chapter 5
Reino Bolonia
Dias Depois
Seis horas da manhã, rei Marles e rei Garb, estavam de frente um para outro. Ambos com os seus guerreiros, no reino Bolonia. Rei Marles propôs-lhe uma disputa, com os melhores guerreiros. Os dois montavam os seus cavalos, com o seu exército.
– Rei Marles, saciou a tua ultima noite ao lado da sua esposa! Espero que sim, porque hoje ela vai ser rameira dos meus soldados.
– Engula as suas palavras! Isso nunca vai acontecer, eu não sou como o tolo do meu irmão…. Eu sou mais forte e os meus guerreiros
– Gritam mais que a tua esposa quando está sendo fodida– Garb interrompe gargalhando.
– Basta! Não irei mais aceitar os seus insultos e você não mais pisará no meu reino
– Veremos! – Rei Garb encarou o rei Marles e fez um sorriso malicioso – Hadrianus
Gritou chamando os eu guerreiro mais forte. Um homem alto, de dois metros de altura, careca. Não tinha duvida que ele ele era pesado e um murro dele destruía uma parede.
Rei Marles olhou para o Hadrianus de cima abaixo menosprezando-o, achando-o ridiculo. – Onde está o seu guerreiro, que alias nem é seu propriamente dito! – Hadrianus e os seus homens começaram rir. – Isso porque nenhum dos seus guerreiros tem a capacidade para lutar como um macho.
Rei Marles engoliu a seco. Olhou para tras e quando ia chamar o Lian, o Travus apareceu.
– Onde esta o Lian?
– Ele não está aqui! Ja lhe disse varias vezes que Lian não é de confiança. – Travus afirmou– Eu sou o alfa, consequentemente eu sou o mais forte!
– O combinado foi que o Lian lutasse!
– Eu não tenho todo o dia Rei Marles, chame logo o guerreiro, que se esconde como um cachorro entre as pernas. –Rei Hadrianus riu-se, dando-se por vencido. – Ou chame o outro
– Não será necessário! – Escutou-se uma voz de longe, e os guerreiros do reino Bolonia se afastaram dando passagem, ao homem. – Aqui estou eu…
Lian surgiu com os seus homens. Estava vestido de preto, tinha uma espada e usava um capucho que cobria o seu rosto, assim como os seus homens. Eles não se identificavam para sua própria proteção.
Rei Marles respirou fundo, sentindo um alívio por ter o Lian por perto.
Lian deu passos afrente, ficando no meio onde seria a disputa e assim fez o guerreiro do reino oposto.
– Já era– Guerreiro de dois metros gritou
Lian não era muitas palavras e era impaciente. O guerreiro mal falou, ele atacou-o. O homem conseguiu se defender, mas o Lian deu-lhe uma rasteira que fez o grandão cair. Lian começou a caminhar a sua volta, enquanto homem tentava se levantar e e recompor-se
– Levante-se, ainda mais começamos troglodita
O homem se levantou irado e correu até ele, mas o Lian afastou-se rapidamente, ficando atrás do homem, cortou-se o pés. O homem gritou de dor, ficou de joelhos. Lian se aproximou do homem e puxou-os pelos cabelos, fazendo o seu inimigo olhar para o Rei…
O Rei Garb olhou para o Lian irado. Lian sorriu, pegou a sua espada e apontou para o pescoço, sem tirar os olhos do rei Garb, cortou o pescoço lentamente do guerreiro preso em suas mãos, dando um show de sangue derramado nas areias. Lian era desafiador, destemido, gostava que vissem o seu potencial.
Garb engoliu a seco, enquanto o Lian segurava a cabeça do Hadrianus e os guerreiros do rei Bolonia festejavam.
– Maldito!
– De o fora do meu reino perdedor. – Disse o rei Marles com um sorriso.
Lian com um sorriso de lado, atirou a cabeça para ele e sorriu maliciosamente, mas ainda assim não se dava por satisfeito, desejava mais. Desejava guerra, comos e fizesse parte de si, mas ele era justo. Afastou do corpo sem cabeça e pegou o escodo, se retirando do campo.
Rei… inconformado fez um sinal para o seu guerreiro que estava ao se lado, seu braço direito. Lian por intuição ou por experiência, logo virou-se levantando o escudo e defendendo do punhal que foi lançado para ele, deixando o rei… boca aberta. Irado, Lian tirou o punhal preso na sua calça e lançou atingindo a cabeça do guerreiro que o tentou o atingir. Deixando o rei amedrontado e mais humilhado, essa afronta ele apenas viu num rei. Rei Rustler, o rei que nunca falhava quando o tinha o punhal em suas mãos. Disputa deu-se por encerrado, Rei.. partiu engoliu as palavras que havia dito antes, enquanto os soldados do reino Bolonia festejavam. Havia uma festa em comemoração ao dia, um dia de Victoria. Homens enchiam a cara de bebida, a volta de mulheres que dançavam seduzindo-os.
