tendo uma beleza infantil, comparado com a do tio.

“Não está do seu agrado?” Dominic corta seu legume, ao perguntar. Ingrid olha em volta e percebe que além dos empregados, só ela estava presente, sem certeza que ele falou com ela, demorou um pouco a responder.

“Pode dizer a eles para não ficarem aqui? Uma parede de empregados observando, é muito estranho.” Fala sem levantar a cabeça.

Dominic olha para o mordomo e ele dispensa os empregados. Aliviada, Ingrid olha agradecida para Dominic. Ele continua a se alimentar tranquilamente. Ingrid, inquieta, deposita os talheres e olha para ele.

“Senhor Harvard, acho que precisamos conversar.”

“Está confortável aqui?” Ele perguntou inesperadamente. E não me chame de senhor. Dominic é meu nome ou pode me chamar de marido.” Ele diz, levantando a cabeça e a fitando com seus olhos profundos.

Constrangida, ela raspa a garganta.

“Dominic, irei te chamar assim.” Por que ele não falou sobre o divórcio? Ela vê um sorrindo em seus lábios. Ao abrir a boca para falar, ele se levanta.

“Ficaram uns assuntos pendentes. Estarei no escritório. Termine seu jantar com calma.” Fala saindo deixando ela de boca aberta espantada.

Ingrid olhou para o prato de Dominic e percebeu que estava limpo, enquanto ela ainda não tinha comido nada. Ficando sozinha, ela se perde em pensamentos.

“Droga! Ele é mesmo estranho, só pode ser mesmo um demônio.”

No escritório, Dominic está cercado de estantes, com livros raros, em sua mesa, duas telas de computadores estão bem posicionada para seu uso. Mas ele, não pegou nenhum livro e nem ligou o computador. Ele não conseguia trabalhar. Quando estava na Inglaterra, sua mente estava no rosto de Ingrid, até quando dormia, sonhava com ela. Indo contra seus princípios, pela primeira vez, voltou antes do cronograma que estava feito com antecedência, sua vontade de estar com ela, foi mais forte.

Um som de repente veio do outro lado da porta.

“Senhorita, o senhor Harvard não permite ser incomodado quando está no escritório, ninguém pode entrar, quando ele está ocupado.” A voz de seu mordomo é ouvida por ele.

“Eu não sabia. Ele não comeu a sobremesa, por isso pensei que talvez ele gostaria de comer, não sabia que tinha mais essa regra.” A doce voz de Ingrid chega a Dominic.

“Desculpe, mas ele não come sobremesa, ele nunca come doce.”

Enquanto conversavam, a porta do escritório se abre, deixando os dois assustados. Dominic abriu a porta pelo controle, o mordomo entende a mensagem e muda sua postura.

“Senhorita, por favor, entre.” Fala se afastando.

Ingrid olha para dentro e vê uma enorme biblioteca, ela entra olhando e admirando. Dominic tem um livro grande nas mãos. Ele olha para ela.

“O que houve?”

“Hã? Nada, como terminou seu jantar e saiu, pensei que gostaria de uma sobremesa, Eu não achei ruim, apesar de não saber o que é, então decidi trazer um pouco para você.” Ela se aproxima com uma taça na mão.

“Traga até mim.” Ingrid leva a sobremesa e descobre que só tem uma cadeira no escritório, onde ele estava sentado. Ela coloca a taça sobre a mesa e lhe estende o talher.

“Aqui.” Fala com o braço estendido.

“Pode me alimentar” Ele diz calmo.

“O quê? Você já é um adulto, consegue comer sozinho!” Fala para ele.

“Não quero que perca seu tempo, já que veio pessoalmente trazer a sobremesa. Faça o serviço completo.” Fala friamente.

Ingrid lembra do aviso de seu amigo, ele pode ficar com raiva e sua reação é imprevisível, não deve provocar o demo. Com um suspiro resignado, ela pega um pouco de sobremesa e leva até a boca dele, um pouco chateada, mas Dominic não colabora e vira a página do livro. Ingrid fica vermelha de raiva e ao perceber que ele estava dificultando para ela, faz um gesto brusco e o que estava na colher, cai direto em sua virilha. Dominic olha e suas pupilas encolhem um pouco, suas sobrancelhas franzem.

Ingrid arregala os olhos ao perceber o que aconteceu, sua expressão fica pálida e ela fica em choque por um momento. A roupa dele é de marca cara, a sobremesa, está manchando onde caiu.

Ela, nervosa, olha e fala desesperada.

“Desculpe! Juro que não foi intencional.” Fala reagindo levando a mão para limpá-lo.

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