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Capítulo 2

Maya

— Por favor, não chore e não faça nenhum barulho. — Pedi a Mel e a mesma assentiu.

Nosso pai foi até o portão, mas o homem estava furioso demais para ouvir algo que meu pai dissesse.

— Onde está o mapa? Me diga onde ele está que eu te deixo livre. Vamos negociar Marcus! — O homem falava rindo e meu pai, acho que tinha perdido o juízo, pois estava desafiando o homem.

— Eu não vou te dar esta vitória, Ulisses. Se quiser o mapa busque por ele e o encontre sozinho. Isso é, se ele ainda estiver inteiro!

— Você brinca demais, Marcus. Mas se colaborar comigo ainda tem chance de sair dessa com vida. Mas… se caso queira continuar calado eu não terei outra opção e pode apostar que eu vou achar o que eu quero.

— Você vai morrer sem encontrar o que lhe deseja, sabe por quê? Porque nada do que quer lhe pertence, seu merda.— Meu pai sorriu de forma debochada e Ulisses disparou duas vezes em seu peito, Mel e eu vimos tudo por uma brecha que tinha na porta de madeira que já estava podre.

— Shi… vai ficar tudo bem. — Coloquei sua cabeça encostada em meu peito e tentei acalentar ela para que ela não chorasse ou entrasse em crise. Ulisses nunca irá nos achar aqui, é impossível ele deduzir este local.

(...)

Ulisses revirou todos os móveis, os quadros estavam todos no chão, a maioria dos nossos vasos estavam quebrados também e por fim ele foi embora sem encontrar nada. Lembrei daquele rosto pelo resto da minha vida, serão memórias que eu nunca irei esquecer, e eu juro que vingarei o meu pai.

Após algumas horas tivemos certeza que ele já não estava mais ali dentro e saímos de dentro do compartimento minúsculo.

— Maya, acho que vou vomitar. — Mel sempre foi frágil, não tiro sua razão, não é qualquer uma que suporta tudo que já passou.

— Pode ir ao banheiro se quiser. Vamos sair daqui a duas horas, as coisas já vão estar mais calmas e a maioria dos vizinhos já está estranha dormindo.

— Promete que não vai me deixar sozinha? — Sua mãos estavam trêmulas, na verdade eu não sei como conseguir ficar de pé, não foi apenas um homem excetuando outro na minha frente da minha irmã, era o nosso pai.

— Eu juro meu amor. Pode ir tranquila que eu só sairei daqui quando você estiver pronta.

(...)

Em uma mochila coloquei os meus documentos e os de Mel, peguei todo o dinheiro e jóias que tínhamos para que possamos sobreviver pelo menos alguns dias com o dinheiro. Peguei apenas duas peças de roupas para cada e o endereço que meu pai escreveu eu o guardei. Antes que ele se fosse pediu para que eu procurasse seu melhor amigo que ele iria nos ajudar, tomara que ele esteja certo.

Olhei a rua pela brecha e já não tinha mais ninguém na rua.

— Maya, eu estou com medo.

— Eu te juro que não vou te deixar sozinha, mas caso precise você terá que se esconder sem mim. Haja o que houver você não procure por ninguém que esteja atrás de nós duas. Eu sei que você é esperta. — Pedi com lágrimas nos olhos e ela assentiu chorando a cada palavra.

— Eu prometo. — Nos abraçamos como se fosse um abraço de despedida porque eu não faço ideia do que esteja por vir.

Jones

O olhar de medo daquela garota estava memorizado em minha memória. Não sei quem ela é, mas se eu tivesse que a matar não conseguiria, por outra parte eu acho que assim foi melhor. Meus homens estavam todos bem atentos a tudo que pudesse vir pela frente, ultimamente até as pessoas que eu conhecia há anos estavam me traindo, se unindo com a facção rival para tentar me derrubar. Só que nada é assim tão fácil, eu não sou nenhum otário.

— Acho que nós deveríamos ter dado um fim naquela garota. Pessoas estranhas não são confiáveis. — Retrucou um dos seguranças que estava comigo naquela noite.

— Eu confio no seu Omar, ele não colocaria alguém que lhe trairia ali dentro e se ele disse que ela não é desse tipo eu acreditarei nele. — Respondi de forma autoritária. Seu Omar jamais me trairia, ele sabe muito bem o tipo de pessoa que eu sou.

— Ultimamente você anda confiando demais nas pessoas e isso só vai te ferrar cada vez mais.

