Capítulo 2
O telefone tocava estridentemente. Não conseguia imaginar que horas eram, mas que era cedo, era. Meu estado sonambulo me levou em passos lerdos até a sala a fim de atender o maldito celular que por alguma razão eu tinha o esquecido por lá.
– Alo? – Disse depois de segundos de lerdeza para atender a chamada sem sequer conseguir ver o número.
– Oi filhinha! Como você está, meu amor? – Perguntou a voz de minha mãe muito animada para o meu gosto. Ao que parece, ela estava se divertindo muito já de manhã, por que eu, ou melhor, o meu corpo, só pedia por mais alguns segundos de sono ininterrupto.
– Vou bem. Que horas são, mãe? – Perguntei ainda tonta.
– São sete e meia, florzinha. Por que? – Ela me perguntou e pude enfim detectar o som de muitas pessoas falando ao mesmo tempo atrás dela.
– Hoje é meu dia de descanso, mãe. Você poderia me dar um pouco de paz e deixar eu dormir. – Resmunguei ao perceber que mesmo tendo dormido apenas cinco horas de sono, minha mãe não parecia se preocupar com isso, já que, aparentemente, me acordar cedo era sua função primordial desde que seu nome passou a ser mãe.
– Ah, Sara, eu recebi a sua mensagem hoje de manhã e fiquei muito feliz por você! Você então vai ser chefe? – Ela me perguntou animada. Ao que parece ela não tinha lido a mensagem direito.
– Não, mãe. Eu vou concorrer a ser uma chefe. Entende? – O telefone ficou mudo por alguns segundos antes dela responder:
– Ah, tanto faz, querida. Estou feliz da mesma maneira. – Ela disse entre risinhos e meu alarme de algo muito estranho está acontecendo pareceu tocar nesse exato segundo.
– Alguma novidade? – Perguntei temendo a resposta. Vindo de minha mãe, eu podia esperar tudo.
– Ah, não é nada demais. – Ela disse como se fizesse pouco caso. – Eu e a sua vó vamos visitar você hoje. Mas é por pouco tempo. Vovó vai fazer uma cirurgia no olho para que os vasinhos parem de sangrar e o médico encaminhou ela para aí para São Paulo. Pensamos então em dar uma visitinha a você. O que você acha? – Ela perguntou super animada.
– Vocês sabem que eu não vou ter tempo para ajudar vocês, não é mesmo? – Eu jurava que podia ver mamãe revirando os olhos como sempre fazia quando eu dizia que não tinha tempo.
– Tanto faz, querida. Você é ocupada, já sabemos disso. Não se preocupe. É só até a vovó recuperar-se. – Na verdade, eu não queria que me visitassem, mas diante de tudo, eu simplesmente não podia dizer não.
Deixe-me fazer entender. Minha mãe e minha vó não são as pessoas mais tranquilas do mundo. Elas sempre se metem onde não são chamadas e, por alguma razão desconhecida, decidiram tornarem-se as minhas culpidas oficiais. Não é somente isso, eu acredito que, se pudesse, elas fariam uma entrevista com todos os homens que estão na rua, perguntando se são solteiros e se teriam algum interesse em mim. Simplesmente porque elas querem me ver casar. Simplesmente porque, ao que elas dizem, na mentalidade antiga delas, eu já passei da época de ter um bom casamento.
Sim, pensamento antigo. Pois na época delas, mulher se casava entre dezoito a vinte e dois anos. Quando com muita sorte, aos vinte e quatro. Assim, os meus vinte e seis anos, transformam-me numa pessoa indisponível para casamento, quase ficando para a titia, correndo perigo existencial, caso de urgência pública, precisando urgentemente ser salva por uma alma caridosa, ou, quem sabe, um alienígena.
Sim, para elas o caso é tão grandioso assim.
