CAPÍTULO 1.2
Nicholas volta a sua usual harmonia, e lhe responde sorrindo:
— Quer dar uma parada aqui?
— Se eu puder, quero sim.
— Então vamos.
Se dirigiram ao local, sentaram e Nicholas fez um círculo na mesa branquinha com os dedos, de dentro dele tira duas taças com o líquido mais lindo, borbulhante que Cindy tinha visto.
— Uau! Como fez isso?
— Ah eu possuo algumas habilidades, pode beber vai adorar isso.
Ela logo começou a consumir a bebida, era divina.
O rapaz estava tranquilo olhando para sua companheira de viagem, sabia que era muito jovem, bonita, mas já tinham chegado muitas outras como ela, porém, algo nessa garota o intrigava e não sabia porque.
— Onde as pessoas moram aqui? Em que trabalham?
— Bom, todos quando aceitam a passagem, passam digamos que por uma triagem, com isso os anfitriões têm noção muito maior sobre a pessoa do que gostam, se tiverem desejos mal serão mandados novamente a corpos carnais, com a intenção de acertar essas situações pendentes, sendo assim quem fica recebe o melhor que sempre quis, ninguém precisa trabalhar aqui, só o'que tem a fazer é se divertir, ter atividades agradáveis.
— Nossa parece um sonho bom.
— Sim moça, mas é real.
Ela fica um pouco melancólica, Nicholas percebe.
— O que ouve?
— Imagina, não houve nada, é só um sentimento estranho.
— Como assim?
—Como se algo tivesse me faltando.
— posso fazer uma pergunta?
— Já está fazendo – ela responde com um sorriso triste — brincadeira continue
— Você tem ideia de como veio parar aqui?
— para falar a verdade não.
— Bom algo deve ter acontecido, como era sua vida encarnada?
— Bom, tudo que consigo me lembrar foi que acordei em um hospital, não sei porque.
— Não tem família? namorado?
Cindy, olha para longe, seus olhos percorrem o lugar, viu as casas lindas, ouviu as crianças brincando no vilarejo, vê pessoas adultas com elas.
— Falando nisso, essas pessoas com as crianças. - diz ela apontando para baixo. - São os pais ?
— Ali sim, quando os pais vêm para cá antes dos filhos, quando seus pedacinhos de amor vem, eles ficam juntos se forem crianças , se mais velhos ficam onde desejarem.
— Nossa, desculpa mas, fico triste em ver tantas crianças.
— Eu compreendo, porém aqui todos se sentem…
— Felizes, você disse, escute… Aqui seria o céu?
— Para dizer a verdade não, aqui é um meio termo, quando toda a família está reunida são levados ao céu.
— Bom eu… – quando vai articular uma frase ela sente algo como um relâmpago passando dentro do seu corpo, sua mente se ilumina e todas as lembranças voltam, ao longe vê seus pais que estão sorrindo.
— Eles estão aqui?
— Quem?
— Meus pais, são eles ali.
— Ha eles faleceram…
— Para falar a verdade eu não tenho certeza, tudo que consigo lembrar é que estávamos voltando da festa de uma amiga quando um cavalo branco atravessou a estrada, então me lembro que estava com dor, frio e quando vi eles logo depois uma explosão, então é possível que estejam aqui.
— Bom, para ter certeza, precisa ir até lá para ver.
— Nesse caso, atravessar o caminho.
— Sim, mas pense com calma.
Nicholas mostrou a ela uma uma pulseira com lindas e pequenas flores que ele havia feito enquanto conversavam, ele pegou em sua mão e a colocou, a garota sorriu lindamente, foram se levantando de mãos dadas, ele chegou mais próximo dela, sentiu seu perfume, era estranho para Nicholas, mas, sentia o calor da pele de Cindy, então sem pensar direito ele fixa os olhos aos dela e diz:
— Cindy, vou te beijar.
Ela chega mais próximo a ele e os lábios se colam, foi ardente como estar em um deserto e as suas bocas matavam a sede louca que sentiam, seus braços enlaçaram ambos os corpos, era uma explosão de prazer, mas ele pára de repente, seu rosto parecia uma visão de pânico e emoção, ela ficou um pouco decepcionada pois estava tão bom.
— Me desculpe borboleta, por favor.
— Depende, desculpar por ter me beijado ou por ter parado?
— Eu não deveria ter feito isso.
— Porquê não?
— Aqui é um lugar sagrado, isso é profanação.
Cindy põe as mãos em seu rosto, arruma ou tenta arrumar-lhe o cabelo, puxando-o para si e o beijou com muito desejo, ela não queria saber de nada a sua volta, era como se suas almas se encontrassem depois de milhares de anos de espera,
empurrou ele em direção ao banco sentou em seu colo, sem parar de beijá-lo .
Nicholas se entregou para aquela sensação devastadora, então Cindy se levanta com rapidez, dizendo:
— O que é isso?? Suas mãos brilhavam assim com seu corpo.
— Nicholas o que está acontecendo??? gritou em pânico, ele está a olhando incrédulo.
— Cindy, você está ascendendo, deve ser pelo nosso contato.
— Como assim?
— Você se tornou algo além…
— O que isso quer dizer?
— Eu só ouvi falar como fábula, mas ao que eu sei você se tornou uma força de luz, vai morar no castelo com os anfitriões, segundo a lenda se você tem contato romântico com sentimentos puros com um de nós seres espirituais, se torna algo além, ouve algo assim uma época e por isso não poderíamos ter nos entregado ao momento de paixão.
— E você? Vai comigo para o castelo?
— Na borboleta, essa jornada é sua estará muito acima do meu nível.
— Mas, eu quero ficar ao seu lado.
— Não tanto quanto eu, tenha certeza.
— Sem você eu não quero ficar aqui, quero voltar!!
— Borboleta,– ele estava quase sem fôlego pois se sentia ao mesmo tempo maravilhado e entristecido, — não pode mais voltar.
Cindy sabia do fundo do coração que queria estar com ele, mas se era para ficar perto dele sem tocá-lo, ali não era seu lugar, ela olha para o lugar de onde havia vindo, à luz do clarão estava fraca quase se apagando, sem esperar por mais nada, corre na direção dela, sim estava muito triste por sair daquele lugar tão maravilhoso onde seus pais agora habitavam, sua alma gêmea também, onde tudo era perfeito e voltar para a tristeza que a aguardava, mas sabia que tinha que ir embora.
— Borboleta, não faz isso!!!
— Me espera eu vou retornar você sabe que irei.
Nicholas tenta segurar sua mão mas, ela já estava com os pés no clarão, só oque fica com ele é a pulseira de flores.