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Capítulo 6

É estranho pensar que seu sofrimento me machuca. Mas isso é loucura, como posso ter sentimentos assim por alguém que conheço há um mês? Quero desesperadamente tirá-lo desse buraco que ele insiste em viver, quero vê-lo sorrir mais, cuidar da filha.

Vovô gosta de dizer que me deu o nome certo, que sou como um anjo que quer salvar todos ao meu redor. No entanto, o que sinto pelo Sr. Christian parece ir além da empatia.

Me livro dos meus pensamentos que não me levam a lugar nenhum e me dedico ao meu negócio.

Clarissa está cada dia mais esperta, é uma bebê muito calma e sorridente. A cada dia que passa me apego mais a essa menininha, amo ela como se ela fosse minha, como se a tivesse criado no meu ventre. E toda vez que o Sr. Martinez ameaça se despedir sinto meu coração apertar de medo de ficar longe da minha princesinha.

Sempre mostro para ela fotos e vídeos que faço do Harry, meu pequeno guerreiro também está morrendo de amores por ela, a vovó está louca para conhecê-la.

—Clarissa , vou levar você para conhecer as pessoas mais especiais da minha vida! — digo sorrindo, animado com a minha ideia. O pai dele não deve chegar logo e eu vou com o motorista que está sempre pronto para me levar a qualquer lugar.

O pequenino merece passear e sinto muita falta do meu filho.

—Owen , vou para casa e vou levar Clarissa, não vamos almoçar de novo! — digo sorrindo enquanto caminho pela cozinha.

- Divirta-se! — ouço ele dizer o elevador e olho para a menininha que dorme tranquilamente no carrinho.

Estou feliz por ter ido até o Sr. Christian para comprar sua cesta ou ele seria um pacote rosa todos os dias. O homem não tinha a menor ideia de nada, escolheu roupas grandes demais para ele, escolheu meia dúzia de roupas e sapatos idênticos, mas não posso negar que ele se esforçou muito naquele dia, é um pena que seus esforços não duraram tanto tempo.

— Angelina, o que você está fazendo aqui a esta hora? —Vovó Francesca diz alarmada, parando de tocar em suas flores assim que me vê saindo do carro . - Deu ! Você trouxe o pequenino para que pudéssemos nos conhecer? — Seu sorriso fica radiante ao me ver tirando Clarissa do carro.

— Achei que seria um bom dia para você conhecer meu anjinho! — digo sorrindo, me aproximando dela com o pequeno dormindo pacificamente em meus braços. —Onde está meu cachorrinho?

—Você está fazendo sua lição de casa! Dê-me essa coisa preciosa aqui! —Ele tira Clarissa dos meus braços e vai para casa.

O motorista sai para pegar alguns documentos para o Sr. Martinez e eu entro na casa e me encontro na sala com Harry cercando a vovó e Clarissa completamente apaixonada por ela.

- Mamãe! — Ele grita assim que me vê e corre para meus braços. — Quero ter uma irmã no Natal! —Ele diz segurando meu rosto entre as mãos depois que eu o levanto em meus braços.

- Uma irmã? — Sento com ele no sofá e dou beijos nele, e ele adora esse tipo de carinho.

Harry é a criança mais especial que conheço, e não digo isso só porque ele é meu filho, mas porque ele é sempre muito carinhoso com todos ao seu redor, nunca reclama de nada, entende todas as limitações que sua doença traz . Algumas vezes ele perguntou pelo pai, mas sempre me deixou claro que não sente falta de nenhuma, que nós três bastamos, sei que no fundo ele fala isso para que eu não fique triste .

—É mãe, uma irmã! —Ele sai do meu colo e fica ao lado de Clarissa tocando seus finos cabelos loiros como os do pai. —Posso abraçá-la um pouco? Não posso deixar cair, estou grande agora, tenho seis anos e quantos anos ela tem?

—Senta aqui e a mamãe coloca ela no seu colo. — Digo sorrindo, encantada com esse amor instantâneo que ele criou por ela. - Tem três meses. — Coloco a menina em seus braços, fazendo-a acreditar que a está abraçando.

—Olá querido, meu nome é Harry! - Ele diz muito focado em abraçá-la. — Olha vovó, isso abriu meus olhos. - Ele diz eufórico quando o blues de Clarissa olha para ele.

—Ele gostou muito de você, bambino! —Vovó beija os cachos do meu filho e eu assisto a cena com um sorriso no rosto.

Como eu queria levar Harry para a casa do Sr. Christian, mostrar onde trabalho e passar mais tempo com ele. Esconder de todos a existência do meu filho me machuca muito.

