chapter 4
Vila Florestina
Um lugar discreto e obscuro, totalmente isolado de todos. Nesse lugar estavam homens que muitos temiam e respeitavam. Clã dos caçadores da noite! 80 homens, vestidos de preto e manejavam espadas como ninguém. Usavam capas negras da cor da noite. O alfa era um homem alto, de cabelos grisados e bom porte físico. Usava sempre um colar de ouro com pingente de tigre, mostrando o quão poderoso ele era, seu nome era Travus.
– Com que então, o rei te chamou? – Travus encarou-o de cima abaixo, parecia aborrecido.
– Sim, Travus. – Lian encarou-o, vendo a furia nos olhos do homem apesar de mostrar um sorriso de lado.
– Como um líder? – Travus se aproximou do Lian olhando no fundo dos seus olhos.
– Você é o líder.
– Então, por que você?
– Porque foi a mim a quem rei chamou. – Rounan desafiou-o.
– O certo seria que dissesse a mim, que o rei precisa do nosso clã.
– Eu sou beta! – Lian encarou-o.
– Você não esta acima de mim
– Não, mas também posso responder pelo clã tal como você
– Só se for aprovado – Travus pressionou as mãos ficando cada vez mais indignado com a atitude do Lian.
– Então, qual será a sua resposta Travus? – Lian encarou. – Eu fiz um ótimo acordo, para todos nós! Três mil moedas de prata! Quer mais que isso? Vai você negociar então!
– Quatro mil moedas de prata, é muito dinheiro! Nunca conseguimos tão alto! – Disse o Nemo. Os outros do clã olharam entre eles e acenaram a cabeça, concordando.
Travus, fechou a cara e os punhos, mas logo riu-se e segurou o Lian pela camisa, mas sem ergue-lo, sabia que não tinha capacidade para não passar disso. Lian encarou-o de cabeça erguida.
– Bom garoto!
Lian acenou positivamente a cabeça. Ficou uns segundos olhando para o colar com pingente de tigre que estava preso no pescoço do Travus, como se por algum lugar ele conhecesse esse material. Travus bateu-lhe no ombro e ordenou que se retirassem, ficando apenas e mais homens.
– Aquele garoto.... – Travus ficou pensativo.
– Temos que admitir que ele se saio muito bem...
– Sim, bem demais para ser um beta! – Travus comentou com um olhar malicioso.
– Acha que ele...
– Claro que ele quer o meu lugar ou pior, que outros o idolatram demais! Mais do que eu que sou o alfa deste clã...– Travus pressionou. – Fiquem de olho nele!
(...)
“Filhote de um tigre foi se perdeu... perdeu seu lar, a sua casa, a sua família.... perdeu a sua identidade.”
Tão real aos seus olhos era imagem da mulher que cantava para si. Tão real era o lugar onde ele se encontrava no sonho, que ao despertar, Lian ficou surpreso ao ver-se no quarto da pensão onde passou a noite. Perguntando-se porque aquela mulher aparecia nos seus sonhos, se ele nunca havia visto o rosto e nem a conhecia. Por que cantava para ele como se fosse sua mãe?
Olhou para o lado vendo a concubina dormindo, logo se levantou e começou a se vestir.
– Já vai embora tão cedo? – A mulher abriu olhos vendo o Lian se vestindo.
– Grato pelos seus serviços. – Lian deixou três moeda e partiu. Mesmo estando acordado, ainda podia escutar a musica através da brisa, como se fizesse parte de si e se comunicasse com ele. Como uma memoria e um momento na infância, mas ele se perguntava o porque disso, a musica não fazia sentido para ele. Lian sempre se conheceu como um garoto que foi achado no meio do mato, pelo Travus e desde então foi criado pelos homens do clã. Lian sabia que se o Travus quis ficar com ele, foi porque viu um dom nele, algo nele que pudesse se aproveitar, caso contrário teria o deixando para morrer. Travus sempre contou que ele era filho de bêbado agricultor, que lhe vendeu na primeira oportunidade que teve e que devia estar grato por ele ter sido acolhido. Lian não sabia quem era, não conhecia a origem, apenas sabia o que lhe foi dito, no dia ele estava deitado na cama com ferimentos.