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Capitulo III- A informação

— Qual foi zé ruela? — Atendi o celular tocando algumas vezes, observando o meu morro de cá de cima, longe de qualquer olho do inimigo, as casas que se empilham uma a uma forma a minha favela, sejam elas coloridas, ou reboco, outras apenas no bloco, tudo é casa, tudo é povo. — Vai ter invasão aí cara! — A notícia me pegou de surpresa, fazendo o calor vir na cara, pago uma nota para esses fila da puta, e eles vêm para cá?

— Que ideias é essa rapaz? — Pergunto indignado, querendo me atualizar dessa notícia.

— É pow, tô te avisando agora, porque acabei de saber, não tava no plantão ontem, os colegas estavam comentando entre si, sabe como é né? — Não deixo ao menos se explicar, tô ligado que esses bagulhos não acontecem assim de uma hora para outra, sempre tem um motivo, é uma parada de semanas e até meses para fazer.— Que dia? Hora? E quem tá por trás dessas ideias aí?

Escutei os passos caminhando em minha direção, a mulher loira de cabelos cacheados, se aproximou de top vermelho e short jeans curto, ao colocar a boca começar a chupar o meu ombro, lhe afastei com a mão, tava com hora para foder não.

— Daqui a três dias, duas da madrugada, pelo que parece eles te querem vivo. Mia, a delegada tá com sede, sabe como é não é? Nova na área, quer fazer o nome dela, pô.

Segurando o braço de Fernanda, ouvi as ideias que disse, mandei de queixo para que ela fosse embora, me olhou sem entender porra nenhuma, a mulher quer foder, mas o mais importante para mim, é defender meu morro.

Olhei diretamente cego pelo que acabava de saber, mandei vazar, saiu logo em seguida, rebolando a bunda com o short todo enfiando dentro do rabo, mostrando parte da bunda. — E teu parceiro não ligou por quê? — Questiono pelo outro, já que começando agora, para ganhar confiança, deveria ter me informado primeiro.

— Ocupado, pô, fechado com uns problemas aí, não tá vindo trabalhar uns dias, aí veio. — Suspirei fundo, apertei entre os olhos. — Tá, vou ver aqui as paradas, tô pagando ele para ficar de folga não, rapaz, trampo para esses fila da puta é uma coisa, para mim, é vinte quatro por quarenta e oito, tá ligado no bagulho?

— Tô chefe! — Desliguei ouvindo dizer por fim, a pressão subiu a cabeça na hora, mas por dois dias dá para se preparar e boa para receber esses fila-da-puta, tudo na bala, esconder os bagulhos e me sair se logo, para não aumentar o dano.

Foram dois dias se preparando, contei e observei até quando começaram a chegar. — Chefe tão se chegando, pô! — O olheiro me deu a visão, enquanto eu ainda procurava de olhos pelo meu informante, mas nada dele chegar na quebrada.

Observei do comando pelas câmeras, contei as viaturas, mais de vinte homens chegando, percebo que não era ação de apenas um departamento, deve ter uns três aqui, a famosa operação em conjunto, o tiroteio começou como recepção.

Quando eles vêm para cá não tem esse papo de que mora também gente de bem aqui, isso é papo bonito para televisão, de jornal, passa fogo em quem surgir na frente, é tudo bandido, ladrão, querem saber de nada, não irmão, mete bala com gosto.

O que me deixou intrigado, foi ver que o fila-da-puta que parecia não ter tempo para me informar, mas tem tempo para vir no meu morro de fardinha e tudo. Fiquei de comando, sem botar as caras, dando passe para todos os meus, informando a cada um deles, para onde levar eles, por fim dá o bote final.

Tem que ter cabeça para as ideias, se não, nós se ferra no bagulho, a manhã já começa com fogo, pistola trabalhando, nossa melhor maquinação na ativa, no meu morro ninguém mexe, aqui é tudo meu. Não era a atoa que cheguei onde cheguei.

O tiroteio aumentou às três e quarenta da manhã, acompanhei por telas todos os cantos estratégicos do morro, quando avistei o filho da mãe que tá me passando para trás, apontei com a cabeça para as câmeras. — Assume aqui cara, esse fila da puta é meu!— Já estando com sede, Leleo veio para assumir, com Nem de reforço, desci o morro.

Já sai reforçando a minha arma, segui pelo morro cego de raiva, suporto de tudo na vida, menos ser enganado, passado para trás ainda mais por um filho da puta de farda, era caso de virar comédia mesmo. Cheguei a quebrada com sangue nos olhos, me esgueirando para não tomar tiro. — Fala chefe!

Assenti assim que ficamos caras a cara, nunca fui de conversa. O observei a sua farda marrom debaixo do colete, nos olhamos cara a cara, ele a meia com, a pistola na mira, tava claro que num Tava comigo. — É uma medalhinha ou um aumento dessa vez? — Perguntei frio, só de cara sorriu fraco. — Não… — Não brandei pelo jeito que me olhou, não tenho conto para traíra, pelas vantagens com o outro, deveria saber disso.

