Capítulo 4
Dois dias depois, meus pais e irmãos arrumam suas malas e estão prontos para viajarem para Europa.
Fico chorando em silêncio, enquanto estou deitada no sofá retrátil.
Minha irmã Emiliana está com lágrimas nos olhos e vem me abraçar, junto com Thor e Alexander, meus irmãos gêmeos.
- Oh irmã, sentirei sua falta... - Emiliana lamenta.
- Eu também, minha platinada... - Thor também lamenta.
- Thor também lamenta
- Se cuide mana... eu sinto muito que papai não deixou...- Alexander fala entristecido.
Abraço-me com Emiliana, chorando e meus irmãos nos abraçam também.
Papai chega com as malas e olha meio receoso pra mim enquanto Connor está ao seu lado, ouvindo atentamente suas orientações.
Num momento de distração do meu pai, Connor olha intensamente pra mim mas não consigo decifra-lo. O encaro mostrando meu ódio e viro o rosto.
Mamãe chega e olha a cena dos meus irmãos me abraçando e se emociona.
Ela vem até nós e me chama para um abraço.
- Oh filha... sinto muito por você não ir conosco... Taylor está chateado... mas eu sei que o Connor cuidará de você...
- Eu já odeio esse homem, mamãe! - digo revoltada.
- Filha... por favor... - mamãe pede.
Nesse momento, meu pai chega e fala comigo:
- Bom, é hora de irmos. Me dê um abraço, filha.
Eu olho pro meu pai com muito rancor e o respondo, irada:
- Não quero o seu abraço!
- Filha... - mamãe lamenta.
Em seguida, levanto- me, o encarando e sigo chorando para meu quarto.
Taylor fica com os olhos cheios de lágrimas, mas se contém.
Seu coração de viking bruto dói por tratar sua filha assim, mas é a única forma dela tomar as rédeas
Ele olha para Connor e faz um pedido, com a voz embargada:
- Connor, cuide e proteja minha filha. Deposito toda a minha confiança em você. E não deixe nenhum filho da puta tocar nela, pode quebrar na porrada!Caso ela te desrespeite, bote de castigo.
- Sim, senhor.
Taylor olha para o nada e fala muito triste:
- Eu amo a minha vikingzinha... Só quero o bem dela...
Uma lágrima vai caindo de seu olho, no entanto Connor fica comovido e lhe faz um promessa:
- Não se preocupe, Senhor Taylor, farei sua filha entender que o senhor a ama...
- Obrigado meu rapaz, bom eu já vou. - Taylor sai muito triste de casa e entra no carro do motorista com Dayanna e os filhos, eles irão para a Europa para cuidar dos bens que tia Alexandra os deixou.
VALENTINA
Em meu quarto eu choro muito e fico de cara inchada.
Queria que o meu irmão Benjamin estivesse aqui, o meu autista lindo sempre deixava eu abraçá-lo quando estava triste, ele é o irmão mais apegado a mim, eu o amo de paixão, mas sua ausência dói.
Adormeço e algumas horas depois, acordo e desço para comer.
Vejo Connor numa mesa, com um computador em cima e vários apetrechos de segurança. Armas, facas, munições e no notebook há várias imagens de câmeras instaladas por toda a casa.
Armas, facas, munições e no notebook há várias imagens de câmeras instaladas por toda a casa. Ele me olha seriamente e fala comigo:
- Olá, Valentina.
- Não fale comigo, seu cão! - digo com ódio, vou para a cozinha e sinto ele vindo atrás de mim.
Abro a geladeira e começo a fazer um sanduíche.
- Desculpe, mas terei que falar com a senhora etemos algumas regras para serem estabelecidas aqui. - Connor fala calmamente, enquanto põe em cima da mesa um papel com todos os meus deveres que devo cumprir e o horários definidos.
- Que porra é essa? - indago-lhe.
- Suas obrigações. Você terá que se dedicara seus estudos, nada de festas,fugas, nada de conversar com homens, tem que tirar boas notas no 3 ano e passar. Uma professora particular virá todos os dias aqui te auxiliar. - explica-me de forma muito profissional.
- Como é? Não farei porra nenhuma! - reclamo com raiva.
Connor se inclina e encara-me todo bruto, enquanto olha em meus olhos e avisa friamente:
- Veremos... - se vira e sai.
- Homem das cavernas ! Arg! Inferno! - praguejo irritada.
Depois de terminar de comer, vou passando pela sala e vejo Connor sentado na mesa olhando o notebook. Quando sente minha presença ele olha pra mim e avisa:
- As 14 horas sua professora virá para te ensinar, esteja pronta.
Olho com ódio pra ele e viro a cara subindo as escadas. Perto das 14 horas, ouço batidas na porta.
- Valentina, abra. Sua professora está vindo. - Connor fala.
- Afffffff! Eu já vou, babá! Vou vestir uma roupa!
- Ok. - ele responde por trás da porta e sai.
Visto um vestido verde de mangas, pois está fazendo frio e vou até a sala. Connor me vê e me encara.