Então eu não consigo ficar no mesmo recinto que elas, ouvindo que preciso casar, que a prima tal já está grávida, que a outra prima já está noiva, que eu sou a única que sequer um namorado tenho por conta da minha falta de sociabilidade. E as coisas não terminam por aí. Não posso pedir nenhuma comida de entrega que elas fazem questão de perguntar para o motoboy se ele não estaria solteiro, precisando de uma namorada em potencial, com dotes culinários (que aparentemente é a única coisa que faço de boa para elas).
Ah, quando não criticam outros defeitos inerentes a mim, julgando que isso faria qualquer homem em potencial se afastar correndo. E são tantas peculiaridades que mesmo passando pouquíssimas horas com elas – já que a maioria do tempo estou no restaurante – que eu quase morro do coração todas as vezes que as visitas delas demoram mais do que um dia.
Como é, por sinal, o caso de agora.
E, para ser pior ainda, dos meus primos, eu sou a única que moro na Capital. A única que veio tentar a vida na cidade caótica. Assim, não dá simplesmente para eu pedir que elas vão visitar outra prima, ou algo do gênero, já que o resto todo encontra-se no interior. Com exceção de uma prima que está aqui sendo modelo. E aparentemente nunca lembram dela.
Mas isso não vem ao caso.
– Okay. Que horas vocês vão chegar? – Pergunto já temendo a resposta, porque sei que são poucas horas para que eu faça uma receita, que eu treine o que preciso. Respiro fundo. Preciso de ar.
– Lá pelas cinco da tarde, florzinha. Tudo bem? – Assinto mesmo sabendo que elas não estão vendo eu fazer isso.
– Tudo bem. – Digo entredentes, porque se não sou capaz de falar que não quero um namorado, por favor.
Minha mãe desliga depois de mandar beijos e eu só consigo ficar olhando para o nada e pensando no que eu fui me meter. Por que diabos as pessoas ligam tanto se eu tenho ou não um namorado? A vida não é feita só disso, sabia? E havia coisas muito mais importantes para mim do que algo como ter um namorado. Como conseguir realizar os meus sonhos.
São poucas horas até eu conseguir pensar em alguma coisa. Aproveito para tomar um café na cozinha, enquanto começo a rabiscar algumas coisas no papel. Preciso ter uma ideia genial. Alguma coisa que faça com que ao comer, os donos tenham sonhos duplos com o que cozinhei. Como sempre, nada me vem na cabeça. Eu me sinto frustrada.
Não tenho inspirações divinas como queria que houvesse. Apenas há o vazio do apartamento e a sensação de que eu posso estar perdendo a única chance que tenho. Em algum momento isso se torna apenas um pensamento incoerente e incomum e, quando dou por mim, estou dormindo na bancada da cozinha, com um sono inerente a mim.
Quando acordo, me sinto assustada, como se tivesse sido pega por um monstro do mar. Meu coração bate muito forte contra o peito e eu tenho a sensação de que esqueci alguma coisa muito importante, porque me falta pensamentos.
Volto meu olhar para o relógio da cozinha e percebo que o que eu esqueci, está ali, na hora badalando rapidamente. Já passou o almoço. Na verdade, já passou muito tempo e o cronômetro está correndo que nem um maluco, avisando-me como o coelho da Alice que eu estou atrasada, atrasada, atrasada.
Levanto-me num pulo. Já são quase três da tarde. Somente mais duas horas e minha mãe e minha avó estarão aqui. Preciso comprar ingredientes, preciso começar algumas ideias. Não tenho ideia alguma, isso é fato, mas preciso de ingredientes para ao menos começar.
Coloco a primeira roupa que vejo, que, na verdade, são uma blusa de meia manga cinza e uma calça jeans e tênis. Estou apresentável para ir ao mercado lá no fim do mundo, já que onde moro não tenho a graça de ter um mercado grande para me satisfazer. Dou de ombros. Só preciso correr.
Eu tenho um gol quadrado. Atende às minhas perspectivas de não precisar andar de transporte público e cabe tudo o que preciso para tentar algumas receitas. Não é o melhor dos carros, já que as vezes essa coisinha me deixa na mão, mas dá para o gasto. Gosto muito dele. Por sinal, apelidei ele de Dobby porque ele aparentemente percebeu que é livre para fazer o que quiser e, como Dobby do Harry Potter, ele sempre me deixa na mão quando eu estou em encrencas.
