Resumo
No Período Xogunato, onde se passa nossa estória, Mokuro, conhecido como o Guardião da Paz, precisa reunir os Heróis de Shogun para defenderem o imperador do Japão da ameaça de uma organização chamada Chou. Para realizar tal ato, ele conta com a ajuda de Katana, uma ninja treinada para dar apoio a Mokuro. Nisso, ambos embarcam em uma jornada com um objetivo em comum. No entanto, uma nova protagonista de nossa história pode surgir.
Mokuro, o Guardião da Paz
A época onde irá se passar nossa estória será no Japão, mas não no país moderno e sim no Período Xogunato, que teve seu início no século XVII e seu fim em meados do século XIX. Nesse período, vamos dar destaque a um grupo de heróis, por assim se denominar, onde eles já chegaram a servir ao imperador do Japão.
Para chegarmos até esses heróis, vamos começar pelo protagonista Mokuro Otsubaki, um jovem de dezesseis anos que mora no Centro das Sakuras, um local misterioso para alguns e popular para outros. Possui esse nome, obviamente, por conta das cerejeiras que descansam no local.
O Centro da Sakura é um pequeno vilarejo com poucas pessoas, muitas delas sendo monges ou então eremitas e há ainda nômades. Possui várias dessas árvores encantadoras e quando o vento se manifesta, as mesmas despejam as pétalas das cerejeiras no chão. É uma vista linda, ainda mais com várias cerejeiras.
Nosso herói, Mokuro está em um quarto, onde as paredes e o chão são de madeira, algo típico daquela época. Seus cabelos são compridos até a altura de seu ombro e de coloração azul. Seus olhos são dourados e se encontrava sem camisa no momento. Estava dormindo, mas com a coberta lhe cobrindo apenas da cintura para baixo. Seus braços eram vistos, assim como a parte superior de seu corpo.
Um som grave de madeira era ouvido na porta corrente. Uma sombra feminina aparecia, mas Mokuro ainda estava dormindo.
— Mokuro, você vai se atrasar. — Disse uma voz feminina, que era da sombra que ficava por ali.
No entanto, o rapaz nem se mexia.
— Se você não abrir a porta, eu vou entrar, depois não se queixe. — Aquela mesma voz dizia.
Nada de resposta.
A figura feminina abre a porta corrente. Ela tinha os cabelos rosados e longos. Sua pele era branca como a neve, além dos olhos serem da mesma tonalidade de seus cabelos. Usava um quimono da mesma cor e tinha os pés descalços. Usava chinelos sem meias como de costume. A garota que aparentava ter a mesma idade de Mokuro cruza os braços e faz uma expressão de não ter gostado do que viu.
— É assim que você quer virar Guardião da Justiça? — Indaga a garota.
Mokuro acabou acordando e com os olhos inchados. Ele vê a garota e imediatamente se levanta. Ficou de pé sem camisa na frente da garota, onde a mesma fica corada e grita:
— Vá ver uma roupa para vestir, por favor! — Ela cobre o rosto de vermelhidão.
— Desculpe. — Mokuro pega sua roupa, que era um quimono azul claro e tinha mais uma bainha com a sua espada japonesa de cor azul marinho. Estava se vestindo e levou cerca de cinco minutos.— Estou pronto.
A garota tira as mãos do rosto e agora a vermelhidão tinha saído. Fez uma expressão de estar satisfeita e diz:
— Agora vamos. Meu pai está esperando para começar o treinamento.
— Está bem, Kasira. Vamos. — Responde o rapaz, que nem se preocupou em tomar café.
Queria receber o título de Guardião da Justiça, o que é um mistério ainda para o leitor.
Ambos saem correndo de dentro de casa, que não era muito grande e vão até uma área onde havia uma grande concentração de cerejeiras.
Enquanto isso, em um campo aberto coberto por estas mesmas cerejeiras, havia um homem de cabelos roxos, quase de uma coloração rosada, a pele bronzeada, os olhos e o cavanhaque da mesma cor dos cabelos que eram presos em um coque com algumas mechas caindo e ainda usava um quimono azul.
Ele estava meditando, levitando sobre cinco espadas que brilhavam em azul e lhe rodeavam. O céu estava claro com um sol agradável, mas o vento dava a sensação do tempo estar frio, típico de inverno.
O homem estava com os olhos fechados e logo, ele aparenta sentir a presença de alguém. Era de Mokuro e de Kasira, que chegavam correndo.
Ele abre um sorriso e fala:
— Mokuro. Hoje é o dia em que você vai ou não se tornar o Guardião da Paz. Está pronto?
