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CAPÍTULO 3= EDUARDO

Eduardo era um homem que não tinha costume de seguir ordens nem de homem, nem de mulher e muito menos do desânimo, para ele não existir a palavra derrota.

Fez a empresa, e as fazendas de seu pai ressurgir da própria cinza, como se fosse uma fênix, algumas pessoas o chamavam de Midas, pois diziam que onde ele tocava transformava em ouro. Mas diferente de tudo que as pessoas pudessem pensar, não foi sorte e sim muito trabalho.

Tanto que Eduardo viveu somente para isso, ele ainda se casou aos 23 anos, no entanto seu casamento só durou um ano. Mas apesar disso ela não lhe dava trabalho, desde que a sua pensão caísse todo mês. Ele e sua Lilian, não tiveram filhos, e ele agradecia muito a Deus por isso. Pois, nenhuma criança merecia Lilian como mãe. Visto que ela era a própria personificação da palavra frivolidade, pensava ele. Além disso, Eduardo ainda não estava preparado para ser pai, bem isso era o que ele pensava.

Eduardo perdeu a sua mãe aos 13 anos de idade, e tanto o seu pai quanto ele, a amava profundamente e para ambos não caírem em uma grande depressão, um foi a tábua de salvação do outro. O seu pai achava que tinha de dar o melhor para ele, incluindo uma boa educação, e assim o fez, ele por outro lado achava que tinha que dar muito orgulho para o seu pai, visto que ele era a pessoa que mais amava no mundo.

O seu pai era o famoso paizão, mesmo quando quase sem tempo, devido os negócios o absorverem, ele sempre arrumava um jeito para estar perto de Eduardo. E coisas que para alguns pais eram sinônimos de perda de tempo, para Bernardo era como um mantra de todos os dias.

Desde de um bom dia, e um beijo de despedida antes de entrar no colégio, até mesmo uma descontraída conversa durante o jantar, com o seu filho. Tirava tempo muitas vezes para jogar uma bola com ele na praça, assistir às suas apresentações no colégio ou simplesmente passear um pouco, também gostava de algumas vezes o levar até a sua empresa.

Bernardo já era assim antes da morte de sua esposa, depois que ela faleceu seu pai passou a fazer isso com muito mais frequência. E uma vez Eduardo ouviu ele dar conselhos para um amigo, que também ficara viúvo dizendo:

— Lembre-se sempre do seu filho amigo, agora que ele está sem mãe precisará do seu carinho em dobro. Lembre-se Samuel é o presente mais valioso que sua esposa lhe deu, é por isso que sempre tento dar o meu melhor para Eduardo, porque quando me encontrar com ela novamente, não vou me arrepender de ter sido um mal pai para ele.

E sempre que podiam conversavam, especialmente com respeito ao seu futuro. Nesses momentos ele lembrava que era ele quem assumiria o controle da empresa. Por isso sempre lhe ensinava tudo sobre o funcionamento dela.

Ou simplesmente brincavam um com o outro, como bons e velhos amigos ou simplesmente como pai e filho, ao lembrar-se desses momentos os olhos de Eduardo que com frequência eram frios, ficavam temporariamente iluminados.

Porém, naquele momento ele havia acabado de chegar em sua empresa, e observou que em cima de sua mesa tinha uma pasta lacrada e escrita:

— Para o senhor Castellani. —Batendo com os punhos na mesa falou em forma de triunfo: —Peguei você desgraçado!

E imediatamente abriu a pasta e começar a ler, porém seu olhos que eram frios, agora queimavam sobre àqueles papéis, andando em círculo pôs as mãos na cabeça, e seu belo rosto havia transformado-se enquanto ele falava impaciente.

— Não é possível, não posso acreditar nisso!

Inconformado com que lia, ele então pegou o telefone e ligou para Júlia, sua secretária, a chamando imediatamente a sua sala. Ela chegou rapidamente e falou: — Pois não chefe!

A encarando com aquele olhar frio que a fez arrepiar-se de Macêdo ela falou impaciente: — Júlia quando chegou esses documentos aqui? — falou ele apontando para os papéis.

