Resumo
Para ela, o que importa é o presente e o futuro. Ela não deixa o passado para trás. Christian Martinezn fez muitas coisas em nome de seu amor por uma mulher que não o amava. Agora ele não consegue enfrentar as consequências de suas decisões. Sua salvação é sua filha com a mulher que ele jurou amar. Lidar com uma criança recém-nascida e todo o peso da culpa é impossível e ele se sente perdido. Angeline Carter é uma mulher que aprendeu desde muito jovem a lutar pelo que quer. Ela tem dois empregos para pagar todas as contas da casa. Com uma criança de sete anos em casa que precisa de uma cirurgia e sua doce avó já adulta, é ela quem cuida de tudo e é a mulher mais feliz do mundo por ter as duas. Seu doce coração fica pesado quando ela ouve o choro de uma linda garotinha e recebe uma oferta de emprego irrecusável. Ele só não esperava ter que lidar com um chefe tão solitário e frio, que precisava de redenção. Ele precisa se perdoar. Ele precisa cuidar das pessoas que mais ama. Ele precisa ser um pai. Ela está disposta a ser mais do que uma babá. Será que todo homem merece redenção? Até que ponto o amor pode salvar alguém?
Capítulo 1
cristão
Pai! O que eu sei sobre essa palavra? Absolutamente nada. Eu não tive pai presente, aliás nem tive pai ou mãe presente.
Como ele invejava os filhos dos Scott, como queria fazer parte daquela família. Até que um dia Logan e eu nos tornamos melhores amigos e comecei a me sentir parte deles.
Lembro-me de Clarisse dizendo que tinha quatro filhos e Josh me perguntando sobre minhas notas, como fazia com os filhos dele. Me lembro do ciúme fraternal que eu tinha da Alicia e de como o Dimitri me ligava toda vez que brigava na escola, pois o Logan era muito rígido e eu sempre aceitava as brigas dele. Eu adorava estar com eles.
Quando perdi meus pais já era um pouco mais velho e confesso que não senti tanto a dor da perda, eles não estavam mais presentes na minha vida. Mas lembro claramente que Clarisse me pediu para morar com eles, que sempre teria uma casa com a família dela. Porém, naquele momento eu já estava apaixonado pela Brianna e ela já estava pelo Logan, e ele tinha tudo como sempre.
Ele queria pelo menos uma vez ter algo mais do que ele, o amor de Brianna. Eu tinha isso, mas ela não podia deixar Logan, ela estava muito grata por ele, por tudo que ele fez por ela. Mas hoje percebo que fiz por ela tanto ou mais do que ele, mas mesmo assim meus esforços não foram suficientes.
Agora ela se foi e eu não sei o que fazer. Tudo o que ele tinha era Brianna. Por ela abri mão dos meus amigos e das pessoas que sempre estiveram comigo, por ela magoei a pessoa que um dia chamei de irmão.
E mesmo depois de todas as coisas que fiz com Logan, era justo que ele me procurasse agora que me sinto perdida.
Tenho uma filha e não sei como olhar para ela sem sentir que a culpa pela morte da mãe está me corroendo.
Desde o dia em que Logan e eu abrimos aquele exame que revelou algo que sempre soube, que sou o pai do bebê de Brianna, me sinto ainda mais perdido. Amo aquela menininha com tudo que há em mim e sei que não sou bom o suficiente para cuidar dela, que não farei um bom trabalho. Ainda vou convencer Logan de que é a melhor opção.
Ainda não tive coragem de ir ao hospital visitá-la, minha filha tem um pai péssimo e também perdeu a mãe. Como posso lidar com isso?
— Cristian Martinezn! — Ouço a voz de Clarisse ressoando como um trovão por todo meu apartamento, pois ainda estou sentado no chão da minha sala de jantar bebendo meu uísque, quem sabe ela desista e vá embora? - O que você pensa que está fazendo? - Ele diz parando na minha frente.
— Bebendo, você não vê? —Pergunto sem paciência e sem querer olhar para ela.
—Josh , eu vou vencer esse garoto! —Ele diz entre dentes e começa a me bater com sua bolsa.
- Lá! Para! Para! — falo me levantando tentando me proteger e olho para Josh pedindo ajuda, ele apenas me encara. —Você consegue controlar sua esposa? — Rosnado.
—Neste momento ela está sendo mãe, não esposa! — Ele diz simplesmente e sinto o barulho da bolsa parar.
—Eu deveria bater em você com o cinto, Christian! O que você está fazendo neste maldito apartamento enquanto minha neta está sozinha no hospital? - Ela grita, me olhando furiosa.
—Ela não é filha do Logan! E ele não queria ficar com a custódia dela! — digo de cabeça baixa.
