Resumo
Alicia sempre teve que lutar muito por tudo o que quis na vida, começando com seus estudos e um lugar de destaque no trabalho. Na vida amorosa não era diferente, depois de um divórcio conturbado com um marido abusivo, ela finalmente achou que tinha encontrado o amor quando conheceu Paulo, mas quando engravidou tudo em sua vida desmoronou. Agora ela estava sem emprego, grávida e sem o apoio da família. Tudo o que lhe resta é a melhor amiga que oferece ajuda. Ela só não esperava que o vizinho engraçadinho fosse mexer com seus sentimentos de uma forma tão forte. Fabricio aprendeu da pior forma a ser amigável com as pessoas, depois de sofrer anos com o luto ele finalmente está se abrindo a novas amizades. E isso inclui ajudar a grávida nova na vizinhança. A mulher era uma tentação e mesmo que ele tentasse se segurar, estava ficando cada vez mais difícil não se render aos desejos que ela estava despertando. Um coração quebrado como o de Alicia pode amar novamente? Alguém que perdeu a fé como Fabricio, pode voltar a acreditar no amor?
Prólogo
— Você sabe que eu te amo, não sabe? — Paulo me olhou com um sorriso doce nos lábios, o mesmo sorriso que tinha me ganhado quando nos conhecemos.
— Eu também te amo. — abracei seu corpo, aconchegando a cabeça no seu peito.
— Quero te fazer um pedido, sobre a gravidez. — esperei que ele continuasse a falar. — O que acha de adiarmos por alguns anos essa ideia e agora vamos focar em nós?
Me sentei apressada, querendo entender o que ele tinha dito de verdade, porque ele não podia estar falando sério.
— O que você está falando? Não tem como adiar a “ideia” quando eu já estou grávida de dois meses!
— Você pode fazer um aborto querida. Sabe quantos planos eu tinha para nós? Temos tanto que viajar, tanta coisa pra fazer, essa não é a hora de ter um bebê.
— Não é a hora? Não é a hora? Devia ter pensado nisso antes de transarmos sem camisinha quando eu estava tomando aqueles antibióticos e te avisei que o anticoncepcional não funcionaria! Eu avisei e você falou o que Paulo? Você disse que não teria problema, um filho seria uma benção!
O homem que eu não reconhecia mais como marido, se ergueu do sofá se afastando de mim.
— Um homem fala aquilo na hora do tesão, não quer dizer que falei sério, nunca achei que ia engravidar de verdade! — Paulo andou de um lado para o outro e esfregou os cabelos. — Porra, um filho é a ultima coisa que eu quero agora!
Meus olhos se encheram de lágrimas, não podia acreditar que aquele homem na minha frente era o homem com quem me casei.
— Eu não vou fazer um aborto! — gritei com o idiota e me ergui do sofá o enfrentando.
Paulo deu passos apressados até estar cara a cara comigo e me segurou pelos ombros me sacudindo enquanto falava.
— Você não está entendendo, se não fizer isso vai ser o fim de nós dois! Eu não vou ficar aqui para criar um filho que eu não quero!
Ergui a mão e acertei um tapa em seu rosto, tão forte que minha mão ardeu. Paulo me olhou assustado por um minuto antes de se recuperar e me largar.
— Enquanto você estiver com essa criança eu não vou ficar com você, pode pegar suas coisas e sair daqui.
— O que? — sussurrei a pergunta chocada com suas palavras. Ele não podia fazer isso, não podia me colocar pra fora de casa.
— O apartamento é meu Alicia e se não vamos ser mais marido e mulher eu quero que você saia!
— Você não pode...
— Você é que não podia querer continuar uma gravidez que vai acabar com nosso casamento!
— Eu não tenho pra onde ir! Esqueceu que me fez vender minha casa?
— Você pode ficar mais uns dias, até conseguir encontrar um lugar ou desistir dessa ideia estúpida.
— A única coisa estúpida que eu fiz foi me casar com você! Desgraçado, como eu fui tão burra e tão cega nesses dois anos?