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A noiva do chefe da máfia

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Amirablessing
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Notas

Resumo

Ele me olhou encarou, e num instante fiquei sem graça. Como será que ele me vê agora? Será que mudei tanto da que ele conheceu? — Por que ainda estou aqui, se você acabou de me demitir? — Quebrei o silêncio, incomodada com aquele olhar pesado. — Demiti do cargo antigo porque agora você será minha assistente pessoal. — Ele soltou, casual. Eu quase surtei: assistente PESSOAL? Por que seria eu, considerando nosso passado, seria estranho trabalharmos diretamente juntos? — Está zoando, né? — Só podia ser piada. Me contratar como assistente? Para quê? Eu já estava planejando como sobreviveria nessa empresa fingindo ser invisível. Aí o cara acordou esta manhã e decidiu que ela deveria ser sua assistente pessoal. — Estou? — Não, ele não parece estar brincando. Sua expressão é tão séria que nem juiz de tribunal.

mafiaCEOArrogante mas adorávelamorromance

Capítulo 1

Zoey pov

— Enquanto a escuridão passa para uma manhã gloriosa, Meu Deus, vá comigo em todos os lugares e deixe que suas bênçãos estejam sobre mim. Amém. — Fiz uma oração rápida e fiz o sinal da cruz.

Peguei meu celular na mesa de cabeceira e o desbloqueei. Como sempre, havia uma mensagem esperando para ser lida.

[FELIZ ANIVERSÁRIO, MEU AMOR.] Disse o seguinte. De um número oculto.

Todo os anos é a mesma coisa no meu aniversário, faz tempo que está assim. Parei de deixar que isso perturbasse minha paz de espírito.

Levanto-me da cama e vou ao banheiro para me preparar para o trabalho. Ainda é cedo. É melhor eu tomar meu tempo enquanto me preparo.

— Bom dia, mamãe. — Cumprimentei minha mãe quando entrei na cozinha. Beijei-a nas duas bochechas.

— Bom dia, minha querida. — Eu me inclinei um pouco para que ela beijasse minha cabeça.

— Você tem que ir ao escritório hoje? — Mamãe reclama, fazendo beicinho infantilmente.

— É claro, mamãe. Se dependesse de mim, eu ficaria em casa e passaria o dia com você. Mas estou desamparada. — Dei de ombros e peguei a caneca de chocolate quente que sempre tomo pela manhã. Falar que minha mãe é a melhor do mundo é até pouco. Ela é a melhor das melhores.

Ela é minha protetora, minha confidente e minha melhor amiga. Sempre se certificando de que eu tenha tudo o que preciso para começar meu dia.

— Mas hoje é seu aniversário, os seus chefes não podem lhe dar um dia de folga? — Ela insistiu, eu revirei os olhos e fui até a pequena mesa de jantar ao lado da cozinha.

Minha comida já está na mesa, esperando que eu venha e a devore.

— Você não pediu licença do escritório nenhuma vez desde que começou a trabalhar, e isso já faz um ano. Por que seu chefe não pode ser razoável? — resmungou mamãe, que se sentou mal-humorada no assento oposto ao meu.

— Mãe, a culpa também não é deles. Veio ordem expressa da chefia que todo mundo - do estagiário ao diertor - tinha que estar aqui hoje. O dono está vindo fiscalizar o coreto, aí ninguém escapa! — Cortei um pedaço grande de panqueca em minha boca, olhando para minha mãe, pois ela ainda não está satisfeita com o motivo.

— E daí? Você pode faltar e ninguém vai notar com mais de cem funcionários. — Olhei para minha mãe com um olhar de “está falando sério”, que ela não deu importância.

— Esta é a primeira vez que o chefão vem à nossa empresa desde que comprou a empresa. Isso também deve ter acontecido há um ano, quando eu ainda era estagiário. O evento de hoje determinará se muitos de nós ficarão ou não.

