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Atração Perigosa: Um Romance Dark

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Anne
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Notas

Resumo

Uma jovem de vinte anos retorna à sua cidade natal, Portevecchio, após descobrir a traição de seu namorado com sua prima. Em busca de paz, ela se depara com um homem implacável de trinta e oito anos que governa a cidade com crueldade. Ele vê o amor como uma fraqueza, mas algo na jovem garota desperta emoções há muito adormecidas nele. Ela, por sua vez, sente uma atração irresistível pelo perigoso mafioso. Pode o amor florescer em um coração tão árido? Ou será que ela conseguirá aceitar a verdadeira e aterrorizante natureza deste homem? Mergulhe nesta história sombria e descubra os segredos que se escondem nas sombras de Portevecchio.

amormafiaromancebilionárioArrogante mas adorávelRomance com homem mais velhoGravidezInvencível / Todo-poderosoDominação / Conquista de poder

♥ Prólogo + AVISO DE GATILHO ♥

Aviso de Gatilho:

Este livro é uma obra de ficção. A cidade mencionada foi criada pelo autor e não tem relação com lugares ou eventos da vida real. Este livro contém representações de violência extrema, drogas ilícitas, coerção e outros temas intensos. Trata-se de um romance dark, onde as sombras da alma humana são exploradas de forma profunda e intensa. As cenas descritas podem ser perturbadoras e desencadear respostas emocionais fortes em algumas pessoas. Devido à sua natureza extremamente pesada, recomenda-se discrição ao ler. Esteja ciente de que o conteúdo deste livro pode ser difícil de digerir e pode não ser adequado para todos os leitores. Se você estiver desconfortável com esses temas, por favor, considere sua leitura com cautela ou opte por um material alternativo.

Espero que gostem do livro. Me sigam no Instagram: autora_anne.k

18:00 — Nova Jérsei. — EUA.

Isabella Conti.

Já faz uma semana que estou aqui, em Nova Jérsei. Vim visitar a minha tia, e também o meu namorado. Nós estamos juntos desde quando eu tinha apenas quinze anos, hoje estou com dezoito, faz três anos que estamos juntos, e ele tem sido um homem maravilhoso. Mas tem um problema, eu sinto que está acontecendo alguma coisa com o Thiago. Como faz uma semana que cheguei aqui, ele mal tem tempo para mim, sempre dizendo que está ocupado, que tem trabalhado demais e que precisa descansar.

Sinto que ele não é o mesmo de antigamente, Thiago é dois anos mais velho, trabalha como segurança numa empresa famosa de Nova Jérsei. Estou tentando não desconfiar dele, porque nem avisei que iria passar as minhas férias aqui, queria ter feito uma surpresa para ele. Implorei muito aos meus pais para permitirem que eu viesse aqui, mesmo que eu seja de maior, meus pais são bem protetores e rígidos.

Neste exato momento estou na porta da casa dele, tenho a chave reserva que ele me entregou no nosso primeiro aniversário. Quero conversar sério com ele, desejo compreender o porquê dele está me evitando tanto assim.

Destranco a porta observando a sua sala de estar.

— Thiago? — Chamei, mas o silêncio foi a única resposta.

Já passa das seis e dez. Decido esperá-lo no andar de cima. Subo os degraus lentamente. Quando cheguei perto de seu quarto, ouvi os ruídos. Não... Não podia ser. Gemidos? Meu coração acelerou descontroladamente, uma dor aguda me apertou o peito, sufocando-me. Uma falta de ar começou a se instaurar.

Estendi a mão trêmula até a maçaneta e girei, o que vi me fez duvidar da realidade.

— Ahh! Thiago.. Assim mesmo! — A voz da minha prima ecoava pelo quarto, perfurando minha alma. Os dois estavam em um momento íntimo. A dor era tão intensa que parecia sufocar cada centímetro do meu ser, lágrimas incontroláveis escorriam pelo meu rosto, meu soluço era um grito de agonia.

— Isabella? — Ele se afastou dela rapidamente. — Não é o que você está pensando... Eu...

— Chega!! Não precisa dizer mais nada! Não estou apenas pensando, Thiago! Estou vendo! C-Como... Como você pode fazer isso comigo? — Minhas palavras saíam entrecortadas pelo choro, minha voz embargada pela dor. — Eu tentei ser uma boa pessoa para você... Estudei tanto para tirar boas notas... Para que meus pais sempre permitissem que eu te visse... Me esforcei, dei tudo por você... E você faz isso... Justo com minha prima.

— Isa... — Ele tentou me tocar.

— Não ouse encostar em mim!! — Encarei minha prima, com o coração em frangalhos. — Como você pôde fazer isso comigo? Eu confiava em você... Te considerava como uma irmã. Por quê? Por que fizeram isso comigo?

Sua expressão de culpa e arrependimento não significava nada para mim.

— E-Eu sinto muito, Isa... Eu... Como você nunca quis se entregar para mim... Eu fiquei com desejo, acabei ficando com a sua prima... Me perdoa. — Suas palavras foram como um soco no estômago.

— V-Você... Você fez isso com ela só porque eu não me entreguei para você? É isso mesmo? — Mal podia acreditar no que estava ouvindo.

— Por favor... Me desculpa. — Desferi uma bofetada em sua bochecha, deixando-o em choque.

— Vá para o inferno! Os dois! — Virei as costas e saí do quarto.

— Isabella! — Ignorando seu chamado, continuei caminhando.

Saí da casa dele com o coração em frangalhos, dilacerado pela dor da traição. A chuva, antes despercebida, agora caía incessante, misturando-se às lágrimas que inundavam meu rosto. Meus passos cambaleantes mal conseguiam acompanhar o ritmo dos soluços que escapavam de minha garganta.

Por que ele fez isso comigo? Por que minha própria prima me traiu assim? A sensação de traição me cortava como lâminas afiadas, dilacerando cada pedacinho de confiança que restava em mim. Eu os considerava tanto, confiava neles com todo o meu ser. Por quê? Por quê?

A dor no meu peito era insuportável, uma agonia que parecia nunca ter fim. Eu só queria que essa dor fosse embora, que Deus me concedesse um alívio, um sopro de conforto em meio ao desespero.

Não deveria ter concordado com esse namoro à distância, uma ilusão que agora se desfazia diante dos meus olhos. E no final, a culpa recaía sobre mim, como se eu fosse a culpada por não me entregar completamente a ele. Desgraçado! Escrota!

— O que eu vou fazer? — Sussurrei para mim mesma, as palavras se perdendo no vento e na chuva.

Decidi então que iria embora, voltar para minha cidade, deixar para trás essa província de traição e desilusão. Ergui-me do chão encharcado, a lama grudando em minhas roupas como um lembrete viscoso da minha própria miséria. Minha mente estava exausta, meu corpo pesado de dor e decepção. Só queria desabar em lágrimas, mas não permitiria que a traição e a dor me consumissem por completo. Não sou uma garota fraca.

Que eles se danem, que me esqueçam para sempre. Jurava a mim mesma que nunca mais colocaria meus pés nesse lugar amaldiçoado, nunca mais.