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DAMON
Seguimos para a sala e ficamos separados. Ela fica do lado do namorado enquanto permaneço perto de alguns parentes distantes mas não consigo desgrudar meu olhar do dela. O velório ocorre por mais 2 horas e depois vamos em carros diferentes para o cemitério particular onde se encontra nossos entes queridos. Chega o momento de colocar o caixão dentro da cova e peço para me despedir. Seguro um ramalhete de lírios brancos e seguro as lágrimas.
— Papai, me perdoe ter me afastado por todos esses anos... Saiba que eu te amo, sempre te amarei... Obrigado por ser um excelente pai, obrigado por me amar sabendo que eu sou alguém imperfeito... — deposito as flores em cima do caixão e as lágrimas tomam conta da minha face. — Adeus, meu velho pai... — Despeço-me, despedaçado de tristeza e meu irmão Matt me abraça forte.
Logo em seguida, Evolet se junta a nós e me abraça de lado, beijando meu rosto e limpando minhas lágrimas. Após as demais despedidas de parentes e amigos, papai é enterrado e finalmente descansa em paz.
***
Findo o velório, retornarmos para casa. Como Matt insistiu muito para que eu dormisse na mansão de papai, não resisti, cedi a seu pedido e chegando lá, fui até meu antigo quarto, que por sinal continuava intacto, do jeito que eu deixei quando fui embora, cheio de banners da banda de Rock Scorpion e alguns de mulheres da capa da playboy. No meu guarda roupa ainda existiam roupas de quando eu era jovem. Parece que meu pai gostava de sentir minha presença ali, mesmo que eu não estivesse.
Deixo minha mochila numa cômoda e vou até a janela, que dá vista para a piscina e fico ali por alguns segundos pensativo, relembrando o passado. De repente, sinto meu celular celular vibrar e o atendo, ainda olhando para o exterior da janela.
— Oi, Mel...
— Oi, meu daddy... Como você está? Eu e Britt estamos preocupadas. Ce nem falou no grupo.
— Me desculpe, linda... Cheguei agora do enterro. Não foi fácil para mim.
— Sentimos muito por sua perda..
— Eu sei, obrigado.
— E quando você volta para nós? — ela pergunta logo em seguida. Essas duas são insaciáveis.
Sorrio em meio a tristeza e relembro quando fiquei com as duas ao mesmo tempo e quando elas descobriram, saíram no tapa. Tive que separar as duas em meio a uma festa pós desfile e dei um ultimato: ou aceitavam me dividir uma com a outra ou me esqueciam. Eu nunca fui de ninguém. Por fim, as safadas aceitaram a proposta e nunca mais tive problemas com ciúmes, embora eu ainda fique com outras mulheres por fora.
— Em breve, sua safadinha... Quero vocês duas daquele jeito pra mim... bem molhadinhas, prontas para o abate do seu daddy... — falei baixinho, cheio de saliência e ouvi Mel suspirar de tesao.
— Por favor, não demore, meu gostoso... Estamos loucas para te dar...
— Porra, eu farei de tudo para logo estar enterrado nessas bocetas... — disse cheio de tesão, contudo ouvi um pigarro e virei-me imediatamente.
Fiquei boquiaberto ao ver Evolet me olhando assustada e segurando um embrulho de presente vermelho com corações brancos.
— Preciso desligar agora, Mel. Até logo. — desliguei na cara de Mel e fui até Evo. — Algum problema, querida? — indaguei e vi ela engolindo em seco, nervosa e com os lábios meio trêmulos.
— É... É que a sua porta estava aberta e... e eu vim entregar um presente.
— Sei... Eu estava numa ligação... com uma amiga.
— Aham...
A seguir, sentei me na cama, retirando minha camisa preta básica e liguei o ar condicionado, depois chamei Evo.
— Senta aqui, vem. — bati no colchão e ela veio, fitando meu abdômen exposto meio chocada e me atrevo a dizer... desejosa.
Logo depois, ela sentou um pouco próxima e estendeu o presente. O peguei e fiquei olhando para ela.
