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Capítulo 2
Joanna largou o garfo e limpou a boca. Ela nunca tinha comido tanto em sua
vida. Ela se virou para sua irmã, que ainda estava taciturna.
- Me pergunto como você pode ser pediatra com uma cara dessas, ela desabafou.
- As crianças são anjos Joanna, sou gentil com elas porque são muito inocentes.
Minha cabeça não tem nada a ver com meu trabalho, Joanna.
Joanna suspirou e pegou o bolo de maçã que saboreou com gosto.
- Se o rei continuar nos mimando assim, acho que vou ficar aqui, esse bolo é
uma maravilha e além do mais é o meu preferido. Joanna deixou escapar com a
boca cheia.
Se havia algo que caracterizava Joanna era o facto de poder falar durante horas sem parar. Ela nunca parava quando começava a falar. A comida também era sua maior fraqueza, ver Joanna em silêncio significava que ela estava com fome. - Tenho muita pena de você Marcella, você não sabe o que está perdendo, essa comida é a melhor que já provei. - Claro que como todos os outros você comeu antes, respondeu a irmã. Joana suspirou. - Sempre tão gentil Marcella, Ironisa Joanna. Sua irmã revirou os olhos e se levantou da cama. Ela veio e sentou-se à mesa e começou a servir-se de comida. Joanna olhou para ela por um longo momento e balançou a cabeça. - Achei que você não queria comer, ela disse simplesmente. - Estou com raiva de você e da mamãe por terem me mandado para esse deserto perdido mas não pela comida, respondeu a irmã. Eles comeram em silêncio. Joanna já estava imaginando o amanhã. O rei deveria vir buscá-los ou pelo menos enviar alguém para buscá-los. A lei deste país, tal como ela a lera, exigia que o rei enviasse o seu mais fiel colaborador ou conselheiro para recolher estrangeiros para os acompanhar ao palácio. “Eu me pergunto como será o rei”, ela disse de repente. A irmã levantou a cabeça do prato e olhou para ela como se ela tivesse cometido um erro. - Ele se parece com todos os reis, certamente velho com a cabeça cheia de cabelos grisalhos e aguardando sua morte iminente, respondeu sua irmã. Joanna não pôde deixar de rir. Sua irmã costumava ter uma imaginação muitofértil.
- Claro que não, pelo que Alexander me contou, ele logo fará trinta e quatro anos e Alysson não deixou de me dizer que ele era muito bonito, respondeu Joanna com a cabeça nas nuvens. Sua irmã encolheu os ombros e pegou o garfo. Ela não parecia interessada em tudo isso. - Entendo um pouco porque o rei não aparece em nenhuma mídia internacional. De acordo com a lei deste país, ele não será entrevistado oficialmente até que tome posse total do trono. Sua irmã de repente pareceu interessada. - O que quer dizer com posse total? Ele ainda não é rei? perguntou este. Joanna bebeu o suco de laranja e sorriu para a irmã, que parecia interessada em outra coisa além do trabalho. - Pelo que sei, os fundadores da Jaddar diziam que a família é um reflexo da sociedade, ainda mais da família real. O rei é o primeiro responsável pelo país e, portanto, o modelo perfeito para todos. Para Mustapha Al Bayane Jaddar, o primeiro rei e, portanto, o fundador deste reino, um bom rei é um bom chefe de família e um bom chefe de família é um melhor líder de grupo. Ele disse que a primeira entidade que nos acolhe quando nascemos é a família e um rei que se preze deve ser um modelo ao ter uma família. É por isso que cada soberano que ascende ao trono deve casar-se antes dos trinta e quatro anos ou corre o risco de perder o poder. Sua irmã pareceu surpresa com esta tradição que, no entanto, colocava a família em primeiro lugar. - Acho que é a única coisa que gosto neste país, disse a irmã. Joanna não conseguiu encontrar forças para revidar porque sabia que a luta estava perdida de antemão.- Como você sabe de tudo isso em primeiro lugar?