Ergui a pistola sem me aproximar, com uma metralhadora ele ficaria recheado, estando a mais de dois metros de distância, no máximo, apertei o gatilho apontando para o seu peito, um lugar só, de teste até quantas balas seu corpo pode receber num buraco único

— Qual foi Mia? Sabe que… — Descarrilei tiros sem parar, tiro após-tiro no mesmo lugar, querendo saber se realmente essa merda de colete o salvaria, ou quão peito de aço poderia ser para tentar ser mais esperto que eu.

— Verme! — Cuspi com ranço para mim todos eles são, não me surpreendi quando o caiu no chão, os olhos pretos se arregalando, nem mesmo precisei usar todas as balas, se não fosse pelo ódio de acabar com a madrugada.

De mais um dia como outro qualquer deixaria pra qualquer um dos meus lidar com essa merda, caminhei em sua direção, o vi perder os movimentos aos meus pés, os tiros ainda rolavam solto no morro, não há como nenhum dos meus morrer, só se meter a cabeça pelos pés, pra evitar estrago, o melhor era me sair.

O sangue escorreu, observei o rastro que se forma. — Lado errado seu merda! — Afirmei sério vendo a sua respiração intensa, os olhos atentos a mim, a boca se abrindo tentando dizer algo, talvez o resto da frase, sai caminhando sem dar atenção a ele. — Tô indo Nem, termina o bagulho sem incomodar o pessoal. — Mais uma vez me esgueirando, cheguei em casa, todo mundo me olhou, quando cheguei, minha mãe e minha irmã estava parada na sala, esperando uma notícia ruim, talvez. — Deviam ir dormir, tô me saindo.

A coroa, que não concorda com os meios, mas usufrui da grana, ficou de canto me olhando. — Deus te acompanhe meu irmão. — Assenti pra as ideias de Beta, me saindo pra ir à garagem.

Entrei no carro preto na garagem, o primeiro da saída. — Tô me saindo galera! — Avisei a turma que ainda bate de frente. — Pra onde cara? — Não respondi, agora tá de boa, sai da favela pela mata, cheguei ao centro instantes depois.

— Tão recuando pô, tão... se cagando, viu rebanho de fila-da-puta. — Fui informado pelo celular, diminuir os olhos tendo certeza que o encontraram morto, só não fazia sentido ele ter me traído, com certeza tá de olho no cargo do colega, não tá dando bolas as ideias, talvez estavam contando com o homem errado pra me pegar.

Ligar agora não ia ajudar, só podia prejudicar o sacana, o preço nós acertamos depois, apesar dele tá me levando uma boa grana, era pago com gosto. Parei na boate que costumo vir, comércio de cliente, olhei para o letreiro apagado, imaginei que estivesse com defeito.

Desliguei a chamada, joguei no banco traseiro, o morro tá tranquilo, depois dessa ninguém ousar mexer com ele de novo, não por agora, caminhei despreocupado em direção a boate, querendo me aliviar do estresse de hoje semelhante a sexo pesadão com quem uma que aparecesse primeiro.

Caminho sério até sentir o encontrão do corpo de uma mulher no meu, minha reação natural foi segurar o seu quadril, lhe olho, ela parece não tá nem aí pra mim, bateu logo na pistola em minha cintura.

— Ei! Tá cega pô? — Lhe olho virado, uma mulher média, morena, cabelos longos compridos, lisos, brilhando, o vestido preto um pouco justo, corpão de um mulherão, tipo classe A.

Se não fosse por sua cara que está horrível, até ia, pela maquiagem borrada, só perde pro coringa, mal sei onde começa um olho e termina outro, a boca sem batom, talvez seja uma garota de programa que levou o golpe de um cliente, lhe seguro mais forte quando tenta se sair, sem se desculpar.

— Me solte! — Esbraveja como ordem, reluta para sair do aperto, dou risada putaço mesmo com ela, o que pensa que é? — Desculpa, conhece? — Pergunto lhe olhando, ela ergue o rosto, me olha séria, seus olhos verdes me encaram em lágrimas, parece está acabada, foda-se não me importo, cada um com seus problemas.

— Eu mandei me soltar! — Diz alto meio bêbada, entre choro, junto a saliva, o nariz molhado vermelho, a encaro, pelo visto ela não tem noção do que sou capaz.

— Senhor, a boate está fechada hoje, por favor volte outro dia. — Ouço a informação do segurança que me avisa, deve ter gente da polícia aí dentro, apenas afirmo lhe ouvindo, a mulher some da minha frente.

Noto que esta tendo festa, vejo pessoas saindo chamando por alguém, certamente é algo fechado, caminho para o carro vejo a garota caminhar desorientada pela calçada.  Um homem alto, branco forte lhe chama, típico engomadinho numa camisa social preta, ele também está bêbado meio que lutando pra fechar a calça, seria o cliente?

