Katana, a Defensora da Justiça
Enquanto tais eventos aconteciam no Centro das Sakiras, vamos agora embarcar em um outro lugar desconhecido para o leitor: A Terra dos Bambus.
Assim como o Centro das Sakuras, a Terra dos Bambus também tinha algo em demasia, que seria obviamente os bambus. É uma região muito rica e fica localizada ao lado oposto do Centro das Sakiras, mas considerando a cidade de Quioto que tinha esses dois centros em cada lado.
No Centro dos Bambus, haviam ninjas e alguns samurais, onde uns eram aposentados e outros ainda estavam em atividade. Nesse momento, esse local que vários bambus estava sendo coberto pela luz do sol, ao mesmo tempo que um ar de vento tomava conta do local.
Nossa estória terá continuidade em uma casa semelhante a de Mokuro. A única diferença que tinha é que era um pouco maior e havia mais armas como espadas que enfeitavam a casa.
Em um quarto, estava uma pessoa coberta por um cobertor e parecia estar dormindo, pelo visto. Seu quarto era semelhante ao de Mokuro, com a diferença que tinha uma estante de várias armas distintas e na parede oposta, havia um círculo de alvo.
— Katana, hora de acordar! Você precisa treinar hoje! — Uma voz feminina batia na porta de correr do quarto daquela pessoa que carrega o nome (ou apelido) de Katana.
Esta (ou este) se descobria, mas tinha a mão na boca. Ela parecia procurar por algo ao seu lado e encontra uma espécie de máscara para lhe cobrir a boca. Ela colocou aquilo na parte inferior de seu rosto e prendeu os cabelos longos e negros com um coque, mas com alguns fios caídos. Ela tinha a pele branca e mais os olhos negros. Usava um quimono cor de vinho, mesma cor de sua máscara e fala:
— Pode entrar.
Em seguida, ela saiu da cama e calçou suas botas. Foi pegar uma arma da estante e pegou uma katana.
Uma garota de cabelos brancos e presos em um coque de gueisha, além de usar um quimono da mesma cor. Seus olhos eram dourados e tinha a pele branca. Usava meias nesse momento, mas tinha o costume de calçar chinelas.
— Katana, meu pai está lhe esperando lá no campo aberto para fazer o teste com você. — Disse a garota, que apresentava um pouco de ansiedade na sua fala.
— Já estou indo, Orikami. — Responde Katana, que sai na frente.
Orikami foi atrás dela e as duas saem da casa onde estavam.
Depois de muito correrem, elas finalmente chegam no campo aberto que tinha vários bambus. Haviam algumas folhas caindo no chão, por conta do vento e no meio do campo estava um homem de cabelos, pele, quimono e cavanhaque brancos. Ele empunhava uma espada. Seus olhos eram amarelos, mas sua espada era branca. Seus cabelos eram compridos e o vento brincava com eles. Apresentava uma expressão séria em seu rosto, mas ao mesmo tempo paciente. Estava ansioso para testar as habilidades de Katana.
Esta, que era uma ninja, assume a linha de frente. Orikami ficou bem onde estava e começou a torcer para a sua amiga. Lembrou de quando o pai de Katana entregou sua filha para o seu pai, Yoshida Shihouin, o homem que ia testar Katana. O pai da ninja ia participar da guerra e a deixou aos cuidados de Yoshida que era seu amigo. Desde então, o pai de Katana nunca voltou, pois havia morrido e Yoshida ficou responsável em cuidar dela.
Sabendo que o Imperador do Japão fundou dois nomes, o Guardião da Paz e a Defensora da Justiça e encarregou ele e Kiro de treinarem alguém que acreditam serem capazes de carregar tais títulos, Yoshida treinou Katana e depois de muito tempo treinando, era o momento de saber se ela estava apta ou não a ser a Defensora da Justiça.
— Vamos começar. — Disse Yoshida, que parte para cima. Ele era muito veloz, mas Katana conseguiu se defender com o seu reflexo.
Eles ficaram trocando tilintares com as suas espadas, mas ao mesmo tempo, Yoshida usava de sua velocidade e de sua agilidade para tentar confundir Katana e lhe aplicar um golpe certeiro, mas não adiantava. Katana era muito rápida e proativa. Yoshida sempre dizia que ela nasceu para ser uma ninja, por conta de sua astúcia.