— Ok, tudo bem, eu entendo. Você pode parar de defendê-los. — Ela concordou com relutância, e eu estava prestes a pular de alegria quando ela me interrompeu.

— Mas... — Meu sorriso diminuiu.

Ela olhou para o meu rosto por um momento antes de continuar.

— Você deve estar de volta antes das seis — disse ela com um sorriso.

— Está bem, mamãe. — Dei a volta na mesa e a abracei.

— É melhor eu ir andando. Não quero me atrasar hoje, mais do que nunca — disse enquanto arrumava minha mala.

— Mas você não comeu nem o suficiente para passar o dia. — Ela reclamou.

— Conhecendo você, mãe, meu frasco de almoço está na minha bolsa. — Sorri ao ver a cara dela, fui pulando até a porta da frente e saí de casa.

Fui rapidamente para o escritório, fugindo do sol da manhã. Embora o sol ainda não esteja forte, ele ainda deixa minha pele seca. Felizmente, não preciso pegar um táxi para ir ao trabalho todos os dias, pois o prédio da empresa fica a dez minutos a pé da minha casa.

Logo, me vi em frente ao prédio. Fiquei olhando para o prédio de vinte andares. Ele ainda consegue me tirar o fôlego toda vez que olho para ele. Sempre fico maravilhado.

— Bom dia, Brett. — Cumprimentei o segurança que estava na porta.

— Bom dia, senhora Zoey. — Ele respondeu com seu sorriso de menino característico. Já pedi várias vezes que ele me chamasse de Zoey, em vez de senhorita Zoey, mas ele não para.

Colocar uma “Senhora” em meu nome me faz sentir velha. Principalmente quando alguém da minha idade ou alguns anos mais velho me chama assim. Mas parei de corrigi-lo.

— Oi, Zoey. — Sophia, a recepcionista, acenou para mim.

— Oi. — Encostei-me no balcão de mármore, recuperando o fôlego.

— Você deveria tentar usar um táxi. Talvez você não fique ofegante como um frango de inverno — disse Sophia sorrindo, oferecendo-me um copo de água gelada.

— Obrigada — murmurei antes de engolir todo o conteúdo de uma só vez.

— Mas, falando sério, Zoey, você deveria chamar um táxi de vez em quando. — Sophia franziu a testa em sinal de preocupação. Nós nos tornamos próximas ao longo dos anos, eu sempre ficava mole em sua estação e ela me oferecia água.

— Está brincando? É uma caminhada de dez minutos. É um desperdício pegar um táxi! — comentei.

— Sério? Desperdício? Se há alguém que gosta mais de moda do que eu, é você, Zoey. Você economiza todo o dinheiro mensal que poderia usar para chamar um táxi para comprar bolsas, sapatos e roupas chiques e se presentear com mimos para bebês no spa toda semana. — Sophia olhou para mim.

— Se isso não é desperdício, então não sei o que é. — Ela balançou a cabeça.

— Preciso estar bem e bonita. Se eu não me comprometer, você não vai ficar de olho nos saltos que roubou de mim. — Eu zombei. — E você já se viu? Você se veste como se fosse a dona de todo o prédio, mas não só você. Todo mundo aqui se veste como se fosse o chefe deste lugar, então é natural que eu tente me encaixar. — Com essas palavras, dei meia-volta e fui embora, deixando Sophia sem palavras, que, tenho certeza, estava me lançando olhares de morte.

Entrei no elevador, a porta se abriu e entrei no departamento de vendas. Surpreendentemente, todos já estavam em suas mesas, ocupados.

Verifiquei a hora para ver se estava atrasado, mas, droga, não estou. O horário é 7h30 e o trabalho deveria começar às 8h.

Tenho certeza de que esse é o efeito do evento de hoje.

Cumprimentei aqueles que não estavam olhando fixamente para o computador e me dirigi à minha mesa.

Somos uma empresa de decoração de design de interiores, lidamos com decoração para residências, escritórios, hotéis, restaurantes, clubes, etc. No departamento de vendas há três unidades, a unidade um lida com o recebimento de pedidos de clientes, que também é a unidade em que estou.

