Descobrindo as origens
Kasumi nadou por horas e horas sem parar. Não podia descansar, não se permitia isso porque estava em jogo a vida daquele que a criou como se fosse pai dela. Mesmo que seja adotivo, Kasumi sempre foi grata pelo bem-estar que recebera dele. Ela passou horas nadando no Oceano Atlântico, tendo que desviar inclusive do continente da África, o que foi muito complicado para ela. Encarou tempestades, teve apoio de animais aquáticos, como baleias e até mesmo tubarões, e depois de muito insistir, finalmente ela chega no Japão, em uma praia.
-- Consegui.-- disse Kasumi super cansada, quando estava nascendo o sol. Nesse momento, já se perdera 1 dia.
Por conta de ter nadado tanto, acabou desacordando. Algumas pessoas viram a ruiva e se impressionaram. Como ela teria chegado ali? Homens e mulheres adultos se admiravam com a beleza que ela tinha. Cabelos longos, corpo farto, de uma nativa de algum povo indígena e uma pele bem macia, apesar de queimar quando exposta ao sol.
-- Mas o que está havendo aqui?-- Uma mulher com um quimono estava passando por ali.
-- Uma garota foi encontrada desacordada. Não sabemos se está viva ou não.-- disseram um dos civis.
A mulher olhava para Kasumi e pensava:
-- "Essa pessoa... Por que ela é familiar para mim, sendo que eu nunca a vi?"
De repente alguém lhe vem à cabeça. Sua irmã Makaro e seu cunhado Kinari. Iriam ter uma filha chamada Kasumi, mas por ela ter ficado desacordada é que não se lembrava de muita coisa. Recebera a informação do momento em que Kare a joga no rio, provavelmente a deram como morta.
-- Bem, se me permitem, deixem que eu a leve para o hospital. -- disse a mulher.-- Terminei o serviço voluntário.
Ela a pega no colo e a levava. As pessoas ficavam olhando para ela sem entender nada do que estava acontecendo.
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Enquanto isso, no Clã Mizuna, após a morte de Kinari, as coisas estavam mais complicadas. O modo de vida dos Mizuna havia decaído muito. Estavam ficando mais pobres e quem se tornara o novo líder do clã, fora Ina, mas ela não tinha muita experiência com essas coisas, entretanto, não deixava de se esforçar, graças aos conselhos que recebia de sua mãe, Ai.
A anciã estava cozinhando e tudo o que ela fazia, infelizmente lembrava Makaro, sua filha. Quando ela foi colocar os pratos na mesa, acabou colocando três. Se lembrou que sua filha não estava mais com ela e começou a chorar.
-- Por que isso ainda? Já faz 16 anos que ela se foi e eu não perdi o costume. Por quê?-- dizia entre lágrimas.
-- Mãe!-- Escutava o grito de Ina, sua filha.
-- Sim, o que foi? Como foi no serviço voluntário?-- indaga a anciã.
-- Bem. Consegui um bom dinheiro. Poderá dar mais um reforço no clã.
Ina ia colocar Kasumi na cama dela.
-- Mas espere, quem é essa menina?-- indaga Ai.
-- Mãe, algo me diz que ela é quem eu penso que seria.
-- Do que está falando?
-- Você verá.
Elas olhavam para Kasumi, esperando que ela despertasse. Cinco minutos depois, Ai fala:
-- Ela não vai acordar. -- Põe a mão em seu braço.-- O corpo dela ainda está quente. Está viva ainda, mas parece estar bem cansada, já que dorme tanto.
-- Será que ela vai ficar bem?-- indaga Ina.
-- Acredito que sim. Ela só está dormindo.-- dizia a anciã.-- Mas me conte. Como a encontrou?
-- Na praia. Os cidadãos estavam curiosos com o seu paradeiro. Tive que inventar uma desculpa para trazê-la para cá.
-- Entendi.
Mais tarde, elas estavam almoçando. Ina não parava de olhar para Kasumi. Queria a todo momento que ela despertasse. Talvez para perguntar algo ou então para fazer alguns questionamentos. Deduzia coisas, como por exemplo, julgar por suas vestes. Estava usando um quimono, mas de pés descalços. Para onde ela deve ter vivido durante tanto tempo?
De repente, Kasumi se mexe.
-- Ela vai acordar.-- disse Ina, que se levanta de sua almofada e ia vê-la.
A bela ruiva acorda e via Ina em sua frente.
-- Ela acordou.-- disse a atual líder do clã.
-- Onde estou?-- indaga Kasumi, meio tonta.
-- Menina... Tudo bem?
-- Ahn? Tudo. A minha cabeça só está doendo, assim como meus braços e pernas.-- dizia Kasumi, que colocava uma das mãos em sua cabeça, sentindo dores.
-- O que houve que está assim?
-- Eu nadei do Brasil para cá para vim buscar o Elixir da Vida para o meu pai.
-- Seu pai? Quem é seu pai? De onde você vem?
-- De uma tribo. Deve se surpreender por que estou falando assim sem muito mistério, não é? Isto porque eu preciso de ajuda e não sei nada do país.
-- Mesmo?-- Ina olhava para o corpo de Kasumi e depois para o seu rosto. Isto a acabou deixando vermelha.-- Você tem traços de ser japonesa, mas o seu corpo está mais que saudável.
