Capítulo 3
- Permissão. — Aproximo-me do bebê, pego-o nos braços e embalo-o. —Você não gosta do sofá? — Brinco, olhando para o seu rostinho, que está vermelho de tanto chorar. —É mais quente no seu colo, não é, princesinha? Eu sorrio ao ouvi-la murmurar enquanto o choro para e olho para o homem que tem seus olhos perdidos e apaixonados em sua filha.
— Aceito seus termos, Angelina, comece agora mesmo! - Ele diz cheio de orgulho, me fazendo sorrir.
—Começarei amanhã, Sr. Christian! — Falo olhando nos olhos dele e vejo quando ele aperta a mandíbula.
—Você está abusando da sorte, senhorita! Você sabe quem eu sou e quantos gostariam de ter essa oportunidade?
- Sim! Você é Christian Martinezn, dono desta empresa e pai desta menina e meu chefe! — Digo sorrindo, claro que sei quem é, quem mais estaria nesta sala, se não o dono dela.
E nada mudou para mim, Christian Martinez ainda é meu chefe, a única coisa que mudou foi minha função. Sou a nova babá da sua filha.
cristão
O que eu estava pensando quando contratei uma completa estranha para ser babá da minha filha? Fiquei tão desesperado com o choro de Clarissa que simplesmente aceitei os termos de Angelina.
Como fui estúpido!
Agora eu simplesmente não posso voltar. A maneira como ele me ensinou uma lição de moral sobre contratar estranhos me deu muita confiança. Mas não sei se foi uma boa ideia contratá-la.
Tudo o que posso fazer é torcer para que tia Clarisse a odeie e me faça demiti-la.
—Onde está minha neta? — A voz de tia Clarisse chega aos meus ouvidos. —Vovó sentiu sua falta, meu amor! —Ele diz tirando Clarissa dos meus braços sem ao menos me desejar um bom dia.
— Bom dia, tio Josh! — Levanto-me cumprimentando-o e olho para minha tia — Bom dia tia, estou muito bem, obrigada!
— Olá Christian, como Clarissa passou a noite? Você chorou? — Ela diz sem parar de embalar a neta, que agora também tem o avô por perto.
—Ele chorou muito por causa da cólica, mas eu já resolvi tudo! Contratei uma babá para ela!
-Você fez o que? Você vai terceirizar a criação da minha neta? —Tia Clarisse diz em tom muito sério e entrega minha filha para Josh. —Você vai deixá-la saindo com um estranho enquanto você estiver longe do seu papel de pai, Christian?
— Eu não... — Tento me explicar e sou interrompida pelo som da campainha e vou abrir a porta.
Não tenho funcionários no meu apartamento, alguns dias por semana uma equipe de limpeza organiza e limpa a casa. Mas agora com a Clarissa preciso pensar nesse detalhe, talvez fosse bom ter alguém aqui em tempo integral.
Abro a porta e fico cara a cara com Angelina que está com um sorriso nos lábios, vestindo jeans, camiseta e tênis nos pés. Seu lindo rosto está sem maquiagem e seu cabelo longo e esvoaçante emoldura seu rosto.
Nunca pensei que uma mulher vestida tão casualmente pudesse chamar tanto minha atenção.
— Bom dia, Sr. Christian. - Ela diz sorrindo, olhando para mim e eu pareço uma idiota olhando para a cara dela. - Algum problema? —Ele diz olhando para o próprio corpo procurando por algo.
- Bom dia! Você está cinco minutos atrasado! — Estou falando sério sobre tentar mudar o foco dos meus pensamentos.
— Cheguei no seu prédio na hora certa, porém, não sei se você percebeu, o prédio tem mais de vinte andares e você mora em cima deles! —Ela diz irritada, cruzando os braços. —Se começarmos assim vejo que não vai dar certo!
— Claro que não, você é muito rude, não é assim que você deve falar com seu chefe! —Que garota mordaz!
— Angelina, eu já pedi para você me chamar assim, senhor Christian. — A voz dela está mais suave e a vejo respirar profundamente e sorrir olhando para mim. — Só não gosto de ser acusado de algo que não fiz. Peço desculpas, podemos começar a entrevista? Clarissa está sozinha lá dentro há muito tempo.
