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♥ Capítulo 6♥

21:20 — Boate. — Portevecchio.

Isabella Conti.

Ela estacionou o carro e logo descemos, observo a fila, vendo que tinha muitas pessoas.

— Só iremos entrar de meia noite. — Digo ao observar aquele tanto de pessoas.

— Apenas vamos. — Ela pegou o meu pulso e atravessamos a rua.

— Isa!! — Tomei um susto ao escutar o meu nome sendo chamado.

Observo o Tom no meio da fila acenando para nós.

— Que bom que o seu amigo já está na fila, pouparemos tempo. — E mais uma vez pegou o meu pulso e foi me arrastando pela multidões.

Ah, eu só queria dormir.

Passamos pelas pessoas que reclamavam e nos davam olhares raivosos. Finalmente chegamos perto do Tom e da Sophia, os dois estavam deslumbrantes. Tom usava uma calça jeans escura rasgada nos joelhos, uma blusa branca e uma jaqueta de couro, combinando perfeitamente. Já Sophia usava um vestido preto acima dos joelhos, curto na frente e longo atrás, mostrando bem suas coxas esbeltas. Os dois irradiavam confiança e estilo, e era impossível não notar o olhar de admiração que muitos lançavam em sua direção.

— Que bom que chegaram, estávamos com medo de entrar. — Disse Sophia, aliviada.

Tom admirava Gabi, e eu tentei esconder a risada.

— Gabi, esses são os meus amigos do trabalho, Tom e Sophia. — Apresentei-os gentilmente.

— Prazer em conhecê-los, fico muito feliz que sejam amigos da minha linda filha. — Gabi disse com um sorriso, e eu bufei com seu comentário.

Os dois acabaram rindo.

— Isa é um amor. — Sorri pelo elogio de Sophia.

Voltamos a prestar atenção na fila, que foi andando, e logo chegou nossa vez. Entramos e eu fechei os olhos pelo enorme barulho. Tinha tanta gente dançando e bebendo, meu Deus, como conseguem dançar nesse aperto?

— Vamos para o bar!! — Tom gritou para que pudéssemos ouvir.

— Certo!!! — Elas gritaram em resposta.

Fomos andando em direção ao balcão.

— Meu Deus, está muito cheio. — Disse Sophia, surpresa.

— Sim, talvez seja pela inauguração, já que é a primeira boate nesse país. — Respondeu Gabi, também surpresa.

— Sim, está bem cheio. E já está bem divertida. — Disse Tom, balançando a cabeça no ritmo da música.

— Vão querer alguma coisa? — O bartender perguntou.

— Irei querer um drink, especialidade da casa, por favor. — Gabi pediu gentilmente.

— Nós também. — Tom e a Sophia disseram uníssono.

— Apenas irei querer uma Coca-Cola, por favor. — Meus amigos me olharam sérios. — Me deixem em paz.

— Certo, nós não iremos dizer mais nada.

O bartender colocou a latinha de coca e um copo, logo abriu e despejou no copo cheio de gelo.

— Obrigada. — Agradeço e volto a prestar atenção nas pessoas que dançavam feito loucos.

Nem demorou muito para as bebidas deles chegarem, começaram a beber como se fosse água, meu Deus.

— Vou dançar, vem conosco, Isa. — Gabi me chamou.

— Não, irei ficar aqui, vão dançar. — Elas reviraram os olhos, mas foram dançar.

Ficamos observando as duas dançando bem animadas.

— Não vai dançar com a sua deusa? — Perguntei ao Tom que observava a Gabi.

— Confesso que estou bem nervoso, ela está muito gostosa. Com respeito. — Revirei os olhos.

— Vai logo dançar com elas, aproveita o clima. — Ele deu um único gole da sua bebida.

— Estou indo. — Observo ele se aproximando das meninas e começando a dançar com ela.

Ah, preciso de um pouco de ar, mal chegamos e já quero tomar um ar, meu Deus. Sou muito fraca mesmo.

— Com licença. — Chamo atenção do bartender. — Onde posso tomar um ar? Tem alguma saída nos fundos?

— Tem sim, é só seguir naquela direção. — Apontou para um corredor.

— Obrigada. Se eles perguntarem por mim, pode falar que fui tomar um ar e já volto?

— Claro, sem problemas.

Desci do banco e segui em direção ao corredor, fui empurrada várias vezes, quase que caía no chão, mas com muito esforço, consegui chegar às portas do fundo, abro e assim que sinto o vento do meu rosto, um grande alívio me consumiu.

— Ah, estava precisando disso.

Desci os degraus e escutei um barulho estranho, fiquei sem entender, mas minha curiosidade aumentou e fui ver o que estava acontecendo. Arregalei os olhos ao ver três homens, um deles estava ajoelhado no chão, ao lado desse homem ajoelhado, havia outro homem, como se mantivesse ele naquela posição.

Quando desviei meu olhar para o homem que estava apontando a arma para o cara, meu coração acelerou de nervosismo. Como alguém tão imponente pode ser tão cruel? Ele era alto, parecia ter quase dois metros de altura, seus cabelos escuros adicionavam um ar misterioso ao seu perfil. Não consegui ver seus olhos, mas tive a impressão de que também seriam escuros. Era um homem bem robusto, e reparei em uma cicatriz marcando sua bochecha. Mesmo com essa marca, ele era incrivelmente atraente.

— P-Por favor, senhor. Por favor. — O homem começou a implorar desesperadamente.