Uma cerimonias com danças, bebidas e teatros. Mulheres dançavam espondo os seus peitos e usavam saias longas, com fendas e movendo os seus quadris. Lian no meio dos seus homens, estava no meio do Kristov e do Wolven. O lugar era amplo e aberto, o rei estava numa tenda transparente no outro lado, com os seus conselheiros.
Lian estava no meio deles, ele podia sentir o olhar fixo do Travus sobre ele, um olhar malicioso, comos e o condenasse por ele ser o mais forte e mais agil... como se ele fosse uma ameaça.
–Travus, parece insatisfeito... – Kristov comentou
– Travus está sempre insatisfeito! – Lian deu um gole de vinho. No meio de tantos homens bêbados, de tantas mulheres dançando, uma olhar o chamou atenção. Um olhar vindo de uma mulher, vestida de vermelho e coberta, deixando apenas os olhos. Ela estava acompanhada de quatro soldados e estava apenas de passagem. Lian ficou uns segundos a encarando, até o momento que ela entrou no castelo! Algo nela chamava atenção. Seus olhos na cor azul o chamavam como uma a musica que ele escutava.
– Quem é aquela garota? – Perguntou o Lian vendo a garota caminhando para interior do castelo
– Aquela é filha do rei?
– Nunca vi antes
– na verdade é meia irmã, é a vergonha da família real por ser fruto de traição! A rainha ordenou que ela andasse assim, até a a Rayana se casar.
– É serio?
Kristov acenou positivamente a cabeça: – A garota mal pode sair, ter vida social! Ninguém quer ver a vergonha circulando, quer?
– Qual é nome da princesa?
– Belina.
Reino Karnnack
No campo de treino, havia uma mulher manejando a espada, tentando esquecer o seu passado que a atormentava até hoje. Rulla, com apenas 14 anos foi obrigada a se casar com um homem de quase oitenta anos, que a fez de escrava sexual e engravidou-a. Um bebe que ela nunca conseguiu amar, um bebe que nunca a fez sentir, mesmo ela sabendo que o seu filho não tinha culpa, mesmo tendo tentado amar, ela não foi capaz de cria-lo. Não conseguia olhar para criança sem se lembrar da tortura que ela passou. Esse bebe foi o seu primeiro e unico filho que ela teve.
Enquanto ele treinava alguém a observava no silencio da noite, um olhar rancoroso e repugnante.
– Quem posso ajudá-lo alteza? – Rulla olhou para o Hareed que a encarava
– Na verdade eu procurava a Alina, minha irma
– Ela acabou de sair
– Você sempre tenta influencia-la, a ser igual a você
– Alina não tem nada de mim, ela tudo do pai!
– Se um dia eu for regente, a primeira coisa que farei é de expulsar deste reino. – Hareed olhou-a de cima abaixo e se retirou. Rulla respirou fundo e passou a mão no seu ventre, tentava agir na indiferença mas o Hareed sempre seria alguém que mexeria com ela. A magoa estava lá e a dor ainda permanecia todas as vezes que ela olhava para garoto que ela deu luz, mas nunca conseguiu criar.
Hareed caminhava apressando os passos, passando pelo corredor do castelo ele deparou com parede com esculturas. A parede continha todos os membros da família real, Hareed reduziu os passos olhando para parede e quando viu o rosto do Rounan parou. Era um retrato da sua mãe e eles os dois juntos, um quadro alegre. Hareed pressionou as mãos, seu coração acelerava, como se a qualquer momento o seu irmão fosse aparecer, como se sua penitência estivesse se aproximando e a culpa de ter deixado o seu irmão para trás aumentasse.
– Eu sinto a sua falta... – Alina comentou causando um susto no Hareed
– Irma, não esperava vê-la...
Alina nada comentou
– Vim informá-la que irei me casar em breve, farei questão de pagar os melhores tecidos para que façam o seu vestido
– Sabe que eu não ligo para isso, diga isso a Merlina ela ficará feliz
Hareed riu-se ironicamente
– Parece que tudo que eu faço não lhe agrada irma
– Não mencionei que não gostei da ideia irmão
– Sei que me culpa pelo desaparecimento do Rounan, sei que preferia que fosse a partir no lugar dele
– Isso você mesmo concluiu, porque sabe muito bem a culpa que carrega!