— Ei, um pedido de desculpas não iria quebrar a tua boca! — Digo entrando no carro, essas mulheres entram nessa vida porque quer, querem vida fácil, luxo, depois reclama do que encontra, penso ao entrar carro, até que a porta lateral é aberta, lhe vejo desequilibrada entrando e sentando no meu carro, oxê! Quem mandou? Tá doida fia? — Desculpa tá! — Lhe olho diretamente, o que essa porra tem na cabeça?

Continua sentada em lágrimas, chorando muito, as lágrimas descem revelando uma pele morena, até que a mesma passa a mão no rosto, misturando tudo, catarro, lágrima, maquiagem, o cara começa a se aproximar do meu carro. — Ei, não entra no meu carro, pô. — Digo rapidamente pra ele, ela olha pra tudo no carro.

— Moço, por favor, apenas me tira daqui. — Diz aos prantos, dou meia risada. — Sai do meu carro garota! — Vendo o babaca se aproximar, vejo que não tem escolha, é tirar ela na contra a minha vontade, vou te levar comigo.

Engraçado que eles apontam o dedo pro nós, por tráfico, favela, mas a guria preferiu ficar com um traficante de arma e droga no carro, do que sair pra voltar pra um deles, no asfalto tem gente muito pior, imagino ao ver o maluco entrar em desespero puxar o cabelo castanhos com a mão ao chegar, arranco com tudo, em retirada.

— Quem é o cara? — Pergunto querendo saber, se não tivesse no asfalto até ajudaria, mas aqui é complicado com polícia lá dentro, cê é louco!. Ela não responde, e nem eu converso, apenas olho uma vez ou outra, um par de coxas grossas bonita pra cacete, grossas, pele lisinha, o cheiro de bebida forte, os caras devem pagar uma nota pra ter uma hora nesse corpo, nunca vir por aqui, será que é nova?

— Pra onde eu te levo, garota? — Pergunto sério, após me arrepender de ter saído assim, tinha risco nenhum. — Bairro Moreira, condomínio Aldriz. — Ela responde me encarando séria, parece pensar alguma loucura, e de fato pensa.

Só reajo quando a sua boca já tá colada na minha, na primeira até resisto, mas é muita mulher, só meio estranha, nos beijamos algumas vezes, logo partimos pra o sexo, que é meio duvidoso no começo, ela não faz nada a não ser ficar sentada ou deitada, essa porra parece que era virgem, deve tá doidona!

Bagaço com gosto, apesar de ser dura, é gostosa pra caralho, apertada pra cacete, lhe pego no colo levo pra o banco de trás, já doido de tesão pela novinha, que nem se move, o carro se perde movimentos, balança pra zorra, lhe viro de costas coloco de quatro, ela parece estar na lua. — Ah! — Reclama quando estapeio o seu traseiro bonito, lisinho, redondo, pego nos cabelos, alisados. — Tá doidona, pô?

Vira a cabeça me olhando, depois a bunda, minha mão ficou perfeita desenhada nela. Seguro o cabelo na mão, entro de vez nela, que abre a boca, delicia de boca, mordo, chupo, lhe sentindo ainda mais apertada.

— Gostosa! — Digo em sua boca, socando com força e vontade, se era falta de pica, tá resolvido, outra vez estamos num beijo, ainda sinto o gosto de álcool na sua boca, mordo a sua boca depois de algumas estocadas bem fundo dentro, não seguro, apertada assim, só mesmo um brocha pra aguentar tanto tempo.

— Tô gozando pô! — Aviso ofegante, após trabalhar sozinho em tudo, mas nem parece se importar, vai dentro mesmo, lhe encho deixando a porra escorrer, ela se vira depois. — Sento no banco ofegando, até notar que a mulher ainda chora apoiada com a cara no banco, garota doida.

— Se ajeita, vou te deixar no teu bairro, onde é mesmo?— Dido sem me importar, já era, eu não pedi. — Bairro Moreira.— Diz num sussurro, me saio do banco de trás, deixando pra trás.

Assumo o volante, agora mais calmo, era só sexo pra aliviar as ideias, em seguida uma cheirada. — Quer? — Balança a cabeça me olhando estranho, sigo pra o bairro, sem muita conversa a mulher desce, caminha toda encolhida como se tivesse sofrido, me saio do bairro em seguida, volto pra o meu morro, o dia já claro.

Foi o bagulho mais inesperado do dia, pra começar, nem paguei a mulher pelo trabalho, também fez nada, só abrir as pernas, chego no cafofo, tiro a blusa e a calça nas pressas. — Tudo na boa chefe! — Leleo entra me informando dos acontecidos, a reunião começa cedo, os moleque me dão o resumo de como foio desfecho, confiro pelas câmeras também, porque confia só em Deus, o resto é resto, tenho certeza que sim.

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