Capítulo 05
... Matheus ...
Já se passaram cinco semanas desde aquele encontro na cozinha e, felizmente, estou conseguindo cumprir a promessa que fiz de me manter longe de Isabella. Mas não está sendo fácil. E as únicas vezes que me permito falar com ela com menos impessoalidade é quando termino de almoçar. Isabella acha que não reparo, mas sempre elogio sua comida só para ver aquele seu sorriso se desenhando em seu rosto. E não é só por isso que o faço. Ela realmente cozinha muito bem.
Eu suspiro.
Não sei por quanto tempo conseguirei permanecer longe dela. Só de me imaginar ouvindo sua voz, o som da sua risada... Foram tantas as vezes que, mesmo sem fome, desci para a cozinha só para ter uma desculpa para vê-la. Não compreendo o que se passa comigo.
— Você sabe que te amo — sussurro para a foto de Alícia. — Que sempre vou te amar e que o que vivemos foi muito importante pra mim. Mas quero ser sincero com você, como sempre fomos um com o outro. — Viro o copo de whisky de uma vez e tento me concentrar nas palavras. — Estou me sentindo muito atraído por ela — admito. — Eu não queria sentir isso. Estou me mantendo à distância, mas não é o suficiente para parar de pensar nela. O que faço? Sinto-me completamente perdido.
Ponho o copo ao lado da garrafa vazia e me deixo cair na cama com o porta-retrato pressionado contra o peito. Esta é a última fotografia que resta dela — a única da qual não consegui me livrar. Coloco-a sobre o criado-mudo e fecho os olhos, esperando que o sono me dê as respostas que não consigo encontrar.
***
O restaurante está bem movimentado, e do meu escritório consigo ouvir o barulho das conversas que vem do salão. Me levanto, vou até a persiana e abro só o necessário para espiar o que está acontecendo, e meus olhos vão diretamente para Isabella, que está de pé ao lado de uma das mesas. Ela está conversando com um dos clientes. Sorrindo.
— Um cliente pediu pra chamar o chef. — Levo um susto ao ouvir a voz de Bianca atrás de mim. Estava tão distraído que nem a vi se aproximar.
— Não a vi entrar — digo, sem desviar o foco.
O rapaz sorri tão largamente para Isabella que parece que está dando uma cantada nela, e não falando sobre o prato. Ciúmes! Eu estou com ciúmes? Não, não é isso.
— Desculpa, não queria assustá-lo. Hoje você não desceu pra almoçar, então trouxe seu almoço. Olha, fiz um prato bem caprichado.
Me viro e vejo Bianca sorrindo e estendendo a bandeja para mim.
Se ela soubesse que não desci para não encarar Isabella e me lembrar do que assumi essa noite para a foto de Alicia...
— Obrigado. Pode deixar em cima da mesinha, por favor.
Ela assente.
Me viro para a janela, mas Isabella não está mais lá. Deve ter voltado para a cozinha.
— Sabe, Matheus, eu não gosto... Nada. Deixa. Eu vou indo, depois venho recolher a bandeja. — Bianca sai rapidamente.
O que será que ela ia dizer?
Me sento e me forço a comer um pouco.
***
Passo o restante da tarde fora, resolvendo pendências com alguns fornecedores de carne, e só chego ao restaurante perto do horário de fechar. Espero um tempo para que todos saiam, organizo meu escritório, tranco a porta e então desço as escadas para fazer as últimas rondas. E, mais uma vez, encontro Isabella sentada em uma das cadeiras, que fica fora da vista do escritório. Ela parece apreensiva e esfrega uma mão na outra sem parar.
— Oi, está tudo bem? — pergunto ao me aproximar.
— Eu queria conversar com você. — Isabella se levanta, vem em minha direção e para a poucos centímetros.
— Aconteceu alguma coisa na cozinha? — Ela Balança a cabeça, negando. — O que é, então? Pode me contar qualquer coisa que a esteja incomodando.
