CAPÍTULO 2= DIANA

Diana era uma mulher acostumada a mandar e a ser obedecida odiava quando era contrariada. Em suas fazendas e especialmente em seu haras, era ela quem mandava.

Desde muito jovem aprendeu a ser decidida, quando tinha um objetivo, não parava por nada até conseguiu, era assim com quase tudo em sua vida, principalmente nos seus negócios, possuía um excelente tino comercial e graças a isso ampliou as vendas de carne e leite que suas fazendas exportaram.

Mas a sua maior paixão mesmo, era seu Haras Estrela, Diana era a possuidora dos mais belos e invejáveis puros sangue de Sorocaba.Tinha grande orgulho de seus animais, principalmente por saber que a maioria foi ela mesma quem os domou, ou simplesmente acompanhava sua doma.

Sentia prazer nesse serviço e tinha bastante liberdade ao cavalgar lindos e selvagens animais, porém sabia que tal trabalho não era brincadeira, por isso só empregava os melhores e mais competentes peões acostumados com domas de cavalo.

Como seu braço direito tinha Paulo Silveira, um peão forte e experiente em lidar com os animais, aliás como diziam as más línguas, ele só sabia lidar com bichos mesmo, porque com gente ele não era muito bom não. Porém para Diana isso era o que mais importava, pois sabia que seus animais estavam em boas mãos.

Ela sempre foi uma excelente amazona, desde de bem pequena aprendeu a monta-los, mas aprender a domar os animais foi um pouco mais difícil.

Trabalhava com muitos tipos de cavalos os Árabes, os Mangalargas, os Marchadores, os Ingleses, os Appaloosas enfim. E todos esses cavalos eram criados, e domados para serem campeões nas modalidades como corrida e hipismo. Quando começou teve a ajuda de Paulo que ensinou-lhe exatamente tudo que ela precisava aprender para domar os animais, sem a necessidade de empregar maus tratos. Para ela, Paulo foi bem mais do que seu empregado, ou seu braço direito nesses últimos anos, na verdade ele foi o pai que nunca teve. Quando assumiu as fazendas e o Haras ela estava totalmente perdida, mas ele ajudou-lhe com a paciência de um pai e era muito agradecida por isso.

Diana sabia também que todos os peões os obedeciam e tinham por ele muito respeito, e eles também ficaram muito contentes quando ele voltou a trabalhar lá. E ele foi de grande ajuda, quando durante cinco anos, ela teve que conciliar a faculdade com seu trabalho nas fazendas.

Devido a esses enormes desafios, que ela foi superando pouco a pouco, Diana não teve uma vida social, como a maioria das suas amigas da faculdade.

E sobre a sua aparência, o que podemos dizer? Bem, Diana não tinha porque se encher de falsas modéstias, pois sabia que era uma mulher bonita, chegou a ser considerada a rainha de alguns rodeios, nas poucas vezes que participou de um, onde foi exibir seus cavalos. Era morena clara, e tinha os cabelos castanhos claros, os olhos verdes, o corpo curvilíneo e atlético devido aos exercícios que fazia com os cavalos.

Percebeu, porém que apesar de sua mãe ter sido uma mulher linda, não havia puxado para seus traços de beleza, que tinha uma beleza suave e hétera. Sua mãe costumava falar que ela tinha puxado para a sua avó, que tinha daqueles tipos de beleza chamativos, que costumava deixar outras mulheres enciumadas e com inveja.

Mas não negava que havia herdado muito dos traços de beleza do seu pai, que também foi um homem muito bonito, pena que...

Mas apesar de saber que tinha uma boa aparência, sabia que uma pessoa não se resumia somente a isso, e descobri isso há duras penas algum tempo depois. E bem essa é Diana Damasceno Pinheiro uma mulher bonita e independente que tinha uma grande responsabilidade em suas mãos, cuidar das suas fazendas,do seu Haras e do seu maravilhoso filho, Ravi... filho?

Sim, Diana tinha um filho, um ano após a morte de sua mãe, ela se apaixonou por um rapaz da faculdade que se chamava Michel.

Ele era bonito e tinha uma excelente conversa, cursava faculdade de advocacia, mas quando ele soube que ela estava grávida, falou para ela abortar seu filho, no entanto ela recusou-se imediatamente.

— Nunca faria isso com meu próprio filho!

— Não percebe Diana, que ele vai atrapalhar nossas vidas e nossos estudos?!

Ao ouvi-lo, lembrou imediatamente de seu pai, que era como Michel, só pensava em seus próprios interesses, Diana tinha amor próprio, não era do tipo de pessoa de ficar humilhando-se pôr ninguém e não começaria agora. Essa foi a última vez que falou com Michael sobre o seu filho, não quis mais contato com ele, trancou sua faculdade por um ano, mas assim que seu filho nasceu continuou seus estudos.

Michel ainda a procurou depois disso, apesar do acontecido ele ainda teve a cara de pau de dizer-lhe que ainda era apaixonado por ela, e queria reatar o namoro, ela fez questão de o mandar para o inferno. Cinco anos se passou depois disso, Diana já havia terminado a faculdade, porém ela percebeu que entre as fazendas, seus estudos e o Haras, quase não teve tempo de acompanhar o crescimento de seu filho, que era um criança bastante inteligente, ela o amava e decidiu que dedicaria mais tempo a ele.

Percebeu também que ele estava naquela fase de perguntas e como toda a criança nessa idade sentia falta do pai, um certo dia ele perguntou pra ela:

— Onde está meu pai? E porque ele nunca vem me ver?

— E agora Diana o que responderá a seu pequeno? — Pensou ela.

— Querido, seu pai mora muito longe, disse ela para o menino.

— E por quê ele não liga, manda um e-mail ou um zap?

— Nossa Diana, você realmente esqueceu que seu filho está acima da média? E agora o que dizer?! — Pensou ela em desespero, teria que inventar alguma coisa, e assim o fez dizendo-lhe:

— Seu pai é homem muito ocupado, esqueça ele filho, por favor, além do mais ele agora já está formando outra família.

Quanto a isso ela sabia que não estava mentindo, pois soube por meio de uma amiga em comum, que Michel estava noivo e que casaria em breve, mas por incrível que pareça, isso não a abalou em nada. Hoje Diana sabia que se continuasse com Michel, seria muito infeliz, percebeu que nunca o amou de verdade, sua aparência e seu bom papo foi o que a encantou, mas nada em Michel fazia de fato Diana o amar.

Foi somente uma atração física que sentia por ele, como ela disse anteriormente boa aparência não resume caráter. Agora ela sabia disso, e depois do que aconteceu com Michael ela havia trancado o seu coração para sempre, assim quando algum homem demonstrava interesse por ela, com frequência os dava um fora.

Diana não acreditava mais no amor, na verdade ela achava que todos os homens eram como seu pai, ou Michel. Sabia também que não era só sua aparência que atrai esses homens, sua enorme fortuna era um belo chamariz, e não estava disposta a ser o pote de ouro no fim do arco-íris de ninguém.