—O que é que angustia este coração? - Diz a vovó olhando para mim, ela me conhece melhor que ninguém.

— São tantas coisas vovó, sinto que não estou sendo uma boa mãe para o Harry, saio e ele está dormindo e quando chego em casa também você já está velho e não deveria ter tantas responsabilidades, Eu deveria ser. cuidando de ambos.

— Bambina, não faça isso com você mesma, você está longe de nós porque está lutando para dar uma vida melhor ao seu filho. Este trabalho é temporário até eu conseguir o dinheiro para a cirurgia. —Ele diz carinhosamente e se levanta, beija minha testa e vai até a cozinha.

Olho para Clarissa e a ideia de estar longe dela dói, assim como dói estar longe de Harry. A imagem dos dois juntos me enche de emoção.

— Vamos te mostrar meu quarto? Ela já joga? — Harry está exultante e eu decido deixar de lado todas as minhas questões existenciais e focar neste momento e aproveitá-lo ao máximo.

cristão

Chego em casa na hora do jantar e encontro Angelina na sala brincando com Clarissa, que está deitada em um daqueles tapetes infantis e aparentemente se divertindo muito com as carinhas e bocas que a mocinha tem. Carter está fazendo isso.

- Boa noite! — Grite para a mulher que estava tão ocupada fazendo minha filha sorrir que até percebeu que eu havia chegado

— Querido Deus, você quer me matar de coração? —Ela diz surpresa com minha voz, colocando a mão no peito. — Você poderia ter anunciado que havia chegado.

—Foi por isso que eu disse boa noite, senhorita. Carter. — digo tentando não sorrir com a situação e coloco minha pasta no sofá e desabotoo a gravata. —Você se assusta com muita facilidade.

pode me chamar de Angelina, por favor? — Ela me olha envergonhada e mantenho a expressão séria, tentando não rir da cara dela.

—Mas foi você quem disse para chamá-la de senhorita. Carter, senhorita. Carter.

—Eu sei o que disse, senhor Martinezn, mas tenho o direito de mudar de ideia e prefiro ser chamada simplesmente de Angelina. —Seus olhos castanhos olham para mim e é como se pudessem ver minha alma.

—Então me chame de Christian. — Sorrio para ele, que acena positivamente, me oferecendo um lindo sorriso em resposta.

—Senhor ... já jantou? — Ele pega Clarissa nos braços e seus olhos se voltam para mim. —Owen fez uma lasanha deliciosa, posso esquentar enquanto você toma banho.

Suas palavras me pegam de surpresa e não consigo me lembrar da última vez que alguém fez algo assim comigo, se é que alguma vez fez.

— Se você me fizer companhia eu aceito a oferta! — Não sei o que aconteceu comigo hoje, nem parece que estávamos discutindo antes.

—Eu estava contando com isso. —Seu tom divertido me faz sorrir e ele se levanta com Clarissa nos braços. — Te espero na cozinha. — Ela coloca minha ilha no edredom do bebê e vai com ela para a cozinha.

Vou para o meu quarto e tomo um banho rápido, esperando a companhia de Angelina. Me visto na velocidade da luz e desço as escadas correndo, reduzindo os passos quando estou perto da cozinha.

—O cheiro é divino! — comento entrando na cozinha. —O que você acha de um vinho para acompanhar?

— Queria dizer que o crédito é meu, mas tudo que fiz foi esquentar a lasanha no forno. - Ele diz colocando o prato na mesa e olha para mim. — Não costumo beber, mas um copo não deve doer.

—Tenho aqui um vinho maravilhoso, vai combinar perfeitamente com a lasanha. — Bebo um vinho italiano, da Bodegas Salvatore e abro a garrafa, servindo duas taças. —É um vinho italiano, um dos melhores que já provei.

— Tenho ascendência italiana, minha avó nasceu em Veneza. — Ele me conta sorrindo e vejo o carinho com que fala da avó.

— Então escolhi o vinho certo. — Coloco os copos sobre a mesa e abro a cadeira para ela sentar.

- Obrigado! —Ela senta e espera eu me acalmar. - Salada? — Ele diz, servindo um prato, que parece ser para mim, e eu aceno positivamente, achando estranho esse ambiente familiar.

Angelina coloca o prato na minha frente e depois prepara o dela. Olho para a mesa e Clarissa está dormindo tranquilamente em seu edredom de bebê ao lado de Angelina.

—Clarissa tem muito trabalho? — Trago o assunto à tona depois que um silêncio constrangedor cai entre nós.

