Capítulo 4
Se quiserem ditar minha vida para mim, cometerei um erro em cada frase.
No momento em que sua frase foi compreendida pelo meu pobre cérebro, pensei que iria desmaiar.
Eu, Elisabeth Rosefield, tinha acabado de ser sequestrada e levada para a Rússia contra a minha vontade.
Como diabos vou sair dessa merda?
- Na... na... na Rússia? Mas fo... por quê?
- Você saberá disso um dia por enquanto me siga e cale a boca
- Não, não, não e não! Não vou me mover até saber para onde você está me levando!
Ele se aproxima de mim com passos militares e tira do cinto a lâmina que já havia apontado para mim.
- Estou farto dos seus caprichos infantis, cale a boca e siga em frente. Já fui muito paciente com você, então agora ou você obedece ou vai começar a se machucar.
Engulo em seco e tento respirar.
Não tenho dúvidas de que ele ousaria cumprir as suas ameaças.
Na verdade fiquei até surpreso por ele ainda não ter feito nada.
Estou sem a menor oposição. Mesmo não reconhecendo a pessoa que sou, sinto que meu instinto de sobrevivência silenciou meu desejo de rebelião.
Mas não me culpo sabendo muito bem que sem isso já teria cicatrizes no corpo.
Subo contra a minha vontade em outro carro blindado que rapidamente entra na rodovia seguido de perto por uma procissão de alguns carros.
Já estávamos dirigindo há algum tempo quando o motorista pergunta a Ivan, em minha língua, para onde levá-lo.
- No bordel 337
Quando minha mente foi tranquilizada pelo chamado “casa”, um alarme tocou em minha cabeça. Meu cérebro tinha acabado de entender a frase inteira.
Eles estavam me levando para um bordel.
- O QUE ?
- E sim, querido, agora você trabalha na Rússia, ele ri
- VOCÊ NÃO PODE ME FORÇAR A VIRAR UMA PROSTITUTA! Eu gritei tentando desafivelar meu cinto de segurança.
Eu estava começando a entrar em pânico quando, de repente, sem entender nada, minha bochecha doeu.
Tocando este último com a mão direita, entendi o que acabara de acontecer.
O bastardo tinha acabado de me dar um tapa.
Eu dei a ele um olhar sombrio. Ele, nem um pouco assustado no mundo, começou a falar:
- Não precisa me olhar daquele jeito querido, você estava ficando histérica, ele zomba. Se de fato posso forçá-lo, bem, tecnicamente não posso, mas o chefe sim.
- Como assim ? Perguntei.
- Você é propriedade dele e como todas as garotas que ele possui você vai acabar virando uma prostituta em um bordel
A risada dela me dá vontade de enfiar dois dedos na garganta e vomitar. Para vomitar a minha vida e o mundo em que acabei de ser empurrado.
Agora eu era coisa de alguém. Um homem que eu não conhecia de Adão ou Eva.
Mas eu não ia deixar isso passar. Se esses homens pensavam que eu aceitaria isso sem vacilar, eles não me conheciam.
Porque se tem uma coisa que não aceito é não poder decidir o meu próprio destino.