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Anna estava pronta para sua viagem. Pediu a sua mãe e sua tia que não mencionassem a Guilherme que ela estará por lá. As mães entendem o lado dela e prometem guardar segredo.
Na companhia de sua melhor amiga, Anna viaja. As duas meninas se dirigem para o apartamento que dividirão nos próximos anos. É a realização de grandes planos que fizeram desde que começaram o colegial.
Quando chegam a universidade, as amigas se misturam facilmente entre os calouros e veteranos. Anna cursará administração, assim como Guilherme. Não por influência dele, mas em comum acordo com sua melhor amiga, Elisa, que cursará moda. Ambas abrirão uma Maison, que pode se tornar uma grande marca futuramente.
Os calouros são direcionados ao auditório para uma palestra com um grande empresário. Anna está ao lado de um rapaz mestiço, alto e musculoso. Seu nome é Benjamim. Estão conversando sobre os motivos que os levaram a escolha do curso.
O coordenador sobe ao palco. Dá as boas-vindas aos novos alunos e começa um pequeno discurso. Então apresenta o palestrante do dia, um aluno que foi, não apenas um destaque, mas também exemplo. Talvez o maior exemplo até hoje, pois ele chegou no topo e é o grande orgulho da universidade. Então ele convida a subir ao palco o, recém-formado, Guilherme Hayes.
Anna não acreditou que ali, a poucos metros dela, estava ele. De terno e gravata, falando como ela nunca viu, sua mandíbula mais definida, sua barba bem feita, ela poderia se apaixonar facilmente de novo, se não soubesse o que ele havia feito a ela. Ele faz seu discurso e ela não ouve uma palavra, ainda está em transe.
— Disponibilizarei bolsas de estágio para alguns alunos selecionados a dedo por seus professores. Para que criem experiências, tenham oportunidades e aprendam na prática. Espero vê-los crescer, contem comigo.
Guilherme finaliza seu discurso, sendo ovacionado pela multidão de alunos que lutarão por uma das vagas.
O que ninguém sabe é que Anna tem muito mais motivos para buscar isso. E ela fará o que for preciso, porque encontrou o momento perfeito para reencontrar seu grande ex-amor.
A fila para cumprimentar o grande empresário era enorme, mas Anna não estava lá. Ao contrário, ela já foi ao encontro dos professores se candidatar a uma das vagas, o que chamou a atenção deles e deu pontos extras a ela.
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Não demorou para que Anna se destacasse e conseguisse uma das cobiçadas vagas. Juntamente com outros quatro alunos, incluindo Benjamim, estava a caminho da grande empresa, encontrar o chefe.
Chegaram e, muito nervosos, entraram na sala de reunião. A ansiedade de Anna nada tinha a ver com seu primeiro dia de trabalho e sim com o presidente da empresa.
Então, ele entra.
Ele era ainda mais bonito de perto. E este foi um comentário muito inapropriado da sua colega de classe.
Guilherme se senta em sua imponente cadeira antes de examinar cada jovem a sua frente. A última pessoa que ele nota o faz paralisar por um tempo.
Anna fez o possível para não deixar nenhuma emoção atravessar seu rosto, mesmo depois daquele firme olhar que ele estava lançando a ela.
— Bom dia. - Guilherme recupera a compostura. — Quero desejar-lhes boas-vindas. Aos poucos iremos nos conhecendo. Saibam que espero muito de cada um de vocês.
O discurso que ele fez não foi longo e também não o melhor de sua carreira. A morena a sua frente o desestruturou e ele não entendia o motivo. Seu coração errava varias batidas e estava descompassado.
Ele pediu que cada um se apresentasse, assim poderia saber quem era aquela mulher intrigante a sua frente.
— Me chamo Alícia. - Anna esperou alguma reação, talvez um reconhecimento. Mas o que passou pelo rosto de Guilherme não foi isso. Ele não reconheceu seu segundo nome, talvez por ser pouco mencionado durante sua infância.