—Ela é o bebê mais calmo que já vi na minha vida. Ele quase não chora. — Os olhos de Angelina em mim me deixam desconfortável, é como se ela estivesse tentando entender minha mudança repentina. — Você deveria passar mais tempo com ela, essa fase é a mais gostosa, eles crescem muito rápido.

— Eu trabalho muito, preciso garantir o seu futuro! —Minha justificativa não poderia ser pior e vejo como isso não agrada a mulher que está na minha frente que suspira irritada.

—E o presente? — Ele me olha nos olhos tomando um longo gole de vinho. — Sei que discutimos isso esta manhã, mas não posso fingir que não vejo o que está acontecendo aqui, você me pareceu um pai tão apaixonado quando nos conhecemos.

— Clarissa é a coisa mais importante da minha vida. — Olho para minha filha que está dormindo, alheia a tudo que está acontecendo ao seu redor. — Só não sei como ser bom com ela.

—Seja o pai dele. Não existe uma fórmula secreta para ser pai, você aprende com seus erros, permitindo que seu filho lhe ensine como fazê-lo. —Olha Clarissa com tanto amor que me emociona. — Esses pequenos seres não precisam de milhões em conta, claro que o dinheiro é importante, mas é algo tão pequeno comparado a tudo o que o seu amor pode proporcionar.

—Como posso te oferecer esse amor, se nunca o senti? - Eu olho nos seus olhos.

—Tem certeza que nunca sentiu isso? —Sua pergunta me deixa intrigado. — Você acha que o amor se demonstra com palavras? O amor se demonstra em atitudes, e se você olhar ao seu redor verá que as pessoas que te amam sempre mostram isso para você, mas você se recusa a ver.

— Você me conhece há um mês e já tem tantas conclusões sobre mim? —Pergunto , incomodado com o efeito que suas palavras têm sobre mim. É como se Angelina estivesse tirando uma venda dos meus olhos, mas ainda não estou pronto para ver isso. —Você vai dizer que sou ingrato e não percebo todo esse amor que me cerca?

— Não. — Ela não tira os olhos de mim. — Você está sozinho e...

- Está chegando! Se eu quiser uma sessão de terapia, eu pago por uma! —Quem você pensa que é para me chamar de solitário?

—Uma garota chamada Melissa disse que viria me visitar amanhã! — Ele muda de assunto e vejo a decepção em seus olhos.

—Você é minha secretária agora? —Pergunto , irritado com tudo. Não estou pronto para ver Melissa.

—Não , senhor Christian, não sou sua secretária! —Ela se levanta irritada. — Tenho pena desta pobre mulher que se vê obrigada a conviver com um ser humano tão desagradável como você, que é incapaz de demonstrar a menor gratidão!

—Eu te pago um grande salário para me sustentar! — Levanto-me olhando nos olhos dele.

— Pegue seu maldito dinheiro e... — Ele morde o lábio, se controlando para não terminar a frase.

- É o que? — Dou a volta na mesa, na frente dela. —Termine a frase, Angelina.

—Você sabe muito bem onde eu diria para você colocar seu maldito dinheiro! — Ele dá alguns passos para trás e suas costas batem no balcão da cozinha. — Idiota, sem coração, é isso que você é.

- E o que mais? — Aproximo-me dela com um predador e vejo que sua respiração fica irregular.

— Hum... hum... bipolar! — Sua voz falha e ela passa a língua pelos lábios quando meu corpo pressiona o dela. — Cristão...

—O que você está fazendo comigo, Angelina? — Sussurro, tomando seus lábios em um beijo ardente, matando o desejo que me consome há um mês.

Minhas mãos percorrem suas curvas e ouço seus gemidos entre beijos, fazendo meu corpo queimar.

—Isso não está certo, você é meu chefe! —Ele diz sem fôlego sem se afastar de mim.

—E eu sou um idiota sem coração. — digo sorrindo, sentindo seu aroma que me intoxica.

- Isso também! — Ela sorri e sua mão toca meu rosto suavemente. — Você deveria sorrir mais, você tem um sorriso lindo cristão. — Ela se afasta de mim gentilmente e meu corpo sente falta do dela. - Eu tenho que ir.

- Porque? — Olho para ela tentando entender o que aconteceu de errado.

— Não quero misturar as coisas. E seja mais um para homens como você. — Sinto uma certa tristeza no seu tom de voz.

— Mais uma vez foi o álcool que me fez beijá-la, talvez eu esteja muito carente! —Minhas palavras te machucaram, posso ver isso em seus olhos e me arrependo instantaneamente.

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