CAPÍTULO 3.1
Conversaram bastante, na verdade Claire e Noa estavam falando, Cindy ouvia com atenção assim fica sabendo que o garoto detestava esportes, era super simpático, amava livros, filmes, roupas coladas e garotos bonitos, já a garota era muito traquina,esperta, sempre feliz,
adora roupas floridas, não gostava muito de estudar, já a música era o mundo dela.
Ficou feliz com seus novos colegas, algo dizia que eles seriam amigos inseparáveis.
Na última aula todos os três estão juntos.
Noa chama Cindy e fala baixinho:
— Olha vamos fazer o trabalho juntos? Tem uma vaga no nosso grupo que consiste em dois.
— De boa, faremos juntos, onde, quando e hora?
— Vai ser lá em casa – disse Claire — Vamos nos encontrar às 14 horas, pode ser? – Todos concordam logo vão embora.
Cindy precisa ir de ônibus embora, já que sua tia está no trabalho, no caminho vem novamente a sensação de estar sendo vigiada.
Nos próximos sete dias foi tudo comum, ficou muito próxima de seus dois amigos porém, nunca contou a eles o porquê tinha sido transferida, não se sentia à vontade, esse era um fardo muito pesado mas, era seu.
No sábado saiu almoçar com sua tia chamou os amigos e os apresentou a ela, logo de cara se deram super bem, depois foram as compras, em alguns momentos Cindy percebia que seus amigos e a tia se afastaram dela e ficavam cochichando então, logo disfarçavam e voltavam para perto, estavam cheios de risinhos.
Quando chegaram em casa se despediram, ela vai ao banho, pois queria se desligar um pouco de tudo, por isso deixou sua mente voar, mas naquele momento tudo que ela via era os últimos momentos com seus pais… Sem compreender porque aquela agonia a tocaia por dentro, depois de um dia perfeito, sai do banho não tinha conseguido relaxar.
Logo que está de pijama se despede de Dianna e vai para o quarto, se senta diante de sua penteadeira vintage em tons claros, olha para o espelho fixa seu reflexo, sentiu uma diferença em sua face que parecia queimar levemente e consequentemente foi ficando mais forte, sentiu o corpo queimar, caiu no chão sentindo como se eletricidade pura a consumisse, queria gritar porém, não iria deixar sua tia preocupada, aquele pesadelo iria acabar?
Sem se dar conta pulou a janela de seu quarto de quatro metros de altura, sentia que estava correndo tanto que parecia voar, só parou quando chegou em uma colina alta e lá ela abriu a boca para gritar mas, tudo que sai é um feixe de luz que varreu toda a cidade, naquele momento teve um apagão geral e só então Cindy desfalece e cai desacordada.
Pela manhã ela acorda desorientada, olha a sua volta e percebe que está em seu quarto. "Será que foi um sonho? Parecia tudo tão real entretanto, na verdade aquilo tudo não fazia sentido algum, só pode ter sido coisa da minha mente".
Tentando esquecer o ocorrido para se alimentar, sua tia a esperava com um sorriso malandro, se deu conta que os Noa e Claire estão lá também, portadores do mesmo sorriso.
— Bom dia flor do dia – Dianna lhe dá um abraço cumprimentando.
— Bom dia a todos, não os esperava aqui hoje, aconteceu algo?
Claire, diz com tom de zoeira:
— Aí dorminhoca come logo que estivermos famintos por te esperar, são onze horas você sabia?
Noa ri e vai de encontro, para defendê-la.
— Deixe a garota, quem não dormiu demais com aquela falta de luz.
— Faltou luz? – Cindy gelou.
— Sim, pelo que disse no jornal agorinha a pouco, foi apagão geral na cidade.
Cindy senta e fica em silêncio, seus pensamentos estavam em ebulição. "O' Que? Será que foi verdade? Isso está acontecendo? Tenho que achar respostas".
Disfarçou, comeu e logo os três quiseram levá-la para fora, com a desculpa de que estava precisando de luz solar , ironia a parte, quando chega ao jardim vê um carro amarrado por uma fita vermelha e todos gritam:
— Surpresaaaaa!!!!
— Gente, para quem é isso?
Dianna acha graça .
— Para você minha bobinha.
— Ué, mas hoje é algum dia especial que eu esqueci?
— Claro que não,ou sim, afinal, todo dia com você é especial – Dianna fala, com tom de graça.
— Mas, tenho que admitir, não tô afim de ficar te levando a todo lado, agora você tem seu próprio veículo, espero que goste.
Cindy nem acredita, olha para a tia lhe dá um abraço forte e desabou em um choro compulsivo.
— Calma, eu sei, ele lhe daria um desse no seu aniversário, eu não quis passar na frente deles, só achei que seria bom para você se locomover.
— Desculpa tia, eu adorei, só estou me sentindo frágil hoje.
Seus amigos olhavam tudo sem entender nada, Claire logo pergunta:
— Olha foi mal Cindy mas, eu no seu lugar estaria pulando de alegria e já teria entrado no possante.
— Sim, claro. Farei isso agora .
Enquanto ela se encaminha para seu automóvel, vermelho lindo, seus amigos chegam a Dianna com curiosidade e preocupação.
— O que foi isso? – ambos perguntam. Dianna preferia que sua sobrinha contasse então, responde:
— Olha eu só posso dizer que nossa Cindy, está passando pelo momento mais difícil de sua vida , então tentem perguntar a ela, acho que a garota precisa conversar, só que ela ainda não entende isso.
Ambos vão em direção ao carro onde Não se encontra Noa :
— Dae gata, rola uma carona pra esse pé rapado aqui, ou não sou digno de estar na sua carruagem princesa de luz?
— kkkk Entre aí galera, vamos dar uma volta e fazer um teste drive. Tiaa, você não vem?
— Não agora, estou esperando uma visita mas, mais tarde vou querer estrear sim obrigada.
— Visita? Umm como eu não estou sabendo disso? Hummm.
— Coisa minha Cindy, kkkk vai se divertir anda logo garota.
Então eles saem percorrendo vários quilômetros, passam pela colina da noite anterior, ela a olha encantada pois em pleno inverno aquele lugar estava todo florido. Continuou a dirigir com a música alta, seus amigos cantando e sorrindo muito oque deixou seu pensamento leve.
Pararam em um café, ao fazerem o pedido Claire pergunta do seu jeito rápido e exagerado:
— Cindy, oque foi aquilo quando ganhou o presente, mais parecia uma notícia de morte, amiga tem algo acontecendo, acho bom ter cautela com quem você conversa mas, sei lá acho que já deu para ver que a gente é de confiança, olha eu não quero te pressionar mas, existem coisas que se você não pôr para fora, vai te matando por dentro.
Cindy olha para seus amigos e sorri sem vontade.
— Não se preocupem, é coisa minha e ninguém pode resolver.
Noa que está sério só ouvindo entra na conversa.
— Olha, pode ser que não poderemos resolver, mas sabe? Uma coisa que eu aprendi é que algumas vezes conversar faz um bem danado.
Ela fica em silêncio por algum tempo, então abre seu coração sobre sua tragédia.