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Capitulo 4

Damion

Depois do ocorrido, observo o carro levando aquela deusa grega; entro no carro e vou ao fórum pensando que era a primeira vez que eu me interessava por uma mulher “fora do padrão”, ou como dizem por aí, plus size. Com isso em mente, me pergunto se ela é casada, mas logo lembro que não usava aliança.

Enquanto estaciono no fórum, escuto meu telefone tocar, era o meu assistente, enfio a mão no bolso e atendo:

— Calma, já cheguei, estou indo pro elevador, me aguarde na minha sala.

Entro no elevador e fico com a imagem daquela mulher na cabeça. Como, Deus, pode uma mulher mexer tanto comigo? Até o meu amiguinho se armou só por eu estar pensando nela.

Se controle, Damion, você pode nunca mais encontrá-la!! — o que seria uma pena.

Estava convicto que queria essa mulher para mim; tento esquecer um pouco aquela deusa. Chegando em meu andar, cumprimento a minha secretária. Isadora era uma mulher muito bonita, mas eu via como se fosse uma irmã muito querida, eu sabia que ela era apaixonada pelo Dimitri, espero que ele veja a mulher incrível que ela é. Abro a porta da minha sala e vejo Dimitri já me esperando com cara de poucos amigos.

— Que cara é essa, Dimitri? — pergunto.

— Damion, você está atrasado — ele fala.

— Calma, a gente já vai ver se condena ou não o nosso réu. — Pego minhas coisas, coloco a toga e vamos pra sala de audiência.

O julgamento de hoje era sobre um cara de vinte anos, que assaltou um caixa eletrônico vinte quatro horas, eu sou anunciado e todos ficam de pé, peço para que se sentem e falo:

— Hoje a audiência é para falar do caso Orlando da Silva, vinte anos, que foi pego em flagrante pelo roubo de um caixa eletrônico. Eu pergunto a você, réu, se considera culpado ou inocente? — Ele levanta da sua cadeira e se declara culpado por tudo.

E, ao dizer, fico surpreso, pois todas as vezes que faço o questionamento recebo a mesma resposta: eles se consideram inocentes, mas o réu se declarou culpado. Então, peço que ele faça o juramento, sem mentira. Ao final do julgamento, anuncio a sentença: o réu é culpado pelo roubo e ficará recolhido de 1 a 3 anos, em regime semiaberto. Dito isso, encerro a audiência e vou à minha sala me sentindo cansado.

Olho o relógio na parede e percebo que já é hora do almoço, ligo para Dimitri, o convidando para almoçar. Nos encontramos na porta do meu escritório, aproveito e aviso à secretária que vou sair.

Dentro do elevador Dimitri me pergunta:

— O que aconteceu pra você ter demorado pra chegar aqui hoje?

— Você acredita que hoje eu encontrei a mulher da minha vida?— falo tranquilamente.

— Como assim, que história é essa? — ele me pergunta.

Então, começo a contar para ele que, enquanto estava no telefone com ele, meu carro sofreu uma batida na parte de trás. Ele sabe como eu sou com o meu carro

— Olhe só, você não deixa nem que eu pegue no carro!

— E foi isso que aconteceu, quando eu fui tirar a satisfação com o cara que bateu no meu bebê, aí, meu filho, meu coração sofreu um baque daqueles — falo, indo em direção ao meu carro; quando eu mostro, Dimitri dá um assobio.

— Caramba, ainda bem que não fui eu que fiz isso com ele, senão eu seria um homem mortinho! — responde com uma sonora gargalhada. — Imagino a sua cara a hora que a viu.

— Meu, a mulher é linda, uma deusa Afrodite — respondo.

— Eu vou querer conhecer essa deusa Afrodite para ver se eu tenho chance com ela — fala, me sacaneando, mas, ao ouvir, não gosto nem um pouco de saber que tinha um homem, mesmo sendo meu amigo, interessando por ela. — Ela não é seu tipo — declaro.

