Capítulo 7
-Sharon? - De repente me viro para a voz que me chama, é Oliver. Estou descendo as escadas do lado de fora da escola e estremeço de medo.
-Oliver? O que faz aqui? Está na hora do almoço – digo nervosamente, tentando conter o rubor de medo que percorreu meu corpo.
- Eu poderia perguntar a mesma coisa, porque não se pode sair da escola na hora do almoço, mas só queria perguntar como Bennett sabe o que aconteceu. Bem, ele sabe um pouco, ele está pensando que deveríamos ter feito sexo...
- Meu Deus! Eu sei o que você deve estar pensando. - Acho que nunca estive tão vermelho em toda a minha vida. Oliver dá um sorriso divertido e de admiração.
- Você fica vermelho até a ponta do nariz?
Viro o rosto e começo a andar, virando as costas para ele e balançando o rosto disfarçadamente. Ouço sua risada atrás de mim, ele me segue. Suprimo um suspiro ansioso.
- Quando fui deixar a roupa dele no quarto dele, ele e a namorada entraram pela janela e me viram - digo.
- Por favor, me diga que eles não estavam nus.
- Ah não! Eles não estavam nus - tento não pensar nisso, mas minha imaginação é muito fértil e imagino o que ele disse e, agora, tenho certeza de que nunca corei tanto como agora. Oliver vira o rosto, mas posso ver a curva de sua bochecha. Ele está sorrindo
- Hum, eu não deveria perguntar isso, mas isso já aconteceu? Eles... vêm nus para a escola? - pergunto com horror e curiosidade.
Acho que essa minha curiosidade um dia vai me matar.
- Sim, e imagine acordar com essa visão. “Não foi a visão mais bonita do mundo”, diz Oliver, fazendo uma careta.
- Imagino - faço uma careta também e imagino isso, soltei uma risada envergonhada que não consigo conter e Oliver ri ao meu lado.
- Vamos, pessoal - chama o professor de Educação Física.
O sol nasce no dia seguinte, as aulas continuaram normalmente pela manhã e agora é tarde e o sol quente e fresco beija minha pele. Todo o nosso campo fica no campo grande ao lado da escola, sem grama e, graças a Deus, sem aquele uniforme pesado, as meninas estão de legging, camisa escolar e tênis, as meninas estão usando um tecido leve e um camisa escolar sem mangas.
- Tivemos aula teórica semana passada, então hoje é aula prática - diz a professora.
“A pior aula de todas”, Leah diz, suavemente e revirando os olhos.
“Melhor do que ficar preso na sala de aula”, respondeu Ashley.
"Desculpe, Leah, estou do lado de Ash", eu digo e Leah bufa.
A professora dividiu aleatoriamente a turma em dois grupos, então Milena acabou caindo no outro, junto com Oliver, Bennett e sua namorada.
- Hoje vamos jogar Queimada. É um jogo brasileiro, uma brincadeira, digamos assim, eu jogava muito quando era criança lá no Brasil. Bons tempos. E como estamos aguardando chegar as bolas profissionais da encomenda, então nessa aula vamos brincar de Queimada para essa aula não ficar sem nada, vou explicar tudo para vocês - continua a professora, chamando nossa atenção. - Já dividi vocês em dois grupos, agora um de cada grupo vai sortear para ver em qual grupo vai começar a bola.
Um pequeno sorriso aparece na minha boca quando a professora me chama.
- Você vai ter sorte.
Ligue para alguém do outro grupo.
A namorada de Bennett, cujo nome ainda não sei.
- E você.
O professor me explica uma forma de atrair sorte do jeito brasileiro, finjo que não entendi e que estou aprendendo agora porque parece que o professor deu uma leve amnésia no professor e ele esqueceu que sou brasileiro. e eu conheço o jogo e como ter sorte com ímpar ou par, mas alguém do grupo inimigo grita:
- Ela é brasileira, sabe tudo, professor! - Reconheço a voz. Oliver. Eu olho para ele, ele sorri amplamente para mim, e volto para Leah quando a professora me encara por não ter contado a ele.
Ashley vai no meu lugar e perde para a namorada de Bennett, Loren.
- Ok, continuo com a explicação, quem estiver com a bola tem que jogar em alguém do grupo rival, e por favor não com muita força, não quero levar ninguém para a enfermaria com o rosto marcado pela bola . Aí a bola terá que tocar na pessoa e cair no chão, se ela segurar a bola pode jogar em você, te surpreendendo e te queimando. E quando alguém se queimar, pode ser qualquer um do outro grupo, ele não vai sair do jogo, vai ficar atrás do grupo inimigo esperando uma oportunidade de pegar a bola e acertar alguém do grupo rival e assim por diante até que haja ninguém saiu de nenhum dos grupos. Dos grupos, você tem que queimar tudo que puder e desviar dos tiros também.
- Você entenderá melhor na prática. Sharon e Fernando, por favor, façam aqui - a professora nos chama para demonstrar como funciona o jogo como a gente entende, mas ela chama outro aluno para não desproporcional o número de jogadores.
Na manifestação eu e o Fernando vencemos, o professor foi queimado por mim e depois ele me queimou e eu queimei a Mariana, que o Fernando queimou e nós vencemos.
Confuso? Talvez. Mas os alunos entenderam.