- Sou jornalista Marcella e meu instinto jornalístico me leva a investigar todos os territórios onde pisei, disse Joanna irritada. - Claro, disse Marcella. Malik apoiou-se na grade da varanda. Wendy Richards chegaria em algumas horas e isso já o estava irritando. Para ele o casamento não tinha lugar na sua vida mas acima de tudo tinha que respeitar a escolha do povo e também a lei do seu antepassado que foi o fundador deste país. - Estou ouvindo você, Alex. - Malik Al Bayane Jaddar, fico feliz em saber que você também disse Alexander do outro lado da linha. Malik suspirou e saiu da vista magnífica da varanda para sentar em um dos sofás de seu quarto. - Qual é a honra desse telefonema caloroso para mim, Ironisa? - Só para saber se você estava feliz. Malik pareceu surpreso com a pergunta do amigo. Alexander costumava ser assim, sempre teve o hábito de ligar para ela só para irritá-la fazendo perguntas triviais. Os dois se conheciam há muito tempo. Malik escapou por pouco de um golpe de estado orquestrado por seu irmão, que não aceitou que um filho ilegítimo assumisse o poder após a morte do rei. Ele era fruto da união do rei e de um servo do palácio, a rainha nunca o apoiou e sempre fez de tudo para garantir que Malik fosse expulso do palácio. O amor do rei foi tão forte pela mãe de Malik e, conhecendo a má fé de sua esposa, ele sempre protegeu Malik. Seu irmão sempre teve ciúme dele porque por ele o rei sempre lhe deu atenção em detrimento de seu filho legítimo. O ódio de seu irmão foi grande quando o rei decidiu fazer de Malik seu único herdeiro, foi aí que toda essa guerra de umadécada começou.
Malik fechou os olhos a este pensamento porque o seu povo teve de suportar os ataques e a injustiça do seu irmão durante dez longos anos. - Alexander, está ficando tarde e eu preciso dormir, resmungou Malik. Alexander começou a rir, algo que Malik não entendeu. - Posso saber por que você está rindo? - Só estou rindo porque sei que você vai ficar acordado a noite toda mas estou te deixando porque tenho que cuidar da minha linda esposa, se é que você me entende. Malik viu onde ele queria chegar com isso. Ele desligou e colocou o telefone na mesa de centro. Já se passaram cinco anos desde que ele governou este reino e tudo parecia estar em ordem, exceto por alguns acontecimentos imprevistos. Ele suspirou e como Alexander já havia dito, ele definitivamente não iria dormir. Ele iria ficar acordado a maior parte da noite. Joanna saiu da cama animadamente. Ela finalmente poderia conhecer o rei e visitar o palácio. Marcella não demonstrou o mesmo entusiasmo que ela. - Não vejo como ir ao palácio nos traria a salvação, ela desabafou. Joanna não levantou o assunto porque não queria estragar de forma alguma a alegria dele. Ela correu para se preparar porque o conselheiro do rei chegaria em breve. Joanna estava pronta e aguardava com impaciência a chegada do famoso conselheiro e ele não demorou a chegar. - Olá senhorita Bianchi, sou Asad Ben Aziz, o conselheiro e braço direito do rei. Joanna fez uma reverência um pouco estranha que fez Asad rir. - Tenho o prazer de conhecê-lo, Alteza, disse Joanna.Desta vez, Asad começou a rir.
- Não se preocupe tanto, senhorita. Basta me chamar de Asad e a reverência será dirigida apenas a um membro da família real. - Ah, disse Joana. Os funcionários do hotel ajudaram Joanna e sua irmã a levar a bagagem até o luxuoso carro enviado pelo rei. Joanna ficou fascinada com toda a atenção dispensada a eles. O carro entrou pelas ruas da capital, mas rapidamente tomou um caminho margeado pelo deserto. Joanna lançou um olhar preocupado para Asad, que sorriu de forma tranquilizadora. Ela relaxou um pouco até o carro parar. - Finalmente chegamos, anunciou Asad. Joanna saiu do carro e engasgou. Ela havia imaginado o palácio, mas não esperava ver tamanha magnificência. Foi além de todas as suas expectativas. “Bem-vinda ao palácio do rei Malik Al Bayane Jaddar, senhorita Bianchi”, disse Asad.Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
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