— Você se arrependeu do... do que rolou entre nós na cozinha?
Eu esperava qualquer coisa, menos essa pergunta. Isabella dá mais um passo em minha direção e estamos agora tão próximos que consigo sentir aquele cheiro maravilhoso de baunilha que desperta todos os meus instintos.
— Sim... sim, eu me arrependi. — Vejo seus olhos perdendo o brilho. — Me arrependi porque depois daquele contato, eu não consegui parar de desejar você mais e mais. Porque mesmo estando longe de você, tudo o que quero é estar perto. E não posso, realmente não posso fazer isso, Isabella. — Dou um passo para trás. — Por isso vou te pedir que esqueça o que aconteceu aquele dia.
Nunca imaginei que dizer essas palavras iria doer tanto.
— E se eu te disser que também não consegui para de pensar em você, de desejar você? Que todo os dias conto os segundos pra te ver, que mesmo nos conhecendo tão pouco, sinto uma ligação estranha entre nós? Uma que nunca senti antes. — Isabella volta a se aproximar e acaricia meu rosto. Só esse toque faz meu corpo acender e meu coração acelerar do jeito que só ela consegue. — Então não me peça pra esquecer, Matheus, pois eu tentei, juro que tentei, durante essas semanas, tirar esse sentimento, esse desejo de dentro de mim, mas não consegui. E acredito que não conseguirei.
— Isabella, eu não sou o homem que você imagina. Eu não posso dar o que você merece. — Seguro seu rosto entre as mãos para que olhe nos meus olhos e veja que estou sendo sincero. — Você merece alguém melhor, alguém que não tenha o coração despedaçado como o meu.
— Então diga que você não me quer, Matheus. Diga que você não sentiu nossa ligação quando me tocou. Se você me disser que isso é coisa da minha cabeça, finjo que nada aconteceu. Eu juro! Você nunca mais vai precisar se preocupar comigo. Nossa relação continuará estritamente profissional. — Sua mão pousa em meu peito.
Será que ela consegue sentir o quanto ele está acelerado?
— Você entende que eu não fico com ninguém há três anos? Meu coração está vazio, Isabella. E se você quiser algo a mais? Eu não vou conseguir te dar. Você, Bella, merece o melhor do mundo. Merece alguém que consiga se entregar completamente — falo com toda sinceridade. — Você é linda. Por onde passa, chama atenção com seu jeito de ser. Além de linda por fora, também é por dentro. Tenho certeza de que conseguirá alguém do seu nível. E esse alguém não sou eu.
Vejo seus olhos ficarem marejados. Encostando a cabeça no meu peito, ela me abraça.
Eu quero essa mulher. Mesmo sabendo que não deveria. Mesmo sabendo que não poderei dar o que ela merece. É tão errado. Só seu cheiro já faz meu corpo ficar alerta. Meu sangue corre mais rápido por minhas veias. Faz tanto tempo que não tenho uma mulher na minha vida, na minha cama.
Estou tentando ser forte, mas Isabella não está ajudando. Essa proximidade está me fazendo perder o juízo. Queria nesse momento ter forças para tirá-la dos meus braços. Mas tudo que quero é ficar aqui, sentindo o calor do seu corpo. Se ela soubesse como meu coração está acelerado, e tudo isso por causa dela.
— Eu só quero você. Não precisamos rotular nada. Você é livre e eu também. Sei que você sofreu muito, mas saiba que eu também sofri. E sinto que um pode ajudar o outro. Por favor, Matheus, se dê essa chance. — Sua voz sai como um sussurro.
— Eu só posso te oferecer uma coisa, Isabella. — Ela me olha com atenção. — Sexo. Somente isso. Nada de relacionamento, nada de envolver o coração. Iremos apenas ceder a esse desejo que um sente pelo outro. Se você aceitar essas condições, nós podemos tentar.