Todos os alunos jogam mais três vezes sem realmente contar, só para entenderem tudo o que podem fazer e Fernando mostra como “enganar” o time rival com passes e por fim, o jogo conta.
Nosso grupo se posiciona, assim como o rival Fernando está ali para não ficar desigual e eu empato com ele, e vencemos, Ashley pula de emoção, encaro Oliver com as sobrancelhas abaixadas.
A professora apita.
“Que honra ter você aqui novamente em nossa humilde mesa”, Leah diz com desdém quando Oliver e Bennett se sentam conosco para tomar café da manhã no dia seguinte.
- Olá, posso sentar aqui com você? - pergunta Loren, namorada de Bennett com sua bandeja. Ela é absurdamente linda, com longos cabelos cacheados, pele morena clara e grandes olhos verde-amarelados.
- Claro que pode – Milena diz docemente.
-Onde está Ash? - pergunta Bennet.
- Ele acordou tarde, mas acho que já vem vindo para cá – respondo, mordendo uma torrada. - Você se maquiou para esconder a marca na bola?
Oliver engasga ao rir com a boca cheia de torradas, Leah cora enquanto tenta não cuspir um gole de café ao rir, Milena e Loren riem.
- Obrigado, Sharon, mas eu não usei maquiagem – Bennett parece seriamente ofendido.
"Sinto muito", murmuro sem realmente me sentir culpada.
- Bennett realmente tem uma masculinidade frágil – Ashley aparece e senta ao meu lado.
- Era melhor quando você não estava aqui - ele responde.
"Eu estava perguntando sobre você", Leah diz e Ashley levanta uma sobrancelha castanha clara.
Vejo Loren se mexer desconfortavelmente em sua cadeira. Meu olhar muda para Oliver, que também parece ter notado a súbita tensão e desconforto em Loren.
- Então, você está sabendo da festa que vai acontecer no último andar? - Oliver interrompe, mudando de assunto.
- Que festa? - Leah parece interessada.
- O que há no último andar? - Perguntado.
- Nada, é como um porão gigante, às vezes tem festa lá em cima já que fica bem longe da audição dos guardas - responde ele.
- E o diretor?
- Bom, ela não dorme aqui então nunca descobriu. O andar de cima estava fechado, mas um dos veteranos do ano passado conseguiu abri-lo e agora parece um lugar de festa, pois tem seguranças lá fora e não podemos sair, então trouxeram a festa para cá. Mas os seguranças não podem deixar a música muito alta.
- Hum...
Definitivamente ninguém nesta escola se importa com as regras e não tem medo de ser pego.
- Você está indo? - pergunto em geral.
Eles dizem que sim, até Milena.
- Você vai? - Oliver me pergunta.
- Não eu não.
- Porque? Você não gosta de festas?
- Não é que eu não goste, é que vim aqui com um objetivo e não vou me desviar – franzo os lábios e seguro o olhar de Oliver, ele dá um leve sorriso pensativo.
- É só uma festa, divertida. - Leah diz com indiferença.
- Uma festa proibida e divertida que não sabemos como vai acabar - dou de ombros lentamente e coloco uma mecha da minha franja atrás da orelha. Ela reflete sobre isso.
- Não vou tentar te convencer porque tenho a impressão de que não vai dar em nada.
- Sua impressão está correta – digo com um sorriso doce e bochechas rosadas.
- Vimos você jogar ontem, você me ameaçou. - Oliver diz com os olhos ligeiramente abertos, suas íris cor de mel brilhantes focadas em mim.
- Eu gosto de vencer.
- Os boatos de que as ruivas tinham temperamento fogoso não estavam errados - diz Milena como se estivesse lendo algo invisível.
- As ruivas já sofreram preconceito antes, não sei porque, essa cor é tão linda e atraente - Oliver diz distraidamente olhando para o meu cabelo e tento não mostrar muito da cor que colore meu rosto sem motivo aparente, sempre sentindo envergonhado ao receber um elogio.
- Dizem que o que ajudou a espalhar o preconceito contra os ruivos foi por causa de um retrato de Judas, aquele que traiu Jesus, no retrato ele tinha cabelos ruivos - diz Milena, ainda franzindo a testa como se estivesse lendo uma página no ar. Ela olha para nós. - Li um artigo sobre isso há cinco anos, mas consigo ver o assunto na minha mente. O que aconteceu?
- Você fotografa tudo que vê e ainda pergunta o que foi? - pergunta Bennett, lendo nossos pensamentos em voz alta.
Ela sorri timidamente e volta a comer. Oliver se vira para mim com um brilho divertido nos olhos, abre a boca...
-Ollie?
Olho para cima e vejo uma garota alta, de pele escura, longos cabelos negros e piercings. Ayira.
Oliver se vira para olhar para ela.
- Ah, olá...
- Posso falar com você um segundo? - ela pergunta.
- Hum, está bem.
Oliver dá uma última mordida em seu pão e geléia e sai com ela. Todos se olham sugestivamente.
"Alguém está com problemas", murmura Ashley.
Bennett balança a cabeça, nega e ninguém diz mais nada, eles iniciam uma conversa sobre a festa de hoje nas primeiras horas da manhã. De manhã cedo. Vai começar de madrugada.
Deus.
Até agora, ainda não tenho certeza se Oliver e Aiyra estão realmente namorando, mas acho que isso não depende de mim.
O que vai mudar se ele estiver namorando ou não, certo?