– Acha que eu matei o meu irmão por ciúmes?
– Você mesmo esta dizendo! Eu só acho que você não contou tudo o que aconteceu naquela noite e acha que nos acreditamos nessa mentira mal contada
–Papa e a mama acreditam em mim
–Papa e mama sabem que algo de errado aconteceu naquele noite, só não querem enxergar por eles te ama demasiado para crer que você matou o nosso irmão.
As palavras da Alina, suavam como um pesadelo para o Hareed. Lembrando-se da noite, que voltou para castelo sem o seu irmão.. Alina nunca foi de submeter-se ninguém, tinha o génio forte e impaciente do pai, da sua mãe só o rosto. Era uma garota impulsiva, destemida que não se intimidava nem mesmo alguém maior do que ela.
Vila florestina
Depois de um longo evento, Lian acabava de chegar em casa. Seu corpo estava na terra, mas sua mente estava em outro lugar. Sempre que ele frequentava castelos, era como se alguma vez ja tivesse estado em. Como se algum dia um castelo tivesse sido o seu lar. Um homem que não se lembrava da sua infância, que fora encontrado no meio da floresta ferido por lobos e foi acolhido pelo clã dos caçadores. Os únicos que se atreviam a frequentar a floresta Negra. Uma floresta que quem entrasse não saia mais. Ele se perguntava da sua infância e percebia que nada sabia, apenas sabia o que o lhe foi dito. Travus vendo que Lian era um garoto que maneja a espada melhor que muito dos seus homens, quis ficar com garoto e percebendo que o mesmo não se lembrava da sua identidade, afirmou que ele foi vendido pelo pai que era um agricultor e que agora estava salvo. Essa foi a única forma que Travus encontrou de prender o Lian e fazer o garoto sentir-se grato por fazer parte do clã. Lian sempre acreditou nessa versão da historia, mas o seu coração dizia ao contrario. O mover das folhas das arvores, vento que assobia a noite, fez-lhe por os pés na terra. Ele escuta passos vindo de fora, que o faz segurar a espada, mas é tarde demais. De imediato sente uma batia nas costas, que o faz cair no chão, mas logo se levante e quando fica surpreso.
– Travus...
– Lian... – Travus o encara com um olhar malicioso. Lian olha a volta e ve-se rodeado de mais oito homens do seu clã.
– Com que então você lutou como um alfa
– Foi o rei, quem me escolheu
Travus riu-se ironicamente
– Sempre tentando se sobressair mais do que eu! O beta nunca tem mais poder que o alfa
– Eu nunca disse isso.
– Segurem-o! – Travus ordenou.
Dois homens foram a frente mas o Lian se defendeu, mas eles eram muitos, eram 10 contra. Lian mal se defende e logo os outros menos o Travus vao contra ele, batendo-o nas costas e no abdómen. Lian tenta-se soltar mas está preso. Tem dois homens o segurando e outro o esmurra fortemente no seu abdómen, o deixando fraco.
– Não foi difícil entrar na sua casa, ainda mais quando tem um empregadinho que se acha guarda. – Travus amostrou-lhe a cabeça do seu criado, deixando o Lian furioso. Dameus sempre o serviu muito bem apesar de ser deficiente e sempre lhe foi fiel.
– Seu infeliz, eu vou acabar com você!– Lian gritou tentando se soltar mas sem sucesso.
– Está na hora de mostrar quem é o alfa deste clã. – Travus afirma e logo em seguida o Lian recebe uma pancada na cabeça que o faz perder consciência.
Uma hora depois Lian é acordado com um balde de agua fria no rosto. Ele olha a volta e esta numa montanha alta, ele tenta dar um passo atras, mas não consegue e só depois percebe que tem dois homens o segurando um em cada braço.
Lian olha para baixo, e a única coisa que consegue enxergar são arvores. O vento batia no seu rosto, seu corpo ainda estava fraco devido as pancadas que levou. Os homens colocam o Lian de frente para o Travus, que lhe perfura com punhal no abdómen fazendo-lhe gemer de dor. Deixando o Lian mais fraco do que ja estava.
– Vou deixar-te onde te encontrei... Na floresta Negra– Travus aponta para o abismo cheio de arvores e longe pode se escutar os uivar dos lobos. – Do lugar onde nunca devia ter-te tirado!
Travus da um chute bem forte nas costas do Lian, vê-lhe a cair no abismo, se perdendo no meio da arvores, o declarando morto.
