Capítulo 6
- Está bem? - O rosto redondo de Milena entra no meu campo de visão.
- Eu sou.
- Por que você caiu de repente? - Leah pergunta, estendendo a mão para me ajudar, mas eu a rejeito com um gesto.
- É tudo tão lindo. Gosto de sentir a grama – suspiro olhando o céu que se estende imensamente diante de mim.
As laterais do antigo prédio escolar são apenas áreas verdes com jardins e campos abertos.
- Há rumores de que a escola há muito tempo, séculos atrás, era uma mansão pertencente a uma família numerosa e rica que morreu tragicamente - diz Milena. - Uma delas, dizem que era mulher, tia do dono da casa, um dia ela tropeçou na escada e quebrou o pescoço, sua cabeça estava virada para trás de forma anormal e assustadora.
“Sua mente brilhante guarda histórias aterrorizantes, Milena”, diz Ashley, estremecendo, seus olhos azuis claros arregalados como pires.
- Eu adorei - Leah ri.
- Acho bom que um lugar como esse tenha história, mesmo que seja trágica - digo encolhendo os ombros.
“Conte uma história melhor a partir daqui”, pergunta Ashley.
Milena inclina a cabeça.
- A filha da dona se apaixonou por uma das empregadas da casa, mas já estava noiva de outra, contou para a família e para o noivo que estava apaixonada pela empregada, eles até aceitaram bem porque ela era muito apaixonada amor e ela poderia ficar com ele, se casar.
- Bom melhor.
- Mas...
- Mas o que?
- Seu ex-noivo veio aqui durante a noite e matou os dois enquanto dormiam, o servo e a jovem apaixonada.
- Oh, meu bom! - Ashley grita. -Como posso dormir aqui depois disso?
"Isso não é nada legal", murmuro, franzindo o nariz.
- Quando todos morreram, ficou abandonado, até que muitos anos depois compraram a casa já grande e ampliaram ainda mais, reformaram e hoje é a nossa escola. Tem uma estrutura mais antiga e rústica visto que mantém a traça da antiga casa.
- Fresco. Há mortos de centenas de anos andando por aí – Leah sorri. - Essa escola ficou muito mais interessante.
Ashley parece horrorizada e treme como um cachorrinho resfriado e continuamos andando pela grama.
- Nossa, essa área verde não tem fim? - Eu penso em voz alta.
Chegamos à beira da escola, onde termina a construção, o sol deixando tudo com uma beleza suave e etérea.
- Sim, depois dessas árvores e flores e campos tem um muro que circunda a escola, mas essa área verde é bem grande, alguns alunos que desobedecem as regras e entram quase sempre se perdem - diz Milena.
- Proibido?
- Aquela parte de trás sim, principalmente porque os alunos se perdem, mas alguns alunos ainda violam as regras. Mas tem até um lago lá que dizem ser muito bonito.
- Sério?
- Sim, ouvi alguns alunos conversando e também... outras coisas acontecem lá.
"eca" careta.
Internamente me arrependo de ter sido banido porque por um momento pensei muito em vir aqui outra hora.
Mas não vou, claro, regras são regras, serei eu quem seguirá todas elas.
- Vamos entrar lá? - Leah sugere, de repente.
****
- Que? - perder.
- Sim, parece arriscado e gosto da adrenalina – diz ele.
- Sentir adrenalina é bom mesmo quando você está sentado na sala do diretor – Milena diz calmamente.
- Vá sozinha então, Sra. Radical - Ashely cruza os braços.
Leah torce a boca, desapontada com a falta de apoio em sua busca por aventura, e dá de ombros.
Estou aliviado que as meninas não tenham concordado, mas se tivessem concordado, eu voltaria para a escola.
Decidimos voltar para a escola logo depois para não correr o risco de sermos pegos pela diretora, já que era quase noite, passando por entre as lindas flores e grama, entramos na escola.
Subimos com Ashely falando sobre o cara que está em uma banda de rock e que queria sair com ela sério no primeiro beijo, quando vemos Oliver descendo as escadas e juro que só faltou um vento soprando em seus cabelos. e um filme em câmera lenta para mim parece um filme adolescente, mas ele está com o celular no ouvido.
- Olá meninas - diz ele ao passar por nós, sorri, mas não levanta os olhos. E então, ao passar por mim, ele olha para mim iminentemente e me pega olhando para ele com a testa franzida e minha boca levantada ainda mais. - Olá.
- Olá Oliver. - Falo automaticamente, o que nos pega de surpresa, agradeço por não parecer desajeitado e desajeitado. Apesar de não estar exatamente perto dele, ouço vozes vindas do celular, ele me olha, pisca e olha para o chão.
- Eu, uh, eu tenho que atender, senão minha mãe pode pegar o celular, desculpe.
Eu sorrio gentilmente, os lábios franzidos, então ele balança a cabeça e desce rapidamente os últimos degraus.
- Eu nunca soube como era velejar até agora - ouço Ashley dizer.
- Hum? - balbuciar.
- Essa coisa estranha que aconteceu lá. - Leah diz franzindo a testa para as costas de Oliver. Fico nervoso.
Se ela reconhecer as roupas dele?
- Não perca seu tempo, linda – Ashley sorri divertida e sinto me aquecer quando ela me dá um tapinha de aprovação. Oh, Deus.
Como vou explicar a eles que não é isso que estão pensando sem contar o que aconteceu naquela sala? Isso parece muito ruim.
- Não é nada, só temos algumas aulas juntos.
- Hmm... - os três murmuram em coro.
No dia seguinte, passo o dia dividido entre comer croissants, conversar com meu pai e estudar.
