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Miwa, o Portador dos Cinco Anéis

Mas não pense, leitor, que esquecemos de Mokuro e o restante do grupo, bem pelo contrário. Enquanto Kasira convencia Naruhiro de ir com eles até Edo para fazer a proteção necessária ao imperador, nossos heróis estavam atrás de Miwa. Segundo o que Bygan relatou para eles, Miwa era conhecido por ser o Portador dos Cinco Anéis. 

— Fale mais desses Cinco Anéis. — Disse Katana. 

Os três caminhavam pelas ruas de Osaka durante a noite. Faziam isso antes de encontrarem uma estadia ou pelo menos nem isso. 

— Bem, o Senhor Miwa possui um artefato que são os Cinco Anéis, até aí tudo bem. — Disse Bygan. — Mas ele nunca revelou como conseguiu os Cinco Anéis. Acredito que seja algo relativo a um clã desconhecido que tinha esses anéis como armas de luta. Eles davam esses anéis para aquele que seria o herói de todo o clã. Esse mesmo herói passava por um treinamento rígido para fortalecer o corpo, a mente e o espírito. Esse treinamento dura por dez anos. Depois de realizado, o herói destinado a usar os Cinco Anéis tem a posse. 

— Mas o que eles fazem exatamente? — Indaga Mokuro. 

— Cada um deles têm uma especialidade. Tem o Anel da Fome, o Anel do Tempo, o Anel do Poder, o Anel da Vida e o Anel da Morte. O Anel da Fome tem a capacidade de sugar a energia do adversário. O Anel do Poder pode aumentar o nível de poder do usuário, além de fazer ele projetar qualquer coisa. É algo ainda mais avançado do que a minha manipulação de chi nesse quesito. O Anel do Tempo faz com que o usuário viaje para o passado, presente e futuro, além de também ir para outras linhas do tempo alternativas e mais outros universos paralelos. O Anel da Vida tem vários tipos de habilidades, mas dentre elas, pode reviver qualquer ser vivo que esteja morto, além de ter a capacidade de curar doenças e outros problemas. O Anel da Morte já é o oposto. Ele pode tirar a vida de algo ou alguém só com um simples toque, além de também sugar a alma do adversário. 

Katana fica arrepiada ao ouvir o que o Anel da Morte pode fazer. 

— Pois é. — Conclui Bygan. — O Anel da Morte é o mais sombrio dos quatro, enquanto o Anel da Vida é o mais fascinante, por assim se dizer. 

— Então esse Miwa deve ser muito mais forte do que você. — Disse Mokuro. 

— Sim. Devo admitir que o Senhor Miwa é bem mais forte do que eu, porque o poder dele está nos anéis, não no seu chi. Isso é o que me complicaria. 

— Bem, parece que achamos uma fraqueza do moleque. — Disse Katana, rindo um pouco. 

Bygan não ligava.

Estavam ainda procurando por Miwa. 

Enquanto isso, Miwa estava na casa de uma mulher, que estava acompanhada daquela que poderia ser a mãe da mesma. 

Ambas, a mulher e sua mãe eram loiras, mas a primeira tinha os cabelos mais lisos e um pouco curtos, enquanto aquela tinha os cabelos mais volumosos. Ambas usavam quimonos vermelhos. 

Estavam em uma casa de madeira, em parede, teto e piso. Estavam sentados em uma mesa de chão, com um copo de chá para cada um. Haviam algumas pinturas penduradas na parede e as janelas estavam abertas para pegar um pouco do ar da noite. 

— Vocês me chamaram? — Indaga Miwa. 

A mulher parecia um pouco nervosa. Ela não sabia se deveria ou não contar aquilo que tinha vontade. 

— Miwa, eu queria lhe contar uma coisa. — Disse a mulher. 

— O que é? 

— Irasawa. — A mãe da mulher toca em sua mão, buscando confortá-la. 

— Bem, Miwa. Eu… 

O anel do rapaz brilhava. Era o Anel da Vida, que tinha cor branca. 

— O que foi? — Isso chama atenção de Irasawa. 

— O Anel da Vida está detectando uma energia muito forte se aproximando. Mas isso não acontece normalmente, apenas com quem tem uma alta escada de energia. — Miwa fica admirado. 