– Eu ainda acho que devia matá-lo
– Ele ja esta morto, será devorado pelos lobos, mas desta vez ninguém irá lhe salvar... – Travus riu-se, escutando o uivar dos lobos. Um sorriso saiu do seu lábio ao saber que nunca mais viria o garoto perdido meio da floresta, passou a mão no pingente do seu colar e riu-se. – O garoto já era, pode avisar o clã para nomear um outro beta.
Floresta Negra
Na madrugada da floresta negra, havia um nevoeiro infinito, não importa era dia ou noite, sempre havia nevoeiro, impossibilitando de se enxergar devidamente. Lian estando deitado no revelado verde igual a pedra esmeralda, abriu ligeiramente os olhos. Sentia uma enorme pela ferida no seu abdomén, seu corpo estava fraco, mal conseguia se mexer, estava ainda na duvida se estava vivo ou morto. Se não era apenas a sua alma que estava vagando pela floresta fria a caminho do submundo próximo aos deuses da morte. Com cuidado passa mão na sua ferida impedindo o sangramento, ergue ligeiramente o seu tronco e olha a sua volta, tentando encontrar uma saída ou alguém por perto. Não sabia se agradecia ou não, por não ter ninguém de passagem, pois só os filhos do mal é que conseguiam entrar e sair vivos da floresta negra. Com muito levantou-se e foi caminhando, enquanto se encostava pelas arvores próximas de si. A floresta era fechada e com inúmeras plantas a frente, parecia um labirinto sem fim sim. Tão cansado de caminhar sentou-se próximo a um lugar onde havia ramos quebrados, fica de joelhos e pega em duas pedras e faz uma fogueira. Fogo afugentavam animais e tornavam a noite menos sombria. Com cuidado tira o pano que cobriu a ferida do seu abdómen, pega o seu único punhal e aquece-a na fogueira. Coloca o pano na boca e respira por cinco segundo, sem hesitar coloca o punhal quente na sua ferida causando-lhe uma dor sem tamanho, mas ele era forte o suficiente para aguentar e assim curar-se. Encostado numa arvore, Lian podia ver esferas brilhantes no meio de nevoeiro. Esferas que a cada a cada respirar seu, se aproximavam. Lian com dificuldade pôs-se em pé, olhou para arvores mas nenhuma delas tinha ramos abaixo de 3metros que ele poderia alcançar e o seu corpo estava demasiado fraco para subir, então Lian pegou no ramo e colocou na fogueira e com outra mão tinha o punhal. Eram quatro lobos a sua volta, olhando para o rapaz de forma faminta. Um dos lobos se aproximou, mas o Lian logo se defendeu afugentando-o com o ramo incendiando. Sabia que se corresse só os atiçaria mais, então estar no seu devido lugar era o certo, mas repentinamente, lagrimas do Deuses surgem... Começa uma chuva forte, como se demonstrasse a fúria dos homens dos céus. Apagando a fogueira e inclusive o ramo que continha o fogo, Lian nunca se viu tão cercado. Nunca se sentiu uma presa como agora, para sua sorte, escuta-se um estorno acompanhado de raio que afugentou os lobos e nessa oportunidade começou a caminhar, com dificuldade, mas ia sempre em frente. Segurou o unico punhal, caminhava olhando para trás, observando as esferas que ficavam cada vez mais nítidas. Mesmo apressando os passos, não conseguia ser rápido o suficiente para correr e se afastar do perigo.
e nessa oportunidade que Lian desatou a correr. Passos lentos, mas persistentes, ele fugia lutando pela sua vida. Uma vida que nem sabia por onde começou. Escutou o som dos uivantes e sabe que ele não corre sozinho, que está sendo perseguido. Sua perna é mordida por um dos predadores, fazendo-o cair no relvado molhado das terras sombrias. Lian tenta se soltar, espetando o punhal no pescoço do lobo, que apenas atiça os outros. De imediato o corpo do Lian é arrastado, por dois lobos, que tentam disputa-lo, puxando-o pelo braço e outro pela perna. Lobos sao lobos, não sao cachorros... não sao como os animais do lazer, a disputa era forte e sangranta. O homem viu-se numa dor inconsolável sentindo a sua carne trincada e puxada. O lobo maior consegue te-lo, mas com a força Lian bate com a cabeça numa arvore. Tonto e dolorido, a única imagem que lhe vem é uma mulher negra cantando para ele.