É exatamente assim que resumiria meu domingo em Paris.
Pois bem, só no domingo porque a agitação da semana escolar volta com força total na segunda-feira.
- Você ouviu que parece que o diretor vai mesmo se divorciar? - Ashley diz enquanto caminhamos com nossas bandejas até nossa mesa.
- Além disso, não é surpreendente – diz Leah.
- Acho que não era assim fora da escola – Milena diz e eu aceno distraidamente. Vejo Bennett com a namorada na mesa ao lado e olho ao redor do refeitório enquanto olho em volta.
- Olá meninas.
Viro-me bruscamente em direção à voz que interrompe a conversa incessante de Ashley e vejo Oliver sentado bem na minha frente com sua bandeja e um sorriso no rosto.
O que não é surpreendente, é claro.
"Ollie, o que há de errado?" Leah diz preguiçosamente e todos trocam cumprimentos amigáveis e eu fico lá, corando e olhando para ele até que ele se vira para mim com as sobrancelhas levantadas.
- Olá.
- Por que você não me chama pelo meu nome? - Murmuro baixinho, pensando em voz alta novamente. Meu pai dizia que minha curiosidade sempre falou mais alto que minha timidez.
Não importa o quão baixo eu fale, Oliver me ouve e levanta apenas uma sobrancelha.
- Por que não sei seu nome?
- Você não sabe meu nome? Hm, pensei ter dito isso... - Paro instantaneamente, posso sentir meu nariz e bochechas inevitavelmente ficando vermelhos. - Uh, pensei que você tivesse ouvido, rumores estão circulando por aqui.
Não me atrevo a olhar para as meninas, mas sinto seus olhares semicerrados em minha direção.
- Eu sou Sharon.
Ele inclina a cabeça em minha direção, seus olhos castanhos dourados brilhando e brilhando, mas antes que ele possa dizer qualquer coisa, Leah interrompe.
- Nem pergunte o sobrenome.
- Porque? - pergunta curiosa.
- É muito difícil pronunciar.
- Qual é mesmo o seu sobrenome, Sharon? - Milena se vira para mim.
-Albuquerque.
- Albuquerque – repete com um sotaque quase perfeito.
- Albuquerque - Ashley repete com calma e como Milena e encolhe os ombros. Os olhos de Lea se arregalam.
- Albuquerque – até Oliver diz isso quase perfeitamente.
- Que? Como sou o único que não consegue pronunciar esse nome sem parecer algum tipo de vírus estomacal? - Leah reclama e nós rimos.
- Meu nome é Oliver – ele diz se virando para mim, obviamente sorrindo. Sorrio também, como se ouvisse o nome dele pela primeira vez, o que não é o caso.
- Vocês já se conheciam? - Ashley pergunta, comendo torradas.
- Não – Oliver e eu dissemos juntos rapidamente. Os três abrem a boca ao mesmo tempo que vão falar, fecham quando Ollie diz:
- Então, o que há de errado com o diretor?
Levanto uma sobrancelha e escondo um sorriso agradecida pela mudança de assunto enquanto as meninas começam a dar suas teorias sobre o que levou ao fim do casamento do diretor, Oliver balançando levemente a cabeça, as ondas de seu cabelo balançando. Em algum momento da conversa, o assunto muda para a história da escola, segundo Milena.
- Então tem espíritos rondando a escola? - Oliver parece se divertir com essa história/rumor enquanto toma um gole de seu suco.
- Não posso mais confirmar isso, porque até onde sei fantasmas não existem, pelo menos nunca os vi – diz Milena.
Num momento de reflexão termino dizendo:
- Você vê o vento? Não, obviamente, mas você sabe que existe porque você sente – eu digo. Estou olhando pela janela da cafeteria e quando olho para os quatro pares de olhos me olhando, fico vermelho como um morango. - Que?
- Isso foi... questionar os cientistas – diz Oliver.
- É verdade - eles concordam.
- É algo que sempre pensei por causa da minha mãe – digo engolindo em seco, não entro em detalhes. Embora ela tenha morrido há muito tempo, às vezes eu sentia que ela estava comigo e nunca me senti desconfortável em falar sobre ela.
Para mim, ter lembranças dela é o suficiente.
Nenhum de nós diz nada e agradeço por um momento, até que começa a ficar estranho.
- Sharon... - Oliver começa a olhar para mim mas é interrompido.
- Ollie, você poderia...? Ah, olá meninas. - Diz aquele garoto, Bennett quando de repente chega e senta ao lado de Oliver.
"Bennett, você decidiu aparecer para alguma aula de qualquer maneira", zomba Ashely.
- Claro que tenho que ficar no meu lugar, certo? - ele responde, Ashely mostra o dedo médio para ele, ele revira os olhos e depois olha para mim. O piercing no nariz e na sobrancelha brilha e diz:
- Você.
Eu engulo em seco.
- Ei.
Ele se vira para olhar para Oliver, que de repente está muito ocupado mexendo nas unhas.
- Oliver - Bennett olha de soslaio para seu colega de quarto.
- Ei.
- O que diabos está acontecendo? - Lia sussurra.
- Nada – Oliver e eu dizemos juntos e nos entreolhamos, ele não parece tão preocupado quanto eu, mas está com a testa franzida confusa.
Não contei a ele que Bennett me viu deixando suas roupas no quarto, Deus sabe o que ele deve ter pensado.
E Oliver parece querer rir e estou quase desesperada porque o diretor pode descobrir que eu estava no banheiro masculino e isso não será agradável. Acho que esse desespero está estampado na minha cara porque Oliver pigarreia e muda completamente de assunto, voltando ao assunto do diretor.
E eu poderia chorar de alívio.