— Mas quem seria? — Indaga Irasawa. 

— Eu não sei. Olha, Irasawa. Senhora Akura. Eu preciso ir. 

— Mas… — Irasawa não queria que Miwa saísse, mas acabou sendo tarde demais. A loira ficou triste, mas sabia que era uma causa talvez grave. — Desse jeito, como vou me declarar para ele? 

— Tudo bem, querida. Vai chegar o momento em que você vai se declarar para Miwa. — Responde Akura. 

Miwa para na frente da casa de Irasawa e vê Mokuro, Katana e Bygan chegando. Estava impressionado ao ver o menino. 

— Bygan. Era de você essa energia? — Indaga Miwa. 

— Energia? — Bygan fica confuso. 

— Sim. O Anel da Vida pode detectar a presença de alguém muito forte. 

— É mesmo. Eu esqueci desse detalhe. 

— Bem, quem são os seus amigos? Desculpem minha falta de educação. Meu nome é Miwa. — O portador dos anéis faz reverência a eles. 

— Muito prazer. Sou Mokuro Otsubaki, Guardião da Paz. 

— Eu sou Katana, Defensora da Justiça. 

Miwa fica mais impressionado. Irasawa teria saído de casa e olhado para o quarteto que desenvolvia a conversa deles. 

— Mas então, o imperador quer que…

— Sim. É chegada a hora. — Responde Mokuro a Miwa. 

O portador dos anéis parecia pensativo. Era como se algo estivesse lhe prendendo em Osaka. 

— Algum problema? 

— Sim. Tem. É que… Eu acabei me apaixonando… Por uma pessoa. 

Irasawa, que estava olhando discretamente, sem que ninguém percebesse sua presença, mostra-se impressionada. 

— Mesmo? Por quem? 

— Do que adianta saber, Mokuro? Você não conhece a pessoa. — Disse Katana. 

— Não tem problema, eu revelo o nome dela. É Irasawa Ratsuma. 

— Miwa… — Disse a loira. 

Todos voltam suas atenções para Irasawa e Miwa fica sem jeito. 

— Então, você sempre teve sentimentos por mim? — Indaga a loira. 

— Sim… Sempre tive. — Responde Miwa, sem jeito. 

Irasawa estava corada e ficava tímida. 

Mokuro e os outros apenas acompanhavam a cena que estava se desenvolvendo. 

— Miwa, eu queria dizer que… Eu também amo você, mas eu temia que um dia o imperador fosse chamá-lo e… 

Ela sente Miwa pegá-la nos braços e dizer:

— Não se preocupe com isso, Irasawa. Mesmo que o imperador me chamasse, eu encontraria um jeito para ficar ao seu lado. Porque desde o meu último relacionamento que foi com aquela egípcia, Amina Marooka, eu nunca soube o que era amar. Até conhecer você, que cuidou dos meus ferimentos quando estava enfrentando aqueles ninjas que invadiram a cidade. Desde aquele momento, eu senti algo por você, que foi amor. 

Irasawa estava corada e ficou mais tímida ainda, com a presença de Miwa. 

— Eu te amo, Irasawa. Você aceita ficar comigo para o resto da vida? 

Ele a solta, onde a escuta responder:

— Eu quero, mas eu não posso. 

— Por quê? 

— Porque… — Irasawa queria chorar. — Do que adianta amá-lo se está a serviço do imperador? Você não seria meu, seria dele. Onde está o amor nisso? 

Miwa fica pensativo em suas palavras. Não sabia de fato como reagir. Até que depois muito ter pensado em alguns segundos, ele olha para os três e fala:

— Eu quero propôr um desafio. Um de vocês me enfrenta em um combate não muito sério, para não gerar morte. Se eu vencer, eu fico em Osaka, mas se um de vocês vencer, eu irei com vocês até o imperador. 

— Miwa… 

— Irasawa. É pelo seu bem. — Miwa se prepara para enfrentar um deles. 

Isso chamou atenção das poucas pessoas que ainda estavam na rua. 

— E então? Quem de vocês vêm? 

Nenhum dos três queria aceitar enfrentar aquele que seria um aliado, mas não tinham escolha. Tinham que aceitar. 

— Eu irei. — Era Mokuro quem disse. — Vou mostrar a você o meu estilo de luta. 