Logo depois, sento-me na cadeira, olho para ele e o indago, toda mal educada:
- Cadê a porra da professora, babá?
- Você me respeita, garota! E não permito você falando palavrão, entendeu ? - Connor repreende-me impaciente.
Reviro os olhos e bufo. Contudo, sem eu esperar, ele pega no meu pulso com força, me encarando, quase encostando o rosto no meu e ameaça-me todo bruto:
- Escute aqui, sua atrevida, você não revire os olhos pra mim! Se não eu te deixo trancada sem celular e sem computador, entendeu? Não brinque comigo, garota!
Ele me olha furioso e eu engulo em seco. Esse alemão é mais bruto do que eu pensava. Sinto-me intimidada por um homem pela primeira vez em minha vida e tremo na base.
Connor mexe comigo, mas ainda não sei definir o que é esse sentimento.
- Ok. - falo rendida.
De repente a campainha toca, é a professora. Ele abre a porta e ela cumprimenta ele, comendo Connor com os olhos.
- Olá, Valentina. Me chamo Arianna, vamos começar? - a professora se apresenta pra mim.
Olho pra cara de puta dela e reviro os olhos. Ela continua engolindo meu guarda costas com os olhos, porém ele finge que não percebe.
Connor olha bem sério pra mim e me repreende:
- Valentina...
- Ok, vamos começar. - digo bufando.
A professora inicia o conteúdo nas matérias que eu mais tenho dificuldade mas não suporto ela toda hora olhando para ele e dando sorrisos furtivos. Então eu explodo:
- Querida, você consegue olhar só para mim e não ficar comendo ele com os olhos? Isso é chato! Como vou aprender assim?
Ela arregala os olhos envergonhada e tenta se explicar:
- Querida, você está enganada!
- Valentina! - Connor me repreende mais uma vez.
- Affff! - bufo pela milésima vez, revirando os olhos.
Em seguida, continuamos a aula e ela evita olhar para ele.
Por 3 semanas fico tendo aula com essa vadia e na hora que termina, ela fica puxando conversa com ele. Connor manda eu fazer as atividades mas não consigo responder, não consigo aprender nada com ela e me sinto burra. Por fim peço para demiti-la. Começo a chorar e ele franze o cenho preocupado, enquanto me questiona:
- Porque esta chorando? Você sente algo, Valentina?
- Eu sou burra, Connor! Não consigo resolver a porra dessas contas, que ódio! - desabafo entristecida.
Ele se senta na cadeira do meu lado e segura meu rosto, limpando minhas lágrimas e fala:
- Não chore, olhe pra mim...
A seguir, fito seus lindos olhos e sinto um misto de emoções que não sei explicar, minha pele fica toda arrepiada e eu fico nervosa.
- Você não é burra! Você é uma garota inteligente, não fique assim, Valentina. Venha, vou te ajudar. - ele diz e ao perceber o clima estranho, solta meu rosto - Eu posso te ajudar a resolver essas contas.
- Como, Connor? Você é só um militar sanguinário!
- Valentina...
- Desculpe.
- Me formei em química enquanto servia ao exército. Eu amo fazer contas, vou te ajudar com uns macetes. - Connor explica-me.
Fico perplexa com esse homem.
- Ok, Connor...
Na sequência, meu guarda costas inteligente demostra como resolver algumas contas de matemática, física e química, deixando-me impressionada. Connor é muito paciente e tem um jeito especial de fazer a pessoa entender o ele explica. Tudo isso me deixa encantada
- Pronto, agora tente fazer esse cálculo mais simples e use o macete que lhe ensinei. - ele me pede.
- Ta.
Eu tento fazer a conta enquanto ele me observa concentrado.
Após alguns minutos fico boquiaberta, eu consegui resolver a porra da conta, era muito fácil!
- Meu Deus, Connor! Eu consegui! Ahhhhhhhhhhh! - comemoro toda feliz.
- Tá vendo, você não é burra... - Connor comenta, sorrindo cheio de orgulho.
Num ímpeto de emoção, pulo em cima dele, dando um abraço apertado em seu pescoço. Ao olhar para seu rosto bem de perto, nossos olhares se encontram e ele fica olhando-me hipnotizado.
Contudo, ele trava por alguns segundos e depois, me empurra delicadamente.
- Vamos resolver outras contas...
- Desculpe, Connor, eu estava emocionada..
Ele engole em seco, meio nervoso e continua a me ensinar outras matérias, fingindo que nada aconteceu.
No fim da tarde estou super satisfeita, consegui resolver várias contas graças a Connor.
Alguns dias se passam e chega o dia de voltas as aulas, e meu guarda costas vai comigo fazer minha matrícula, meu pai o deixou responsável por todas as burocracias relacionadas a escola.
Durante todos os dias que tenho aula, ele vai me deixar na escola e na hora da saída já está com aquela cara de mal, encostado no carro me esperando.
Uma amiga minha, Sarah, me chama para irmos a uma festa na casa de um amigo de seu irmão e eu fico tentada.
Decido ir e vou inventar algo para Connor não vir atrás de mim.