São Paulo tem um problema terrível que parece ter nascido com a cidade. É quase certo de que a tarde vai chover. O céu começa a ficar nublado e a gente é obrigado a andar sempre com peso extra de guarda-chuva, pois esse acontecimento pode acontecer a qualquer momento. Não gosto de chuvas, não só porque não sei dirigir direito durante a chuva, mas porque chuvas sempre me fazem lembrar lágrimas, e eu não gosto de lágrimas.
Os barulhos de trovão já se fazem presente quando ligo o carro e saio do estacionamento. Engulo em seco. Não gosto dessa sensação fria que percorre a minha espinha de que algo tremendamente ruim vai acontecer e eu vou sofrer invariavelmente com isso. É uma sensação que me deixa arrepiada, mas de medo.
Continuo dirigindo e a chuva logo chega, me deixando numa tristeza aguda. Agora vou ter que morrer dirigindo devagar na chuva, pois odeio dirigir na chuva. Diminuo a velocidade passando para a pista de menor velocidade e tento pensar que parece ser ironia do destino, só porque tenho pouco tempo até receber minha mãe e minha avó que certamente ficarão me esperando.
E para o caso do destino, que, por sinal me odeia, de forma a demonstrar suas caras e seu ódio pela minha vida, a chuva aumenta torrencialmente e meu carro, Dobby, decide que está na hora de me abandonar, porque agora estou incrivelmente encrencada.
Sim, ele me deixa na mão. Dobby decide fundir o motor.
O carro vai parando, fazendo muita fumaça e eu tento ir para o acostamento para não atrapalhar os outros carros. Por alguma sorte do destino, ao menos nesse caso, essa parte da pista tem acostamento e eu encosto o carro ali, encostando a minha cara no volante e perguntando o que diabos eu fiz para merecer isso.
– Dobby Idiota. Dobby idiota. – Digo tentando não pensar em como deve parecer patético eu xingando o meu carro, mas, na verdade, o que eu sinto são as lágrimas querendo romper sobre o meu rosto, porque as coisas não estão querendo dar certas de jeito nenhum. Mas não vou deixar elas tomarem o meu rosto. É só uma forma de meu corpo dizer que está triste pela situação no total. Mas eu não ligo. Eu vou até o fim. Nem que para isso eu vá andando.
O pensamento parece um estalido de ideia. Uma lâmpada se acendendo como num desenho animado, em cima da minha cabeça. Olho para os lados tentando me situar onde estou. Aparentemente, não estou muito longe. Eu consigo ir andando até o mercado. Serão dois quilômetros de andada, mas depois eu peço um taxi e mais tarde eu vou atrás de consertar o Dobby.
– Você vai ficar de castigo aqui, só para se arrepender de me deixar na mão. Nos vemos amanhã, Dobby. – Digo com uma raiva contida, enquanto fecho os vidros do carro e tranco. Na verdade, isso não impede de que alguém tente roubar, mas, acredito que preferirão roubar um carro mais novo, já que Dobby não colabora e agora está com um possível motor fundido. Obrigada Dobby.
Decido enfrentar a chuva. Como estava de carro, adivinhe, não achei que ia precisar de guarda chuva. Não o trouxe. Não contei com a malcriação de Dobby. Agora, na chuva torrencial, sou obrigada a caminhar, como se minha vida dependesse disso.
Sou enfática em continuar andando. Não vou desistir. Não sou dessas. Mesmo sentindo meu cabelo, meu corpo e minha alma molhar, porque está chovendo muito. Mesmo sentindo a água gelada que parece me gelar por inteiro. Não ligo. Eu vou conseguir. Estou nessa até o fim.
Não estou acostumada a andar, isso é fato. E estou cansada já nos primeiros cem metros. Acho que preciso urgentemente encaixar um tempo para fazer academia. Do contrário, vou morrer de falta de ar algum dia desses.