— Certo. Usarei apenas dois dos meus três anéis, já que eles são mais justos de lutar. 

— Certo. 

Katana põe a mão no ombro de seu parceiro. 

— Mokuro, tome cuidado. Espero que você tenha boa sorte. 

— Não se preocupe, Katana. É só um duelo, não uma luta de vida ou morte. 

— Vamos começar. — Disse Miwa, que usa o Anel do Poder, de cor dourada para atirar em Mokuro. 

Este concentra um poder de aura azul na lâmina de sua espada e rebate o ataque. Miwa foi atirando, mas Mokuro foi rebatendo. Ele nota que os ataques de Miwa ficam mais rápidos nos intervalos, logo, seria mais complicado para se defender. No entanto, teve uma ideia. 

Miwa atira um raio mais forte. Isso Mokuro não esperava. Ele decide usar mais do poder da lâmina de sua espada para se defender e consegue, porém, acaba sendo lançado ao chão. 

— Mokuro! — Disse Katana, preocupada. 

Irasawa olhava para Miwa. Parecia determinado nessa luta e de fato, estava. 

Mokuro se levanta e concentra uma aura ao redor de seu corpo. 

— Não está lutando com tudo, não é? — Indaga Mokuro. 

— Claro que não. Se eu fizesse isso, você morreria. — Responde o portador dos anéis. 

— Certo. Aí vou eu! — Mokuro usa sua velocidade e para bem na frente de Miwa. 

Este, acaba usando instintivamente o Anel do Tempo e congela o tempo. Em seguida, ele sai de perto de Mokuro e faz o tempo voltar ao normal. 

Mokuro ia atacar, mas era o ar. Ele se impressiona com isso e olha para trás. Miwa estava usando o Anel do Poder e lança um raio na direção do guardião. Este rebate e usa sua velocidade novamente para atacar seu adversário. Porém, Miwa usa o Anel do Tempo de novo e sai de perto de Mokuro. Eles fizeram isso algumas vezes. Mokuro já estava cansado dessa linha do tempo repetitiva. Precisava de uma estratégia. Logo, ele tem uma ideia, mas contava que desse certo. 

— É só isso que sabe fazer? — Indaga Miwa. — Esperava mais do Guardião da Paz. 

— Não se preocupe. Assim como você, também não estou levando a luta muito a sério. — Responde Mokuro. 

Miwa decide atacar. Ele usa o Anel do Poder para isso, lançando um raio de energia. Mokuro corre na direção do raio. 

— Mas… O que é isso? Mokuro endoidou? — Indaga Katana. 

Bygan apenas analisava. Queria saber como essa luta iria acabar. 

Mokuro usa sua velocidade para se esquivar e ia atacar Miwa, mas no momento em que este congela o tempo, ele finge atacar, mas vai para o outro lado, onde teria ficado "invisível".

Para o leitor entender melhor, era como se uma câmera tivesse tirado uma foto de Mokuro como se fosse um borrão. 

Isso atrapalhou Miwa. Não sabia onde estava Mokuro agora. Não sabia se ele estava perto ou longe dele. 

— Mas, o que aconteceu? — Indaga o portador dos anéis. 

Ele faz o tempo voltar ao normal, mas Mokuro teria o atingido com um golpe de espada. 

— Você… Conseguiu… Me acertar? — Indaga Miwa. 

A espada causou um corte violento em Miwa, onde o mesmo acabou perdendo muito sangue. Era preciso fazer isso ou esse labirinto continuaria. 

Depois de ter sido atingido, Miwa acaba desmaiando, mas o Anel da Vida fazia o trabalho de curá-lo. Uma aura verde lhe rodeava e chamava atenção de todos. 

— Mas… O que é isso? — Indaga Katana. 

— É o poder do Anel da Vida. Está curando Miwa. Sempre quando ele é ferido ou está em caso de vida ou morte, o Anel da Vida automaticamente o cura. 

— Nossa. Então Miwa é mesmo poderoso. Só se tirar os anéis dos dedos dele. 

— Os anéis não saem. Só quando o seu usuário estiver com a morte definitiva. 

— O quê?! 

— Pois é. — Bygan disse calmamente. 

Katana estava impressionada. Mesmo que tentassem, não conseguiriam tirar os anéis dos dedos de Miwa? 

