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A SÉRIA CONVERSA

Quando Margareth passou pelas portas de correr da entrada sendo observada pelos dois seguranças parados um de cada lado da porta, a jovem recepcionista estava distraída em suas anotações, não percebeu a proximidade da visitante, só se deu conta ao ouvi-la se pronunciar com arrogância o que desejava.

Logo que a jovem recepcionista ouviu pronunciar o nome do filho do patrão, olhou na direção de Margareth e surpresa a olhou de cima a baixo com olhos desdenhosos, já que a moça à sua frente não parecia uma moça a quem o jovem Gonzalez se envolveria.

— Bom dia, a senhorita tem hora marcada com ele? — perguntou a recepcionista olhando desconfiada.

— Pode me dar seu documento, por favor, vou anunciá-la.

— Olha, eu não tenho hora marcada com ele porque eu não preciso. — disse com arrogância.

— Já que sou sua namorada quase noiva — afirmou com aspereza.

Ao ouvi-la falar com aquele arrogo, a recepcionista a olhou com as sobrancelhas levantada e falou:

— Mesmo assim eu preciso anunciá-la para ver se ele pode lhe atender nesse momento, pois já que…

— Já que, o que? — Margareth interrompeu a jovem perguntando com o queixo erguido, sentindo-se importante naquele lugar.

— Eu já lhe disse, eu não preciso marcar hora para falar com meu namorado, vamos, libere logo minha entrada e me fale onde é a sala dele. — falou alto e batendo forte no balcão chamando a atenção de todos.

Assustada a recepcionista olhou para os seguranças que deram um passo saindo do seu posto, ela fez sinal com a mão para que eles ficassem em seus lugares pois ela estava bem, vendo que Margareth estava alterada, a recepcionista, discou imediatamente o ramal da sala de Denis. Que mal tocou, a ligação foi atendida.

— Oi, pode falar! — disse Denis sentado em sua confortável cadeira da sala onde o pai mandou que preparasse para ele começar o quanto antes seu estágio na empresa que um dia herdará.

— Senhor, tem uma moça aqui na recepção que deseja vê-lo, ela disse que é sua namorada.

Ao ouvir o que a recepcionista falou do outro lado da linha, o coração do Denis disparou acelerando rápido, imediatamente, Denis ficou de pé paralisado e pasmo, pois ao ouvir a palavra namorada, ele só pensou em uma pessoa, então pensou, alto.

“Elisandra!” — Falou já se tremendo.

Com as pernas bambas, Denis caiu sentado, respirou fundo para se recompor, e então, clicou em uma tecla no teclado onde logo apareceu na tela a sua frente toda a entrada da empresa, inclusive a recepção onde pode ver pela câmera todo o acesso do balcão, foi quando se surpreendeu ficando decepcionado, quando viu quem a mulher dizendo ser sua namorada era.

— Margareth — falou em desânimo e decepcionado não acreditando no que via.

— Não, não acredito que essa megera teve coragem de vir aqui — disse passando a mão no rosto em pânico.

— O que ela está fazendo aqui? — perguntou-se.

Depois de uns segundos sabendo que ela não arredaria o pé enquanto não falasse com ele, Denis levantou-se e em passos acelerado saiu de sua sala seguindo pelo imenso corredor em direção ao elevador, para descer até a portaria e colocar aquela louca para fora dali o mais rápido possível.

Contudo, quando Denis chegou, viu que Margareth estava completamente descontrolada falando alto com a recepcionista no qual só sabia ficar calada olhando-a e recebendo insultos daquela insana e desapoderada totalmente sem noção.

Em passos ágeis, Denis se aproximou de Margareth pegando-a pelo braço e a arrastando para um canto longe de todos, apesar de só ter dezesete anos, Denis era um rapaz bem apessoado, era alto e robusto que facilmente arrasto Margareth que para não cair teve que acelerar seus passos para acompanha as longas pernas de Denis, pois ela assim como Elisandra, não eram muito altas.