O rapaz assume a linha de frente, sacando sua espada e apontando para aquele que era o pai de Kasira, aparentemente. Seu nome era Kiro Takayoshi. Logo, Kasira tinha o sobrenome Takayoshi também.
Kiro lança as espadas que lhe rodeavam na direção de Mokuro, onde este se defende de uma forma rápida e ágil, sem problemas. Kiro fica impressionado e ele consegue invocar mais espadas para lhe rodear. Ele as lança e Mokuro corre na direção de seu mestre. Às vezes se esquivava de um ataque e outras se defendia com a sua espada.
Kiro nota a determinação de Mokuro em já partir com tudo e achou isso admirável nele. Ele pega uma das espadas e o brilho aumenta na lâmina. Kasira estava apenas observando, com as mãos juntas rezando para que Mokuro conseguisse passar no teste.
O rapaz troca tilintares com o seu mestre e pai de Kasira. Era ouvido o som das espadas se colidindo e a garota de cabelos rosados continuava a torcer para que Mokuro passasse.
Continuavam a trocar tilintares, até que o rapaz decide usar de sua velocidade para enganar seu mestre. Kiro nota isso, onde Mokuro ia para um lugar e depois para o outro rapidamente. Achou isso esperto e notável. Ele iria confundi-lo, talvez. Logo, ele invoca três espadas, que apareciam a partir do solo e elas brilhavam. Mokuro nota isso e já estava se preparando para o ataque de seu mestre.
Kiro lança todas as espadas em vários lugares. Mokuro se esquiva de uma lâmina, por sorte, mas iria aparecer outra para tentar atingi-lo, mas como o rapaz era rápido, ele usa sua espada para se defender.
— Mokuro...— Kasira murmurava o nome de seu amigo com o rosto corado.
Kiro sorri satisfeito. Mokuro era rápido e ágil, isso não tinha dúvida, além de ter grande domínio de uma espada.
— Você melhorou muito desde a última vez que fiz um combate com você, Mokuro. Estou impressionado. — Disse Kiro. — Mas ainda tem mais.
Ele de repente, faz sair debaixo de seus pés, uma forma de um cilindro, que continha várias espadas. Era um cilindro de mais ou menos quinze metros de altura.
— Incrível. — Disse Kasira, já que nunca viu eles treinarem.
Kiro lança todas as espadas na direção de Mokuro, o que lhe impressiona. O rapaz apenas observava as várias lâminas atacarem. Não parecia intimidado, bem pelo contrário. Estava confiante que faria a coisa certa.
— "Vou usar aquela técnica que queria desenvolver com base na do Mestre Kiro". — Pensa Mokuro, que tinha a lâmina da sua espada brilhando. Ele faz uma posição como se fosse cravar a espada no peito de alguém e grita.— SEN NO KEN! (Do japonês, Mil Lâminas)
Mokuro crava a espada no ar e saem várias lâminas combatendo as de Kiro que iam na direção dele. Kasira estava impressionada com o auge da luta. Várias espadas se encontrando e tentando se exterminar. Deduziu ser melhor do que um show de fogos de artifício.
Mais alguns segundos e uma explosão acontece. Mokuro e Kiro foram jogados contra duas cerejeiras, sendo uma para cada um.
— Ai meu Deus! — Kasira fica desesperada. Não sabia quem iria atender primeiro, mas decidiu ir até o seu pai, para que eles não fossem suspeitar de que ela gostasse de Mokuro. — Papai, você está bem?
Kiro abre os olhos, estando estirado no tronco e vê sua filha. Sempre achava ela parecida com a sua falecida mãe e dizia que ela seria a mulher mais linda como foi a mesma. Isso enchia Kasira de emoção. Esperava encontrar alguém para que pudesse mostrar sua gentileza, simpatia e cuidados como se fosse algum parente dela. Sempre tratava Mokuro desse jeito, mas ao mesmo tempo, agradecia que ele não fosse suspeitar de algo.
— Estou bem. — Disse Kiro, quase cochichando.
Kasira abraça seu pai e este retribui o contato. A garota tinha medo de perdê-lo, ainda mais que ele era do ramo de artes marciais e foi designado a treinar Mokuro.
Depois de alguns minutos, os três estavam reunidos no meio do campo aberto. Mokuro estava com alguns machucados no corpo, mas não era nada de mais, contava que Kasira fosse cuidar dele depois. A mesma coisa se aplicava a Kiro.
Estando mestre e discípulo se olhando no olho, Kiro disse com um sorriso:
— Parabéns, Mokuro. Você passou
O rapaz e a garota se olharam e pareciam desacreditados do que aconteceu. Mokuro conseguiu o título do Guardião da Paz.