Confirmo com um aceno de cabeça e abro a porta para que ele possa entrar.
—Minha filha não está sozinha! - digo caminhando ao seu lado. —Ele está com os avós.
- Bom dia! —Ele diz sorrindo assim que chegamos ao quarto. Seus olhos vão direto para minha filha.
— Bom dia querida, sou Clarisse, mãe do Christian e avó desta princesa! — Tia Clarisse diz com um sorriso enorme nos lábios e eu fico pensando se não estou em uma realidade paralela, será que não estava odiando a ideia da babá agora?
— Bom dia, meu nome é Josh! — Josh diz com um sorriso nos lábios e não me lembro de nenhum deles ter sorrido para mim quando chegaram.
— Prazer, sou Angelina! — Angelina diz sorrindo, cumprimentando o casal. —Olá princesinha, você está mais calma hoje? Colo de avó cura tudo, né? — Toque nos cabelos ralos da minha filha que dorme tranquilamente nos braços da avó.
—Vamos conversar um pouco? Quero conhecê-la melhor. —Tia diz sentando no sofá seguida por Angelina. — Você tem experiência com crianças?
- Sim, eu tenho. —Ela diz sorrindo, claramente nervosa, torcendo os dedos. —Você concorda com minha agenda? Expliquei ao Sr. Christian que não poderia trabalhar em tempo integral!
—Ele queria que você trabalhasse em tempo integral? —O olhar que a tia me dá me faz engolir saliva. — Concordo com a ideia de que o Chris tenha alguém para ajudá-lo, tenho outros dois netos com idade muito próxima da Clarissa e tenho sido dividido entre os três. Mas não quero que você deixe ele esquecer que é pai, é para ajudá-lo com minha neta, não para criá-la no lugar dele.
Angelina olha em minha direção, evitando sorrir. Você deve pensar que sou um daqueles caras que vive sob as asas da mãe.
— Acho que quem deveria entrevistar Angelina sou eu, afinal ela será minha funcionária. Quem dá as ordens aqui sou eu, Angelina! — digo olhando-o nos olhos.
—O que o cristão ordena? Sua vida é um verdadeiro desastre, não sei como você conseguiu encontrar essa menina angelical, com seu péssimo gosto para mulheres. - A tia diz negando sem me dar a menor importância e vejo que Angelina está um pouco perdida com tudo isso. —Meus três filhos são parecidos com o pai nessa parte!
— Você está dizendo que escolhi errado me casar com você, amor? — O tom de voz de Josh é engraçado e sua tia lhe lança um olhar mortal.
—Fui eu quem escolheu você, Josh! —Olhe para Angelina novamente. — Não dê ouvidos ao que Christian diz, qualquer problema é só me chamar que eu resolvo! Você está contratado, querido.
— Muito obrigado, senhora Martinezn! - Angelina diz sorrindo perdida. — Prometo cuidar da sua neta com toda dedicação do mundo.
— Eu sei que você vai conseguir! E meu sobrenome é Scott!
—Scott ? Por acaso você é mãe da Dra. Alicia Scott? — Angelina diz sorrindo
- Se eu sou! Você conhece minha filha mais velha?
— No hospital, ele ajudou a cuidar de um conhecido meu. Sua filha é uma mulher admirável!
—Ela parecia com a mãe! —Diz a tia sorrindo. —Vou colocar minha neta no berço dela, enquanto você mostra a casa para Angelina! —O pedido dela vai direto para mim e antes que eu possa responder ela se levanta e sai na companhia do marido e da minha filha.
— Estou mesmo contratado? —Angelina diz, levantando-se e me olhando nos olhos.
- Sim! Mas quem toma as decisões nesta casa sou eu! — digo com firmeza e ela balança a cabeça. — Vamos ao meu escritório e cuidaremos de todos os aspectos burocráticos e depois lhe mostrarei a casa.
Caminho rapidamente até o escritório seguido por ela. As coisas definitivamente não aconteceram como eu imaginava.
Angelina
Depois de conhecer a Sra. Clarisse e o Sr. Josh, me pergunto como é o Sr. Martinez, seus pais são muito gentis e ele é um monte de arrogância.