Finalmente, consigo chegar onde quero. O supermercado brilha como uma luz no fim do túnel, tirando lágrimas do meu rosto cansado. Finalmente cheguei onde queria. E não ligo mais para como estou, ainda que eu esteja um caco. Decido então entrar e procurar o que preciso.
Vou atrás primeiro das folhas e dos vegetais, depois vou até as carnes, procurando alguma que me chame mais atenção. Acho que vou comprar um pouquinho de cada, afinal, não faço ideia do que fazer, até quando ouço alguém falar, atrás de mim:
– O linguado. É um bom peixe. – Ele diz, uma voz masculina e bem grave, que me faz virar procurando o dono da voz.
– O que? – Pergunto tentando achar o moço. Um homem sorri e então repete:
– O linguado é um bom peixe. Se está pensando em fazer algo para jantar. É um prato que leva em consideração o fato de ser a última refeição e, por conseguinte, merece ser de coisas mais leves que deem disposição para o outro dia. – Diz um homem com um carrinho logo atrás de mim. Seus cabelos são bem negros, mas os seus olhos são de um verde inebriante, que me deixa um pouco desconsertada. Há também dentes bem brancos e muito bem alinhados e uma roupa casual de quem vai a um supermercado: Um short jeans, um tênis e uma blusa polo vermelha.
– O senhor parece ter bastante conhecimento culinário. – Brinco e faço-o sorrir enquanto ele responde:
– Eu tento. São apenas experiências que tive, e quais mais gostei. – Ele comenta de forma misteriosa e eu volto meu olhar para o peixe tentando pensar em maneiras de o fazer e com o que misturar.
– Bom, como a senhorita não se apresentou, aqui vou eu: Alexander. – Ele estende a mão para mim e eu volto minha atenção para ele, ainda cheia de vergonha.
Não tinha costume de conversar com pessoas no supermercado. Para variar, ainda mais molhada. Devia estar parecendo um cachorro, com o cabelo preto lambido, os olhos caídos de água, a roupa surrada pela chuva. Se não transparente, essa blusa cinza. Fora que minha mão estava extremamente fria por conta do frio que a chuva me deixara, o que poderia ser transmitido para a mão dele, o que não era algo que eu queria.
– Você pensa demais. Apenas aperte a minha mão. – Ele disse rindo e eu dei de ombros, ainda um pouco insegura. Que se danasse! Eu nunca mais ia ver esse homem na vida. Ia ser um pouco simpática, já que ele tinha me dado uma boa dica.
– Sara. – Digo apertando a mão dele. O contraste entre a minha mão e a dele é perceptível de longe. A dele está quente, muito agradável, transformando o meu frio, a minha mão gélida, em formigamentos agradáveis por conta da troca de temperatura.
– Muito prazer, Sara. – Ele diz novamente, retirando o aperto. Sinto como se estivesse ficando vazia novamente. Não que eu estivesse antes.... Ah, sei lá.
– E muito obrigada pela ajuda. O senhor consegue imaginar com o que o linguado combinaria? – Perguntei ainda interessada em saber se ele sabia de alguma coisa. Ele deu um largo sorriso, parecendo gostar de entrar nesse assunto.
– Algo crocante, como aspargos, ou até mesmo cogumelos. – Ele termina falando me dando uma ideia genial e um pouco da sensação de que posso, enfim, construir um prato em tão pouco tempo.
– Obrigada. – Digo me afastando dele. Ele sorri novamente.
– Não há de que. – E nos afastamos.
Novamente, no caixa acabamos nos encontrando, mas por pouco tempo. As coisas dele passam mais rápido no caixa ao lado. Aparentemente, ele só comprou um vinho e o linguado do qual falara. Nada mais. Minhas coisas demoram mais, já que, por desencargo de consciência, eu compro mais coisas, para caso algo dê errado.
Por que eu sou o azar da natureza humana. Mas tudo bem. Já me acostumei com isso.