— Você agora é uma das pessoas que tem a missão de proteger o imperador do Japão da organização chamada Chou.— Disse Kiro.— Você também tem a obrigação de se encontrar com a Defensora da Justiça em Quioto, a mesma que foi treinada pelo meu amigo, Yoshida Shihoin e também reunir os Heróis do Shogun. Designo então que você tem total liberdade para se autodenominar o Guardião da Paz.
Kasira grita no ouvido de Mokuro e o abraça forte, enchendo de beijos. Ambos, o rapaz e seu mestre olharam meio impressionados com a atitude da garota, que quando se tocou, ficou corada e parou. Ambos começaram a rir e logo, Mokuro disse:
— Mestre, antes de começar a minha jornada, que é daqui a pouco, posso provar um dos pratos deliciosos de Kasira?
— Pode, mas eu andei pensando que seria ótimo se Kasira fosse com você, já que não sabe nem fritar um ovo. — Responde Kiro e isso deixa Mokuro sem jeito. Kasira começa a rir
Em seguida, a garota de cabelos rosados fala:
— Bem, é justo eu preparar algo para ele comer, já que vai ficar alguns dias sem comer minha comida, porque estaremos de viagem. Um pouco a culpa foi minha também, porque eu não queria que ele se atrasasse e acabou vindo ao teste sem nem beber água.
Kiro se impressiona com a declaração de sua filha e fala:
— Bem, eu também apoio que Kasira cozinhe para nós antes de vocês irem atrás dos Heróis e da Defensora, já que eu ficarei sem provar os pratos dela. Eu mesmo farei minha comida a partir de hoje.
— Certo! — Respondem ambos.
Mokuro tinha muita consideração por Kiro treiná-lo. Não somente foi o seu mentor, como também foi um pai para ele. Kasira foi uma irmã mais nova, já que ela tem quinze anos.
Enquanto caminhavam para casa, Mokuro se lembrava da vez em que estava em Quioto. Seus pais morreram após um ataque de ninjas na cidade e ele ficou órfão. Passou a morar nas ruas. Roubava comida e se banhava em um riacho que tinha por perto. Uma vez, um vendedor ameaçou bater nele, caso não devolva seu estoque, mas antes que viesse a fazer isso, Kiro aparecia com uma criança dando a mão para ele.
— O que está havendo aqui?— Indaga Kiro.
O homem explicou tudo e Kiro olha para Mokuro. Ele pisca para a criança e responde:
— Não se preocupe. Eu vou me livrar dele.
Aquilo assustou Mokuro e fez o vendedor abrir um sorriso grande. Agradeceu Kiro e pegou seu estoque de volta.
Kiro sinalizou para Mokuro acompanhá-lo.
— Não se preocupe, não farei nada com você. Só vou querer que você fique comigo. — Disse Kiro.— Algo me diz que você será útil no futuro, não para mim, mas quem sabe para o imperador.
Mokuro olhou para Kiro sem entender.
Ainda caminhando, eles se apresentam e se questionam seus nomes, até que o sol se põe e eles saem completamente de Quioto. Mokuro tinha conhecido o Centro das Sakuras e despertou uma paixão de infância em Kasira.
Depois que o Imperador do Japão pediu para Kiro e seu amigo, Yoshida, treinarem alguém de confiança para serem o Guardião da Paz e a Defensora da Justiça, Mokuro deu tudo de si para orgulhar seu mestre. Queria retribuir o que ele fez há nove anos, já que naquela época ele tinha sete.
E aqui se encontravam os três. Saboreando dos pratos de Kasira que eram tópicos japoneses, mas bem preparados e deliciosos.
— Sentirei falta dessa comida. — Disse Kiro.
Mais tarde, a filha e o discípulo se despediram dele. Mokuro fez uma reverência, mas Kiro dispensou formalidades e o abraçou. Disse que via Mokuro como seu filho e isso o encantou.
Em seguida, era a vez de Kasira. Eles se abraçaram e a garota estava em lágrimas. Disse várias vezes para seu pai se cuidar e Mokuro ouvia ele prometer isso.
Logo mais, eles estavam saindo do Centro das Sakuras, onde Mokuro tinha ansiedade para conhecer aqueles que iriam ajudá-lo a proteger o Imperador do Japão que estava sob uma ameaça de uma organização.
Kasira estava feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz porque estaria com Mokuro em sua jornada, mas triste porque não veria seu pai tão cedo. Amava muito os dois, sempre conviveu a maior parte de sua vida com eles e agora, eles iriam se separar.
E assim, perto do meio-dia, Mokuro e Kasira davam início à uma nova jornada.