— 'Porque ela não é filha do Logan, não é minha neta? — A voz dela sobe algumas oitavas e eu olho para ela confusa. — Josh, me dê seu cinto.
— Querido... — Josh diz calmamente.
—Você ouviu o que aquele garoto disse? Que minha neta não é minha neta! —Ela me olha furiosa. — Posso não ter trazido você ao mundo, mas tenho autoridade de mãe sobre você, Christian, aquele bebê que está no hospital é tanto minha neta quanto os gêmeos de Melissa, filhos de Aron e filha de Dylan, que nascerão em breve. unirá a família. Nunca ouse negar novamente ou vou mandá-lo de volta ao útero!
Abro a boca para responder e vejo Josh balançar a cabeça e escolho permanecer em silêncio.
— Eu deixo você fazer o que quiser da sua vida, como fiz com Logan e olha onde os dois idiotas se meteram. Francamente, agora vou interferir em suas vidas tanto quanto achar necessário. —Ela continua falando com aquele jeito maternal que ela tem e sempre foi comigo. —Nunca mais rejeite minhas ligações! Cada vez irei com uma sacola maior. —Ele diz me abraçando forte e preciso de todo meu autocontrole para não chorar como uma criança em seus braços.
— Sua filha precisa de você, Christian. Minha neta terá alta em breve e precisa do pai para protegê-la! —Josh diz sério, olhando para nós. —Você não pode beber e deixar sua filha sozinha. Você sabe melhor do que ninguém como é ter pais ausentes.
—Você tem que escolher um nome para essa menininha! — Clarisse me olha segurando meu rosto entre as mãos. —Agora vai se trocar, fazer a barba, é horrível, tomar banho, porque você está fedendo! —Ela me chama de mandona. —Todo mundo teve que puxar o Josh, incrível! —Ele diz andando pelo meu apartamento, desaparecendo em direção à cozinha.
—É melhor fazer o que ela disse! Você e Logan a estão deixando louca! —Josh me dá dois tapinhas no ombro.
- Avançar? — Digo espantado com tudo isso. - O que você está fazendo aqui?
— Nós te amamos como um filho, Christian, talvez você nem perceba agora. Entendo que você esteja passando por um momento difícil, mas somos uma família e nos apoiamos, sempre foi assim. — Me olha nos olhos. — Me perdoe por ter te deixado sozinho no passado, eu deveria ter insistido mais em ter contato com você, só dessa vez não vou deixar isso acontecer de novo.
-Eu vou tomar um banho! - digo sem saber o que dizer. —O nome da minha filha é Clarissa, em homenagem àquela maluca da cozinha, que sempre foi uma mãe para mim. — Vou deixar ele responder.
Clarisse merece essa homenagem.
Angelina
—Angelina Carter! — Eu os ouço me ligando pela quinta vez só hoje. Esta é minha quinta entrevista de emprego e espero conseguir essa posição desta vez.
Entro na sala de RH e uma garota sorri para mim, claramente cansada de tantas entrevistas e pelo que entendi. A entrevista começa com perguntas padrão para as quais sei as respostas de cor.
— O formulário indica que você é solteiro! Tem filhos? — Ele me pergunta e sinto uma leve opressão no peito.
- Não! — Minto mais uma vez. E vejo um sorriso satisfeito no rosto da mulher à minha frente.
—Acho que você é perfeita nesse trabalho, Srta. Carter. Bem-vindo às empresas O”Brien – Diz ela sorrindo, levantando-se e apertando minha mão, muito satisfeita.
Depois de assinar toda a papelada, saí com o coração mais tranquilo. Com esse salário posso economizar o dinheiro necessário para a operação de Harry.
A doença cardíaca congênita é uma doença cardíaca que, no caso de Harry, foi descoberta quando ele nasceu. Tem uma formação nas artérias do coração e depois de muitos tratamentos a única solução é a cirurgia, que meu plano de saúde não cobre.
Tenho dois empregos para dar conta de tudo. De todas as contas domésticas, remédios e exames de Harry, ainda há uma avó que precisa de cuidados, embora ela insista que pode cuidar de si mesma.
— Saia da frente, gordo! — Ouço quando um cara me empurra na fila do ônibus.
Respiro fundo, ignorando esse comentário. Como se eu já não soubesse que sou uma mulher gorda, e por mais assustador que pareça, gosto do meu corpo, me considero linda.
Sou uma mulher de estatura mediana, pele morena e cabelos castanhos. Gosto de me olhar no espelho, não tenho tanto tempo quanto gostaria para me cuidar, mas sempre faço o melhor que posso. Afinal, a boa aparência sempre conta.
Trabalho em um salão de beleza como manicure três vezes por semana, sou auxiliar de cozinha em um hotel no centro da cidade de segunda a sábado, apenas meio período, e agora sou faxineira quatro vezes por semana nas Empresas Martinezn.