Estou em cima da hora. Talvez minha mãe e minha avó tenham que ficar esperando por algum tempo na portaria. Não por culpa minha. Agora vou ter que procurar um taxi. Saio em busca de um, segurando as diversas sacolas que estão na minha mão e esperando que um deles pare, alguma alma caridosa.
Podia ter chamado o uber, mas por alguma idiotice minha, deixei o meu celular em casa. Grande ironia do azar.
– Quer carona? – Pergunta o tal de Alexander, parando com um carro preto na minha frente. Não faço ideia de que carro seja, pois não sei essas coisas, mas o carro é muito bonito e está brilhando. Nego com a cabeça. Não aceito auxílio de estranhos. Não confio nas pessoas da rua. Mamãe me ensinou isso desde pequena.
– Sara, por favor, se eu quisesse te matar, não iria convidá-la para entrar num lugar com guardas e câmeras. – Disse Alexander apontando para um guarda ali parado próximo e para todos os lugares como se indicasse câmeras. Ainda assim, eu não me sentia segura.
– Não o conheço. Só porque você me falou do peixe, não quer dizer que eu o conheça. – Disse ajeitando as sacolas pesadas que já começavam a me doer o braço. Mas eu não ia dar o braço a torcer.
Alexander suspirou e então, para a minha surpresa, começou a falar:
– Tudo o que quiser saber sobre mim, é só perguntar. Mas estou só querendo ser uma alma caridosa, já que, olhe para você, continua se molhando nessa chuva torrencial. – Ele disse revirando os olhos. Para o meu susto, o guarda se intrometeu:
– Pode confiar moça. É o Alexander Von F. Acredite, se você sumir, todos vão ficar sabendo. Ele é famoso. – Arregalei os olhos e olhei do guarda para o homem que dava de ombros para como era conhecido.
Ainda assim fiquei olhando mais uma vez o homem. Eu não fazia ideia quem ele era. Sequer tinha ouvido falar aquele nome. Para falar a verdade, eu estava perdida mundialmente. Não assistia muita tv, então, se ele passava na televisão, eu realmente não ia conhecer ele.
– Só uma carona? – Ele perguntou e, ainda assim, eu franzi o cenho.
– Por que? – Perguntei. Não ligava que continuava me molhando. Era a realidade da vida. Eu sairia dali molhada, era fato. Alexander revirou os olhos, parecia começar a ficar impaciente com a minha demora.
– Por que diabos você está tremendo de frio e hoje eu estou de bom humor e sem pressa. Então vou ajuda-la. – Ele disse e o guarda, para minha surpresa, novamente, se intrometeu, falando baixinho para mim:
– Ele quer ganhar ibope, moça. Não liga não. É só para aparecer na tv. – E riu me fazendo ficar ali, parada, sem saber o que eu fazia. Se deixava o cara ganhar ibope, ou se voltava para casa num taxi.
Nesse exato segundo um taxi passou e eu tentei fazer sinal para ele parar, mas, como sempre, ao ver o meu estado naquela chuva, o taxista sequer olhou, passando direto.
– Você vai ficar o dia todo aí e nenhum taxista vai parar para molhar o seu banco com uma garota encharcada como você. – Disse Alexander sério e o guarda assentiu apenas concordando com ele. Qual é? O que era isso? Um complô?
– Okay. Tudo bem, isso é uma troca então, não é? Você ganha ibope e eu ganho uma carona. Tudo bem. Mas, por via das dúvidas, meu nome é Sara Bulhón, seu guarda, para caso ele suma comigo e eu só estou fazendo isso por que os taxistas não querem parar. E o senhor, Alexander, por favor, me deixe em casa e suma. – Ele concordou, começando a ganhar um sorriso no rosto e eu apenas revirei os olhos, começando a pensar na loucura que estava fazendo e onde eu estava me metendo para fazer uma coisa dessas. Aceitar carona de estranhos.
Eu só podia estar realmente sofrendo de problemas mentais. Do contrário, eu realmente não sabia o que estava fazendo.