A ruiva corou e nisso, Ai se metia dizendo:
-- Qual o seu nome, garota?
-- Kasumi.
Ambas se impressionam.
-- Ka... Kasumi?-- indaga Ina.
A ruiva assentiu que sim. Nisso, os olhos das duas se enchiam de lágrimas e começaram a chorar.
-- Mas o que está havendo?- indaga Kasumi sem saber de nada.
Ina a abraça e chorava de emoção.
-- Kasumi... Você não sabe o por quanto que sofremos. Estamos sozinhas nesse mundo e parece que o destino teve piedade de nós e nos trouxe você de volta.
Ai também a abraçava e estavam deixando a ruiva quase sem ar.
-- Mas espera... Eu...-- Kasumi some em chamas e reaparece atrás delas.
-- Kasumi... Eu sou Ina Mizuna. Sou sua tia. Esta é Ai Mizuna. Sua avó.
A ruiva, ao ouvir isso, se impressiona e também começa a entrar em lágrimas. Ela as abraça e começa a chorar de emoção. Encontrava seus primeiros parentes biológicos. Lágrimas eram compartilhadas, ao mesmo tempo que uma boa sensação de encontro.
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Mais tarde, Kasumi estava comendo com elas. Contava o momento em que foi adotada pela Tribo Potira e também afirmava sobre seu treinamento com eles. Disse que dominava os cinco elementos, mas com maior destaque o fogo e os seus poderes espirituais. Disse que sua inteligência era tanta que rivalizaria com o mais sábio de todos e foi o que ocorreu.
-- Nossa, então você é um gênio lá na tribo.-- disse Ina.-- Aliás, você está aqui porque disse que procura pelo Elixir da Vida, não é?
-- Sim.-- disse Kasumi.-- Um homem misterioso havia lançado uma faca nas costas de meu pai. Estava destinado a me atingir, mas foi ele quem me salvou
-- Nossa, que ato heroico.-- disse Ai.-- Bem, quem era esse homem?
-- Não sei dizer, mas ele possuía poderes mágicos.
Ina estava com "a pulga atrás da orelha." Será que poderia ser Kare Ando? O inimigo número 1 do Clã Mizuna e também assassino dos pais de Kasumi?
Ina dizia:
-- Não importa quem seja, eu irei ajudar você a encontrar o Elixir da Vida, tanto que eu sei onde ele está.
-- Onde?
-- No Monte Fuji. Vamos para lá e lhe entrego o Elixir da Vida.
-- Sério mesmo? Nossa, isso é muito importante para mim.-- disse Kasumi, emocionada.-- Eu preciso levar para ele o quanto antes ou irá morrer. Eu já perdi um dia, se eu perder mais este e o de amanhã, então ele morre.
Ina estava pensativa e dizia:
-- Você já descansou o suficiente?
-- Sim.
Ela olhava mais um pouco para a sua sobrinha, a deixando vermelha de novo. Ela percebe que se olhar muito em Kasumi, ela acaba ficando sem jeito e dá uma risada boba por causa disso. Em seguida, ela dizia com um sorriso:
-- Vamos então para o Monte Fuji.
-- Obrigada, tia Ina.-- A ruiva a abraça.
Depois que soube quem eram as duas, Kasumi não se desgrudava delas e ficou feliz que a sua tia iria ajudá-la a encontrar o Elixir da Vida.
-- Mas... E quanto aos meus pais biológicos?-- indaga a ruiva.
-- Bem, eu...-- disse Ina, sem graça.-- Quando pegarmos o que você, irei falar sobre o que quiser.
-- Tudo bem.
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Mais tarde, estavam ambas prontas para irem ao Monte Fuji.
-- Tomem cuidado, meninas. Usem o equipamento para escalarem lá.-- disse Ai.
Ina tinha uma moto. 16 anos depois, os Mizuna ficaram um pouco modernos em alguns quesitos, como transporte.
-- Sobe e me segure na cintura.-- disse a tia da ruiva.
Kasumi a obedecia. Subia na moto, a segurando conforme lhe fora ordenado. Nesse momento, Ina arranca e quase que a ruiva cai. Ela opta por se segurar firmemente, para justamente não sofrer uma queda.
-- Precisamos ser rápidas, se quisermos que seu pai adotivo viva.-- disse Ina.
Quem estaria as espionando, diretamente de um parque de diversões abandonado e dentro de uma tenda de circo, era ele, Kare Ando. Estava com uma bola de cristal e dizia:
-- Ótimo. Que a diversão comece.
Ele sumia em pó e estaria no Monte Fuji, bem no topo, as esperando. O vilão usa uma magia para melhorar sua visão e assim encontrar o Elixir da Vida.
-- Ótimo.-- Kare pegava o artefato.-- O Elixir da Vida. Um artefato que os deuses xintoístas deixaram no Monte Fuji para os humanos. Somente aqueles com um coração valente e com um espírito de liderança, poderiam beber dessa iguaria. Se fosse o oposto disso, iria morrer. Que ironia.
Kare, com a sua visão, via elas chegarem e se prepararem para escalar o Monte Fuji
-- Ótimo. Que a diversão comece.-- disse o vilão.
Kasumi, com a ajuda de sua tia, começa a busca pelo Elixir da Vida. Mal sabem que irão se encontrar com Kare. O que será que irá acontecer em seguida?