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Capítulo 3

Zoey pov

Acordei esta manhã sem nenhum interesse em ir trabalhar hoje, depois do que aconteceu ontem. A parte mais irritante foi o fato de ele ser nosso chefe. Só espero que não estejamos cruzando partes que são altamente impossíveis. Com o número de andares e funcionários que a empresa tem, e com o desinteresse dele por mim. É claro que não vamos nos cruzar.

Isso se ele não tiver solicitado uma carta de demissão.

Com relutância, levantei-me da cama para começar meu dia.

Preciso seguir em frente com minha vida.

— Zoey, estou indo embora. O café da manhã está na mesa, certifique-se de comer antes de sair. — Mamãe chamou da sala de estar.

— Ok, mãe, te amo. — Respondi.

— Também te amo, querida — disse ela, e o som da porta se fechando anunciou sua partida. Suspirei e fui para o banheiro.

— Bom dia, senhora Zoey. — Brett me cumprimentou com seu sorriso constante. Respondi com um sorriso fraco, pois não estava de bom humor hoje.

Ele abriu a porta para mim, com um olhar desconfiado. Eu o ignorei e segui meu caminho, parando na estação Sophia. Maya também estava lá, mas estava ao telefone. Acho que estava atendendo a pessoa que estava na frente dela.

Eu acenei para ela e ela acenou de volta, antes de voltar ao seu trabalho.

— Você está horrível. Um visual sombrio não combina nada com você. — Sophia disse e fez uma careta.

Revirei minhas órbitas acinzentadas e não tive forças para responder.

— Mas, falando sério, onde você estava ontem? Você saiu sem dizer uma palavra. Tem noção do quanto estávamos preocupados?

— Desculpe-me, eu estava muito sufocado e saí para tomar um pouco de ar fresco. — Suspirei. Um bocejo escapou de meus lábios. Estou exausto, tanto mental quanto fisicamente.

— De qualquer forma, aqui está seu copo de refresco habitual. — Ela me deu um copo de água, tomei um gole e o devolvi.

— Obrigada.

— Bem-vindo, querida. — Ela sorriu docemente para mim.

— Tudo bem, adeus, vejo vocês no almoço. — Nós nos despedimos.

Quando me virei para sair, esbarrei em alguém.

— Desculpe-me.... — As palavras morreram em minha boca ao ver quem eu havia encontrado.

Fiquei boquiaberto como um peixe fora d'água, sem palavras para dizer. Eu não conseguia nem pensar direito, esse é o efeito que ele tem sobre mim. Sabendo que eu parecia um idiota só de estar ali, saí do meu torpor.

— Sinto muito, senhor. — Eu me desculpei, mas ele não respondeu e nem pareceu ter me notado. Ele era forte e dominante, apenas olhando para frente.

— Em que departamento você está? — Sua voz potente e rouca falou com um baixo retumbante que sempre deixa a população feminina sem fôlego.

— Departamento de vendas — sussurrei. Todos pararam o que estavam fazendo e agora estavam nos observando. Fiquei mexendo nas unhas, nervoso por estar no centro de uma posição incômoda.

Eles apenas olharam para o lado, fingindo estar fazendo seus negócios quando ele se virou para ir embora sem dizer mais nada.

— Ele não vai te demitir só porque esbarrou nele, vai? — Sophia perguntou com uma expressão de choque no rosto. Tenho certeza de que todos têm a mesma expressão de choque também.

Eu também tenho um.

Meus ombros caíram em derrota, eu sabia que ele exigiria minha carta de demissão. Lágrimas brotaram em meus olhos e mordi os lábios inferiores para impedi-los de tremer. Pisquei para conter as lágrimas e continuei minha caminhada até o elevador dos funcionários.

O elevador tocou e a porta se abriu em nosso andar. Relaxei em minha cadeira e me encostei no encosto, fechei os olhos e respirei fundo para acalmar meu ritmo cardíaco acelerado.

— Zoey? — alguém chamou meu nome. Abri os olhos. A Sra. Rose estava em pé na frente da minha mesa, com sua expressão vazia de sempre.

— Sim, senhora? — Respondi e me levantei.

— Venha comigo. — Ela se virou e foi embora. Fiquei parado, confuso, mas rapidamente me recompus e corri atrás dela. Entramos no elevador e ela apertou o botão para o último andar.

Esse é o 50º andar, que também é o andar do CEO.

— Senhora, para onde estamos indo? — perguntei, correndo o risco de ser repreendido por perguntar demais.

— O chefe exige sua presença. — Ela declarou antes de acrescentar silenciosamente. — Não sei o que você fez para que ele o chamasse.

Não respondi porque não sabia como fazê-lo e, em segundo lugar, porque estava me derretendo por dentro. Ele não pode me demitir só por causa do nosso passado, pode? Não tive tempo suficiente para processar a informação antes que a porta do elevador se abrisse.

Não havia ninguém à vista, pois a sala estava reservada para o CEO, porque ele é uma pessoa reservada. Foi o que me disseram.

Mas acho que todo esse andar é grande demais para uma pessoa, quando ele comprou essa empresa. Muitas reformas foram feitas neste andar, mas ninguém sabe o que havia aqui em cima.

Ninguém tinha permissão para subir aqui. Acho que a Sra. Rose e eu somos os primeiros funcionários que estiveram aqui até agora.

A Sra. Rose bateu na porta de carvalho com a inscrição “CEO”. Ficamos esperando por um tempo.

— Entrem. — Sua voz era fraca, mas alta o suficiente para ouvirmos. A Sra. Rose abriu a porta silenciosamente, e parece que eu não era o único assustado aqui.

Eu sorri, mas rapidamente corrigi meu rosto.

— Bom dia, senhor, o senhor nos chamou. — falou a Sra. Rose. Marco não respondeu imediatamente, nem nos reconheceu.

Ficamos ali parados, olhando para ele e esperando que nos reconhecesse. Enquanto ele estava ocupado digitando em seu computador,

Já faz algum tempo que meus pés estão começando a doer por ficar em pé com saltos altos. Eu me contorço discretamente para diminuir a dor, mas isso só está piorando.

Tenho me esforçado para não emitir nenhum som, a ponto de morder o lábio.

— Você pode tirá-las. — Ele falou, mas foi como uma brisa que eu não entendi o que ele disse.

— Hã? — Eu estava confuso. Ele suspirou e olhou para cima.

— Eu disse que você deveria tirar os saltos — ele repetiu. Achei que tinha ouvido errado.

— Estou bem, senhor. — Forjei um sorriso em um gesto educado. Abaixei minha cabeça para o chão para evitar encará-lo como um palhaço.

— Ela é do seu departamento, suponho? — Marco dirigiu sua pergunta à Sra. Rose.

— Sim. — Ela respondeu imediatamente, sem pular nenhum detalhe.

— Você encontrará uma substituta para ela — instruiu ele. Se eu estava com medo do que se tratava essa reunião, não preciso dizer a vocês. Estou paralisado.

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