A unidade dois agenda e organiza as datas de entrega e a embalagem, enquanto a unidade três é a equipe de entrega.

Não estou trabalhando no departamento que eu queria, que é o departamento de produção. Mas adoro essa parte do trabalho, adoro atender os clientes e mostrar a eles novos designs. E também dar a eles minhas opiniões sobre os designs.

Há momentos em que odeio esse trabalho, como quando me deparo com clientes rudes.

Sentei-me em minha poltrona e liguei o computador. Imediatamente, toneladas de e-mails inundaram minha tela. Sorri, esfregando as mãos uma na outra e pronto para começar a trabalhar.

Eu não sabia quanto tempo havia se passado até que a Sra. Rose saiu de seu escritório.

A Sra. Rose é a chefe do departamento de vendas, é uma mulher rígida, mas se há algo de que gosto nela é o fato de elogiar alguém quando merece.

— O chefe chegará em breve, gente, por favor, dirijam-se à sala de reuniões principal. — Ela saiu com Jane, sua assistente.

Suspirei, desliguei o computador, peguei minha bolsa e segui a multidão até o elevador.

O salão de conferências é considerado grande e pode acomodar várias pessoas. Porém, com o número de funcionários, o salão está lotado.

Em silêncio, fiquei de lado, bem no final do corredor, com meus três amigos. Longe de qualquer atenção que a maioria das pessoas procura.

Lucy, uma beldade de cabelos ruivos com olhos verdes vítreos e pele pálida. Já Maya é uma beldade de cabelos pretos, com olhos azuis marcantes e pele bronzeada.

E Sophia é morena, com seus olhos de gota de mel sobre uma combinação perfeita de pele clara e bronzeada. E isso me leva a mim, que também sou morena, com um belo conjunto de olhos cinzentos sobre a pele bronzeada.

Todos nós temos altura média.

— Por que parece que eles estão muito bem vestidos hoje? — comentou Maya, apontando para o conjunto na frente. De pé, com orgulho e confiança, ao lado do palco.

Olhei para o grupo de pessoas, bem arrumadas e prontas para serem notadas por nosso grande chefe. O engraçado é que essas pessoas são os chefes de um departamento e, tecnicamente, serão notadas.

— Quem não gostaria de ter o favor do chefão. — Sophia zombou, cruzando os braços.

— Ouvi dizer que o misterioso chefe tem um anúncio a fazer — acrescentou Lucy, que franziu a testa.

— De onde você tirou isso, do seu namorado empresário? — provocou Sophia. Lucy olhou para Sophia, mas respondeu.

— Sim, do meu namorado empresário. — Lucy sibilou para o rosto de Sophia, que não estava intimidada. Nem eu me intimidei, ela se mostrou como uma gata inofensiva em vez do comportamento de tigresa que ela esperava.

— Não me importa se ele vai anunciar ou não, só quero que tudo isso acabe de uma vez. — Maya se intromete antes que eles entrem em sua discussão habitual.

Naquele momento, a porta dupla do saguão se abriu, chamando imediatamente a atenção de todos. O lugar inteiro ficou em silêncio, enquanto todos prendiam a respiração, antecipando a chegada de nosso chefe.

Dois homens entraram primeiro, depois se separaram para abrir caminho para o chefe.

Ele entrou no salão, e o som de seus passos pesados ecoou no salão. Meus olhos percorreram desde seus sapatos de aparência cara até suas calças, de lá até a parte superior de seu corpo musculoso, envolto em um terno de três peças.

O simples fato de olhar para seu corpo forte já me fez engolir o súbito nó na garganta. Não me detive em seu corpo, pois estava ansiosa para ver o rosto que devia a um corpo tão maravilhoso.

No momento em que meu olhar encontrou o rosto, eu congelei. Um par de olhos escuros já estava fixo em mim. Senti minha respiração sair dos pulmões e todo o meu ser ficou paralisado.