— Como é meu tipo? — ele pergunta meio surpreso enquanto a gente saía do fórum. Ao longo do caminho, fico me perguntando o que ela estaria fazendo, se estaria com alguém, estava tão absorto que nem percebi que eu contraía as minhas mãos no volante. Dimitri, percebendo minha tensão, perguntou para descontrair:

— O que aconteceu com você? Por que está tão tenso?

— Que pergunta você me fez mesmo?

— Eu perguntei que tipo de mulher eu gosto?

— Ah, tá, seu tipo fica sentado na frente da minha sala, uma bela de uma ruiva, com sardas, que se chama Isadora — eu falo, e meu amigo fica todo constrangido.

— Está tão na cara assim que eu estou gostando dela? — ele pergunta.

— E como está! Por que você não a convida para sair?

— Vamos ver, e não muda de assunto, me fala como ela é? — pediu.

— Ela é linda, uma deusa, com aqueles cabelos compridos, a cor dos olhos dela é de um azul que fiquei vidrado e que corpo, com umas gordurinhas.

— Meu Deus! Você está me dizendo que ela plus size, é isso? — ele pergunta.

— Sim, ela é. Nossa, não vejo a hora de me encontrar com ela novamente!

— E como é o nome da minha nova amiga?

— Samantha Ferrari — digo, saboreando esse nome.

— Eu já ouvi falar nesse nome — ele comenta.

— Será? Devem existir várias mulheres com o nome de Samantha. — Fomos pra nossa mesa e fizemos nossos pedidos, eu terminei de contar que eu tinha o cartão dela quando ele me interrompe:

— E por que você não liga pra ela?

— Eu acho muito cedo, talvez ela seja casada.

— E se ela não for?

— Aí, meu filho, eu me caso com ela — digo.

Enquanto a gente almoçava, fomos lembrando da audiência que tinha ocorrido mais cedo e falamos sobre Cristal, Dimitri me faz uma pergunta:

— A víbora, como está? Tem notícias dela?

— Graças a Deus, não, depois do divórcio, ela nunca mais veio. — comento mudando de assunto, pergunto da vida dele:

— E você, quando vai pedir pra minha secretária pra sair com você? — pergunto.

— Não sei, Damion, se ela está a fim de sair comigo; eu gosto dela sem mesmo termos saído juntos — ele responde.

— Você gosta mesmo dela?

— Sim, eu gosto dela e muito, mesmo ela sendo nova. — Quem ouve Dimitri falar acha que ele é idoso, mas ele é novo, tem 30 anos.

— Você é novo, tem 30 anos e mesmo ela tendo 22 anos, é pouca diferença entre vocês dois — eu falo.

— Pode ser. Quem sabe eu tomo coragem e a chamo para sair comigo, um jantar — Dimitri responde, eu concordo, a gente termina de almoçar e volta pro fórum.

Quando chego lá, ligo em casa pra saber como a Cristal estava, Sabrina me responde que Cristal tinha chegado bem e que estava brincando, ela pergunta se quer que a chame, mas digo que não precisa, peço que mande um beijo para ela, desligo telefone e vou terminar de fazer o que eu tenho.

As horas passam muito rápido, já era a hora de ir, desligo o computador, recolho as minhas coisas, o celular e o cartão em cima da mesa, então, vejo novamente o nome e sussurro:

— Samantha Ferrari.

Só de pronunciar esse nome, meu amiguinho fica em festa, guardo o cartão de novo no meu bolso, libero minha secretária e vejo que Dimitri também está saindo.

— Vamos embora, amigo, porque amanhã tem mais uns processos para serem analisados — digo.

— Ok. — responde Dimitri.

Descemos do elevador e nos despedimos, cada um indo para o seu carro. Ao entrar, coloco o cinto de segurança, ligo o rádio e coloco na Alpha FM, que toca algumas músicas que relaxam a alma. No momento, ressoava uma canção do Michael Bolton que falava sobre o momento em que o homem ama uma mulher . Logo minha mente volto à deusa que conheci pela manhã. Dou uma risada, acho que estou ficando maluco, mal conheço essa moça, como posso me sentir assim, apaixonado?

Mal acabo de estacionar e vejo Cristal vindo ao meu encontro, querendo se jogar no meu colo.