Yoshida para longe dela e fala:
— Você é boa, mas usarei meus poderes de combinação de espada com dragão. Agora!
Ele libera uma aura branca que lhe rodeia o corpo e forma um dragão com ela. Um dragão estilo chinês parte para cima de Katana. Esta corre na direção do dragão e de repente, seu corpo fica transparente e o dragão passa entre ela. Era como se Katana tivesse se transformado em uma fantasma e foi exatamente o que aconteceu.
— Incrível. — Disse Orikami, que estava surpresa com o que viu.
Katana some e aparece atrás de Yoshida, apontando a espada em suas costas.
— Parece que eu venci, mestre. — Disse a ninja, orgulhosa de si.
Yoshida ri e responde:
— Não.
Ele some em cinzas e reaparece na frente dela, tendo lançado um dragão em sua direção. Katana cria clones dela mesma, que são formadas a partir de sombras e todas, inclusive a original, pulam bem alto em ângulos diferentes. Todas elas lançaram shurikens, que tinham um poder que parecia ser uma sombra. Yoshida percebe isso e sorri.
— Então ela finalmente dominou a técnica de manipulação das sombras e de fantasmas. — Murmura.
Orikami estava fascinada. Achou bonita a luta deles que alternava entre dragões, sombras e fantasmas. Não sabia para quem torcer, mas no fundo, queria que Katana fosse a vencedora para que pudesse ser reconhecida como Defensora da Justiça.
— Você não é a única que consegue se multiplicar. — Disse Yoshida, que faz sair vários dragões de sua aura, onde cada um ia na direção de uma Katana diferente.
Todas se impressionam e a original, vendo isso, decide sumir em sombras e aparece a uma certa distância de seu mestre, sem que ele pudesse perceber. Ela concentra sombras na lâmina de sua espada e grita:
— Shadousodo! (Do japonês, Lâmina das Sombras)
Um corte no ar era criado e uma sombra gigante de uma lâmina aparecia e ia na direção de Yoshida. Este percebe a tempo e cria mais um dragão, que ia na direção do ataque. Um grande choque acontece e uma forte explosão sucede.
— Minha nossa. — Disse Orikami, que cobre seu rosto para não pegar nada em seus olhos.
Depois que o impacto passou, estavam Katana e Yoshida largados no chão. Não havia mais nada. Os clones foram destruídos, os dragões sumiram e ambos estavam largados no chão nesse momento.
Vendo tal cena, Orikami foi ver se eles estavam bem. Correu até eles e por sorte estavam. Atendeu seu pai primeiro, que deu um sorriso para ela e afirmou estar tudo bem. Em seguida, Orikami foi ver Katana que acordou e afirmou estar tudo bem.
— Katana, você foi muito bem nesse teste. Você está ficando cada vez mais forte. — Disse Orikami, que parecia admirada pelos feitos de sua amiga.
A ninja sorri para ela. Em seguida, ela vê Yoshida, que já tinha se levantado e agora sorria para ambas as meninas, onde Katana tinha quinze anos e Orikami a mesma idade.
— Katana, você passou. — Disse o mestre da ninja.
Esta não acreditou no que ouviu. Achou que não iria passar porque não conseguiu derrotar Yoshida. Seu objetivo era vencê-lo.
— Mas como? — Indaga Katana, que não tinha entendido nada.
— Bem, você mostrou ser bem competente e conseguiu colocar pressão em mim. É claro que você ainda é jovem e tem muito o que aprender, mas isso não significa que você não possa se tornar a Defensora da Justiça. Você lutou muito bem e tenho certeza que carregando esse título, fará com que você cresça cada vez mais, além de ter o suporte do Guardião da Paz e dos Heróis de Shogun, não concorda? — Disse Yoshida. — Por isso, eu lhe declaro, a partir de agora, a Defensora da Justiça!