Isso é tudo o que posso oferecer a ela nesse momento. Eu desejo Isabela de uma forma insana. Nem pareço ter trinta e cinco anos, e sim quinze. Penso que ela dirá não. Que é loucura. Mas o que responde, com a voz firme e cheia de certeza, é:
— Eu aceito.
Quando termina de falar, beijo-a com toda a fome e desejo que permeiam meu corpo. Um beijo intenso, cheio de vontades reprimidas e promessas que nunca irão se concretizar. Desço até seu pescoço, e minhas mãos apertam sua cintura. Isabella solta um gemido baixo, e só isso já me deixa ainda mais excitado. Ofegando, me afasto e olho em seus olhos, vendo o azul ganhar um tom diferente.
— Não, Mateus! Por favor, não se afaste de novo — pede, com a voz baixa.
— Calma, Bella. Eu só quero que seja do jeito que você merece. Vou fechar tudo e vamos pra minha casa, que é aqui perto. Tudo bem?
Ela se acalma e sorri, assentindo.
Depois de tudo feito, vamos até o estacionamento. Abro a porta do carro para ela e então para mim e entro. Minha cabeça está uma confusão. Eu mesmo disse que teria que manter distância, e agora estou levando ela para o meu apartamento. E agora já é tarde demais para voltar atrás. Eu quero essa mulher. Quero tocá-la, sentir seu corpo contra o meu.
— Você tem certeza que quer isso? Ainda dá tempo de desistir. Não quero que se sinta forçada a nada. — Dou uma olhada de lado, e ela balança a cabeça, em confirmação.
— Eu te quero tanto, Matheus. Nunca pensei que desejaria tanto um homem como desejo você — responde, a voz embebida de desejo.
Se ela queria me fazer perder o restante do juízo, conseguiu.
Assim que entramos na garagem, desço do carro, abro sua porta e vamos de mãos dadas até o elevador. Aperto o botão da cobertura, me encosto na parede e a puxo para mim; coloco as duas mãos em sua bunda e a aperto forte.
— Você sabe que não vou conseguir ser delicado com você, não é, Bella? Com todo esse tempo sem sexo, vou ter que me controlar pra não te machucar. O meu tipo de sexo é diferente, não sei se vai gostar — sussurro enquanto beijo seu pescoço. Seu cheiro já está impregnado em mim.
— Eu não quero que se controle, Matheus. Eu quero que me dê tudo que tem. Eu não tenho medo — responde baixinho.
Essa mulher parece não existir. Será que estou sonhando?
— Você tem que tomar cuidado com o que diz, Bella, pra não se arrepender depois. Eu não sou bonzinho na cama.
Ela coloca os braços em volta do meu pescoço, me puxando um pouco para baixo, e começa a dar mordidas ali. É impossível eu ficar mais duro. Estou me segurando para não toma-la aqui mesmo.
— Eu quero descobrir coisas novas com você, Matheus. Estou disposta a tudo.
Finalmente o elevador se abre, indicando que chegamos ao meu apartamento. Pego sua mochila e seguro sua mão.
— Vamos! Eu não aguento esperar mais nem um segundo.
Assim que entramos, Bella coloca sua bolsa no chão ao lado da porta e tira seu salto. A pressiono contra a porta e seguro suas mãos acima da cabeça. Beijo seus lábios e vou descendo até seu pescoço, seu decote. Isabella geme baixinho. Que gemido gostoso de ouvir.
— Isabella, eu quero te foder em cada cômodo desse apartamento. — Passo minha língua em seu decote. — Você quer?
Levanto meus olhos e posso ver o quão excitada ela já está só por seu olhar. Ela assente. Volto a beijar sua boca. Solto suas mãos, a seguro em meus braços e a levo até o sofá. Me sento com ela em meu colo. Tiro sua camisa. Ela usa um sutiã preto e vermelho de renda, e como é linda. Esses seios, essa pele branquinha que eu estou doido para deixar a minha marca. Me abaixo e passo a língua entre eles. Isabella suspira alto. Começo a chupar e morder seu pescoço enquanto abro seu sutiã, jogando-o no chão, junto com sua camisa. Acaricio um mamilo enquanto coloco o outro na boca, e ela geme.