— Chegou de manhã, senhor, o rapaz que os trouxe, disse que era um investigador, mas como ele estava com um pouco de pressa, deixou os documentos aí para que eu o entregasse e pediu que o ligasse, caso houvesse alguma dúvida.

Ela falou isso pedindo desculpas por não ter lhe falado imediatamente pois estava ocupada organizando a sala de reuniões, para reunião de acionista que aconteceria mais tarde.

— Pois deveria ter feito ele esperar até eu chegar ligado!

— Desculpe senhor não sabia que era prioridade! — Falou a moça de cabeça baixa pois não queria encarar os assustadores olhos frios do patrão, pois sabia que ele estava aborrecido com ela, porém suspirando ele bateu os dedos nas têmporas e falou:

— Dessa vez está desocupada, mas ouça! A partir de agora quando Thiago chegar, dê-lhe prioridade acima de qualquer outra coisa e avise-me imediatamente se ele estiver aqui, e não deixe ele sair, antes de falar comigo, me ouviu bem? Prioridade! — falou ele novamente com ar aborrecido embora no fundo ela agradecia que já não fosse mais com ela tal aborrecimento.

— Sim senhor! E me desculpe mais uma!

— Tudo bem, agora me diga a que horas vai ser a reunião?

— Às 15:00 horas senhor.

— Ok pode ir! — Quando ela saiu, ele então ligou para o seu investigador e disparou:

— Como assim morto!!!

— Sim senhor Castellani é exatamente isso que o senhor leu, Ricardo Damasceno Lima está morto, há mais ou menos uns 6 anos.

— E isso é tudo que tem a me dizer? simplesmente que o meu maior inimigo está morto!

— Sim senhor, tudo o que sei foi que depois do golpe que ele deu em seu pai, ele não fez mais nada para sujar sua ficha. Sei também que antes dele morrer suas fazendas e seu Haras quase afundaram por causa de uma mulher, mas sua filha soube como segurar as pontas e contornar a situação e hoje tanto as suas as fazendas são as maiores fornecedoras de carne e leite do Brasil, como o seu Haras é um dos maiores formadores de puros sangue, e campeões de rodeio.

— Como assim, você disse filha? — perguntou Eduardo interessado, e o investigador respondeu:

— Sim senhor, se chama Diana e é muito conhecida em toda região de Sorocaba, por seus campeões!

— Ouça-me bem Thiago, quero que você refaça todas as suas investigações, mas desta vez com respeito a essa mulher, sendo filha de quem é tenho certeza que ela tem algum podre a esconder! E eu vou fazer questão de tornar isso público. — Falou ele.

— Tudo bem chefe farei isso!

— Leve o tempo que quiser, mas descubra tudo, tudo mesmo sobre essa mulher, quero saber desde quando ela começou a perder seus primeiros dentes de leite até agora. Entendeu bem Thiago?

— Sim senhor, assim será!

Ao desligar o telefone Eduardo caminhou até a janela de seu prédio, ficou olhando os carros sem de fato enxergá-los, na verdade ele agora estava em seu próprio mundo, lembranças e pessoalmente escuros povoaram sua mente, e naquele momento tudo o que desejava era fazer justiça por seu pai, por isso exclamou para si mesmo:

—Dizem que os filhos não devem pagar pelos pecados dos pais, mas eu não penso assim, além do mais a maldade e o mau-caratismo costuma-se levar no DNA. E quando une-se a isso o fator ambiente, criam-se verdadeiros filhos de cobra, e tenho a certeza que é exatamente isso, o que essa mulher é! Uma cobra criada, além disso, eu duvido muito que ela não saiba ou não tenha aprendido algumas das falcatruas e maracutaias do seu pai!

Voltando-se novamente em direção à sua mesa, deu mais um murro e disse: — Pois, farei ela provar de seu próprio veneno... E ei de me vingar em você Diana Damasceno, pelo que fez o seu pai ao meu, você me dará esse prazer e essa satisfação!

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