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Capítulo 5

Então afinal não há nada a perder, de qualquer forma já perdi tudo.

- Eu tenho que fazer xixi

Depois de muito tempo de reflexão, trabalhando meus neurônios para encontrar uma solução, um plano, qualquer coisa, que me tirasse dessa enorme confusão, finalmente encontrei.

Eu ia fugir.

- Agora não

- Quer que eu faça xixi no banco?

- Serge para na próxima estação

O novo motorista assentiu.

Dez minutos depois estacionou em frente a um posto de gasolina.

Abri a porta e fui para o banheiro público.

Antes de entrar no banheiro feminino, Ivan agarrou meu braço.

- Você tem 10 minutos, disse ele, parado na frente da porta.

Entrei nos banheiros públicos.

Peguei uma presilha plana que segurava uma mecha de cabelo no lugar e me agachei de frente para a porta.

Felizmente para mim, eu tinha o hábito sujo de sempre perder as chaves. Por causa disso, ao longo dos anos, tornei-me um mestre na arte de arrombar fechaduras.

Em menos tempo do que leva para saber, a porta estava trancada.

Então tentei abrir a pequena janela que dava para os fundos do prédio. Como ela se recusou a sofrer, tive que, em tempo recorde, encontrar uma maneira de quebrá-la sem fazer barulho.

Pense em Elisabeth, pense em porra.

Milagrosamente, quando vi o banheiro, uma ideia brilhante germinou em minha mente.

Dei a descarga e corri para quebrar a janela rapidamente. Depois de alguns chutes, o vidro fino cedeu.

Os cacos de vidro caíram silenciosamente no chão, sua melodia sínica escondida pelo som da água corrente.

Tentei sair pela janela e, apesar das críticas da minha mãe quanto ao meu peso, não tive problemas para sair daquela estação.

Caí no chão numa posição tão feia quanto incomum, mas não me importei. O principal é que eu estava do lado de fora.

Percebendo que esta liberdade duraria pouco se eu não colocasse tanta distância entre aqueles homens e eu, comecei a correr, não ao longo da estrada, mas ao longo dos jardins das casas construídas ao longo da estrada.

Eu estava ficando sem fôlego, virando à direita, à esquerda, sem mapa, sem plano.

Apesar da minha condição física desastrosa e das repetidas notas ruins nos esportes, nunca parei de correr. Já não tive a impressão de estar sendo seguido enquanto caminhava, recuperando a respiração regular.

Apesar dos meus pontos colaterais matadores, não descansei, talvez tivesse parado de correr, mas não parei de andar.

Depois do que pareceram várias horas, a noite caiu.

O que eu vou me tornar? Estou sozinho, sem dinheiro num país cuja língua nem falo.

Chorando, não vi a pessoa na minha frente e me deparei com ele.

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