“Na noite mais fria da floresta, o filhote de um tigre perdeu-se, enfrentando a alcateia inteira”
Como se tudo viesse a tona. Os olhos verdes de um homem branco de cabelos loiros surgem a sua mente, como trovoes que incendiam a escuridão. Cansado Lian fecha os olhos, sentindo o odor do predador que está prestes devorá-lo. Escuta a voz da morte o chamando, sente odor do Deus Onu (deus do submundo) ao seu redor, mas nãos seria hoje... Não hoje!
“Filhote de um tigre perdeu a sua identidade”
Lian abre os olhos, desafiando o olhos esfericos do lobo preto que deparava-se na sua frente, sentindo pingos de saliva do animal no seu corpo. Corpo do Lian fervia e sangrava, algo que atiçava mais o animal. Porem Lian não era mais uma presa... Não mais! O lobo avança no ataque e Lian, coloca todo o seu braço na garganta do lobo, enquanto a outra mão segura o pescoço do animal. O mesmo tenta se soltar, mas o Lian segurou-o fortemente, uma força sem tamanho surgiu no meio do seu medo, que o fez lembrar que sua vida valia a pena. Uma força que asfixou e torceu o pescoço do lobo, tirando-lhe a vida. Os outros lobos, vendo que o alfa havia morrido, distanciaram-se e tomaram o seu rumo. Sim, Lian não era mais presa... Era um predador.
(...)
Um homem caminhava com dificuldade pela floresta, que poucos se atreviam a entrar. Ele podia ver as restos carnais de seres humanos no seu caminho, devia temer a morte, mas a sua fúria era tão grande que não havia espaço para o medo. Sua descoberta, tornou-o mais forte e destemido, a única coisa que ele desejava era um lugar para descansar, pois estava gravemente ferido. Tinha feridas abertas, correndo o risco de acabar morrendo de infeção. Mais alguns passos, o homem viu uma cassa antiga feita de madeira e palha, que parecia abandonada. Aproximou-se da casa e ficou uns segundos olhando, sem hesitar foi até a porta e abriu, percebendo que nunca esteve trancada. Entrando estava tudo escuro, mas podia-se enxergar objectos como vasos, pratos, canecas feitas de madeira. Ele vê um pote de agua sobre a mesa e não hesita em pegar bote. Senta-se numa cadeira e abre o pote, levando ate a sua face cheirando, vendo se era água pura. Rounan desde pequeno fora ensinado pela sua mãe a identificar o veneno, o cheiro era um deles. Morto de sede levou o pote a boca, sentindo a água aliviando a sua agonia e a sua fome.
– Sois um homem ousado, majestade…
O homem assusta-se e olha para os lados percebendo que não estava sozinho.
– Rounan…– escuta-se uma voz feminina sussurrando.
Ele enxerga uma senhora idosa, de pele negra e cega! Seus olhos eram brancos, devido as cataratas, tinha cabelos longos em estilo “dreades” e usava um vestido branco. Ele já tinha ouvido em falar de bruxas com poderes ocultos, sabia que elas existiam e estavam escondidas pelo além. Em lugares que só as pessoas temíveis e corajosas, como elas as encontrariam.
Rounan segurou o seu punhal e encarou, sem apontá-la mas por precaução.
– Se eu quisesse matá-lo teria feito, pode largar punhal majestade… – A idosa encarou-o de forma tão tranquila. –– Só os mais corajosos e temiveis, são capazes de encontrar o lar de uma bruxa, sentar e servir-se da sua água… – A idosa aproximou-se mais dele. – Os que não tem medo de bruxas, nunca serão uma ameaça para nós…
Rounan permaneceu em silencio.
– Sei que não és mudo, majestade… – A idosa pegou num ramo de ervas e acendeu, espalhando o aroma da planta pela casa.
– Como sabe quem sou? Como sabe o meu nome? – A idosa-lhe interrompe.
– Sinto cheiro de realeza através da sua carne fresca… Suas feridas abertas, precisavam ser curadas ou morrerá de infeção… – A idosa colocou o ramo num pequeno vaso, pegou em algumas ervas e um pequeno pilão, preparando o remédio.
Rounan de imediato começou a ficar sonolento, devido ao cansaço ou devido o aroma do ramo que a idosa acendeu, vendo turvo tudo a sua volta. Poderia ter motivos para temer uma bruxa estranha que viva na floresta, mas sentia um alivio e seguro, suficiente para se deixar embalar.
– O que você fez? – Rounan perguntou sonolento.
– Deixe-me curar-lhe majestade, para você poder voltar para casa….
Rounan fechou os olhos se apagando num sono profundo, deixando o seu corpo receber a cura que precisava.