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Capítulo 4

Zoey pov

— Você encontrará uma substituta para ela — instruiu ele. Se eu estava com medo do que se tratava essa reunião, não preciso dizer a vocês. Estou paralisado.

Essas palavras não foram um grande choque para mim. Fiquei pensando na possibilidade de ele me expulsar da empresa.

— Mas.... — Segurei a mão da Sra. Rose, impedindo-a de pedir em meu nome. Posso não ser rico, e por mais que precise desse emprego para sustentar minha mãe com nossas despesas.

Também tenho meu orgulho, um orgulho que preciso manter intacto. Recuso-me a me curvar diante de um sujeito de pouca inteligência que me expulsou de sua empresa por causa do nosso passado.

Eu não era mais a garota adolescente que eu era antes. Sou forte, confiante e capaz de enfrentar meus problemas de frente.

Girei sobre meus calcanhares e fui até a porta. Ao abri-la, vi dois homens de terno preto e óculos escuros bloqueando o caminho.

— Eu ainda não permiti que você fosse embora — disse Marco. Eu o encarei, a raiva que eu estava sentindo devia ser muito óbvia em meu rosto.

— Por quê? — Estou furioso, com a palma da mão me imaginando dando um soco naquele idiota.

— Rose, obrigado pelo seu tempo, você pode ir embora agora. — Ele a dispensou, ela fez uma pequena reverência antes de sair. Não sem antes nos dar um olhar cauteloso.

Cruzei os braços sob meus seios. Eles não são grandes, então não tenho medo de que se levantem.

A porta se fecha atrás de nós e ficamos em silêncio. Se ele quer que falemos sobre o passado, deveria ser ele a iniciar a conversa.

— Sente-se. — Ele disse, olhando-me diretamente nos olhos. Eu obedeci e me sentei em um dos assentos à sua frente, não porque ele me pediu, mas porque meus pés estavam me matando.

Ele se levantou da cadeira e deu a volta na mesa. Parou na minha frente e fez a coisa mais inimaginável.

Quem sabe... Ele se ajoelhou em uma perna e pegou meus dois pés com a outra. Observei com o queixo batendo no chão e os olhos arregalados como uma bola enquanto ele arrancava meus calcanhares.

— Teimosa como sempre, eu lhe disse para tirá-los. Veja como seus pés estão inchados e vermelhos. — Ele murmurou em silêncio, bagunçando meus pés com cuidado.

— Eu estava bem. — Afastei meus pés dele e os deixei cair no chão. Ele não disse nada, simplesmente se levantou e se apoiou em sua mesa.

Ele apenas me olhou, e de repente me senti constrangida. Como ele me vê agora? Eu mudei em relação à pessoa que ele conhecia?

— Por que ainda estou aqui? Você acabou de me demitir. — Quebrei o silêncio, pois para mim era desconfortável estar sob seu olhar sombrio.

— Eu o demiti daquele emprego porque agora você será meu assistente pessoal — disse ele. Eu o encarei como se ele tivesse perdido a cabeça: assistente pessoal?

Por que seria eu? Considerando nosso passado, seria estranho trabalharmos diretamente juntos.

— Você está zoando, né? — Ele deve estar brincando porque era seu assistente pessoal? Para quê? Planejei como sobreviveria nessa empresa, ficando fora do caminho um do outro e não cruzando as partes.

Só para ele acordar esta manhã e decidir quem deveria ser seu assistente pessoal.

— Estou? — Não, ele não parece estar brincando. Sua expressão é tão séria quanto a de uma pedra feia.

— Odeio ter que estourar sua bolha. Sinto muito por não poder aceitar a proposta. Considerando que fui demitido, já deveria ter deixado a empresa. — Levantei-me, dei-lhe uma olhada antes de me afastar.

No curto trajeto até a porta, pude sentir o peso de seu olhar pesado em minhas costas e me recusei a deixar que isso me afetasse. Abri a porta pela segunda vez em um curto espaço de tempo e, pela segunda vez, recusei-me a sair.

Dessa vez, em vez de dois, havia mais quatro guardas bloqueando a porta.

Frustrada, eu me virei com raiva. Meu instinto era gritar com ele, aproveitar a oportunidade para descarregar minha raiva reprimida.

— Que diabos você quer? — Eu queria gritar as palavras, mas elas vieram em um sussurro áspero.

— Cuidado com sua língua. — Ele disse, olhando para mim.

— Não quero saber de me importar com a minha linguagem neste momento, exijo que me solte. — Dessa vez eu gritei. Criei coragem para isso.

— Você não vai sair, acho que ainda é horário de expediente. — Ele afirmou, olhando para ele como se tivesse enlouquecido. Seu comportamento é autoritário. Posso perder o controle.

Ele deixou de ser o garoto atencioso que eu conhecia para se tornar um homem egocêntrico e irracional. Como fui parar nessa situação? Se eu soubesse que estaria nessa situação, não teria ido trabalhar ontem.

— Olhe, não sei por que você está fazendo isso, mas se está procurando um assistente, veio à pessoa errada. E com todo o pessoal da empresa, você pode facilmente conseguir alguém que saiba sobre o trabalho. — Tentei argumentar com ele, esperando que ele se convencesse e me deixasse ir embora.

Ele voltou ao seu assento e retomou o que estava fazendo antes de chegarmos.

— Aquela ali é a sua mesa. Você está dividindo esta sala comigo. Portanto, deixe que isso fique bem claro para você: é você ou ninguém mais. — Ele me encarou novamente e voltou ao seu trabalho.

Olhei para a escrivaninha, que estava silenciosa ao lado. Eu nem a vi quando entramos.

Respirei fundo para me acalmar. Já que não posso escapar, é melhor lidar com isso. Fui até a escrivaninha e me sentei atrás dela. Havia um laptop e um telefone de escritório sobre a mesa. Além desses dois itens, a mesa estava vazia.

Liguei o laptop. Eu esperava que o e-mail estivesse cheio de e-mails não lidos e uma nota de agenda, qualquer coisa relacionada ao trabalho. Mas, para minha surpresa, o laptop estava cheio de todos os aplicativos de entretenimento conhecidos.

Desde Netflix, showmax, até coisas como tiktok e tudo o que você possa imaginar.

— Eu não deveria estar respondendo a e-mails, atendendo a ligações, organizando sua agenda e marcando reuniões com seus clientes, ou algo assim? — perguntei, com a boca aberta enquanto o olhava incrédula.

— Não, há outra pessoa designada para esse trabalho. — Ele respondeu em um instante, e uma carranca apareceu em meu rosto.

Eu achava que esse era o trabalho de um assistente? Dei de ombros, talvez eu estivesse errado.

— Ok, então qual é o meu trabalho. — Perguntei, esperando uma resposta positiva, mas ele me encarou como se eu já soubesse.

Bem, você não pode me culpar, eu nunca fui assistente de ninguém antes. Não posso saber o que um assistente faz, pois o que eu conhecia não era o trabalho de um assistente.

Então, por favor, cara, me esclareça. Revirei os olhos interiormente.

— Há um laptop com tudo, assista a um filme ou navegue na Internet. Tudo o que você quiser e precisar está lá. — Ele sibilou.

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