Denis seguiu falando entre os dentes:

— O que você acha que está fazendo? Por que você está aqui, garota? — falou mostrando raiva em vê-la.

— Ai — queixou-se.

—Você está me machucando, seu bruto! — disse olhando-o.

— Eu quero que você vá embora agora! — disse olhando-a sério com olhar que ela nunca o viu olhar para ninguém antes, naquele momento, Margareth até sentiu medo, mas logo se vestiu de sua fantasia de menina má e o olhou séria também.

— Eu não quero te ver garota se tocar, você só foi uma simples transa de uma tarde nada mais.

— "Jura Denis, que eu só fui uma transa de uma tarde, tem certeza!" Você tem absoluta certeza que eu só fui isso mesmo? — disse com sarcasmo.

— Pois para mim, não foi só isso! E acho melhor você pensar bem porque essa transa de uma tarde, como você está dizendo, acabou resultando em uma gravidez! — disse empinando o rosto na direção de Denis com satisfação.

Naquele exato momento, o senhor Nelson Gonzalez, o pai do Denis que tinha acabado de chegar de uma reunião fora da empresa e o viu discutindo com uma moça, preocupado, se aproximou e acabou ouvindo o final da discussão.

"Uma gravidez" — repetiu o homem espantado.

— O-O Que?! O que você acabou de falar? Você está grávida do meu filho? — perguntou o senhor parado em choque.

— Sim senhor Gonzalez, é exatamente isso! — Afirmou Margareth com convicção.

— E esse seu filho aqui na hora do bem bom, gostou, e até me chamou de gostosa! Só que agora seu filhinho querido aí, não quer saber, logo agora que a coisa ficou séria, ele quer cair fora me deixando resolver tudo sozinha com meus pais. — falou intercalando o olhar do pai para o filho.

— Mas eu já vou logo dizendo; se Denis realmente quer cai fora, por mim tudo bem, no entanto, eu vou procurar a mídia e dizer que o grande Denis Gonzalez herdeiro da tão falada empresa N.G.D Gonzalez, me engravidou e caiu fora. Então senhor Denis Gonzalez, O que você prefere? — Ameaçou Margareth na presença do pai e filho não tremendo o implacável senhor Gonzalez que ao ouvi-la, olhou para o filho com fúria nos olhos.

Depois de pensar por um minuto o senhor Gonzalez olhou de volta para Margareth e falou:

— Vamos resolver isso na minha sala! — disse virando-se e caminhando para o balcão em passos firmes, ao se aproximar batendo com os dedos no balcão em nervosismo, falou para a recepcionista.

— Liberar a entrada da moça!

Logo Margareth recebeu um crachá de visitante, e imediatamente seguiu pai e filho para o elevador, todos em pleno silêncio, dentro do elevador, Denis em total silêncio não olhou nem sequer um momento para Margareth que por sua vez ficou de cabeça baixa olhando o tempo todo para os pés.

Já o senhor Nelson, ficou o tempo todo alternando seu olhar do filho para a moça, mas a fúria dele era tão grande que ele levantou a cabeça e fechou os olhos sem acreditar no que estava acontecendo, assim ele permaneceu até chegar no andar de seu escritório. Logo que o elevador chegou e as portas se abriram, o senhor Nelson saiu e seguiu com passos determinados, seguindo direto para o escritório, ao passar pela mesa de sua secretária, falou com rispidez:

— Não quero ser interrompido por quem quer que seja. — falou sem parar de andar.

Imediatamente a mulher aparentando trinta anos, assentiu falando:

— Sim senhor.

Logo atrás dele seguia, Denis e Margareth, que naquele momento já não estava mais de cabeça baixa, ela seguia com a cabeça erguida e o olhar brilhante mostrando superioridade, ela olhou para a secretaria, com olhar arrogante e nem sequer cumprimentou a mulher.

Já Denis como sempre muito educado e humilde, ao passar em frente a mesa da mulher, a olhou com olhar amável, e falou:

— Oi, senhora Amanda!

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