Depois que este foi totalmente curado, ele se levanta e vê Mokuro com a posição de luta. 

Ele sorri e fala:

— Você ainda quer me enfrentar, garoto? Pois saiba que eu aceito a derrota. 

— O quê? — Mokuro se impressiona. 

— Sim. Você encontrou uma maneira rápida de me derrotar, mas eu poderia continuar a lutar e provar que me importo com Irasawa, mas na verdade, eu estava enganado. Enquanto eu lutava com você, sentia que o meu destino era proteger o imperador e estar sempre disposto quando precisar. — Ele se vira para Irasawa. — Olhe Irasawa. Não me entenda mal. Você sabe que eu a amo, mas entenda que esse é o meu destino. 

Ela estava com uma expressão de tristeza e ia caminhando lentamente até Miwa que se explicava. 

— Você sabe que eu jurei lealdade ao imperador. Sim, eu estava disposto a deixar isso de lado, mas… 

Ela passa por Mokuro. 

— Quando eu enfrentei o Guardião da Paz, eu… — Miwa sente a loira beijá-lo e assim, ele foi gostando do beijo. Era um beijo quente e a língua da loira estava agitada. Ambos estavam se beijando nesse momento e as outras pessoas decidiram sair, por estarem constrangidas. No entanto, Mokuro e os outros continuavam. 

Depois de terem se beijado, Irasawa olha nos olhos negros de Miwa e fala:

— Você mostrou estar pronto para assumir duas responsabilidades ao mesmo tempo. Admiro isso em você. E eu agora quero aceitá-lo como meu homem. Eu juro que encontrarei uma maneira de estarmos juntos novamente. 

— Irasawa, eu… — Miwa sente a loira beijá-lo novamente e ele de novo se entregava aos beijos. 

Katana cobria os olhos de Bygan para não ver. 

— Isso não lhe interessa. É nojento. — Disse a ninja. 

No final de tudo, no dia seguinte, nossos heróis estavam juntos novamente. Kasira conseguiu fazer Naruhiro se unir ao grupo, enquanto Mokuro, Katana e Bygan trouxeram Miwa. Agora, o time estava ficando mais forte, já que os Heróis de Shogun estavam se unindo aos poucos. Faltavam mais dois integrantes e agora, eles estavam se preparando para encontrá-los. 

O céu estava claro, como sempre e o sol se manifestava, mas estava fraco por conta do frio. Todos tinham se encontrado na saída de Osaka. Miwa teve a oportunidade de conhecer Irasawa, mas ficou com nojo de Naruhiro ir junto. Sabia que era obrigação dele também ir defender o imperador, mas jurou que se fizesse algo pervertido com Katana ou Kasira, iria se ver com ele. 

No final, tudo deu certo e os nossos heróis agora estavam andando a cavalo, este feito a partir do chi de Bygan. 

— O pirralho tem estilo. — Disse Naruhiro. 

— É verdade. — Kasira mostra a língua, sendo boba. 

— Bem, eu soube que os dois últimos integrantes também estão juntos. É verdade, Bygan? — Indaga Mokuro. 

— Sim. Eles são meio-irmãos. 

— Sério? Que interessante. — Disse Katana. 

— Ah, lembrei. Faltam aqueles dois aborrecentes. Os irmãos Akio e Wapasha. — Afirma Naruhiro. 

— Sim. Akio é o inteligente dentre os dois e domina habilidades de gelo. Wapasha veio da Índia e é o mais experiente em combates físicos. Domina habilidades de fogo. 

— Que legal! Teremos um indiano no grupo! — Disse Kasira, empolgada. 

— Mas como eles viraram meio-irmãos? — Indaga Mokuro, confuso. 

— Também fiquei curiosa a respeito disso. — Disse Katana. 

— Não se preocupem. Irei contar a vocês… 

— Acho que o moleque do Bygan tinha que ficar quieto e deixar que eu contasse a história de vida deles. — Afirma Naruhiro. 

— Bem, então faça as honras. — Disse Katana. 

— Muito bem. A história deles é a seguinte… 

E assim, Naruhiro inicia o conto da história dos irmãos Akio e Wapasha. 

Mas não se preocupe, leitor. No próximo capítulo, vamos conhecê-los melhor. 

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