— Já que não consegue me pagar, seus órgãos vão servir para alguma coisa. — O homem atraente simplesmente atirou no pobre homem, me fazendo tropeçar numa garrafa vazia, fazendo barulho.

Quando dei por mim, o homem já tinha me pegado e me jogado aos pés daquele homem atraente.

— Ora, o que temos aqui? — Engoli seco pelo seu tom frio. — Temos uma bisbilhoteira aqui.

Senti um calafrio percorrer minha espinha ao encontrar seu olhar, tão profundo e penetrante, como se pudesse enxergar através de mim. Sua presença era sufocante, envolvendo-me em um véu de incerteza e medo. Eu vou morrer! Por que tive que ser tão curiosa, meu Deus?

— P-Por favor... N-Não me mate. — Minha voz saiu trêmula, uma súplica desesperada em meio ao caos que se desenrolava ao meu redor.

O desespero tomava conta de mim, cada batida do coração ecoando como um eco assustador em meus ouvidos.

— Me diga, preciosa. Qual é o seu nome? — Tremi ao ouvi-lo me chamar de preciosa, sua voz carregada de uma aura sombria que me deixava arrepiada.

Ele vai me matar! O pensamento ecoava em minha mente, enquanto eu lutava para conter as lágrimas que ameaçavam transbordar.

— I-Isabella Conti. — Respondi, minha voz mal passando de um sussurro, envolta pelo medo que me consumia por dentro.

— Isabella Conti. — Repetiu meu nome, como se saboreasse cada sílaba, uma nota de poder em sua voz grave e profunda.

Meu coração batia descontroladamente no peito, uma sinfonia de medo e ansiedade ecoando em meus ouvidos, enquanto eu lutava para manter a compostura diante daquele homem imponente.

— P-Por favor... E-Eu não vou falar nada para ninguém... P-Por favor. — Minhas palavras saíram trêmulas, um pedido desesperado em meio à minha angústia crescente.

Sua presença era avassaladora, uma mistura de perigo e atração que me deixava sem fôlego, como se estivesse presa em um turbilhão de emoções conflitantes.

Fiquei petrificada ao vê-lo se ajoelhar diante de mim, uma atitude que parecia completamente fora de seu caráter, surpreendendo até mesmo o homem que tinha me segurado. Será que isso significa que ele vai me matar agora? Será que esse gesto é apenas uma artimanha para me pegar desprevenida? Meu Deus, meu coração martelava no peito, o medo e a incerteza se entrelaçando dentro de mim.

— Posso confiar em suas palavras? — Sua voz ressoou, firme e penetrante, como um trovão em meio à tempestade que se formava em minha mente.

— E-Eu não vou contar para ninguém... Eu prometo. — Minha voz mal saiu, meus lábios secos tremendo com o toque áspero de seu polegar em minha bochecha.

Seus olhos, escuros como a noite, me prendiam em um feitiço hipnótico, enquanto eu lutava para manter a compostura.

— Muito bem, Isabella Conti. Mas lembre-se, as consequências podem ser graves. Pode ir agora. — Ele se ergueu com uma graça predatória, sua presença dominadora preenchendo o espaço ao nosso redor. — Deixe-me ajudá-la. — Estendeu a mão, uma oferta que parecia mais uma ordem.

Aceitei com cautela, seus dedos envolvendo os meus em um aperto firme, mas gentil.

— O-Obrigada. — Minha voz mal passou de um sussurro, a gratidão e o medo lutando por espaço em meu peito.

— Não tem de que, preciosa. Agora vá. — Suas palavras ecoaram enquanto eu me afastava, correndo de volta para a boate com a adrenalina pulsando em minhas veias.

Eu preciso ir embora desse lugar, tenho que fazer os meus amigos irem embora também, meu Deus. Eu vi um assassinato, ele vai me perseguir agora? Oh, meu Deus. Sinto que irei desmaiar ou vomitar, preciso sair desse lugar.

— Isa? — Soltei um grito alto pelo susto. — Meu Deus, o que foi? — Gabi perguntou, o rosto expressando preocupação genuína. — Você está bem?

Senti a pressão em meu rosto, o toque reconfortante de Gabi tentando acalmar minha agitação interna.

Gabi, visivelmente preocupada com meu estado, não hesitou em atender ao pedido.

— Meu Deus, o que aconteceu, alguém fez alguma coisa com você?

As lágrimas ameaçavam transbordar dos meus olhos, mas eu sabia que não podia contar a verdade a Gabi, não enquanto aquele homem ameaçador rondava meus pensamentos.

— Apenas vamos embora, por favor. — Senti minhas lágrimas se formando.

— Certo, vamos embora. — Ela foi me guiando para fora da multidão.

A dualidade de sentimentos me atormentava enquanto lutava para processar o que acabara de presenciar. Como eu poderia sentir-me atraída por alguém tão cruel e impiedoso? Era perturbador admitir, mas a presença daquele homem, apesar de todo o horror que emanava dele, exercia um estranho fascínio sobre mim.

Mesmo agora, enquanto me afastava da boate, sua imagem continua a assombrar meus pensamentos, como uma marca indelével em minha mente. Eu me questiono como alguém poderia ser tão atraente e ao mesmo tempo tão ameaçador. Era como se sua presença fosse uma espécie de armadilha, sedutora e perigosa ao mesmo tempo.

Não podia permitir que a beleza superficial obscurecesse a verdadeira natureza de sua alma sombria. Eu precisava encontrar uma maneira de superar esse encontro horrível, de apagar essa memória assustadora e seguir em frente como se nada tivesse acontecido.

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