— Não precisava, querida.
— Era seu aniversário... antes do vovó falecer e eu achei que você viria nos ver, mas como não apareceu, eu guardei. — ela se explica.
— Entendi, linda. — sorri e abri o pacote, o rasgando e vi uma pulseira de aço da cor de cobre com um pingente de dois bonecos. Um homem e uma mulher. — Que lindo, Evolet...
—Eu comprei pensando no senhor... Esse pingente era da minha pulseira. Como eu cresci e ela não cabe em meu pulso, o coloquei em sua pulseira, para o senhor lembrar de mim... — ela se explicou novamente mas seu olhar não desgrudava do meu corpo, descendo pelo meupeitoral e indo até minha calça jeans preta.
— Nunca vou esquecer esse presente, Evo... Me perdoe ter te abandonado tanto tempo... Juro que recuperarei o tempo perdido. — prometi e ergui seu rosto com meus dedos, fazendo-a olhar para mim. — Adoro essa sua doçura, sua inocência... Ela respirou fundo e notei sua respiração acelerar a meu toque.
— Espero... Espero que o senhor fique muito tempo, tio...
— Vou ficar... Por você. — afirmei sério, olhando intensamente em seus olhos e ela acariciou minha mão com a sua, fechando os olhos e passando a outra mão em minha coxa.
— Obrigado, tio...
Desta vez, quem respirou fundo foi eu e a porra do meu pau endureceu dentro da calça, por causa do toque dessa menina.
Inferno, como vou me controlar desse jeito?
Por alguns segundos, ela permaneceu com os olhos fechados e apertou minha coxa, depois os abriu e veio mais perto, abraçando-me forte, quase sentada em meu colo. Evolet podia até tentar, mas não estava conseguindo disfarçar que a química que nos envolvia estava a consumindo completamente.
Deixei-a me abraçar da maneira que quisesse e segurei sua nuca com minha mão, acariciando sua pele, depois apertei seu cabelo e a fiz erguer o rosto e olhar pra mim. Estava na cara que ela era uma mulher submissa e aparentava gostar de ser controlada. Nem o aperto forte em sua nuca a fez se afastar.
Porra, Damon!
Você está fodido!
— Juro que pensei que você era outra mulher... Porra... Não estou conseguindo te associar a minha sobrinha de anos atrás. — murmurei, morto de tesão e ela não tirava os olhos de minha boca. — Não me olha assim, menina...
Ela mordeu seu lábio inferior polpudo e apertou minha coxa com mais força, demostrando mesmo sem palavras o quanto me desejava.
— Eu não ligo se o senhor não me reconhece desse jeito... Só quero que nunca mais vá embora...
Trinquei a porra do meu maxilar e meu amigo de baixo implorava para que eu fechasse a porta e a fodesse ali mesmo na minha cama, mas fechei os olhos e a soltei, me levantado da cama.
— Eu preciso dormir, querida... E não se preocupe, vou ficar um bom tempo perto de ti... e da família, é claro.
— Entendi. — ela falou envergonhada, parece que tinha voltado a razão e ficou de pé. — Espero que sua esposa não fique chateada...
— Eu não tenho esposa, Evolet.
— Achei que estava falando com ela ao celular...
— Era uma amiga... Não sou preso a ninguém, querida... — afirmei e notei ela sorrir satisfeita.
— Bom, vou deixá-lo em paz... Espero o senhor no jantar.
— Evolet, nada de senhor. Só Damon. Ou tio... Como você achar melhor.
— Ok... Eu prefiro Damon... — ela sorriu e saiu, fechando a porta do quarto.
Fui até lá e a fechei na chave. Depois amparei minhas mãos na porta e respirei fundo.
A porra do meu coração estava acelerado feito o de uma mocinha virgem apaixonada e ri de mim mesmo, sem entender o que estava realmente acontecendo, já que nenhuma mulher nos últimos anos me fez se sentir assim.
— Droga, Damon... Você está fodido, cara... — murmurei para mim mesmo, tomado pela perturbação.