— Olha aqui Vágner, eu te pago para fazer o seu trabalho e não para ficar enchendo meu saco com seus palpites que não me levaram a lugar algum. — O fio da minha paciência estava bem curto e Vágner continuava com a sua insistência.

— Eu sei que não é o meu trabalho, mas se prestasse mais atenção ao que eu falo não teria passado por tudo que já passamos. Assassinamos um oficial, você acha mesmo que alguma hora ela não vai abrir a boca e falar para alguém sobre o ocorrido?

— Não, não acho. Sabe por quê? Pessoas têm a ameaças, mas eu não a ameacei, apenas lhe dei um alerta e se ela for esperta irá continuar vivendo como se nada tivesse visto.

(...)

Maya

Alguns homens estavam à nossa procura. Antes de sair de casa fiz uma cova rasa e enterrei o corpo do meu pai, abrir a caixa que estava soterrada e vi que dentro de tratava do mapa do tesouro que um dia pertenceu ao Gura, com este mapa em mãos eu posso obter muito dinheiro, mas o risco agora será maior.

Os homens encapuzados reviraram as casas das pessoas procurando por mim e por minha irmã, criei um disfarce para Mel e eu e pegamos uma trilha que será mais demorada.

(...)

Cheguei até a casa de um amigo do meu pai que antes de morrer pediu-me para procurar que ele nos ajudaria. Rogério tinha uma barba grande e volumosa, eu não confiaria nele se não fosse um pedido do meu pai, mas na situação que estamos eu não posso pensar duas vezes, já cheguei até aqui e não tem mais volta.

— Vim a pedido do meu pai, precisamos que você nos ajude a cruzar a fronteira. — Pedi quase sem fôlego por ter caminhado tanto.

— Marcus era um grande amigo meu, será um prazer ajudar vocês. Afinal, onde ele está?

— Meu pai foi morto, mas agora não é o momento ideal para falarmos disso. Eu preciso que me ajude a cruzar a fronteira e entrar no país vizinho. — Eu não posso lhe dizer o motivo pelo qual estou fugindo, serão arriscado demais e eu não posso correr mais esse risco.

— Meus pêsames, querida. Seu pai era realmente um homem muito bom. Eu irei ajudar vocês duas, mas antes que partam você e sua irmã podem tomar um banho e comer alguma coisa.

Realmente, eu estava muito precisando de um banho, minha roupa estava toda suja de sangue, mas eu não me arriscaria a deixar Mel sozinha e por isso apenas troquei de roupa e ela também. O cheiro vindo de sua cozinha estava divino, não me limitei a encher a barriga e pedi que Mel fizesse o mesmo.

— Então, como está se sentindo agora? Revigorada? — A voz de Rogério era calma e suave, assim ele conseguiu passar confiança e eu realmente estava acreditando em cada palavras que ele disse.

(...)

Rogério

Ligação Ativa

— Elas estão abrigadas aqui em casa nesse exato momento, mas não seria uma boa ideia você vir aqui, assustaria elas duas.

— Ela disse alguma coisa sobre o mapa ou continua calada?

— Não disse nada sobre o mapa, Ulisses. Será que está sob sua posse? Você tem certeza disso?

— Mais que certeza, Rogério. Eu vasculhei cada cômodo da casa dela e não encontrei nada. Marcus amava aquela garota mais que tudo nesse mundo, se alguém está em posse desse mapa eu não tenho dúvidas que não seja ela.

— Se tem tanta certeza assim tudo bem… irei sair daqui com elas assim que o dia amanhecer, esteja no local em que marcamos, eu não quero parecer um monstro e por favor, faça isso o mais rápido possível.

— Isso não será problema, eu já estou no local em que você me passou, apenas esperando a ovelhinha aparecer com o meu tesouro em mãos.

— Certo!

Ligação Inativa

Eu me sentiria mal se Marcus estivesse vivo, mas até onde eu entendi Ulisses tratou de tirar a vida do meu amigo apenas para se beneficiar deste mapa que ele nem mesmo sabe se está com Maya ou não…

Antes que o dia clareasse por completo eu tratei de deixar tudo pronto para que quando minha esposa chegasse não veja a bagunça que elas deixaram. Tentei demonstrar que estava tudo bem e por mais que eu estivesse fazendo a coisa certa, eu estava sentindo um certo aperto dentro do meu peito, mas já fiz negócio com Ulisses e voltar atrás seria assinar minha sentença de morte, além disso eu tenho certeza que ele não fará mal algum a não ser pegar o mapa e as deixar ir. Espero que Maya seja esperta

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