Katana ficou feliz. Ela olha para Orikami e ambas se abraçam. Ficaram felizes porque agora, a ninja iria embarcar em uma jornada para encontrar o Guardião da Paz e os Heróis de Shogun. No entanto, ao mesmo tempo que sentia alegria, também sentia tristeza, porque iria se separar de sua amiga de infância. Ambas ficaram juntas desde bebês e agora iriam se separar. Eram unha e carne e ambas tinham uma irmã uma com a outra. Orikami não podia ir com Katana, porque tinha que cuidar de seu pai, que mesmo que tivesse a ginga que mostrou para testar Katana, estava doente e podia morrer a qualquer momento. Seu desejo era ver Katana crescer na vida, mas isso não aconteceu. Só o que podia fazer nesse momento, era reconhecê-la como a Defensora da Justiça.
— Bem, hora de comer alguma coisa, não acham? — Indaga Yoshida.
— Claro. Viemos para cá com fome, senão, mais um minuto e iríamos nos atrasar. — Responde Orikami.
— Certo. Vamos lá. — Afirma Yoshida.
E agora, o trio voltava para casa.
×××
Katana não queria comer ainda. Teria que tirar a máscara e ela nunca revelou seu rosto, depois que fez dez anos. Ela estava sentada à mesa com Yoshida e Orikami. Ela sempre comia depois deles, onde a deixavam sozinha. Katana tinha vergonha de mostrar seu rosto. A última vez que fez isso, Orikami desmaiou de vergonha. Disse que a ninja tinha muita beleza no rosto e não sabia como ela portava tal qualidade com tamanha facilidade.
— Bem, se não quer comer conosco, Katana, por que não aproveita e arruma suas coisas? — Indaga Yoshida.
— Está bem. — Responde Katana, que se levanta da mesa e vai para o seu quarto.
Ela pegou uma mochila e colocou algumas roupas na mesma. Também um livro, para caso se sentisse entediada. Começou a olhar para a janela, depois de ter levado cinco minutos para arrumar suas coisas. Ficou admirando os bambus que balançavam por conta do vento e quando se viu, escutou Orikami lhe chamando para comer. Disse que ela e seu pai terminaram suas refeições.
Katana disse que já iria e ficou mais alguns minutos contemplando aquela paisagem.
Depois de um tempo, ela foi comer sozinha, mas não percebeu que Yoshida e Orikami se esconderam atrás de uma porta para ver sua aparência. Quando viram, desmaiaram.
×××
Depois de feitas as refeições, uma hora se passou, porque Katana queria aproveitar seus últimos momentos com o seu pai e irmã de coração.
Agora, ela estava na frente da casa deles e tinha os dois à sua frente. Iriam se despedir nesse momento.
— Você precisa ir a Quioto para encontrar o Guardião da Paz. Tem dinheiro? — Disse Yoshida.
— Sim. Tenho para o mês todo. — Responde Katana.
— Certo. — Yoshida a abraça. — Quero que saiba que você sempre foi uma filha para mim. Tenho muito orgulho de ter sido o seu mestre, mas me orgulha mais ter sido, de alguma forma, como um pai para você. Eu a amo da mesma forma que amo minha filha e desejo todo o sucesso do mundo para você.
Katana se segurava para não chorar. Adorou ter ouvido tais palavras. Também via em Yoshida como um pai para ela e era sempre muito grata por isso.
Depois que se separaram do abraço, era a vez de Orikami, que estava em lágrimas. Ela adorava Katana e sempre buscava agradá-la da melhor maneira possível. Ambas se abraçam e Orikami dizia entre soluços.
— Eu também a amo muito, Katana. Você é e sempre será minha irmã de coração. Gosto muito de você.
Katana tentava ao máximo se segurar para não chorar, mas sentia seus olhos ficarem úmidos, ao mesmo tempo que lutava para não chorar.
Depois da despedida, Katana seguiu sua jornada. Deu dez passos e olha para trás. Ela acena para os dois, que retribuíram o aceno e em seguida, ela segue seu caminho novamente.
Depois de alguns minutos caminhando, veio lembranças em sua mente, de quando os dois ficaram com ela, Orikami brincava com ela, Yoshida a treinava e ambos sempre conversavam nos tempos livres. Enfim, eles eram felizes juntos, mas agora, uma nova era na vida deles se formou.
Depois de algum tempo, Katana, ainda caminhando, começou a chorar, quando não se podia mais ver a casa daqueles que eram a sua família.