— Matheus.... — sussurra, transbordando desejo.
A levanto, abro sua calça e a puxo para baixo, junto com sua calcinha. Admiro-a da cabeça aos pés.
— Você é muito linda, Isabella. Perfeita.
Passo a mão por sua intimidade, que já se encontra molhada. Fazia tanto tempo que não sentia uma mulher assim, tão molhada para mim. Sinto meu membro pulsar, pedindo para estar o quanto antes dentro dela. Me levanto, tiro minha roupa e volto a me sentar.
— Eu não tenho camisinha, Bella — aviso.
— Eu tomo anticoncepcional — diz.
Abro bem minhas pernas e ela vem e se encaixa de costas, se apoiando com o joelho no sofá. Ela vai sentando, fazendo meu membro entrar nela devagar. Que sensação maravilhosa é estar dentro dessa mulher. Meu peito está colado em suas costas; com uma mão massageio seu ponto sensível, e com outra toco seu pescoço enquanto ela rebola cada vez mais rápido.
— Isso, Bella! Assim, rebola no meu colo.
Seus gemidos já ecoam pelo apartamento. Depois de um tempo, peço para que ela se deite no sofá. Quero fazer esse sexo durar o máximo possível.
— Eu vou colocar suas mãos para cima e você não vai abaixar, ok? — digo, com firmeza, e ela assente.
A penetro o mais fundo possível, em movimentos rápidos e fortes, enquanto chupo seu seio. Estou perdido no prazer que esse corpo maravilhoso me proporciona.
— Matheus... estou perto. — Sua voz sai irregular.
— Não se segure, Bella. Quero vê-la gozar.
Sinto seu corpo se contrair e sei que atingiu seu limite. Isabella fecha os olhos e morde os lábios. Que visão! Tenho que me segurar. Ainda não quero acabar. Assim que percebo que Bella já se recuperou, me levanto e a coloco ajoelhada no sofá, curvada sobre o encosto.
— Abra bem as pernas e se segure no sofá.
Ela atende ao comando.
Deslizo minha mão para o meio de suas pernas e começo a acariciar seu clitóris em movimentos circulares. Ela estremece enquanto chama meu nome. Sem avisar, a penetro de uma vez, e ela se contrai, mas depois solta um suspiro de satisfação.
Enrolo uma mão em seu cabelo e o puxo, com pressão, mas sem machucar. Bella geme mais alto ainda. Eu nem controlo mais meus movimentos. Dou um tapa em sua bunda e ela grita, e sei que ficará marcada por alguns dias. Bella começa a rebolar e eu não consigo mais me segurar. Aperto sua cintura e ela percebe que estou perto e começa a rebolar mais forte e mais rápido. Essa mulher será minha perdição.
— Matheus, goza pra mim — fala entre os gemidos.
Era isso o que estava faltando. Me entrego ao prazer e sinto que ela faz o mesmo. Me desmancho dentro de Isabella de um jeito maravilhoso. Assim que a sensação se vai, me sento no sofá e ela faz o mesmo, encostando a cabeça em meu peito.
— Isso foi perfeito — digo com um sorriso de satisfação no rosto.
— Foi sim. Além do que imaginava. — Solta um suspiro.
— A sala já foi, falta o restante da casa.
Ela me olha com um sorriso malicioso.
— Eu já estou pronta para o próximo cômodo.
Sei que tirei a sorte grande. Essa mulher é boa demais para ser verdade. É deliciosa, perfeita e está disposta a fazer um sexo do jeito que gosto. A noite está só começando, e algo me diz que será uma das melhores de toda a minha vida.