Anna percebeu que ele não se lembrava dela e decidiu aproveitar aquela oportunidade. Não sabia se queria vingança ou se só gostaria de ficar perto de Guilherme sem que ele soubesse quem ela era. O mistério também a atraía. Então permaneceu em silêncio.
Um funcionário do RH entra e explica que os estagiários serão direcionados a setores. Nenhum trabalhará diretamente para a presidência, o que não excluí a possibilidade de esbarrarem, vez ou outra, em alguém do alto escalão.
Os olhos de Guilherme não saíram de cima de Alícia, e ele tentava, sem sucesso, descobrir quem era aquela mulher. Ela também não disfarçava seu olhar para o presidente. Atrevida e destemida, encarava-o sem se incomodar com o que pensariam. Seus olhares se cruzavam e nenhum do dois deu o braço a torcer.
— Senhorita Alícia, poderia ficar por um instante? - Guilherme pede, assim que todos os estudantes saem, acompanhados do funcionário do RH. — Ela segue caminho em seguida, Marcos. Obrigado.
Alícia fica na sala e ambos continuam se encarando. Dúvida nos olhos de Guilherme e desafio nos dela.
— Nos conhecemos, senhorita Alícia?!
— Acredito que nos lembraríamos, se assim fosse.
Ele tentou se lembrar, até porque a voz dela fez com que seu coração batesse mais rápido. Por alguma razão, não queria tirar os olhos dela.
— Gostaria de trabalhar para presidência?
— Não temos esta opção, senhor. - Ela tentou ser o mais profissional possível, tendo em vista o turbilhão de sentimentos que se misturavam dentro dela. Era a primeira vez, em anos, que conversavam olho no olho. E ele não sabia quem ela era.
— Estou lhe dando esta opção.
— Desculpe a pergunta, senhor. Mas, por que eu?
— Por diversas razões. Mas, principalmente, porque foi a primeira a se interessar pelo trabalho, indo atrás dos professores e não me bajulando.
— Entendo, senhor. É uma grande oportunidade e não posso recusar. - Anna sorri para Guilherme. Antes de se levantar e cumprimentá-lo com um aperto de mão.
Ambos se afastaram quase instantaneamente, após o toque. Guilherme continuava cada vez mais aflito. O sorriso de Alícia mexia com algo dentro de seu peito.
E ela se viu mais perto ainda dele.
Anna não tinha intenções fixas ou algum plano. Apenas estaria ao lado de Guilherme diariamente, e, em algum momento, isto faria sentido.
Encontrou seus colegas de classe no andar debaixo. Percebeu um olhar afiado vindo da garota cujo os comentários eram inapropriados, seu nome é Amara. Benjamim logo se juntou a ela, que explicou o motivo da reunião privada com o presidente.
Marcos, o funcionário do RH os dirigiu a ala de contratação, logo após explicar o funcionamento da empresa. Todos entregaram suas documentações e voltaram para a universidade.
Anna foi questionada, por seus colegas, sobre mentir seu nome para o presidente. Ela, educadamente, explicou que seu primeiro nome lhe soava infantil e gostaria que usassem seu segundo nome dali em diante. E todos passaram a chamá-la de Alícia.
Elisa foi a única que soube de toda verdade. Torcia pela amiga e ansiava que as coisas se resolvessem para ela. Depois que sofreu sua desilusão amorosa, Anna não permitiu que nenhum contato amoroso se aproximasse. O que preocupava sua amiga, pois Anninha estava desperdiçando seus melhores anos.
Alícia, como prefere ser chamada agora, ligou para sua mãe e contou o que estava acontecendo. Tinham uma boa relação e sabia que podia contar com seu silêncio. Sua tia estava incluída no pacote.
Ambas prometeram guardar segredo. Mas, talvez, isto não fosse possível por muito tempo. Guilherme, incansavelmente, começara uma busca pela sua princesa.
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