— Que saudade minha princesa!

— Papai, que saudade também! — Cristal fala.

Entro em casa carregando Cristal no meu colo e vou perguntando como foi o dia dela, e ela me conta que brincou muito, que a professora leu uma historinha da Chapeuzinho Vermelho, e seus olhos brilhavam.

— Boa noite, Sabrina — cumprimento.

— Boa noite, senhor Damion! A janta está pronta, posso servir? — ela pergunta.

— Pode — respondo. — Filha, você já lavou as mãos? — questiono.

— Sim, papai.

Coloco-a no chão e aviso que vou lavar as mãos, subo as escadas e, chegando na porta do meu quarto, vejo aquela cama de casal vazia e penso como seria bom se tivesse uma esposa me esperando para jantar comigo e Cristal, depois tomaríamos banho juntos, faríamos amor bem lentamente... quando eu penso nisso, me vem na cabeça a figura da Samantha, chacoalho a cabeça, já me achando doido por uma mulher que mal conheço, desço e ouço Sabrina falar algo para Cristal sobre me perguntar se pode fazer, então, eu estou curioso.

— O que você quer me perguntar, Cristal? — Me junto à mesa com ela.

— Papai, eu poderia fazer aula de dança? — Cristal pergunta. Fico surpreso porque ela nunca demonstrou querer fazer aula.

— Você quer fazer aula mesmo de dança, filha, por quê? — quero saber.

— Minha amiga da escola faz aula de dança e falou pra mim que é legal, eu gostaria de fazer também — diz Cristal.

— Mas que tipo de dança, Cristal? — pergunto.

— Balé — comenta Cristal, vejo que ela fica contente.

— Então vamos fazer o seguinte, daqui a pouco a gente liga pra sua amiga e pedimos o número do telefone pra mãe dela, tudo bem?

— Sim, sim — fala, desce da cadeira e vem me abraçar. — Obrigada papai!

— De nada, minha filha! Agora volta pra sua cadeira e vamos jantar.

Sabrina fez meu prato e da minha filha, hoje o prato era lasanha. Por mais que a gente tenha sangue grego, costumamos dizer brincando que temos metade italiana e brasileira. Enquanto jantávamos, Cristal parecia uma matraca, e eu fico só observando, vendo que era até bom mesmo ela fazer uma aula, pois a distrairia e daria um pouco de sossego pra Sabrina.

Terminamos de jantar, fomos até a cozinha e ajudamos Sabrina a limpar a cozinha, então, eu me lembro que minha mãezinha sempre fala: “Terminou de comer, lave as louças”.

Eu estava com saudades, dei boa-noite para Sabrina e levei Cristal para o quarto dela, a leve para escovar os dentes e trocar de roupa, liguei a TV no canal de desenho e estava passando Pica Pau, sempre gostei de desenho animado, ainda mais com a minha princesa.

As horas foram passando, e ela ficou deitada em meu peito, aproveito e faço carinho nela. Logo, percebo que ela está dormindo, dou um beijo nela, desligo a TV e saio do quarto. Chego ao meu, tiro a minha roupa e deito na cama; ao fazer isso, começo a relembrar o dia de hoje e os pensamentos que eu tive com aquela mulher, em consequência, meu pau começa a endurecer, me imagino beijando aquela boca, como seria sentir o cheiro do seu perfume, o sabor de sua pele, quando vejo, estou quase gozando, então, tiro o meu pau da cueca e começo a me masturbar, pensando como seria penetrá-la, assim, acelero os meus movimentos, gritando o nome dela:

— Samanthaaaaaaa!

Nunca tive um orgasmo desses, vi que eu estava todo melado e fui tomar banho, me sentindo um pouco melhor e pensei:

Amanhã mesmo eu vou ver se consigo entrar em contato com ela sem falta.

Deito na minha cama pensando que logo, logo vou tê-la na minha cama. Olho pro relógio e vejo que é de madrugada, resolvo dormir, o meu último pensamento é nela, na minha Samantha, ela que me aguarde; acabo dormindo muito mais relaxado.

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