Depois de assinar o contrato de trabalho e deixar todos os meus documentos para resolver as questões legais, ele me mostrou seu apartamento. É uma casa linda, mas não tem personalidade, é tudo tão cinza e preto. O quarto de Clarissa consiste em um berço improvisado em um dos quartos de hóspedes.
—Este não é um quarto de criança, nada aqui estimula seus sentidos! —As palavras escapam da minha boca antes que eu possa controlá-las. —Tudo é tão sem cor e sem vida que não é um ambiente adequado para ela. Por exemplo, essa janela tem muita luz e uma poltrona ficaria ótima ali, todas as manhãs a Clarissa poderia tomar sol. — Continuo andando pelo espaço observando tudo. — Aqui tem um banheiro enorme, mas não tem nada que uma criança precise, aquela cama de casal tem que ser retirada, esse armário é grande demais para ela, você pode diminuir e dar espaço para ela brincar. — Olho para Christian que me olha com os braços cruzados e uma expressão nada amigável.
—Eu não sabia que você também era decorador! - Ele diz bebida fria e seca. — Seu trabalho é cuidar da minha filha, não interferir na decoração da minha casa.
Que homem gordo! Só estou tentando tornar o espaço mais agradável para sua filha.
- Com licença. — digo entre dentes, me controlando para não mandar ele fazer besteira. Arrogante! — Não foi minha intenção invadir o seu espaço pessoal, senhor Martinezn, só queria lhe mostrar que esse quarto poderia ser mais confortável para Clarissa.
— Já tenho uma profissional especializada que vai redecorar o quarto, ela deve chegar em alguns dias!
— Claro, com licença! — Passo por ele saindo do quarto e volto para a sala, onde os pais de Christian estão brincando com a neta no sofá. - Eles precisam de ajuda?
—Estávamos apenas esperando você voltar para podermos ir embora. — Sra. Scott diz sorrindo, me entregando para Clarissa. — Deixei meu telefone dentro da sua bolsa, se tiver algum problema não hesite em me ligar.
— Você não vai precisar, tia Clarisse, eu mesma posso resolver os problemas em casa. — A voz de Christian invade o quarto e estranha ele chamar a mãe de tia.
—Se você maltratar aquela anjinha, farei você voltar ao ventre, Christian. —Sua ameaça é seguida de um sorriso e não parece uma ameaça vazia, dado o sorriso ele com certeza irá cumpri-la. — Te espero no domingo para o almoço. — Abraça com força o homem que quer retribuir seu carinho. Qual é o seu problema?
Depois de muitas recomendações e despedidas, o casal vai embora e um silêncio constrangedor reina na sala.
—Vou estar no meu escritório e não quero ser interrompido! —Seu tom áspero não me dá o direito de responder porque ele sai antes que eu possa abrir a boca.
—Seu pai é tão…. — Mordo a língua para não insultar meu chefe na frente da filha dele. —Você é sempre tão bom assim ou está tentando me causar uma boa impressão? — Beijo seu rosto e ela ronca tranquilamente em meus braços e a coloco no carrinho.
Esta casa precisa de uma boa limpeza. Eu poderia fazer isso, Clarissa só tem um mês e não dá muito trabalho, posso arrumar a casa e levá-la comigo para onde eu for.
Opto por começar pela cozinha, que não é tão bagunçada. Lavo a louça e coloco tudo no lugar. Você tem cozinheiro?
O senhor Martinezn é um homem tão solitário, parece que só a filha dele mora nesse apartamento gigante, ele não tem empregados exceto eu que comecei hoje. Na empresa corriam muitos boatos sobre ele, diziam que ele era um bom chefe até perder a mãe da filha em um acidente de carro, agora ele é um carrasco.
- O que você pensa que está fazendo? — Tive medo que as panelas que eu estava consertando caíssem no chão e fizessem um barulho chato, acordando Clarissa.
—Calma , princesinha. — Falo em voz baixa, pegando-a nos braços e seu choro aos poucos vai se acalmando. — Isso, pequenino, acabou... — Ele tem olhos atentos, lindos, curiosos olhos azuis.