Com o tempo, descobri que para conseguir um emprego era preciso parecer livre de quaisquer obrigações fora do trabalho. E depois de tantas negativas comecei a mentir sobre alguns pontos do meu currículo, como o fato de ser mãe solteira.
- MAMÃE! —Meu pequeno guerreiro grita correndo para meus braços assim que atravesso a porta da frente da casa. Eu o pego e beijo seu rosto. — Hoje fiz tantas coisas interessantes que ajudei a vovó a plantar flores! — Ele me conta emocionado, fazendo todo o meu dia valer a pena.
-Como foi seu dia querido? —Vovó pergunta enquanto mexe as panelas que preparam nosso jantar.
—Consegui o emprego vó, daqui a um ano terei muito dinheiro com a cirurgia! — digo beijando seus cabelos brancos.
Minha avó sempre me criou, minha mãe me abandonou quando eu era um pouco mais velho e não tenho ideia de quem é meu pai. Doña Francesca é descendente de italianos e herdei seu caráter forte. Ela tem anos, mas se sente como uma menina da minha idade.
— Você trabalha demais amor, eu já te falei que podemos vender essa casa e pagar todo o tratamento! - Ele diz me olhando carinhosamente.
—E onde a gente iria morar, vovó? Você ama sua casa, ficou tão feliz aqui com o vovô! Não se preocupe, vou dar um jeito, ok?
—Você deveria procurar o pai do Harry, aquele sem-vergonha deveria te ajudar! — Ela murmura o de sempre e eu apenas beijo sua cabeça e saio da cozinha com meu pequeno nos braços.
O pai do Harry me abandonou assim que descobriu que nosso filho tinha um problema de saúde. Às vezes penso que ele nos abandonou muito antes. Acho que se eu realmente o amasse, ficaria ressentido com ele, mas realmente não sinto falta dele e estou bem estando sozinha.
—Então , você ajudou a vovó com as flores hoje? — digo olhando para meu bebê que está sorrindo amplamente.
- Sim! E fomos à praça do mercado vender! —Ele diz animado. —Mãe , vou fazer minha festa de aniversário do Homem-Aranha esse ano?
Penso em todas as coisas que não posso dar a ele. Harry é uma criança muito educada e quase nunca reclama, mas sei que ele tem sonhos como todas as crianças e como mãe quero realizá-los.
Quando engravidei, aos 11 anos, estava no auge da minha juventude e tinha meus sonhos de menina. Mas, assim que coloquei os olhos no meu pequeno guerreiro soube que ele nasceu para ser mão de Harry, me enchi de tanto amor que nada me faltou.
Ainda pretendo me tornar escritor, talvez publicar meus livros. Mas isso acontecerá no futuro, quando meu filho estiver completamente saudável.
— Ele vai sim! Não será uma grande festa, mas pensamos em algo e convidamos seus amigos da escola.
—Pode haver pula-pulas e escorregadores? - Ele diz cheio de manhã beijando meu rosto. — Você é a mãe mais linda do mundo, sabia disso?
- Eu sou? Namoradeira! Podemos alugar alguns brinquedos! — Quero dizer receber o mais lindo sorriso de gratidão. — Agora vá lavar as mãos para irmos jantar! — Deixo no chão e vou tomar banho.
Amanhã começo meu novo trabalho. A vantagem é que vou trabalhar à noite e se me organizar, quem sabe não consigo voltar à minha agenda.
—Quem você está tentando enganar, Angelina? Você está tão cansado que não tem inspiração! — digo para meu reflexo no espelho. —Mas não vamos reclamar, o novo emprego paga bem, apesar de muito trabalho.
Visto meu pijama composto por uma camisa oversized e shorts esportivos e vou jantar com as duas pessoas mais importantes da minha vida.
cristão
Depois de quase um mês internada, minha Clarissa teve alta. Na minha casa não tem absolutamente nada que um bebê precise, percebi isso no dia que cheguei em casa com ela e ela não tinha nem berço. Que pai terrível eu sou!
Estou com ela há uma semana e não sei fazer nada. Tia Clarisse vem me ajudar todas as tardes e toda vez que ela chega eu me afasto, olhando para minha filha e sabendo que não sei cuidar bem dela, fica mais evidente o quanto sou fraca.
Depois que a tia vai embora, Clarissa sempre chora. Você deve estar desesperado para estar comigo. Estou sozinho com ela há algumas horas e ela não consegue parar de chorar.
— Filha, não sei do que você precisa! —falo desesperadamente, embalando-a pela casa. — Eu sei que deve ser terrível ter um pai como eu, mas juro que estou tentando pela minha princesinha. Papai está se esforçando tanto, mas não sabe o que fazer!